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terça-feira, 18 de março de 2025

Lula, Bolsonaro e os sempre presentes danos ambientais.

É possível abordar comparações de danos ambientais entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro de forma imparcial, analisando os efeitos de políticas e projetos sem se concentrar em questões partidárias ou ideológicas. Para isso, podemos focar nas ações e suas consequências para o meio ambiente, considerando tanto as obras de infraestrutura e os projetos de desenvolvimento quanto as mudanças nas estruturas de fiscalização e regulação ambiental.


Governo Lula (2003-2010, 2023...):

Durante o governo de Lula, diversos projetos de infraestrutura foram impulsionados com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico e social do país. Entre esses projetos, destacam-se a Transposição do Rio São Francisco, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, e as atividades relacionadas ao pré-sal, além das discussões sobre a exploração de petróleo nas proximidades da foz do Amazonas.

  1. Transposição do Rio São Francisco: Embora tenha o objetivo de aliviar os efeitos da seca no semiárido, a transposição gerou impactos ambientais significativos, como a alteração no ecossistema do rio e possíveis alterações no regime hídrico da região, afetando a fauna e flora local, além de alterar o fluxo de água na foz do São Francisco, com implicações para a pesca e para a biodiversidade. Reiterados avisos da comunidade científica alertaram para os riscos da transposição, apontando que o projeto poderia não atingir seus objetivos de forma eficiente e sustentável. Pesquisadores apontaram também os potenciais danos ambientais e sociais, como a degradação de áreas de preservação, os impactos sobre as populações que dependem do rio e o risco de comprometimento dos ecossistemas locais.

  2. Usina Hidrelétrica de Belo Monte: A construção da usina gerou grandes impactos ambientais na região amazônica, incluindo a alteração do fluxo do Rio Xingu e a inundação de vastas áreas de floresta, afetando comunidades tradicionais e alterando ecossistemas inteiros. A comunidade científica também se opôs ao projeto, apontando os riscos ambientais da obra, como o impacto sobre a biodiversidade e o bem-estar das populações indígenas da região. As previsões de impacto negativo para o ecossistema aquático e as comunidades ribeirinhas foram ignoradas em grande parte na execução do projeto.

  3. Exploração do Pré-Sal: A descoberta do pré-sal representou um grande marco para o Brasil, com o potencial de trazer enorme riqueza econômica. Porém, essa exploração também gerou controvérsias e preocupações ambientais. A política energética que privilegiava a exploração do petróleo e o uso dos recursos do pré-sal significou um relativo abandono das políticas de incentivo ao etanol como uma alternativa energética mais sustentável. A partir da descoberta do pré-sal, houve um redirecionamento das políticas energéticas em favor do petróleo, o que foi criticado por muitos ambientalistas, que apontavam que a valorização do petróleo poderia agravar problemas ambientais como as emissões de gases de efeito estufa. A exploração de petróleo no pré-sal também gerou preocupações sobre os riscos de vazamentos e os impactos nos ecossistemas marinhos.

  4. Exploração de petróleo perto da foz do Amazonas: A exploração de petróleo nas proximidades da foz do Amazonas (uma questão que tem movimentado a área ambiental no terceiro governo do presidente Lula) em uma área de grande biodiversidade, levanta preocupações sobre os danos irreversíveis a ecossistemas sensíveis e as populações que dependem desses ambientes. A comunidade científica tem enfatizado os riscos de exploração em regiões tão delicadas e biodiversas, dado o potencial impacto sobre a fauna e flora marinha, além dos danos ao equilíbrio dos ecossistemas da região.

Além desses projetos, o governo Lula também foi marcado por tensões com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que se opôs a algumas das iniciativas do governo, especialmente a construção de grandes hidrelétricas e projetos de infraestrutura. Marina Silva, defensora de uma agenda ambiental mais rigorosa, saiu do governo em 2008 devido a discordâncias com a forma como os projetos eram conduzidos, acreditando que eles negligenciavam os impactos ambientais. Esse episódio gerou uma crise interna no governo, evidenciando um conflito entre os interesses de desenvolvimento e a preservação ambiental.

No entanto, durante o governo Lula também houve um esforço para combater o desmatamento na Amazônia, com políticas de fiscalização mais rígidas e a criação de unidades de conservação, embora a pressão de setores como a bancada ruralista, especialmente no Congresso Nacional, tenha influenciado decisões em prol de maior flexibilização na regulamentação ambiental, como a revisão do Código Florestal, que reduziu a área de proteção de áreas de preservação permanente e foi criticada por ambientalistas.

Governo Bolsonaro (2019-2022):
No governo Bolsonaro, houve uma série de mudanças nas políticas de fiscalização e regulação ambiental, com destaque para o enfraquecimento de órgãos ambientais e o relaxamento de legislações ambientais.

  1. Enfraquecimento da fiscalização: A gestão de Bolsonaro foi marcada pela redução de investimentos e estrutura de órgãos de fiscalização e gestão ambiental, como o IBAMA e o ICMBio, o que dificultou a fiscalização de atividades potencialmente prejudiciais ao meio ambiente, como desmatamento ilegal, garimpo e queimadas.

  2. Relaxamento das leis ambientais: A administração também foi caracterizada por uma flexibilização das normas ambientais, com o discurso de que a burocracia ambiental era um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Medidas como a revogação de decretos e a redução da fiscalização ajudaram a ampliar a exploração de áreas sensíveis, como a Amazônia. A bancada do agronegócio teve grande influência nesse processo, defendendo a redução de áreas de preservação e o enfraquecimento de regulamentos ambientais que, segundo eles, dificultariam a expansão da produção agrícola e pecuária.

  3. Desmatamento e queimadas: Durante o governo Bolsonaro, o Brasil viu um aumento nas taxas de desmatamento na Amazônia e um crescimento das queimadas, especialmente em 2019, quando o número de focos de incêndio foi o maior registrado na última década. Esse aumento foi associado à diminuição da fiscalização e ao enfraquecimento da atuação do governo no combate a crimes ambientais.

  4. Garimpo ilegal na Amazônia e impactos sobre o povo Yanomami: O aumento da atividade de garimpo ilegal na Amazônia, incentivado pela flexibilização das leis ambientais e pela redução da fiscalização, teve sérias consequências para os Yanomami, um dos povos indígenas mais afetados. O garimpo no território Yanomami resultou na poluição dos rios com mercúrio, destruição de habitats naturais e confrontos violentos. O enfraquecimento do IBAMA e da FUNAI permitiu que a atividade ilegal se expandisse sem as devidas restrições, colocando em risco a saúde e os direitos territoriais dos povos indígenas.

  5. Críticas à ciência e às universidades: No governo Bolsonaro, houve uma crítica sistemática às universidades e aos pesquisadores, especialmente no que se refere a temas ambientais como o aquecimento global. O governo se alinhou com uma retórica que desqualificava os dados científicos e minava a credibilidade dos pesquisadores, gerando um clima de desconfiança na população em relação aos alertas feitos pela comunidade científica. A política de desinformação e as frequentes tentativas de deslegitimar os dados e estudos científicos tiveram impactos diretos na conscientização ambiental e dificultaram o avanço de políticas públicas baseadas em evidências científicas.

Conclusão:
Ambos os governos apresentaram ações que resultaram em impactos ambientais significativos, embora de naturezas diferentes. O governo Lula priorizou grandes projetos de infraestrutura, com ênfase em obras de energia e recursos hídricos, que, embora voltados para o desenvolvimento, acarretaram impactos consideráveis sobre o meio ambiente e as populações afetadas. Reiterados avisos da comunidade científica, que se posicionaram contra projetos como a Transposição do São Francisco e a usina de Belo Monte, foram em grande parte ignorados, resultando em danos aos ecossistemas e a um elevado custo ambiental.

A crise com a ministra Marina Silva, que defendeu uma agenda mais rigorosa de preservação ambiental, evidenciou a tensão entre os interesses de desenvolvimento e a proteção ambiental no governo Lula. A pressão da bancada ruralista também influenciou as políticas ambientais, especialmente em relação à flexibilização do Código Florestal e outras regulamentações.

Já o governo Bolsonaro se destacou por um afrouxamento das regras ambientais, impulsionado por setores como a bancada do agronegócio, e pela diminuição da fiscalização, o que levou a um aumento no desmatamento e nas queimadas, além de potencializar a exploração de recursos naturais sem a devida proteção ambiental. O aumento do garimpo ilegal na Amazônia e os impactos sobre o povo Yanomami são um reflexo direto da falta de fiscalização e da redução das estruturas de proteção territorial e ambiental.

Adicionalmente, a desqualificação da ciência e das universidades, combinada com a retórica contra o aquecimento global e outros fenômenos ambientais, contribuiu para uma falta de confiança nos dados científicos que poderiam orientar decisões mais prudentes em relação ao meio ambiente.

A comparação entre os dois períodos mostra que, enquanto um governo focou em grandes projetos de infraestrutura com consideráveis impactos ambientais, o outro diminuiu a fiscalização e relaxou a legislação, com consequências diretas no aumento de danos ambientais e na vulnerabilidade das populações indígenas. Ambos os modelos têm implicações para o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, evidenciando a necessidade de políticas públicas que integrem sustentabilidade e crescimento.


Texto construído pelo ChatGPT a partir de informações e indagações sobre o tema.

segunda-feira, 17 de março de 2025

BARRAGEM DE ASSUÃ E LAGO NASSER: IMPACTOS NEGATIVOS SOBRE O EGITO

A Barragem de Assuã, localizada no rio Nilo, no Egito, foi uma das obras de engenharia mais importantes do século XX. Construída entre 1960 e 1970, teve como principal objetivo regular a vazão do rio, controlar enchentes e garantir o fornecimento de água para irrigação e geração de energia hidrelétrica. Com 111 metros de altura e 3,6 quilômetros de extensão, a barragem criou o Lago Nasser, um dos maiores reservatórios artificiais do mundo, com aproximadamente 5.250 km² de área e capacidade para armazenar cerca de 132 km³ de água. No entanto, a barragem trouxe uma série de consequências ambientais, sociais e culturais que alteraram profundamente a dinâmica da região.

Imagem aérea da Barragem de Assuã.

Houve uma redução da vazão do rio à jusante da barragem, com menos água chegando até a foz. A evaporação intensa no Lago Nasser, localizado em uma região quente e árida, contribuiu para essa redução, pois grandes volumes de água se perdem antes de seguir rio abaixo. Outro fator importante foi o aumento da captação de água para irrigação, diminuindo o fluxo que chega ao Mediterrâneo. A infiltração da água no solo arenoso ao longo do Lago Nasser também representa uma perda considerável, reduzindo ainda mais a quantidade de água disponível para o curso inferior do rio. Além disso, a construção de outras barragens e sistemas de captação nos países a montante, como Sudão e Etiópia, reduziu ainda mais o volume de água disponível. O crescimento populacional também intensificou a demanda hídrica para abastecimento urbano, agrícola e industrial, agravando ainda mais a situação.

Um dos impactos mais significativos foi a mudança no regime de vazão do Nilo. Antes da construção da barragem, o rio apresentava ciclos naturais de cheia e vazante, que fertilizavam as planícies com o lodo rico em nutrientes. Com a regulação da vazão, essa fertilização natural foi interrompida, tornando a agricultura dependente do uso de fertilizantes artificiais. Além disso, a retenção de sedimentos na barragem reduziu a reposição de nutrientes na foz do Nilo, afetando ecossistemas costeiros e a atividade pesqueira, que viu um declínio na produção devido à redução da oferta de alimento para as cadeias tróficas marinhas. A diminuição da vazão do Nilo também impactou a salinidade na foz do rio. Antes da construção da barragem, o fluxo constante de água doce ajudava a equilibrar a salinidade na região costeira. Com a redução desse fluxo, houve um aumento na intrusão da água salgada no delta, afetando ecossistemas aquáticos e reduzindo a disponibilidade de alimento para diversas espécies marinhas e estuarinas. Como consequência, a atividade pesqueira na foz do Nilo foi prejudicada, impactando comunidades que dependiam dessa fonte de sustento.

Também a água do Mediterrâneo próximo à foz do Nilo ficou mais salina após a construção da Barragem de Assuã. Antes da barragem, o rio despejava grandes volumes de água doce no mar, diluindo a salinidade na região costeira. Com a redução do fluxo fluvial, menos água doce chega ao Mediterrâneo, permitindo que a água salgada avance mais para dentro do delta. Essa alteração no equilíbrio salino afetou o ecossistema marinho e estuarino. Espécies de peixes e crustáceos que dependiam de uma salinidade mais baixa sofreram declínios populacionais, impactando a atividade pesqueira.

Localização da Barragem de Assuã e do Lago Nasser.

A diminuição da descarga de água doce para o Mediterrâneo permitiu a intrusão da água salgada no delta do Nilo, comprometendo solos agrícolas e dificultando o cultivo de diversas espécies vegetais. Como resultado, áreas antes férteis foram degradadas, levando a prejuízos para pequenos produtores agrícolas.

Outro problema decorrente da construção da barragem foi o aumento na incidência de doenças parasitárias, como a esquistossomose. A criação do Lago Nasser proporcionou um ambiente propício para a proliferação do caramujo hospedeiro do parasita causador da doença. Com isso, a população local passou a enfrentar maiores desafios sanitários, exigindo esforços para o controle da enfermidade. Além disso, a estagnação das águas em algumas áreas favoreceu o crescimento de algas e organismos nocivos, impactando ainda mais a qualidade da água disponível.

Além das questões ambientais e sanitárias, a construção da barragem teve um grande impacto sobre o patrimônio histórico e cultural do Egito. Diversos sítios arqueológicos e templos antigos foram ameaçados pela elevação do nível das águas do Lago Nasser. Para evitar a perda dessas riquezas, monumentos como os templos de Abu Simbel e Philae tiveram que ser desmontados e realocados em áreas mais altas, em uma das maiores operações de resgate arqueológico da história, realizada com o apoio da UNESCO. No entanto, muitos sítios históricos menores e aldeias tradicionais foram submersos e perdidos para sempre, causando um impacto irreversível na herança cultural da região.

O templo de Abu Simbel foi deslocado aproximadamente 200 metros para trás e 65 metros acima de sua posição original para evitar que fosse submerso pelas águas do lago Nasser, após a construção da represa de Assuã, no Egito.

A barragem também teve implicações geopolíticas, pois o controle da vazão do Nilo tornou-se uma questão estratégica para o Egito e os países a montante do rio, como Sudão e Etiópia. A dependência da água do Nilo tornou-se um fator crítico para a estabilidade da região, e disputas sobre o uso dos recursos hídricos continuam até hoje.

Em suma, a Barragem de Assuã trouxe benefícios econômicos e estruturais para o Egito, como a segurança hídrica e a geração de energia hidrelétrica, mas também resultou em desafios ambientais e sociais. A gestão desses impactos continua sendo uma questão fundamental para a sustentabilidade da região, exigindo medidas que minimizem os efeitos negativos sobre a agricultura, a pesca, a saúde pública e o patrimônio cultural, ao mesmo tempo em que garantam o aproveitamento adequado dos recursos hídricos do Nilo.

Lições para nós: A transposição do Rio São Francisco

A transposição do Rio São Francisco é um projeto complexo com o objetivo de desviar parte das águas do rio para beneficiar áreas do semiárido brasileiro. Embora não envolva uma mudança física tão significativa quanto a construção da barragem de Assuã, que deslocou templos e causou grandes impactos, a transposição também traz impactos ambientais e sociais comparáveis aos efeitos de grandes projetos de engenharia em cursos d'água.

Assim como a represa de Assuã afetou os ecossistemas locais e alterou os níveis de água do Nilo, a transposição modifica o fluxo natural do São Francisco, impactando o ecossistema aquático e as comunidades ribeirinhas. Além disso, a salinidade da foz do São Francisco já vem se alterando, afetando a pesca e a biodiversidade local, o que pode ser intensificado pela transposição, que reduz o volume de água doce.


Ramon Lamar de Oliveira Junior, com informações próprias e acréscimos do ChatGPT na organização da estrutura do texto.