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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Eu, a pinguela e o Rio Cipó

No último sábado, eu e a patroa estávamos fazendo uma caminhada pelo Parque Nacional da Serra do Cipó. Resolvemos fazer uma caminhada curta, apenas até o Córrego das Pedras (4 quilômetros de ida e outros tantos de volta). Mas resolvemos conhecer também o Circuito das Lagoas, o que rendeu boas fotos em paisagens belíssimas. E foi lá, no Mirante do Circuito das Lagoas que decidimos chegar até o Rio Cipó. Seguimos uma trilha e saímos no começo do rio, logo abaixo do ponto onde o Mascates e o Bocaina se encontram para formá-lo. Água límpida e cristalina. A Dona Andreia não se aguenta e resolve entrar na água só para molhar os pés. Daí pra frente começa a história do desastre.
De repente, aponta um casal do outro lado do rio com duas bicicletas. A alternativa de travessia era por uma pinguela feita de bambu. O rapaz percebeu que não daria para atravessar com as bicicletas e veio trazendo as duas por dentro do rio raso. A moça resolveu cruzar a pinguela. Logo depois que os dois passaram, eu também resolvi entrar no rio. Eu estava precavido, com um short por baixo da calça jeans. Mas o fundo de pedras estava machucando os pés, então coloquei o chinelo de Dona Andreia. Um par de chinelos cor-de-rosa número 37 nos meus pés tamanho 44. A cena estava se complicando. Em minhas mãos a máquina fotográfica à prova d'água.
Andreia resolve atravessar o rio mas havia uma parte mais funda e ela iria molhar o short jeans dela. Então fui lá carregá-la até passar a parte funda (uns 60 centímetros, pouca coisa). Em certo ponto ela disse: "- Pronto... aqui está bom!". Desci-a cuidadosamente... mas não estava bom. Ainda estava fundo para ela e acabou molhando parte do short. Aí ela me xingou um pouco, fez cara de brava e tal... então veio nela a ideia de atravessar a pinguela. Acho que ela já estava com a ideia antes, ao ver a moça atravessar o rascunho de ponte.
Acompanhei-a até o começo da ponte e como estava demorando para começar a travessia, eu resolvi atravessar a pinguela primeiro. Isso mesmo! Eu, desse tamanho, com um short preto e chinelos cor-de-rosa e, felizmente, com a máquina fotográfica na mão (o que evitou que eu fosse filmado em cena tão bizarra).

A pinguela de engenharia primitiva.
Momentos antes de começar a desastrada travessia...
As fotos acima dão ideia da fragilidade da pinguela. A engenharia da pinguela era bem rudimentar: quatro trechos de bambus amarrados com arame farpado! E um ou dois bambus laterais para se segurar. O primeiro trecho foi fácil. O segundo trecho era mais complicado... mas passei. Porém o terceiro trecho era terrível! Observem, na foto, que o terceiro trecho (bem no meio da primeira imagem) é formado por dois bambus no piso, um deles muito fino para suportar o meu peso. Para segurar havia dois bambus finos também, um ainda verde. Eu não havia reparado nessa arquitetura antes. Mas não havia como recuar pois a Andreia já se encontrava no meio do segundo trecho. Era o teste definitivo para a minha labirintite. 
Respirei fundo e comecei. Um passo, dois passos e eu já havia percebido que não ia ser fácil. O bambu começou a oscilar e eu oscilando junto. Veio um riso de nervoso... a certeza da queda na água gelada. Andreia falava comigo: "- Você está fazendo graça, né?". Fazendo graça? Eu estava praticamente cavalgando um touro bravo! As pernas iam pra frente e o corpo era jogado para trás... no instante seguinte era o inverso, até que os bambus de segurar as mãos se soltaram da porcaria de amarração que os mantinha "fixos". Os bambus desceram até a altura dos meus joelhos e eu quase passo por cima deles e caio do outro lado. As pernas estavam igual um pêndulo. Puxei os bambus para cima e fiz uma última tentativa de mais um ou dois passos. Olhei para a água atrás de mim e me preparei para o pior. Não havia nada que pudesse me machucar se eu caísse de costas (mas se eu caísse de frente iria dar de cara num monte de galhos no leito do rio). Tentei evitar o tombo a todo custo. Mais um passo, dois, a pinguela vibrando toda! Eis que os dois bambus de segurar quebraram ao mesmo tempo. Como diria Fernando Sabino, "o inevitável aconteceu"! Por sorte, consegui jogar o corpo para trás e caí de costas no rio gelado. A onda que se formou deve ter sido um tsunami. Tirando uma pancada no dedo indicador da mão esquerda, nada de mais grave. Ah... o ego feriu-se bastante! Ainda demorei um ou dois minutos na água para me certificar que não tinha quebrado algum osso.
Agora era ajudar a patroa a atravessar a ponte, dando-lhe a mão no trecho semi-destruído. Ela chegou inteira do outro lado.
Eu acabava de ganhar ali o meu "Prêmio do Ano" de intrépido aventureiro.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Lendas da Lagoa Paulino

O Flautista
 
Dizem os mais antigos, que numa das mexidas que todo prefeito fez na orla da Lagoa Paulino (essa no comecinho da década de 60), foi escrita na calçada, aquela calçada portuguesa de pedrinhas brancas e pretas, a pauta do hino da cidade. Isso foi perto da ilha do Milito. Claro que na inauguração tinha banda de música e tal. O flautista, trompetista ou clarinetista da banda (sei lá, são várias versões) empolgou-se ao ver a pauta no chão e resolveu conferir se a mesma estava correta. Deu um show à parte. Começou a andar pela calçada tocando a melodia. Talvez já estivesse meio alto (festa sempre tem uma bebida alcoólica, ou duas...). Acontece que perdeu o equilíbrio e caiu na Lagoa com flauta e tudo.


Avião na Lagoa Paulino
 
Dizem também que nesta época foi feita a iluminação com postes das margens da Lagoa Paulino. Ficou muito bonito... uma "gracinha"... aquelas luzinhas todas enfileiradas. Poucos dias depois, um aviãozinho teco-teco, meio perdido procurando o aeroporto Carlos Prates de BH, achou que tinha chegado e começou um procedimento de pouso ao ver aquelas luzinhas enfileiradas através do céu enevoado. Arremeteu na última hora, seguiu caminho e pousou em BH bastante assustado.

Ramon Lamar de Oliveira Junior
in Causos & Abluções de Sete Lagoas
(Comunidade do Orkut)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Causo: o jogo de futebol de salão.

Sei que vocês riram bastante do causo do jogo de basquete e a cesta contra (cliquem aqui). Mas o vexame daquela olimpíada não terminou ali.
Lá fomos nós para o jogo de futebol de salão contra o terceiro ano do ensino médio. Isso mesmo: Oitava C x Terceiro Ano. Chavezinha equilibrada, não? Já imaginaram o desastre? Não, vocês não imaginam... foi muito pior. Metade do time do terceiro ano jogava no Huracan, que tinha se sagrado campeão brasileiro no ano anterior. Eu no gol da Oitava C. E aquele meu colega "da cesta contra" estava no time também... vamos chamá-lo de "Cestinha".
Final do primeiro tempo e o placar mostrava um inacreditável 1 x 1. Graças ao goleirão aqui. Peguei tudo, até sombra! Realmente fiz defesas impressionantes. Arrebentei!
Aí veio o intervalo e eu conversei com o time: 
- Gente, vamos recuar um pouco e tentar segurar o placar. Quem sabe conseguimos manter o empate ou no máximo perder de uns 2 a 1 ou 3 a 1... Vai ser ótimo. Os outros times vão perder feito para o terceiro.
Qual nada! 
- Quêisso, Ramon! Nós vamos é pra cima deles. Vamos ganhar!!!
Pronto. Lá foi o time pra cima no esquema 1 1 3, ou seja, eu no gol, "Cestinha" na defesa e os outros três do meio de campo pra frente. "Cestinha" se mostrou um "craque": quando vinha um atacante com a bola e um outro do lado oposto, ele saia para marcar o que não estava com a bola ("pra ele não receber o passe, uai") e o atacante vinha e me fuzilava (naquela época só podia chutar de fora da área, só bomba!). Olha, peguei demais, até pênalti eu peguei. O grande problema é que eles chutaram muito mais ainda. Foi um massacre. Foi um chute a cada 30 segundos, por aí.
Final do jogo: 12 x 1 para o terceiro ano. O campeonato para nós acabou ali mesmo, pelo menos para mim. Mandei um palavrão pro resto do time e me recusei a jogar os outros jogos. Aliás, nem sei se teve outros jogos ou se o time desistiu ali mesmo.

Ramon L. O. Junior

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Causo: o jogo de basquete

Pois bem, inventaram uma Olimpíada no Colégio Dom Silvério e ninguém tinha treinado nada. Só sabíamos jogar futebol e fazer física correndo de um lado para outro, subindo arquibancada, polichinelo, flexão e abdominal (Paulo Monteiro quase matava a gente).

Colégio Diocesano Dom Silvério
Com uma única "aula" de 20 minutos sobre basquete fomos nós para o jogão: Oitava A contra Oitava C.
O jogo foi uma lástima, nem sei quanto foi a duração, só sei que não deve ter passado de meia hora. Talvez dois tempos de 15 minutos. Não precisava mais do que isso para perceber o vexame da nossa preparação.
Placar do jogo: Oitava A 20 x Oitava C 2. Não digitei errado não, perdemos de 20 a 2. Pelo menos fiz a única cesta válida do nosso time, ou melhor, "time".
O momento crucial do jogo foi quando um colega nosso, não vou dizer o nome dele por razões óbvias (me lembro muito bem, até porque o nome dele é bem diferente e próximo ao meu na chamada) conseguiu fazer uma CESTA CONTRA!
Isso mesmo, cesta contra! Como foi possível? O maluco não percebeu que ao iniciar o segundo tempo tínhamos trocado de lado na quadra. Pegou a bola, saiu em disparada todo garboso e zás!!!
Resultado: Oitava C eliminada do basquete.

Ramon Lamar de Oliveira Junior