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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A fita de magnésio e o ferro nas provas de química.

Estratégias para reduzir o ferro nas provas de química: 
fita de magnésio no bolso traseiro da calça resolve?

Pk. Ramon
Os primeiros relatos sobre a utilização de metais com grande potencial de oxidação (ou cujos íons têm baixo potencial de redução, conforme desejado pela IUPAC - International Union of Pikaretologic Applied Chemistry) para reduzir o ferro onipresente nas provas de química nos é dado por ninguém menos que Charles Daruin. O ilustre naturalista, um primor nas teorias biológicas, era notadamente fraco na disciplina de química e sempre recorria a esse artifício, porém utilizando-se de um pedaço de zinco, não tão bom redutor como o magnésio.
Magnésio metálico foi bastante usado por outros ilustres com Ainstáin e Carlos Dumont de Antares (para citar um brasileiro famoso). Ambos tiveram resultados promissores que muito os auxiliaram a não ser reprovados nessa disciplina.
Para testar a hipótese da redução do ferro nas provas de química utilizando-se fitas de magnésio no bolso traseiro foram escolhidos 90 estudantes do ensino médio. Os estudantes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos. Os três grupos foram submetidos a um exame de química constando 10 questões discursivas com 2 ítens cada uma, cada item sendo valorado em 5 pontos. O grupo I apenas fez a prova sem nenhum auxílio redutor, uma fita plástica foi colocada no bolso de cada estudante para anular o efeito placebo. O grupo II recebeu uma fita metálica de zinco de 1,0 grama no bolso traseiro e o grupo III, uma fita metálica de magnésio com a mesma massa e com o mesmo uso.
Os resultados encontram-se na tabela abaixo.

TABELA I

DESEMPENHO DOS ESTUDANTES SUBMETIDOS AO EXAME DE QUÍMICA
NA AUSÊNCIA E NA PRESENÇA DE REDUTORES.


GRUPO
NOTA MÉDIA E DESVIO-PADRÃO
I
31,3 ± 7,4
II
43,4 ± 20,2
III
75,1 ± 8,3


Os resultados indicados na tabela I não deixam margem a divagações. A presença do metal magnésio no bolso traseiro tem um efeito indubitavelmente positivo na redução do ferro nas provas de química. A utilização do zinco também tem um efeito importante, mas o alto desvio-padrão acabou tornando-o não-significativo.
Outras pesquisas deverão ser feitas utilizando-se fragmentos contendo a mesma quantidade de matéria em mol, já que 1,0 grama de magnésio possui mais entidades do que 1,0 grama de zinco.
Influência de outras entidades também foi descartada realizando-se o experimento em uma sala blindada tipo “Gaiola de Phara Day”, que impede a presença de entidades malignas que possam alterar o resultado.
Gostaríamos de agradecer ao CNPk pelo aporte financeiro necessário ao desenvolvimento da pesquisa, e em especial à turma de professores que elaborou a prova durante uma cervejada e corrigiu-a enquanto assistíamos a uma exibição desmotivada da seleção brasileira de futebol.

Referências

DARUIN, Charles. Zinc, iron and chemistry exams. Britannic Chemical Magazine, Londres, 1845.
WRITER, Ghost. Anotações sobre a vida das celebridades. Editora Revista Caras, Rio de Janeiro, 2005.
DAY, Phara. Blindagem contra a penetração de entidades malignas, lobisomens, mulas-sem-cabeça e sacis, Revista Folk-lórica Mineira, Belzonte, 2001.

Ramon Lamar de Oliveira Junior
in Revista Brasileira de Picaretologia Química,
Ano I, número 1.

Lendas da Lagoa Paulino

O Flautista
 
Dizem os mais antigos, que numa das mexidas que todo prefeito fez na orla da Lagoa Paulino (essa no comecinho da década de 60), foi escrita na calçada, aquela calçada portuguesa de pedrinhas brancas e pretas, a pauta do hino da cidade. Isso foi perto da ilha do Milito. Claro que na inauguração tinha banda de música e tal. O flautista, trompetista ou clarinetista da banda (sei lá, são várias versões) empolgou-se ao ver a pauta no chão e resolveu conferir se a mesma estava correta. Deu um show à parte. Começou a andar pela calçada tocando a melodia. Talvez já estivesse meio alto (festa sempre tem uma bebida alcoólica, ou duas...). Acontece que perdeu o equilíbrio e caiu na Lagoa com flauta e tudo.


Avião na Lagoa Paulino
 
Dizem também que nesta época foi feita a iluminação com postes das margens da Lagoa Paulino. Ficou muito bonito... uma "gracinha"... aquelas luzinhas todas enfileiradas. Poucos dias depois, um aviãozinho teco-teco, meio perdido procurando o aeroporto Carlos Prates de BH, achou que tinha chegado e começou um procedimento de pouso ao ver aquelas luzinhas enfileiradas através do céu enevoado. Arremeteu na última hora, seguiu caminho e pousou em BH bastante assustado.

Ramon Lamar de Oliveira Junior
in Causos & Abluções de Sete Lagoas
(Comunidade do Orkut)

Marcha da Maconha: uma contradição.

Gente, perdoem se eu estiver errado, mas fiquei com uma dúvida. Consultei alguns jornais e sites e não tive a resposta. Por favor, vocês podem me esclarecer?

Aconteceu alguma Marcha da Maconha depois que o Supremo Tribunal Federal liberou as manifestações?

Hein?

quarta-feira, 29 de junho de 2011

BIBLIOTECA MUNICIPAL: Apelo de um estudante.

Recebi o documento abaixo e fiz as devidas adaptações para o espaço do blog.
Com a palavra o Vinícius:

Ao
Secretário da Educação,
Secretário da Cultura e
Diretora da Biblioteca Municipal de Sete Lagoas.

Eu, Vinícius Moreira Guimarães, estudante pré-universitário e usuário da Biblioteca Municipal de Sete Lagoas, gostaria de manifestar uma preocupação em relação à mesma, pelo fato de estar funcionando sem a devida atenção dos governantes da cidade.
Uma cidade que apresenta quase 250 mil habitantes e que possui uma economia considerável para o estado de Minas Gerais deve possuir um sistema de educação eficaz. Uma biblioteca municipal bem estruturada faz parte desse sistema.
Através desse documento gostaria de expor fatos que comprovam o quanto a infraestrutura da Biblioteca Municipal de Sete Lagoas não está de acordo em relação a uma biblioteca “modelo”, que seria aquela em que estão presentes os requisitos básicos para um bom funcionamento.

O que deve ter uma biblioteca atual?

* Laboratório de informática para promover a inclusão digital.
* Estrutura adequada para melhor armazenamento dos livros.
* Espaço físico para leitura e estudo (com uma estrutura que evite barulhos).
* Recursos destinados à compra de livros atuais, incluindo de vestibulares e universitários.
* Organização digital do acervo (um sistema digitalizado e eficiente) para consultar se existe o livro na biblioteca, se ele foi emprestado e que dia será devolvido.
* Ficha de cadastro dos usuários atualizada.
* Horário de funcionamento flexível a estudantes e trabalhadores.
* Projetos que incentivam a leitura e a cultura da sociedade.
* Armários para guardar objetos (como mochilas e pastas) durante o uso do espaço.
* Divisão do espaço: espaço funcionário, espaço usuário e espaço acervo.
* Estrutura que atenda deficientes físicos.

O quê a Biblioteca Municipal de Sete Lagoas deve possuir? E o que ela possui?

Sistema digital para cadastro/empréstimo de livros e ficha cadastral de leitores:
Atualmente o sistema é manual, resultando na não devolução de livros. Erros humanos ocorrem porque nem todos sabem utilizar os arquivos. A consulta para saber se existe um determinado livro não pode ser feita.

Espaço físico excluído de barulho que seja adequado para leitores e estudantes:
Atualmente o espaço utilizado encontra-se dividido com a cozinha dos funcionários e com uma sala que é ocupada por motoristas da prefeitura. Afinal, o que esses motoristas estão fazendo lá?

Laboratório de informática:
Atualmente existem somente dois computadores disponíveis para uso público, mas os mesmos não funcionam. Onde está a inclusão digital?

Estrutura adequada para melhor armazenamento dos livros:
Atualmente as estantes que armazenam os livros acabam estragando os mesmos. A limpeza é feita de modo errado, não por causa dos funcionários, mas sim porque não existem na biblioteca ferramentas que possibilitam a limpeza de forma adequada. Um aspirador de pó seria interessante não?

Recursos destinados para a compra de livros atuais, incluindo de vestibulares e universitários:
Não é costumeiro encontrar livros novos, e principalmente de vestibulares ou universitários na biblioteca. Os livros geralmente são doados. Gostaria de ressaltar que livros indicados para vestibulares são de grande importância, principalmente porque os aprovados e futuros trabalhadores qualificados serão uma mão de obra para a cidade e para o país.

Horário de funcionamento flexível a estudantes e trabalhadores:
O horário de funcionamento da Biblioteca Municipal de Sete Lagoas é das 07h às 19h. E o pessoal que, nesse período, não pode utilizar a biblioteca? Antes funcionava até às 22h. Por que o horário foi reduzido?

Armários para guardar objetos (como mochilas e pastas) durante o uso do espaço:
Atualmente não existem armários para o armazenamento de mochilas e pastas, e sim estantes. Essas estantes além de serem de fácil acesso para qualquer pessoa, encontram-se perto da porta da biblioteca o que pode resultar em roubo de objetos dos usuários.

Espaço funcionário, espaço usuário e espaço acervo:
O que se vê na Biblioteca Municipal de Sete Lagoas é uma estrutura irregular, pois como foi dito anteriormente, a cozinha dos funcionários e a sala que é ocupada por motoristas da prefeitura está ao lado do “salão para leitores e estudantes” o que provoca barulhos no “salão” atrapalhando a concentração dos usuários.

Estrutura que atenda deficientes físicos:
Simplesmente não existe na Biblioteca Municipal de Sete Lagoas. Promover a igualdade social na cidade de Sete Lagoas é um dever da prefeitura e está prevista em lei.

Conclusão
Gostaria que os representantes da educação e cultura da cidade de Sete Lagoas analisassem esse simples documento com bons olhos e percebessem a real situação da Biblioteca, estando cientes dos problemas.

Busquem soluções! O setor privado também é bem vindo!

A biblioteca de uma cidade reflete o interesse que o município tem em relação à educação e cultura!

Teatro Redenção: agora vai?

A comemoração dos 110 anos do Teatro Redenção foi feita agora há pouco com um evento realizado pelo UNIFEMM em frente ao prédio.
Recebido pela Fundação Educacional Monsenhor Messias como doação da prefeitura municipal na década de 1960 para constituir-se como patrimônio físico da recém criada "faculdade", as dependências do antigo teatro foram totalmente abandonadas nos últimos 30 anos (ou mais, não sei precisar a data exata). A reforma do telhado diminuiu o problema das goteiras, mas a deterioração da estrutura interna, inclusive dos pisos, continuou ocorrendo.
O crescimento das lojas do Mercado Municipal ao lado obrigou o fechamento das janelas laterais com tijolos e conduziu também a uma série de alterações, como a colocação de caixas d'água. A frente foi parcialmente destruída por reformas que não levaram em consideração a fachada original. O estabelecimento dos pontos de ônibus em frente colaborou ainda mais com a agressão ao antigo teatro.
Diversos convênios e outras tentativas de reforma definitiva do local foram tentadas no passado. Eu mesmo presenciei a assinatura de um convênio entre FEMM e Rotary Club para a reforma do local (quando ainda era reitor o saudoso amigo e chefe Dr. Marcelo Vianna). Novas tentativas recentes mostraram-se infrutíferas. Agora podemos estar presenciando um momento de virada de mesa, com as obras finalmente sendo executadas e com o (res)surgimento de um marco da cultura da cidade.
Ainda que pese a boa intenção do UNIFEMM em realizar o evento na data do aniversário do Teatro Redenção, não ocorreu a esperada participação da comunidade. Afinal de contas, é complicado realizar qualquer evento numa quarta-feira de manhã naquele ponto da Rua Monsenhor Messias. Pouquíssimas pessoas compareceram ao evento, na verdade havia muito mais funcionários do UNIFEMM e pessoas envolvidas com sua realização do que populares querendo ver ou ouvir sobre a comemoração.

Às 10:40 horas, ainda era pequena a concentração de pessoas em frente ao Teatro Redenção.
As bailarinas preparando-se para sua apresentação no momento culminante do evento.
Ficamos na torcida para o sucesso da captação de recursos e pelas reformas. Esperamos que não seja mais um alarme falso.

Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Esperamos que as questões em relação aos lojistas do Mercado Municipal que ocupam a área lateral ao Teatro Redençao sejam resolvidas a contento de todos.

domingo, 26 de junho de 2011

A importância dos jardins

A diversidade dos jardins é muito ampla e, por tal motivo, sua importância também é muito vasta. Basta lembrar de duas funções dadas ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro criado por Dom João VI: aclimatar espécies capazes de produzir carvão para uma pólvora de qualidade (havia a preocupação de uma possível invasão francesa, pois a Família Real veio para o Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte) e também tentar obter por aqui mesmo grande parte das especiarias que eram trazidas da ásia por meio de rotas cada vez mais perigosas. Mas citar os Jardins Botânicos com sua importância histórica e também na pesquisa científica é covardia. Vamos nos ater, portanto, aos jardins domésticos e aos jardins das praças.
Dentre os jardins domésticos há aqueles bem cuidados, com espécies cuidadosamente escolhidas por profissionais ou por meio das sugestões das floras, livros e revistas de fácil acesso. Mas há também os “jardins da vovó”. Ambos satisfazem visualmente os seus donos. Eu não diria que é apenas uma questão de estética, mas de preencher as necessidades do dono do jardim. 
O jardim planejado por profissionais procura seguir uma certa linha de tratamento técnico-artístico do espaço. A grama bem aparada, as palmeiras, as bromélias, as flores e a interação com a luz ou com a água tentam alcançar um senso de harmonia que também pode ser absorvido pelo frequentador do local. E quanto mais observador for o dono do jardim, melhor saberá aproveitar toda a riqueza que ali se encontra.
Já os “jardins da vovó”, com sua profusão de plantas obtidas das mais diversas maneiras - uma muda recebida da querida dona Fulana ou uma plantinha “roubada” da pracinha -, com os mais diversos aspectos, cores e usos, não se esquecendo das várias que têm uso medicinal, trazem uma certa segurança ao dono/dona do espaço. Uma roseira, uma dália, cravos-de-defunto, margaridas, marias-sem-vergonha, samambaias no canto em latas muito antigas, um pé de pitanga... ali está também o elo com o passado da família, os costumes dos “antigos”. E não nos esqueçamos da arruda, da espada-de-São-Jorge e da comigo-ninguém pode! Estética? Não sei, talvez a estética de uma certa ordem no caos. Mas antes de tudo uma ocupação. Manter o jardim. Manter a mente ocupada em tratar das plantas, cortar os ramos mortos, adubar, comemorar o aparecimento de uma flor...

Beija-flor visita um ipê-de-jardim (Tecoma stans).
Nas praças, os jardins cumprem a função de nos aliviar da poluição visual das cidades servindo de importante colírio para nossas vistas cansadas. Quando não cumprem essa missão são logo alvo de críticas pelo mau estado de conservação. Os jardins das praças são, ou deveriam ser, o local de encontro das crianças e o início do aprendizado sobre a beleza e a necessidade de conservação da natureza. Fora com as placas "Proibido Pisar na Grama": a grama é a única vegetação que suporta pisoteio (claro que uma boa dose de educação é necessária para não danificar o jardim, bom local para se aprender algumas regras de convivência com os bens públicos). Ali tem-se a oportunidade de observar a diversidade de formas e cores, expressa na mistura de espécies, de flores, de texturas, de aromas e de pequenos animais como borboletas e beija-flores que são atraídos ao local. Para muitas crianças, que nasceram e cresceram em apartamentos, os jardins são o que de mais próximo há do contato com a natureza. E não precisa ser um jardim maravilhoso, caro, esteticamente indiscutível (existe estética indiscutível?). Claro que, no ambiente de uso comum, algumas regras precisam ser seguidas: fácil manutenção, preferência pelas plantas que trazem alguma beleza (pela folhagem, pelas flores ou pelo porte, no caso de praças maiores), ausência de espinhos ou plantas tóxicas que possam ser atrativas para as crianças (tarefa difícil, pois a gigantesca maioria das plantas de jardim possuem algum princípio tóxico em suas partes) e gramados - ou outro tipo de forração - muito bem cuidados.
Isso tudo sem esquecer da função pedagógica dos jardins: ensinar a reconhecer algumas espécies, perceber a ocorrência do ciclo da vida, notar a ação das plantas sobre o microclima, avaliar o consumo de gás carbônico e a produção de oxigênio e receber a tranquilidade que eles podem nos oferecer para um ou vários momentos de reflexão.
Não creio ser apenas uma questão estética. 
Meus olhos foram moldados para enxergar muito além.

Foto e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sábado, 25 de junho de 2011

Líquens da Serra do Cipó (MG)

Líquens são associações que se caracterizam pela vantagem mútua conseguida por alguns tipos de algas e fungos. As algas (clorófitas ou cianófitas) fazem fotossíntese e produzem alimentos para elas e para os fungos. Os fungos fornecem a água e os sais minerais retirados do ambiente. Os líquens são organismos muito pouco exigentes, crescendo nos locais mais inóspitos como na superfície das pedras nuas ou na tundra ártica. Líquens também crescem sobre o tronco das árvores e palmeiras, servindo às vezes como indicadores dos pontos cardeais. Para nós, no hemisfério sul, os líquens crescem predominantemente na face sul dos caules, onde a insolação não é muito intensa.
Muito interessante, no caso dos líquens que vivem nas pedras é o mecanismo de obtenção de água: durante a noite a rocha esfria e o vapor d'água condensa sendo absorvido pelos fungos que transferem a umidade para as algas durante o dia. Os líquens são pioneiros nos processos de sucessão ecológica em rochas nuas, podendo iniciar a degradação da rocha com a produção de ácidos liquênicos, começando a formar um solo onde outros organismos como musgos e gramíneas irão se desenvolver. Até chegar a uma floresta, o processo consome cerca de mil anos.




Líquens e orquídeas crescendo na pedra em pleno processo de sucessão ecológica. Todas as imagens obtidas na Serra do Cipó (MG)
 Texto e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Planta carnívora: Drosera (Serra do Cipó - MG)

Tipo de terreno cristalino onde as Drosera costumam ser encontradas e um espécime com flor.
Nessa foto e na seguinte os detalhes das folhas e dos pelos.
Plantas carnívoras (insetívoras) da Serra do Cipó (MG): gênero Drosera.
As plantas do gênero Drosera apresentam pequenas folhas cobertas com uma substância gosmenta produzida por seus pelos. Os insetos que se aventuram sobre as folhas ficam presos e são alvo de enzimas digestivas produzidas pela planta. Em geral, as plantas insetívoras evoluíram em terrenos pobres em nutrientes, em especial os nitratos. Sendo assim, precisam remover o nitrogênio do corpo dos pequenos animais para garantir a sua sobrevivência. Na Serra do Cipó, elas são encontradas em vários pontos, em especial nas encostas cobertas de pequenos pedriscos.

Texto e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Fotos do Olhares (III)














Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Última novidade: SOM PEDESTRETIVO

Dia desses estava andando pela cidade e vi uma coisa diferente: um rapaz - aparentava ser um colegial indo embora para casa - com uma mochila e uma caixinha nas mãos que parecia um som automotivo adaptado com duas pequenas caixas acústicas e um pendrive. Ué, que novidade é essa? Pensei comigo.
Agora, depois que vi mais alguns, fiquei sabendo que é a nova moda dos pedestres que sonham em ter um carro para fazer barulho. É, porque carro agora tem essa serventia também: serve como meio de transporte, como ferramenta de trabalho e como local para ouvir e obrigar todos que estão em volta a ouvir o seu mau gosto musical.
Só achei um adjetivo para o SOM PEDESTRETIVO. E olha que tive que buscá-lo no século passado: 

BARANGO!!!

Verdade que o BÔCO-MÔCO também serve, mas oitenta por cento dos leitores do blog não vai saber o que significa essa expressão. É barango mesmo!
Vem sempre à minha mente o artigo publicado no comecinho da década de 1980 num dos jornais da cidade pelo nosso amigo Max, já falecido. Ali, o Max já reconhecia que existia aqui na cidade um glamour do carro. Que o grande barato para os babacas de plantão na época era ficar dando voltinha na Lagoa Paulino para exibir carro (muitas vezes sem conseguir terminar de pagá-lo ou abastecê-lo de forma decente ("ô moço, bota 5 litro de gasosa aê..."). Mal sabia ele que o negócio ainda ia piorar muito com o carro que pode ser pago em 60 vezes, o som automotivo berrando playlists de péssima qualidade e com a instituição do maior lavajato do mundo na orla da Lagoa Paulino. A utilização da água da lagoa é proibida por decreto municipal, mas não existe autoridade nessa cidade-sem-lei que consiga parar com aquilo.
Agora, os candidatos a futuros babacas-do-volante já podem desfilar seu som pelas calçadas, ou quem sabe, adaptá-los em suas bicicletas maravilhosas. Fone de ouvido é que está proibido. Bom mesmo é importunar. A propaganda é a alma do negócio nesse mundo que as celebridades instantâneas querem aparecer a qualquer custo (dos outros, é claro!).
Nem ouso pensar em quais outras besteiras a mente humana inventará aqui na terrinha. Nem ouso...

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Quando tiver uma foto do "aparelho", eu publico aqui, ok?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Causo: o jogo de futebol de salão.

Sei que vocês riram bastante do causo do jogo de basquete e a cesta contra (cliquem aqui). Mas o vexame daquela olimpíada não terminou ali.
Lá fomos nós para o jogo de futebol de salão contra o terceiro ano do ensino médio. Isso mesmo: Oitava C x Terceiro Ano. Chavezinha equilibrada, não? Já imaginaram o desastre? Não, vocês não imaginam... foi muito pior. Metade do time do terceiro ano jogava no Huracan, que tinha se sagrado campeão brasileiro no ano anterior. Eu no gol da Oitava C. E aquele meu colega "da cesta contra" estava no time também... vamos chamá-lo de "Cestinha".
Final do primeiro tempo e o placar mostrava um inacreditável 1 x 1. Graças ao goleirão aqui. Peguei tudo, até sombra! Realmente fiz defesas impressionantes. Arrebentei!
Aí veio o intervalo e eu conversei com o time: 
- Gente, vamos recuar um pouco e tentar segurar o placar. Quem sabe conseguimos manter o empate ou no máximo perder de uns 2 a 1 ou 3 a 1... Vai ser ótimo. Os outros times vão perder feito para o terceiro.
Qual nada! 
- Quêisso, Ramon! Nós vamos é pra cima deles. Vamos ganhar!!!
Pronto. Lá foi o time pra cima no esquema 1 1 3, ou seja, eu no gol, "Cestinha" na defesa e os outros três do meio de campo pra frente. "Cestinha" se mostrou um "craque": quando vinha um atacante com a bola e um outro do lado oposto, ele saia para marcar o que não estava com a bola ("pra ele não receber o passe, uai") e o atacante vinha e me fuzilava (naquela época só podia chutar de fora da área, só bomba!). Olha, peguei demais, até pênalti eu peguei. O grande problema é que eles chutaram muito mais ainda. Foi um massacre. Foi um chute a cada 30 segundos, por aí.
Final do jogo: 12 x 1 para o terceiro ano. O campeonato para nós acabou ali mesmo, pelo menos para mim. Mandei um palavrão pro resto do time e me recusei a jogar os outros jogos. Aliás, nem sei se teve outros jogos ou se o time desistiu ali mesmo.

Ramon L. O. Junior

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fotos especiais

 
Uma Melastomataceae (Cambessedesia) dos campos rupestres da Serra do Cipó (MG).
 Aranha papa-mosca (Família Salticidae).

 
Gentianaceae, Irlbachia speciosa - Serra de Santa Helena (MG, Brasil). Foto obtida 2 semanas antes da grande queimada de setembro/2010 que afetou a Serra de Santa Helena.

Anu-branco (Guira guira).
Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Causo: o jogo de basquete

Pois bem, inventaram uma Olimpíada no Colégio Dom Silvério e ninguém tinha treinado nada. Só sabíamos jogar futebol e fazer física correndo de um lado para outro, subindo arquibancada, polichinelo, flexão e abdominal (Paulo Monteiro quase matava a gente).

Colégio Diocesano Dom Silvério
Com uma única "aula" de 20 minutos sobre basquete fomos nós para o jogão: Oitava A contra Oitava C.
O jogo foi uma lástima, nem sei quanto foi a duração, só sei que não deve ter passado de meia hora. Talvez dois tempos de 15 minutos. Não precisava mais do que isso para perceber o vexame da nossa preparação.
Placar do jogo: Oitava A 20 x Oitava C 2. Não digitei errado não, perdemos de 20 a 2. Pelo menos fiz a única cesta válida do nosso time, ou melhor, "time".
O momento crucial do jogo foi quando um colega nosso, não vou dizer o nome dele por razões óbvias (me lembro muito bem, até porque o nome dele é bem diferente e próximo ao meu na chamada) conseguiu fazer uma CESTA CONTRA!
Isso mesmo, cesta contra! Como foi possível? O maluco não percebeu que ao iniciar o segundo tempo tínhamos trocado de lado na quadra. Pegou a bola, saiu em disparada todo garboso e zás!!!
Resultado: Oitava C eliminada do basquete.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PARA _ _ _ _ PA _ _ V O _ _ ! ! ! (Parabéns para você pela metade.)

Pois é, no último dia 15 de junho comemoramos seis meses do ATENTADO A BOMBA NA BOMBA DO SAAE. E os culpados que seriam apontados em um mês... bem... até agora não sabemos do resultado do inquérito.

E aí, SETE DIAS, SETELAGOAS.COM.BR, GAZETA SETELAGOANA, BOCA DO POVO, HOJE JORNAL DA CIDADE, POVO NO RÁDIO e demais jornais, panfletos e assemelhados. Que tal um mutirão para descobrir a verdade? Por que não podemos saber o quê aconteceu naquele dia?

Ramon L. O. Junior

Ele voltou, o Rio de Esgoto voltou novamente...

Na verdade já tem mais de uma semana que ele está de volta. A nascente agora é bem mais acima na rua Professor Abeylard. Nem consegui chegar no ponto exato para ver. Chama a atenção o risco que os pedestres passam, pois os carros que descem a rua invariavelmente lançam respingos (e jatos) de esgoto nos passantes indignados.

Professor Abeylard com Villa Lobos e o Rio de Esgoto. Também nem sei se os motoristas se importam em respingar esgoto nos carros, já que muitos se orgulham de mandar lavar os carros com a água colifórmica da Lagoa Paulino.

Dizem que vai melhorar... é dizem. Mas por enquanto nada. Dizem que vai ser feita uma obra em toda a rua. Sigo esperando, juntamente com todos os moradores. Dizem também que é por causa das águas das chuvas que são desviadas para dentro da rede de esgoto (até concordo!), só que não está chovendo. E dizem também que é por causa do entupimento das redes com sacolas plásticas, fraldas, garrafas pets e toda a sorte de entulho (mas ainda não vi a campanha de conscientização da população).
O certo é que fede, fede mais a cada dia.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ótimas conversas de hoje

Hoje tive a oportunidade de conversar com o vereador e médico Dr. Celso Paiva, o querido Celsinho. Após uma consulta médica de rotina, expus a ele algumas ideias (já defendidas aqui no blog) com sugestões simples para alguns dos problemas puntuais da cidade. Ele se mostrou muito interessado na ideia sobre a possibilidade dos comerciantes da região central colaborarem com a questão da disponibilidade de lixeiras em frente aos seus estabelecimentos e de cederem o uso dos sanitários (em especial bares e restaurantes) ao público mediante uma contrapartida da prefeitura (projeto semelhante existe em São Paulo). Aproveitei para pedir a ele uma intervenção no sentido de viabilizar um mutirão (e depois manutenção) do combate às plantas parasitas da arborização urbana (em especial as ervas-de-passarinho e o cipó-chumbo).
Outra conversa interessante se deu agora há pouco, por telefone, com o Felipe Castanheira, do setelagoas.com.br. Conversarmos detalhadamente sobre a situação das nossas lagoas, em especial da Lagoa da Catarina e da Lagoa da Boa Vista. Sugeri um contato com o ex-secretário de Meio Ambiente, Lairson Couto, que realizou um ótimo trabalho na Lagoa do Cercadinho, garantindo já por dois invernos consecutivos a manutenção do espelho d'água. Aproveitei para elogiar o brilhante trabalho que o Felipe tem desempenhado no jornal online.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Lenda da Escola de Sagres

Creio que quase todos nós aprendemos na escola (como ainda é ensinado em algumas até hoje) que um dos motivos do "pioneirismo português" nas navegações foi a existência da famosa "ESCOLA DE SAGRES", que seria um centro de divulgação da ciência náutica e aprendizado para os navegadores portugueses. Olhem só o que se diz hoje a respeito de tal escola, mantida a grafia do sítio português:

"A existência ou não da Escola de Sagres já foi amplamente debatida no panorama historiográfico português. Porém, desde o princípio do século XX que a ideia de uma escola náutica fundada pelo Infante D. Henrique, onde se agrupariam os mais variados sábios, de várias partes da Europa, com objectivo de obter uma vasta informação sobre determinadas áreas científicas como a geografia, a astronomia ou a cartografia, se encontra ultrapassada. Esta ideia é sobretudo uma lenda que carece de provas evidentes, devida principalmente a escritores e historiadores ingleses que procuraram promover a figura e a acção do Infante de Sagres.
O infante D. Henrique fundou de facto uma vila no Algarve. Em 1443 pediu a seu irmão, o regente D. Pedro, que lhe concedesse a região inóspita de Sagres, para aí fundar uma vila. O pedido foi concedido e a vila foi fundada no lugar de Terçanabal. O infante deixou convenientemente explicitados os objectivos da fundação desta vila, numa carta testamentária datada de 19 de Setembro de 1460. Esta seria um ponto de assistência aos navegadores que aí passassem perto e precisassem de mantimentos ou de aguardar por boas condições de navegação.
Em toda a documentação do príncipe analisada até hoje, não encontramos qualquer tipo de referência a uma escola náutica em Sagres, nem sequer é uma ideia presente em nenhum escrito que seja seu contemporâneo. Gomes Eanes de Zurara apenas faz referência à vila em construção. Duarte Pacheco Pereira tal como João de Barros, apenas menciona uma vila fundada pelo Infante na Angra de Sagres. Só em 1567 na Crónica do Príncipe D. João, Damião de Góis começou a dar consistência à lenda da erudição do Infante, quando escreve que o príncipe era um homem muito dado ao estudo das letras, principalmente da Astrologia e Cosmografia. Para cultivar esses estudos e mandar navios para a Costa africana, D. Henrique teria fundado uma vila no sítio de Sagres." 
(Fonte: Luísa Gama in http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/g19.html
sugiro, para aprofundamento, a leitura do texto inteiro presente no link anterior)

Jornal Sete Dias e Lagoa Grande

O Jornal Sete Dias estampa matéria de capa (assinada pelo Celso Martinelli) sobre a possível diminuição do nível da Lagoa Grande (clique aqui para ler a íntegra). A matéria conta com importante participação do geólogo Jaime Paulino que afirma, muito corretamente, que devemos aguardar o estudo hidrogeológico para ter certeza do que está ou poderia estar acontecendo. Entretanto, questiono o problema "série histórica". Há algum levantamento periódico do nível de água daquela e de outras lagoas?

A Lagoa Grande e seu recuo: histórico?
Postei sobre o assunto da Lagoa Grande aqui no blog (clique aqui) em artigo onde estou mais preocupado com a situação de nossas APAs. Pedi, no post, uma explicação de "como anda a legislação de nossas APAs"... até agora continuo sem saber.
A foto que ilustra minha postagem foi feita em março, época de chuvas, e já mostra o imenso recuo em relação à mata ciliar da lagoa. Das duas uma: ou a lagoa está secando ou a mata ciliar virou lenha e carvão.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Na matéria, a Secretaria do Meio Ambiente "fala" da ótima qualidade das águas da Lagoa Grande. Seria interessante também que "falasse" da qualidade da água das outras lagoas, em especial da Lagoa José Félix, Boa Vista e Paulino.

"Bebi, bebi, bebi...": de novo!!!

No dia do aniversário da Lei Seca, motorista "Bebi, bebi, bebi" é preso dirigindo embriagado de novo.

Exatamente no dia em que a Lei Seca completa três anos, o motorista que ficou famoso pelo vexame de ser preso embriagado e de pijama, cai em mais uma blitz de trânsito em Belo Horizonte nessa manhã. O motorista, que estava notoriamente transtornado, disse que não estava ao volante, falou frases desconexas e brigou com a reportagem da TV Alterosa. Segundo a polícia, o motorista estava sem carteira e o carro está em nome de uma empresa. (TV Alterosa)

Veja a matéria completa e as imagens clicando aqui.

PS.: Aproveito para uma perguntinha. Como andam as estatísticas de acidentes e mortes comparando-se os três anos antes da Lei Seca e os três anos depois da Lei Seca?

domingo, 19 de junho de 2011

Mudanças no trânsito

A situação da Catedral de Santo Antônio tem provocado uma verdadeira Via Crucis para os motoristas. Impossibilitados de passarem ao lado da histórica construção, sofrem com as alternativas criadas para o fluxo de veículos na região. Uma doideira!
Agora vi uma notícia no www.setelagoas.com.br (clique aqui) sobre nova mudança na região. O setelagoas.com.br tem feito um bom trabalho de divulgação de uma série de fatos, sou leitor assíduo. Mas o que chamou a atenção mesmo, provocando risos frouxos aqui, foi a foto e a legenda:


Um leitor também percebeu a comicidade do conjunto foto/legenda. O Luiz Fernando comentou lá: "Deve ter dado até cãimbra na mão deles de tanta orientação rsrsrs ...."
Isso é que é orientação, hein Luiz? 

Ramon L. O. Junior
Foto do www.setelagoas.com.br

sábado, 18 de junho de 2011

Micrometeoritos

Encontrei o Alex em frente a Padaria Galdina. Como sempre, estava eu lá a comprar uns litros de leite. Conversamos um pouco sobre vários assuntos, entre eles o Fontana (ex-aluno gente finíssima que não vejo tem um tempão), astronomia e a possibilidade de recriar o Centro Setelagoano de Astronomia.
Na conversa, surgiu o assunto dos micrometeoritos. Tenho um amigo do mundo virtual, o Paulo Marcelo, moderador junto comigo da Comunidade de Professores de Química no Orkut. O Paulo tem alguns projetos interessantes feitos com seus alunos lá em Pernambuco. Abaixo um texto sobre micrometeoritos e algumas fotos e textos postados pelo Paulo Marcelo. Espero que aproveitem.


Coletando Micrometeoritos 
(Fonte: Jet Propulsion Laboratory, traduzido por Marcelo Galati, 

"Estrelas cadentes não são, naturalmente, estrelas realmente. Elas são realmente pequenos pedaços de rocha e metal que colidem com a atmosfera superior da Terra e, devido à fricção, queimam-se. Em raras ocasiões, satélites feitos pelo Homem e partes de espaçonaves caem na atmosfera e queimam-se da mesma forma.
O facho de luz desta queima é corretamente chamado de meteoro. Um meteoro é formado quando um objeto, usualmente do tamanho de uma bola de gude ou caroço de pipoca, atinge a atmosfera a altitudes de 80 a 100 quilômetros. O ar a esta altitude é muito fino mas os objetos estão movendo-se a dezenas de milhares de quilômetros por hora. Para ter-se uma ideia do que a fricção faz, junte suas mãos e esfregue-as para frente e para trás. Agora, esfregue-as mais rápido. O que está acontecendo? É isto o que acontece com as partículas na atmosfera superior.
Objetos maiores não se queimam por completo. Fragmentos sobreviventes atravessam a atmosfera e caem na Terra. Uma vez caídos na Terra, estes objetos são chamados meteoritos. Muitos meteoritos caem nos oceanos.
Meteoritos podem ser compostos por rocha, metal (níquel e ferro) ou uma mistura de ambos. Meteoritos rochosos são difíceis de identificar. Eles não brilham nem são radioativos. Os rochosos são mais numerosos que os metálicos.
Mas, os meteoritos metálicos são mais fáceis de achar. Raramente existem pedaços de metal encontrados em qualquer canto. Um detetor de metais pode ser usado para procurar por meteoritos metálicos. Áreas secas estéreis onde há pouca vegetação cobrindo o chão e penetrando o solo são as melhores. Leitos de lagos secos são bons locais para busca porque o vento pode soprar e retirar a poeira da superfície, deixando os meteoritos expostos. Muitos meteoritos são encontrados na camada de gelo da Antártida.
Existe um modo facil de coletar meteoritos, mas precisamos ficar satisfeitos em encontrar os metálicos pequenos. Eles são realmente microscópicos e são conhecidos como micrometeoritos. Toneladas deles caem na Terra a cada dia.
Para coletar micrometeoritos você precisa encontrar um local onde eles podem estar concentrados. Tubos de drenagem de casas ou prédios podem funcionar bem uma vez que a água das chuvas pode arrastar partículas de todo um telhado e coletá-las através das calhas de drenagem. Telhados de telhas são ótimos uma vez que eles drenam muito bem e não produzem muitos outros tipos de partículas ou detritos.
Mas sujeira, plantas, peças de anteparos de janelas e todos os outros tipos de material transportados pelo ar também são coletados. Para encontrar micrometeoritos metálicos, colete e seque o material de uma tina profunda na base da calha de drenagem. Após remover as folhas e outros detritos, coloque o material restante sobre uma folha de papel e coloque um imã sob o papel. Incline e sacuda o papel de forma que todas as partículas não-metálicas caiam para fora. Muitas das partículas metálicas restantes são pedaços de poeira espacial! Para examiná-las, coloque o papel em um microscópio. É necessário um grande aumento para vê-los claramente. A maioria das partículas não vem do espaço mas micrometeoritos irão exibir sinais de sua ardente viagem através da atmosfera. Eles serão arredondados e podem ter pequenos buracos em suas superfícies.
Muito do que você está observando são partículas que datam da formação do sistema solar, cerca de 4,6 bilhões de anos! Elas são detritos remanescentes da matéria-prima que constituiu os planetas conhecidos e os asteróides. Muitas partículas foram quebradas ou cairam de objetos maiores."

Abaixo, fotos obtidas pelo Paulo Marcelo e publicadas no Fotolog em 2007, com seus respectivos comentários:

Essa é uma foto especial. Ela foi tirada de nossa 1ª tentativa de coletar micrometeoritos na chuva do último fim de semana.
A foto foi obtida com auxílio de um microscópio (ampliação de 640 vezes) e apresenta dois possíveis micrometeoritos, que são os corpos esféricos de cor metálica apontados pelas setas.
A coleta dos micrometeoritos baseia-se no fato de que os micrometeoritos ferrosos são atraídos pelo campo magnético de um ímã (no caso, utilizamos ímãs de HDs de computador), que foram colocados em garrafas dispostas estrategicamente em calhas de água, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, Pernambuco. Os coletores (foram seis ao todo) foram fixados na sexta-feira à tarde e recolhidos na manhã da segunda-feira.
A expectativa inicial é coletar aproximadamente uma dezena de micrometeoritos, separando-os das placas de ferrugem (os demais corpos que aparecem na foto), de origem terrestre. (Paulo Marcelo, Olinda, Pernambuco)
Micrometeorito ao lado de um fio de cabelo. Ampliação de 18 vezes.
Esse foi o maior micrometeorito que encontramos até agora, nas duas coletas. Inclusive dá para perceber o formato esférico a olho nu, o que não conseguimos na maioria dos casos.
Paulo Marcelo, Olinda, Pernambuco)