Hoje, passando pela estrada ao lado da Lagoa Grande, veio a dúvida: o nível da Lagoa Grande está abaixando? Teria alguma relação com a explotação do aquífero?
Parte da Lagoa Grande, vista da MG238, perto do 4o GAAAe, da AMBEV e da IVECO. |
Alguém conversou sobre isso comigo tem coisa de uns dois ou três meses. Na época, achei que poderia ser um exagero. Talvez o efeito da estiagem, algo assim. Mas agora, com o estudo do RIMA da Lagoa da Chácara e a suposição dos responsáveis pelo RIMA de que a explotação (exploração excessiva) dos aquíferos na região poderia ter causado a morte das nascentes do Diogo e da Lagoa da Chácara, fiquei pensativo. Suposições, apenas?
Então encontrei essa imagem na internet (clique aqui). [Os direitos da imagem são reservados da Skysete, então clique no link anterior para olhar a bela foto aérea. Lá, você clica na foto para ampliá-la.] A imagem sugere um recuo das águas em relação à margem da Lagoa Grande. Hummm... será? A imagem é impressionante. Mata ciliar praticamente não existe mais.
Margem da Lagoa Grande em maio de 2010. |
E por falar em Lagoa Grande, um assunto puxa o outro... Como está a situação da legislação das nossas APAs (Áreas de Proteção Ambiental)?
Peço socorro aos amigos, em especial aos vereadores Dalton, Claudinei, Renato Gomes e Lico que frequentam o blog com certa frequência, e também ao Flávio de Castro, ao Ênio Eduardo, ao Lairson Couto, a Alessandra Lisboa e tantos outros. Será que vocês poderiam explicar nos comentários em que pé está a situação jurídica das nossas APAs?
Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior
Será que os aquiferos da área estão virando cerveja?
ResponderExcluirFrederico Dantas
Cláudio,
ResponderExcluircacetada!!! Sua proposta é muito, muito interessante. Mas não daria para começarmos com algo mais simples?
Professor
ResponderExcluirQuem comentou isso com você foi eu, aqui no blog, em um post sobre as sete lagoas. Salvo o engano.
Meu comentário partiu de alguns colegas e alunos, que moram na cidade de Deus e alegam que o espelho d'água da Lagoa Grande está diminuindo. Como o Fred perguntou no comentário acima, é a mesma desconfiaça de todos nós. Eles perceberam isso. Só que não ha nenhum estudo sobre isso e nem mesmo um histórico de medição...Mas fiquei curioso agora que "nosso" blog sala de aula levantou o assunto da lagoa.
Será possível lermos o RPA da tal fábrica? Quando vieram para Sete Lagoas, muito se falou dos pequis que seriam cortados e da alteração das leis para fazê-lo mas, pouco se falou na explotação dos aquíferos da região.Será que tal explotação consta no RPA?
Por favor, vamos aprofundar no assunto gente...
Um abraço
Paulinho do Boi
Correto, Paulinho. Você comentou sobre isso no tópico "Esgoto atingindo a Lagoa do Cercadinho". Mas teve outra pessoa que comentou também.
ResponderExcluirEu não tinha, até então, visto a tal foto da Skysete (você abriu o link? terrível, não?). A gente acaba perdendo um pouco de noção sobre a área e aquela foto é impressionante.
Vamos ver o que a Alessandra Lisboa tem a dizer a respeito, se consegue o RCA/PCA da Ambev e também da IVECO. Não tenho conhecimento pleno do processo de licenciamento de ambas.
Mais uma vez, abraços!
Ramon.
ResponderExcluirApenas para ilustrar como exemplo de outro caso de lago secando. Este, um caso bem mais grave e com outras causas. Certamente você conhece o caso do Mar de Aral. Segue o link, aliás, de um blog que tem muitas outras coisas interessantes.
http://the-rioblog.blogspot.com/2011/03/mar-de-aral-o-primeiro-desastre.html
Frederico Dantas.
Frederico,
ResponderExcluirmuito obrigado pelo link. Eu conhecia o problema, claro, mas o link está muito bom e muito didático. Vou recomendar para meus alunos.
Vejo na Represa de Assuan, no Egito, problema semelhante: diminuição da vazão do Nilo, diminuição das cheias, aparecimento de condições para proliferação de doenças (malária e xistose), aumento da salinidade na foz (com diminuição da pesca)... e vai por aí afora. O homem, esse sapiens!!!
Mas, parafraseando o Fernando Pessoa, "o problema do Mar de Aral não é pior do que o problema de nossas lagoas, porque não é com nossas lagoas...". Na luta, enquanto há tempo!
Abração!!!
Desculpem-me o erro!
ResponderExcluirA sigla correta é RCA. (Relatório de Controle Ambiental).
Me veio uma situação agora: Nenhum de nós,nem a imprensa local, abordamos este assunto da explotação dos aquíferos antes, quando as fábricas estavam se instalando naquela região. Será que fomos desviados para a questão dos pequis? Meu Deus! Teoria da conspiração...Credo!
Começo a pensar e me dá até medo.
O certo é que eu me lembro bem de algumas reuniões da câmara de vereadores abordando somente a questão do corte dos pequizeiros.
Será quanto que se gasta de água para fabricar uma cerveja?
Entrei no site da revista exame http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/ambev
Recortei a seguinte parte do texto: "Em 2003, precisávamos de 4,88 litros de água para produzir um litro de cerveja. "Hoje, gastamos 3,9 litros de água a cada litro de cerveja produzido" (palavras de um dos diretores da fábrica, segundo o site da revista Exame).
No wwww.setelagoas.com.br descobri o seguinte texto com a manchete:
"Ambev anuncia a antecipação de investimentos em Minas"
Publicado em Ter, 17 de Novembro de 2009 07:40.
Recortei uma parte do texto, segue abaixo.
"A fábrica da Ambev em Sete Lagoas está produzindo 18 milhões de litros de cerveja por mês, em garrafas de 1 litro. Além da nova linha de cervejas em lata, o grupo também pretende produzir refrigerantes (em latas, PET e vidro), chás e isotônicos. O projeto da Ambev em Sete Lagoas teve início em outubro de 2008 e estará concluído em 2013, quando a fábrica atingirá capacidade instalada anual de produção de 4,7 milhões hectolitros de cerveja em garrafas de vidro retornáveis e/ou latas de alumínio; e 2,4 milhões de hectolitros de refrigerante em latas de alumínio, garrafas de vidro retornáveis e/ou garrafas PET."
Não consegui fazer as contas do quanto de água se gasta por mês para suportar a produção 18 milhões de litros/mês de cerveja, com base nos dados da reportagem. Alguém pode fazer e enviar no post?
Quem sabe a pergunta do Fred pode começar a ser respondida aí?
Sigamos adiante...
Abraço
Paulinho do Boi
Para a atividade máxima, achei 8 milhões de litros por dia. Para a atividade atual, cerca de 2,5 milhões de litros por dia.
ResponderExcluirSó para lembrar, o Boulevard precisaria de 5 milhões de litros por dia.
Plausível o impacto da remoção da água sobre o aquífero, muito plausível.
Precisamos saber o volume exato de água que está sendo retirado do aquífero.
Isso é um trabalho para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Conhecem alguém lá?
Ramon,
ResponderExcluirTenho informação que o Zoneamento Ambiental da APA Santa Helena elaborado pela EMATER a serviço da Prefeitura no ano de 2006/2007, foi encaminhado pelo Executivo para a Câmara no ano de 2008 para analise e votação. Mas, misteriosamente, (misteriosamente mesmo) a SEMMA pediu a devolução do Projeto de Regulamentação.
Na atual Gestão, o mesmo foi encaminhado pela SEMMA para a Procuradoria para dar continuidade ao processo, só que mais uma vez, (misteriosamente) o mesmo encontra-se parado na douta Procuradoria do Município.
Para além, fico pensando o quanto de $$$$ que o Município perde com a não regulamentação de suas APAS. Não consigo nem imaginar o quanto de grana das compensações financeiras (0,5%) de empreendimentos como IVECO, Brennand, AMBEV, Siderúrgicas, Forjarias etc, a cidade perde com esta falta responsabilidade.
Acho que com isso, teríamos não apenas o Parque da Lagoa da Chácara e sim vários outros espalhados pela cidade, além do enquadramento das lagoas para uso humano.
Rodrigo,
ResponderExcluirvocê poderia escrever um pequeno texto com essa explicação para eu poder publicar no blog? Ou posso publicar o comentário mesmo com status de postagem?
Desde já, muito obrigado pela informação!
Abraços!!!
Ramon,
ResponderExcluirnão vejo problema que publique com status de postagem. Essas informações são do Lairson, da Alessandra quando era Consultora da Câmara e da própria secretaria da Câmara que me mostrou o ofício de 2008 do Executivo (não lembro a data), solicitando devolução do Projeto de Regulamentação da APA da Serra de Santa Helena ainda no governo passado.
Acho que podemos partir deste ponto para debatermos a situação das APAS do município.
Sobre a questão das 'compensação ambiental' mesmo não sendo especialista no assunto, posso tentar escrever de como funciona.
Rodrigo,
ResponderExcluirse não for incomodar, escreva um pouco. Amanhã eu publico, sem muita pressa, ok? O seu comentário já está batuta de bom! Vai aquecer essa conversa que está precisando de ampliar-se.
Abração.
Ramon,
ResponderExcluira situação da Lagoa Grande não esta muito boa,na época em que a Ambev veio para nossa Cidade o então Prefeito além de vários incentivos fiscais,concedeu a exploração de 20 anos de água,não opinião um absurdo já que em vários bairros sofrem com a falta de água em casa e paga a conta.
Agora sobre as APAs vou me informa melhor do assunto.
abraço.