As opiniões emitidas neste blog, salvo aquelas que correspondem a citações, são de responsabilidade do autor do blog, em nada refletindo a opinião de instituições a que o autor do blog eventualmente pertença. Nossos links são verificados permanentemente e são considerados isentos de vírus. As imagens deste blog podem ser usadas livremente, desde que a fonte seja citada: http://ramonlamar.blogspot.com. Este blog faz parte do Multiverso de Ramon Lamar
Mostrando postagens com marcador cidadania. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cidadania. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Sete Lagoas, a Estrada dos Tropeiros e as Gameleiras da Memória

A história de Minas Gerais é inseparável de suas estradas coloniais. Quando se fala em Estrada Real, muitos imediatamente lembram os caminhos oficiais reconhecidos hoje pelo Instituto Estrada Real — o Caminho Velho, o Caminho Novo, o Caminho dos Diamantes e o Caminho do Sabarabuçu. Esses trajetos foram fundamentais para a circulação do ouro e dos diamantes entre as minas e os portos do Rio de Janeiro e Paraty, consolidando uma rede de controle fiscal e de vigilância da Coroa portuguesa.
Mas, paralelamente a esses caminhos oficiais, existia uma imensa malha de estradas secundárias, atalhos, trilhas e rotas alternativas utilizadas por tropas de mulas e gado, responsáveis pelo abastecimento das vilas mineradoras. É nesse contexto que surge a chamada Estrada dos Tropeiros, que cruzava a região de Sete Lagoas, conectando-a às áreas mais ativas da mineração.

A participação de Sete Lagoas no sistema de estradas coloniais
Embora não esteja no mapa oficial da Estrada Real, Sete Lagoas teve papel fundamental na engrenagem econômica e social do período. A cidade e seus arredores eram ricos em lagoas, pastagens e terras agricultáveis, o que a transformou em um importante polo de abastecimento para os centros mineradores. Enquanto Ouro Preto, Sabará e Diamantina dependiam quase exclusivamente da mineração, era em localidades como Sete Lagoas que se produziam os alimentos, o gado, os couros e outros insumos essenciais à vida cotidiana nas minas.

O tropeirismo foi a espinha dorsal dessa conexão. Tropas de mulas e boiadas seguiam em longas caravanas transportando:
  • alimentos (milho, feijão, mandioca, rapadura);
  • gado em pé e carne fresca para abastecer os arraiais;
  • produtos derivados da pecuária, como couro e sebo;
  • além de mercadorias vindas de fora, como tecidos, ferramentas, sal e aguardente.
Essas tropas seguiam em direção ao norte, conectando Sete Lagoas a Curvelo, Serro e Diamantina, onde se integravam ao Caminho dos Diamantes. Assim, mesmo não estando no traçado oficial, a cidade fazia parte de um circuito indispensável para a manutenção da vida mineradora.

As Gameleiras como marcos de viagem
Dentro de Sete Lagoas, a memória do tropeirismo está viva em pontos específicos. Um deles é o bairro rural de Gameleiras, cujo nome remete às antigas árvores que marcavam pousos de tropas. Mas talvez o símbolo mais marcante esteja dentro da própria cidade, próximo à Lagoa do Cercadinho.
Ali permanecem de pé duas enormes gameleiras (Ficus doliaria, gameleira branca), árvores centenárias de copa ampla, cujas raízes se entrelaçam com a história local. Esses exemplares não são apenas vegetação: eles funcionavam como marcos naturais e referenciais de viagem.
As tropas que saíam de Sete Lagoas rumo ao norte passavam por esse ponto, aproveitando a sombra generosa e a proximidade da lagoa para descansar antes de seguir viagem. Na prática, essas duas árvores eram o portal simbólico de saída da cidade pela Estrada dos Tropeiros, um verdadeiro testemunho vivo do movimento que ligava Sete Lagoas ao Caminho dos Diamantes e à vasta rede de circulação colonial.

Patrimônio vivo ameaçado
Essas duas gameleiras, localizadas logo abaixo da Lagoa do Cercadinho, são tombadas pelo patrimônio histórico, reconhecidas como parte da memória cultural da cidade. No entanto, apesar desse status de proteção, estão atualmente ameaçadas de corte pelo proprietário da área em que se encontram.


É uma contradição dolorosa: árvores que sobreviveram por séculos, testemunhando a passagem de tropeiros, viajantes e boiadas, hoje correm risco por interesses imediatos que ignoram seu valor simbólico e coletivo.
Mais do que árvores, elas representam a história de Sete Lagoas, a ligação com a Estrada dos Tropeiros e, por consequência, com o próprio processo de formação de Minas Gerais. Preservá-las não é apenas proteger o meio ambiente, mas também garantir a continuidade de uma memória que pertence a todos.

📌 Em tempos de urbanização acelerada e de apagamento da história local, as Gameleiras da Lagoa do Cercadinho nos lembram que a identidade de uma cidade se constrói também na preservação de seus símbolos. Cortá-las seria mais do que eliminar árvores centenárias: seria apagar um pedaço vivo da memória coletiva.

Ramon L.O. Junior

domingo, 13 de julho de 2025

Uma árvore bacana para as calçadas e as podas mal feitas da CEMIG

Olá, pessoal!

Ontem, caminhando pela Rua Goiás, passei em frente à casa que morei quando criança. Essa casa foi vendida por meu pai para nosso amigo Prezado (Prezado Frangos) e até hoje a família dele comercializa lá um delicioso frango assado. Fica em frente ao CEME (Centro Educacional Mundo Encantado), uma referência no ensino em Sete Lagoas, com suas turmas do Fundamental I, capitaneado pela minha cunhada Teca e minhas sobrinhas Priscila e Carolina.

Aproveitei para fotografar a árvore que foi plantada em frente ao "Prezado", uma árvore-samambaia. Conheci-a quando fiz um dos meus cursos de Paisagismo Urbano em Holambra, juntamente com minhas colegas Adriana Drumond (artista plástica) e Regina Márcia (arquiteta). Gostamos muito dessa árvore e também da grama-amendoim. Com muito custo e insistência conseguimos trazer a grama-amendoim para que se tornasse conhecida em Sete Lagoas a partir de um projeto que fizemos para a praça Alexandre Lanza, em que fizemos a proposta que a mesma fosse utilizada. Daí ela, por sugestão minha, foi plantada em algumas das bases das palmeiras da Lagoa Paulino (era para plantar em todas, mas resolveram plantar clorofito e algumas e, como eu previa, não foi pra frente).

Bom, voltando à árvore-samambaia, está aí uma árvore que não é agressiva com calçadas (desde que plantada com espaçamento adequado), e tem uma série de características interessantes (apesar de ser uma espécie exótica, mas sem potencial para tornar-se invasora):

  • Raízes pouco agressivas – geralmente não causam elevação ou rachaduras em calçadas.
  • Tamanho controlado – pode chegar a cerca de 8, mas costuma ser mantida menor com poda.
  • Copa densa e ornamental, com aparência exótica e folhas que lembram samambaias.
  • Pouca sujeira – ao contrário de muitas árvores tropicais, não solta flores ou frutos em excesso.
  • Boa sombra, mas não excessiva ao ponto de escurecer demais calçadas ou jardins.
  • Raramente apresenta pragas ou doenças.

Acho que vale a pena conhecerem. Encontrei outras plantadas aqui em Sete Lagoas: ao lado do Colégio Caetano e em frente ao restaurante Mamute. Essa da rua Goiás precisará, em breve, de receber uma poda de elevação, para permitir melhor passagem de pedestres pela calçada. Vejam a foto:


Descendo um pouco mais a rua, aparecem para mim aquelas árvores fantasmagóricas, disformes pelas podas conduzidas pela CEMIG (geralmente são empresas terceirizadas). É um absurdo! A CEMIG publica um dos melhores MANUAIS DE ARBORIZAÇÃO que conheço, mas parece que é só para inglês ver.


Vejam só essas "podas técnicas" da CEMIG, na rua Goiás:

Francamente! É muito melhor investir num projeto de melhoria da arborização, suprimir essas árvores e plantar espécies mais adequadas que não atinjam a fiação ou que possam ser conduzidas para abrir a copa acima da fiação (muitos países desenvolvidos fazem isso). 
Acho que já passou muito da hora da Prefeitura Municipal e a CEMIG olharem para essa situação. Árvores podadas dessa forma podem ter seus caules apodrecidos por infiltração de água das chuvas e proliferação de cupins e fungos, bem como perdem totalmente o centro de equilíbrio e numa ventania mais forte podem cair provocando tragédias (envolvendo veículos, crianças, idosos...).
E olha que nem estou comentando da péssima arborização da cidade (que depois reclama do calorão). Em certos quarteirões não há uma árvore sequer.
Gente, vamos trabalhar de forma técnica, por favor!!!
Ah, breve comentarei do novo paisagismo de nossas praças e seus problemas!!!

- Ramon, que caramba, você só vê problemas???
- Não gente, eu vejo que falta muita técnica na nossa pobre arborização urbana. Já expliquei muito sobre isso aqui no blog. Por uma série de razões eu havia diminuido a frequência desse tipo de postagem. Mas não dá. Prefiro ser voz solitária a não escutar nenhuma voz. Vai dar certo... uma hora vai dar certo!

Ramon L. O. Junior

PS.: Agora, se você acha que tá tudo bacana... fica difícil!

sábado, 12 de julho de 2025

Alerta para a Prefeitura e Gestores Locais: A Importância da Vigilância e Conservação dos Espaços Públicos

Hoje à tardinha, fotografei uma mesa de cimento e um banco quebrados em uma área pública da nossa cidade, junto àquela grande gameleira perto da Estação de Transbordo. Esses sinais de depredação são mais do que apenas danos materiais — eles refletem um problema que pode se agravar rapidamente se não forem tomadas medidas imediatas.

Como já discutimos em nosso blog, a Teoria das Janelas Quebradas mostra que, quando pequenas quebras ou sinais de abandono não são reparados, isso incentiva atos maiores de vandalismo e degradação, gerando um ciclo negativo que afeta toda a comunidade.

Criar espaços públicos de lazer é fundamental para o bem-estar da população, promovendo convivência, saúde e qualidade de vida. Porém, a manutenção constante desses espaços é tão importante quanto sua construção. Mesmo que essas áreas tenham sido implantadas em administrações anteriores, é compromisso das gestões atuais garantir que o investimento feito no passado não se perca por falta de cuidado e vigilância.

Zelar pelos patrimônios públicos é investir no presente e no futuro da cidade, evitando o desperdício de recursos e promovendo um ambiente mais seguro e agradável para todos. Por isso, reforçamos a necessidade urgente de atenção e ação para conservar nossos espaços públicos, garantindo que eles continuem cumprindo seu papel social.

Vamos juntos cuidar do que é nosso! 

terça-feira, 8 de julho de 2025

Por que ainda existem pessoas que acreditam que a Terra é plana?

Oi, pessoal!!!

Volto com um tema já abordado recentemente, mas que muito me intriga. Sendo professor, e da área das Ciências, fico deveras encucado com toda desinformação, desconhecimento e até má-fé em relação ao tema da "Terra Plana" X "Bola Molhada" (como gostam de dizer os terraplanistas).

Sim, em pleno século XXI, ainda há quem acredite que a Terra é plana. Apesar de todas as evidências científicas, imagens de satélite, observações astronômicas e até experimentos milenares, essa ideia absurda encontra defensores apaixonados — e, acredite, até lucrativos.

Mas como isso é possível? Por que tanta gente se recusa a aceitar que vivemos num planeta esférico? E mais: o que está por trás dessa crença?

Desconfiar virou regra — mesmo sem entender do que se trata

Muitos defensores da Terra plana não confiam em governos, cientistas, universidades ou qualquer instituição tradicional. Para eles, tudo pode fazer parte de uma grande conspiração global. Nesse tipo de mentalidade, acreditar que a Terra é plana vira quase um ato de “rebeldia” e “libertação”, mesmo que completamente sem base.

Entender que a Terra é redonda exige mais do que repetir o que está no livro

Pode parecer simples, mas aceitar a esfericidade do planeta exige compreender alguns conceitos básicos de física, geometria e astronomia. E isso nem sempre é fácil — ou ensinado de maneira clara. Veja alguns desafios que uma pessoa precisa superar para aceitar esse fato:

- Entender que a Terra é tão grande que sua curvatura não é visível a olho nu em pequenas distâncias;

- Compreender como as sombras mudam dependendo da posição do Sol (como na famosa experiência de Eratóstenes, há mais de 2 mil anos);

- Saber que corpos celestes massivos tendem a assumir a forma esférica por causa da gravidade;

- Notar que em diferentes partes do mundo vemos constelações distintas no céu noturno;

- E, claro: se a Terra fosse plana, por que o Japão está “embaixo” e os japoneses não caem?

E você? Já parou para pensar nisso? Se a Terra fosse plana, por que temos fusos horários? Por que os eclipses projetam sombras sempre circulares na Lua? Em algum momento não deveriam projetar um traço ou um retângulo comprido?

Mas a verdade é que tem gente ganhando dinheiro com a mentira

Por mais chocante que pareça, há pessoas que lucram defendendo a Terra plana. Isso mesmo: o terraplanismo se tornou um negócio lucrativo, sustentado por vídeos de YouTube, palestras, produtos e teorias conspiratórias. Veja como:

1. Canais monetizados: Vídeos com títulos como “A NASA mente para você!” ou “A Terra é plana e posso provar” atraem milhões de visualizações — mesmo que o conteúdo seja falso. Quanto mais engajamento, mais dinheiro o criador recebe das plataformas.

2. Venda de livros, camisetas e cursos: Alguns influenciadores vendem produtos como se estivessem “abrindo os olhos das pessoas”. Criam livros autopublicados, vendem cursos e até organizam eventos presenciais pagos.

3. Doações de seguidores: Eles criam uma narrativa de que estão “lutando contra o sistema” e recebem doações regulares de quem acredita na “causa”. Isso alimenta uma rede onde desinformação e lucro andam lado a lado.

Por que isso é perigoso?

Quando a mentira se transforma em produto, ela ganha força. O terraplanismo não é só uma crença errada — é parte de uma cultura de desinformação que enfraquece a ciência, a educação e a confiança em fatos verificáveis.

Mais do que isso: quem acredita nisso também tende a cair em outras ideias perigosas, como negar vacinas, duvidar do aquecimento global, rejeitar a evolução biológica... É um efeito dominó. Afinal, tudo faz parte da "farsa que é a Ciência".

O problema não é só a ignorância — é a resistência ao conhecimento

Hoje, não basta ensinar que a Terra é esférica. É preciso mostrar como se pensa cientificamente, como se valida uma evidência, e por que devemos confiar em métodos que foram testados, debatidos e aperfeiçoados ao longo de séculos.

Mais do que transmitir informação, a missão da educação científica é formar mentes críticas, que saibam perguntar, investigar e construir conhecimento com base em fatos, e não em boatos.

E você?

- O que pensa sobre esse assunto?

- Já conversou com alguém que realmente acredita que a Terra é plana?

- Por que você acha que essa ideia ainda se espalha, mesmo sendo tão absurda?

Se você acredita que o conhecimento é a melhor ferramenta contra a desinformação, compartilhe esse texto. Vamos continuar discutindo, aprendendo e fortalecendo o pensamento crítico.

Porque, sim: a Terra é uma esfera. Claro, não é uma esfera perfeitinha igual a uma bola de bilhar, mas as imperfeições do relevo e de outros efeitos são mínimas em relação ao tamanho do planeta. A ignorância não pode continuar girando solta por aí. 

sábado, 28 de junho de 2025

Sete Lagoas: desafios e problemas urbanos. (OPINIÃO DO CHATGPT... Reclamem com ele!)

Pedi ao ChatGPT para criar um texto elencando os problemas de nossa cidade. Segue abaixo:

Sete Lagoas, localizada no estado de Minas Gerais, é uma cidade conhecida por suas belezas naturais, especialmente suas lagoas que dão nome ao município, e por sua importância econômica regional. No entanto, apesar das qualidades, a cidade enfrenta diversos desafios e problemas que afetam a qualidade de vida de seus habitantes.

Um dos principais problemas de Sete Lagoas está relacionado ao saneamento básico. Embora a cidade tenha avançado em infraestrutura, muitas lagoas e cursos d’água localizados em áreas mais periféricas ainda são atingidos por despejos irregulares de esgoto. Embora lagoas centrais como a Paulino e a Boa Vista apresentem melhores condições, não sendo afetadas pelo lançamento direto de esgoto, também há preocupação com sua preservação a longo prazo.Essa contaminação compromete a qualidade da água e causa impactos ambientais e sanitários significativos para as comunidades próximas.

Outro aspecto crítico é a qualidade da pavimentação das ruas e das calçadas. No centro da cidade, as vias e calçadas apresentam condições razoáveis, mas ao se afastar apenas alguns quarteirões da região central, a situação piora consideravelmente. Em bairros periféricos, a pavimentação é frequentemente precária, com muitas ondulações, buracos, falta de manutenção e calçadas danificadas e mal construídas (quando sequer existem), dificultando a mobilidade, especialmente para idosos, pessoas com deficiência e pedestres em geral.

No que se refere à mobilidade urbana e transporte público, o crescimento populacional e a expansão da frota de veículos geram congestionamentos nos horários de pico. Soluções mais modernas como viadutos e semáforos inteligentes, com contagem de tempo ou  sincronização adequada são raríssimas. O transporte coletivo, em especial para os bairros mais afastados, tem poucas opções e pouca concorrência, é insuficiente e ineficiente, o que limita o acesso dessas populações aos serviços básicos e ao centro da cidade, agravando as desigualdades sociais.

A segurança pública permanece um desafio crescente em Sete Lagoas. A atuação da Guarda Municipal, embora importante, tem se mostrado insuficiente para conter problemas como a depredação de patrimônio público e particular. Além disso, o aumento da criminalidade, incluindo furtos e violência urbana, preocupa os moradores e exige ações mais efetivas e integradas com as forças policiais estaduais. A própria ação policial preventiva de problemas no trânsito é precária. A população constantemente reclama da falta de blitzes educativas ou de ações mais coordenadas para coibir avanços de sinal principalmente por bicicletas e motos, ou do som automotivo em altas horas da noite e nas madrugadas ou nas proximidades de escolas e hospitais.

Os problemas ambientais vão além do saneamento. A cidade enfrenta questões relativas à poluição do ar, com a emissão de particulados finos oriundos de atividades industriais e do tráfego intenso, afetando a qualidade do ar, especialmente em regiões próximas às indústrias. O mau cheiro proveniente de algumas fábricas é frequentemente relatado pela população, o que impacta a qualidade de vida local. Ademais, a existência de loteamentos irregulares em áreas de proteção ambiental e a realização de eventos sem o devido controle ambiental nessas regiões agravam a degradação ambiental, ameaçando a biodiversidade e os recursos naturais.

No âmbito social, Sete Lagoas enfrenta desafios relacionados à desigualdade social. Há um número significativo de moradores em situação de rua, refletindo a insuficiência de políticas públicas de acolhimento e assistência social. Além disso, os bairros mais afastados carecem de infraestrutura adequada, como saneamento, iluminação, áreas de lazer e saúde, o que limita a qualidade de vida desses moradores. O transporte público precário para essas áreas também dificulta o acesso a oportunidades e serviços essenciais, reforçando ciclos de exclusão social.


A percepção da população sobre a representação política legislativa e executiva em Sete Lagoas costuma ser bastante variável e depende muito do contexto político, dos mandatos em exercício, e dos resultados percebidos pelas pessoas em relação à gestão municipal.

De modo geral, algumas reclamações comuns da população incluem:

  • Falta de transparência e comunicação clara sobre decisões e investimentos públicos, o que gera desconfiança.

  • Demora ou insuficiência nas soluções para problemas crônicos da cidade, como saneamento, segurança e infraestrutura urbana.

  • A sensação de que a atuação política, tanto da Câmara Municipal quanto da Prefeitura, não acompanha a urgência dos problemas enfrentados, causando frustração.

  • Em alguns momentos, protestos e manifestações apontam para uma insatisfação com decisões polêmicas ou com a percepção de prioridades equivocadas na gestão.

Por outro lado, há também setores da população que reconhecem avanços em determinadas áreas e valorizam projetos sociais, culturais ou investimentos em infraestrutura que foram implementados.

Em suma, embora Sete Lagoas possua potencial para se desenvolver de forma sustentável, é fundamental que as autoridades e a sociedade civil trabalhem juntas para superar essas questões críticas. Investimentos em infraestrutura, saneamento, mobilidade, segurança, meio ambiente e inclusão social são essenciais para garantir uma melhor qualidade de vida para todos os seus habitantes e a preservação dos recursos naturais que fazem parte da identidade da cidade.

ChatGPT (na dúvida, submeta esse texto a ele e peça confirmação dos dados apresentados). 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

TEMPOS SOMBRIOS NO PLANETA TERRA

É... meus queridos.

A importância de estudar História sempre foi falada por todos os nossos professores de história. "Conhecer os erros do passado para não repeti-los no presente!".

Taí... neonazifacismo comendo de colher com as velhas retóricas de "Ameaça Comunista" e vai por aí afora... Como sempre é uma questão de dinheiro e poder.

As camadas mais pobres ou invisíveis do planeta que se fumentem!

Vamos ver até onde vai chegar...


"Quase o mundo inteiro, por enquanto, né?"

Se cuida, México!!!

Xingar ou ofender os donos dessas plataformas, ou seus poderosos amigos, é liberdade de expressão?

Fakenews, racismo, homofobia e outras coisinhas ganham força agora!


Esta postagem é só para guardar essas informações!!!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

LEIS INÓCUAS SOBRE A ARBORIZAÇÃO DE SETE LAGOAS - UM VEXAME

Meus amigos,

como é possível que duas leis publicadas no intervalo de quatro meses ao longo de 2024 sejam solenemente esquecidas? Uma publicada em Julho e a outra publicada em Novembro, emanadas das propostas de dois vereadores, tratando do mesmo tema da Conscientização sobre Arborização Urbana.

Uma prevendo o primeiro domingo de dezembro para ações de plantio e outra prevendo a semana subsequente como semana de conscientização sobre a importância da arborização.

Pois é... o domingo passou, a semana passou e NADA FOI FEITO! VEXAME!!!

Com a palavra a prefeitura de Sete Lagoas, a Secretaria de Meio Ambiente (que assina em conjunto as duas leis), a Câmara Municipal e os dois vereadores autores dos projetos (Caio Valace e João Evangelista) que seguem abaixo (imagino que os vereadores devam estar bem desapontados):




Eu estava começando a idealizar e convidar pessoas para uma campanha pró-arborização de Sete Lagoas, mas como fazê-lo se o Poder Público é tão avesso aos próprios compromissos que assume com as esferas de governo. Quanto mais com uma iniciativa única de cidadão. Lamentável, lamentável e lamentável.
Hoje acabamos de ter a notícia que atingimos o aumento 1,5 graus Celsius que o Acordo de Paris esperava para o final do século XXI. E nem um quarto do século completamos. Com as cidades agindo desse jeito, com o suco do PURO NEGACIONISMO CLIMÁTICO, medidas demagógicas e tudo do gênero, nosso futuro não vai ser lá grande coisa.
A gente tenta fazer... mas como?

Ramon Lamar de Oliveira Junior
Professor e Biólogo

quinta-feira, 23 de maio de 2024

ATUALIZADO: Número de Casos de Dengue, Chikungunya e Zika no Brasil

O Ministério da Saúde não publica - sei lá por qual motivo - um gráfico mostrando os casos de Dengue ao longo dos anos. Deveria publicar, atualizado ano a ano, para se ter uma ideia real da situação de endemia-epidemia que vivemos. A localização dos dados nos sites do Ministério da Saúde está cada vez mais confusa. Segue a informação mais atualizada (Semana Epidemiológica 20 de 2024).

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Construção de mega-estruturas na Serra de Santa Helena

Prezados(as) e queridos(as) leitores(as) do blog.

Lá vou eu me enveredar por um novo caminho complexo. Espero ter a devida compreensão de vocês sobre a minha fala e meu ponto de vista.

A Serra de Santa Helena é um dos nossos patrimônios ambientais mais importantes. Acho que isso é consenso.

Ter um patrimônio ambiental significa que temos que cuidar dele. Isso envolve vários tópicos: número de visitantes, estruturas para os visitantes, impactos sobre o ambiente (pisoteio da vegetação, erosão de encostas, perturbação das espécies nativas, introdução de espécies exóticas, destinação de resíduos sólidos e líquidos, risco de incêndios florestais...) e manutenção dos espaços. Gerenciar tudo isso é função do Conselho Gestor da APA da Serra de Santa Helena, do Codema e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, conjuntamente e solidariamente.

Ouvi nas últimas semanas algumas histórias de que a Diocese estaria interessada em fazer um Complexo na Serra de Santa Helena. Estou chamando de "complexo" porque certamente seria algo bastante complexo. Não tenho muitos detalhes, mas me preocupo por qualquer iniciativa que seja "mega-qualquer-coisa" no local. Imaginem algo como uma mini-Aparecida, com uma visitação diária de 1000 pessoas nos finais de semana, todo o impacto gerado por trânsito, estacionamentos, destinação de resíduos, ruídos e outras formas de prejuízo ambiental. 

Sei muito bem que Sete Lagoas é uma cidade com toda característica que irá abraçar a causa da Diocese. Eu mesmo sou um defensor do Turismo Religioso, como várias vezes me manifestei aqui no blog (e que só agora vi ao menos as fitinhas de Santa Helena anexadas próximas à igrejinha). Parabéns para quem teve a ideia das fitinhas, ou a ouviu de tanto que falei dela, e colocou em prática. Contudo, sendo biólogo, não posso simplesmente deixar estar, passar pano como dizem hoje. 

Se algo vai ser feito, que seja feito estritamente dentro das regras de Zoneamento Ambiental da APA.

Relembrando algumas vezes que a Campanha da Fraternidade da CNBB abordou a temática.

Religiosidade para mim é coisa muito séria, respeito muito e falo bastante em sala de aula (quem é ou já foi meu aluno(a), sabe). Liberdade de Culto, cada um com sua religião, é coisa seríssima e que prezo muito, muito, muito. Mas Meio Ambiente também é coisa muito séria. Ciência é coisa muito séria. A preservação do Meio Ambiente para as futuras gerações é coisa tão séria que está ali, conclamada em nossa Constituição Federal.

Vamos abrir o diálogo.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Agora, imaginem o que eu penso de bondinhos, trenzinhos no meio da mata, hotéis de seis estrelas e restaurantes gourmet na Serra de Santa Helena! Até cabe um restaurante bacana e uma pousada chique, mas nada megalomaníaco!!! Por que não pensamos, em termos de políticas públicas, nas atividades sustentáveis e culturais como o arborismo em área delimitada, rapel, trilhas ecológicas com informações para o caminhante, mirantes de contemplação da natureza e dos pássaros, área de exposições permanentes no "restaurante do Parque da Cascata", mini-biblioteca com acervos sobre a Serra de Santa Helena, área para recepcionar grupos de estudantes para trabalhos de engajamento ambiental...?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

LULA-3 NÃO VAI TER VIDA FÁCIL

Tomou posse e subiu a rampa. E agora?

A resistência a um novo governo do petista é muito grande, afinal de contas o país está dividido praticamente ao meio, ou melhor, assim saiu das eleições com o resultado das urnas. Contudo, talvez e um talvez bem grande, a oposição sistemática e barulhenta mesmo não seja maior que 35% da população (algumas pesquisas têm demonstrado isso). Em termos de poder econômico, esses 35% devem representar uns 80 a 85% do país. Muitas pessoas votaram no "tanto faz" e isso pode favorecer (ou não) o novo governo.

Diversas bombas-relógio foram armadas como a desoneração de folhas de pagamento e redução ou retirada de impostos para abaixar artificialmente, via fórceps, os índices de inflação na segunda metade de 2022 já estão vindo cobrar a conta. Inevitavelmente, quando os impostos voltarem (e têm que voltar pois isso não foi feito de graça) a inflação dará um salto e a conta - graças à memória curtíssima e a contra-propaganda - cairá no colo do presidente e seus ministros da área econômica. Até convém já ir explicando isso por meio de propagandas oficiais do governo.

A resistência por parte de uma grande parcela dos três setores da economia também será grande, não descartando a possibilidade de boicote.

Mas também o governo terá que fazer muito bem o seu dever de casa. Trabalhar com uma austeridade e assertividade jamais vista. Será capaz? Aguardemos a marcha dos acontecimentos.

Ramon Lamar de Oliveira Junior


P.S.: E ainda por cima as "manifestações" do dia 08 de janeiro de 2023.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

PARA LER, GUARDAR, COBRAR E ANALISAR: DISCURSOS DE LULA NA POSSE 2023 - ÍNTEGRA DOS DISCURSOS NO CONGRESSO E NO PARLATÓRIO

NO CONGRESSO

Se estamos aqui é graças à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos. Foi a democracia a grande vitoriosa, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu; as mais violentas ameaças à liberdade do voto.

Ao retornar a este plenário da Câmara dos Deputados, onde participei da Assembleia Constituinte de 1988, recordo com emoção os embates que travamos aqui, democraticamente, para inscrever na Constituição o mais amplo conjunto de direitos sociais, individuais e coletivos.

Quando fui eleito presidente pela 1ª vez, ao lado do José Alencar, iniciei o discurso de posse com a palavra “mudança”. A mudança que pretendíamos era simplesmente concretizar os preceitos constitucionais. O direito à vida digna, sem fome, com acesso ao emprego, saúde e educação.

Disse, naquela ocasião, que a missão de minha vida estaria cumprida quando cada brasileiro e brasileira pudesse fazer 3 refeições por dia. Ter de repetir este compromisso no dia de hoje é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao país nos anos recentes.

Nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que esta Nação levantou vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer este edifício que vamos dirigir todos os nossos esforços.

Em 2002, dizíamos que a esperança tinha vencido o medo, no sentido de superar os temores diante da inédita eleição de um representante da classe trabalhadora. Em oito anos de governo deixamos claro que os temores eram infundados. Do contrário, não estaríamos aqui novamente.

Ficou demonstrado que um representante da classe trabalhadora podia, sim, dialogar com a sociedade para promover o crescimento econômico de forma sustentável e em benefício de todos, especialmente dos mais necessitados.

Ficou demonstrado que era possível, sim, governar este país com a mais ampla participação social, incluindo os trabalhadores e os mais pobres no orçamento e nas decisões de governo.

Ao longo desta campanha eleitoral vi a esperança brilhar nos olhos de um povo sofrido, em decorrência da destruição de políticas públicas que promoviam a cidadania, os direitos essenciais, a saúde e a educação.

O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública.

É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos.

Diante do desastre orçamentário que recebemos, apresentei ao Congresso Nacional propostas que nos permitam apoiar a imensa camada da população que necessita do estado para sobreviver. Agradeço à Câmara e ao Senado pela sensibilidade frente às urgências do povo brasileiro.

Nenhuma nação se ergueu nem poderá se erguer sobre a miséria de seu povo. Este compromisso começa pela garantia de um Programa Bolsa Família renovado, mais forte e mais justo, para atender a quem mais necessita.

Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros, que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra.

A liberdade que sempre defendemos é a de viver com dignidade, com pleno direito de expressão, manifestação e organização. A liberdade que eles pregam é a de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente e impor a lei do mais forte acima das leis. O nome disso é barbárie.

A partir de hoje, a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público.

Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a Nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros, com direito amplo de defesa, dentro do devido processo legal.

O mandato que recebemos, frente a adversários inspirados no fascismo, será defendido com os poderes que a Constituição confere à democracia. Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com verdade. Ao terror e à violência, responderemos com a Lei e suas mais duras consequências.

Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre!

Em diálogo com os 27 governadores, vamos definir prioridades para retomar obras irresponsavelmente paralisadas, que são mais de 14 mil no país. Vamos retomar o Minha Casa Minha Vida e estruturar um novo PAC para gerar empregos na velocidade que o Brasil requer.

Vamos impulsionar as pequenas e médias empresas, potencialmente as maiores geradoras de emprego e renda, o empreendedorismo, o cooperativismo e a economia criativa. A roda da economia vai voltar a girar e o consumo popular terá papel central neste processo.

O Brasil pode e deve figurar na primeira linha da economia global. Caberá ao estado articular a transição digital e trazer a indústria brasileira para o Século XXI, com uma política industrial que apoie a inovação, estimule a cooperação público-privada e fortaleça a ciência.

Nenhum outro país tem as condições do Brasil para se tornar uma grande potência ambiental. Vamos iniciar a transição energética e ecológica para uma agropecuária e uma mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte, uma indústria mais verde.

Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola.

Incentivaremos, sim, a prosperidade na terra. Liberdade e oportunidade de criar, plantar e colher continuará sendo nosso objetivo. O que não podemos admitir é que seja uma terra sem lei. Não vamos tolerar a violência contra os pequenos, o desmatamento e a degradação do ambiente.

Esta é uma das razões, não a única, da criação do Ministério dos Povos Indígenas. Ninguém conhece melhor nossas florestas nem é mais eficaz de defendê-las do que os que estavam aqui desde tempos imemoriais. Vamos revogar todas as injustiças cometidas contra os povos indígenas.

Não é admissível que negros e pardos continuem sendo a maioria pobre e oprimida. Criamos o Ministério da Promoção da Igualdade Racial para ampliar a política de cotas, além de retomar as políticas voltadas para o povo negro e pardo na saúde, educação e cultura.

Estamos refundando o Ministério da Cultura, com a ambição de retomar mais intensamente as políticas de incentivo e de acesso aos bens culturais, interrompidas pelo obscurantismo nos últimos anos. Uma política cultural democrática não pode temer a crítica nem eleger favoritos.

Que brotem todas as flores e sejam colhidos todos os frutos da nossa criatividade, Que todos possam dela usufruir, sem censura nem discriminações.

É inadmissível que as mulheres recebam menos que os homens, realizando a mesma função. Que não sejam reconhecidas em um mundo político machista. Que sejam assediadas impunemente nas ruas e no trabalho. Que sejam vítimas da violência dentro e fora de casa.Estamos refundando também o Ministério das Mulheres para demolir este castelo secular de desigualdade e preconceito.

Sob a proteção de Deus, inauguro este mandato reafirmando que no Brasil a fé pode estar presente em todas as moradas, nos diversos templos, igrejas e cultos. Neste país todos poderão exercer livremente sua religiosidade.

O período que se encerra foi marcado por uma das maiores tragédias: a Covid-19. Em nenhum outro país a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar emergências sanitárias, graças ao SUS.

O Ministério da Justiça e da Segurança Pública atuará para harmonizar os Poderes e entes federados no objetivo de promover a paz onde ela é mais urgente: nas comunidades pobres, no seio das famílias vulneráveis ao crime organizado, às milícias e à violência, venha de onde vier.

Este paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes. O que nos cabe, no momento, é prestar solidariedade aos familiares de quase 700 mil vítimas.

Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo.

O modelo que propomos, aprovado nas urnas, exige, sim, compromisso com a responsabilidade, a credibilidade e a previsibilidade. Não podemos fazer diferente. Teremos de fazer melhor.

Os olhos do mundo estiveram voltados para o Brasil nestas eleições. O mundo espera que o Brasil volte a ser um líder no enfrentamento à crise climática e um exemplo de país social e ambientalmente responsável, capaz de promover o crescimento econômico com distribuição de renda.

O Brasil tem de ser dono de si mesmo, dono de seu destino. Tem de voltar a ser um país soberano. Com soberania e responsabilidade seremos respeitados para compartilhar essa grandeza com a humanidade – solidariamente, jamais com subordinação.

A relevância da eleição no Brasil refere-se, por fim, às ameaças que o modelo democrático vem enfrentando. Ao redor do planeta, articula-se uma onda de extremismo autoritário que dissemina o ódio e a mentira por meios tecnológicos que não se submetem a controles transparentes.

Reafirmo, para o Brasil e para o mundo, a convicção de que a Política, em seu mais elevado sentido – e apesar de todas as suas limitações – é o melhor caminho para o diálogo entre interesses divergentes. Negar a política, desvalorizá-la e criminalizá-la é o caminho das tiranias.

Minha mais importante missão será honrar a confiança recebida e corresponder às esperanças de um povo sofrido, que jamais perdeu a fé no futuro nem em sua capacidade de superar os desafios. Com a força do povo e as bênçãos de Deus, haveremos der reconstruir este país.


NO PARLATÓRIO

Quero começar fazendo uma saudação especial a cada um e a cada uma de vocês. Uma forma de lembrar e retribuir o carinho e a força que recebia todos os dias do povo brasileiro —representado pela Vigília Lula Livre—, num dos momentos mais difíceis da minha vida.

Hoje, neste que é um dos dias mais felizes da minha vida, a saudação que eu faço a vocês não poderia ser outra, tão singela e ao mesmo tempo tão cheia de significado:

Boa tarde, povo brasileiro!

Minha gratidão a vocês, que enfrentaram a violência política antes, durante e depois da campanha eleitoral. Que ocuparam as redes sociais, e que tomaram as ruas, debaixo de sol e chuva, nem que fosse para conquistar um único e precioso voto.

Que tiveram a coragem de vestir a nossa camisa e, ao mesmo tempo, agitar a bandeira do Brasil —quando uma minoria violenta e antidemocrática tentava censurar nossas cores e se apropriar do verde e amarelo, que pertence a todo o povo brasileiro.

A vocês, que vieram de todos os cantos deste país —de perto ou de muito longe, de avião, de ônibus, de carro ou na boleia de caminhão. De moto, bicicleta e até mesmo a pé, numa verdadeira caravana da esperança, para esta festa da democracia.

Mas quero me dirigir também aos que optaram por outros candidatos. Vou governar para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim.

Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerância.

A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra, ou uma família vivendo em desarmonia. É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras.

O povo brasileiro rejeita a violência de uma pequena minoria radicalizada que se recusa a viver num regime democrático.

Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz.

A disputa eleitoral acabou. Repito o que disse no meu pronunciamento após a vitória em 30 de outubro, sobre a necessidade de unir o nosso país.

"Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação."

Somos todos brasileiros e brasileiras, e compartilhamos uma mesma virtude: nós não desistimos nunca.

Ainda que nos arranquem todas as flores, uma por uma, pétala por pétala, nós sabemos que é sempre tempo de replantio, e que a primavera há de chegar. E a primavera chegou.

Hoje, a alegria toma posse do Brasil, de braços dados com a esperança.

Minhas queridas amigas e meus amigos.

Recentemente, reli o discurso da minha primeira posse na Presidência, em 2003. E o que li tornou ainda mais evidente o quanto o Brasil andou para trás.

Naquele 1º de janeiro de 2003, aqui nesta mesma praça, eu e meu querido vice José Alencar assumimos o compromisso de recuperar a dignidade e a autoestima do povo brasileiro —e recuperamos. De investir para melhorar as condições de vida de quem mais necessita —e investimos. De cuidar com muito carinho da saúde e da educação —e cuidamos.

Mas o principal compromisso que assumimos em 2003 foi o de lutar contra a desigualdade e a extrema pobreza, e garantir a cada pessoa deste país o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar todo santo dia —e nós cumprimos esse compromisso: acabamos com a fome e a miséria, e reduzimos fortemente a desigualdade.

Infelizmente hoje, 20 anos depois, voltamos a um passado que julgávamos enterrado. Muito do que fizemos foi desfeito de forma irresponsável e criminosa.

A desigualdade e a extrema pobreza voltaram a crescer. A fome está de volta —e não por força do destino, não por obra da natureza, nem por vontade divina.

A volta da fome é um crime, o mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro.

A fome é filha da desigualdade, que é mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil. A desigualdade apequena este nosso país de dimensões continentais, ao dividi-lo em partes que não se reconhecem.

De um lado, uma pequena parcela da população que tudo tem. Do outro lado, uma multidão a quem tudo falta, e uma classe média que vem empobrecendo ano após ano.

Juntos, somos fortes. Divididos, seremos sempre o país do futuro que nunca chega, e que vive em dívida permanente com o seu povo.

Se queremos construir hoje o nosso futuro, se queremos viver num país plenamente desenvolvido para todos e todas, não pode haver lugar para tanta desigualdade.

O Brasil é grande, mas a real grandeza de um país reside na felicidade de seu povo. E ninguém é feliz de fato em meio a tanta desigualdade.

Minhas amigas e meus amigos,

Quando digo "governar", eu quero dizer "cuidar". Mais do que governar, vou cuidar com muito carinho deste país e do povo brasileiro.

Nestes últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas.

Mães garimpando lixo, em busca do alimento para seus filhos.

Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo.

Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola, vivendo plenamente a infância a que têm direito.

Trabalhadoras e trabalhadores desempregados exibindo, nos semáforos, cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: "Por favor, me ajuda".

Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de automóveis importados e jatinhos particulares.

Tamanho abismo social é um obstáculo à construção de uma sociedade verdadeiramente justa e democrática, e de uma economia próspera e moderna.

Por isso, eu e meu vice Geraldo Alckmin assumimos hoje, diante de vocês e de todo o povo brasileiro, o compromisso de combater dia e noite todas as formas de desigualdade.

Desigualdade de renda, de gênero e de raça. Desigualdade no mercado de trabalho, na representação política, nas carreiras do Estado. Desigualdade no acesso a saúde, educação e demais serviços públicos.

Desigualdade entre a criança que frequenta a melhor escola particular, e a criança que engraxa sapato na rodoviária, sem escola e sem futuro. Entre a criança feliz com o brinquedo que acabou de ganhar de presente, e a criança que chora de fome na noite de Natal.

Desigualdade entre quem joga comida fora, e quem só se alimenta das sobras.

É inadmissível que os 5% mais ricos deste país detenham a mesma fatia de renda que os demais 95%.

Que seis bilionários brasileiros tenham uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões mais pobres do país.

Que um trabalhador ou trabalhadora que ganha um salário mínimo mensal leve 19 anos para receber o equivalente ao que um super-rico recebe em um único mês.

E não adianta subir o vidro do automóvel de luxo, para não ver nossos irmãos que se amontoam debaixo dos viadutos, carentes de tudo —a realidade salta aos olhos em cada esquina.

Minhas amigas e meus amigos.

É inaceitável que continuemos a conviver com o preconceito, a discriminação e o racismo. Somos um povo de muitas cores, e todas devem ter os mesmos direitos e oportunidades.

Ninguém será cidadão ou cidadã de segunda classe, ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais ou menos obstáculos apenas pela cor de sua pele.

Por isso estamos recriando o Ministério da Igualdade Racial, para enterrar a trágica herança do nosso passado escravista.

Os povos indígenas precisam ter suas terras demarcadas e livres das ameaças das atividades econômicas ilegais e predatórias. Precisam ter sua cultura preservada, sua dignidade respeitada e sua sustentabilidade garantida.

Eles não são obstáculos ao desenvolvimento —são guardiões de nossos rios e florestas, e parte fundamental da nossa grandeza enquanto nação. Por isso estamos criando o Ministério dos Povos Indígenas, para combater 500 anos de desigualdade.

Não podemos continuar a conviver com a odiosa opressão imposta às mulheres, submetidas diariamente à violência nas ruas e dentro de suas próprias casas.

É inadmissível que continuem a receber salários inferiores ao dos homens, quando no exercício de uma mesma função. Elas precisam conquistar cada vez mais espaço nas instâncias decisórias deste país —na política, na economia, em todas as áreas estratégicas.

As mulheres devem ser o que elas quiserem ser, devem estar onde quiserem estar. Por isso, estamos trazendo de volta o Ministério das Mulheres.

Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. E esta será a grande marca do nosso governo.

Dessa luta fundamental surgirá um país transformado. Um país grande, próspero, forte e justo. Um país de todos, por todos e para todos. Um país generoso e solidário, que não deixará ninguém para trás.

Minhas queridas companheiras e meus queridos companheiros.

Reassumo o compromisso de cuidar de todos os brasileiros e brasileiras, sobretudo daqueles que mais necessitam. De acabar outra vez com a fome neste país. De tirar o pobre da fila do osso para colocá-lo novamente no Orçamento.

Temos um imenso legado, ainda vivo na memória de cada brasileiro e cada brasileira, beneficiário ou não das políticas públicas que fizeram uma revolução neste país.

Mas não nos interessa viver do passado. Por isso, longe de qualquer saudosismo, nosso legado será sempre o espelho do futuro que vamos construir para este país.

Em nossos governos, o Brasil conciliou crescimento econômico recorde com a maior inclusão social da história. E se tornou a sexta maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que 36 milhões de brasileiras e brasileiros saíram da extrema pobreza.

Geramos mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada e todos os direitos assegurados. Reajustamos o salário mínimo sempre acima de inflação.

Batemos recorde de investimentos em educação —da creche à universidade—, para fazer do Brasil um exportador também de inteligência e conhecimento, e não apenas de commodities e matéria-prima.

Nós mais que dobramos o número de estudantes no ensino superior, e abrimos as portas das universidades para a juventude pobre deste país. Jovens brancos, negros e indígenas, para quem o diploma universitário era um sonho inalcançável, tornaram-se doutores.

Combatemos um dos grandes focos de desigualdade —o acesso à saúde. Porque o direito à vida não pode ser refém da quantidade de dinheiro que se tem no banco.

Fizermos o Farmácia Popular, que forneceu medicamentos a quem mais precisava, e o Mais Médicos, que levou atendimento a cerca de 60 milhões de brasileiros e brasileiras, nas periferias das grandes cidades e nos pontos mais remotos do Brasil.

Criamos o Brasil Sorridente, para cuidar da saúde bucal de todos os brasileiros e brasileiras.

Fortalecemos o nosso Sistema Único de Saúde. E quero aproveitar para fazer um agradecimento especial aos profissionais do SUS, pela grandiosidade do trabalho durante a pandemia. Enfrentaram bravamente, ao mesmo tempo, um vírus letal e um governo irresponsável e desumano.

Nos nossos governos, investimos na agricultura familiar e nos pequenos e médios agricultores, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa. E fizemos isso sem descuidar do agronegócio, que obteve investimentos e safras recordes, ano após ano.

Tomamos medidas concretas para conter as mudanças climáticas, e reduzimos o desmatamento da Amazônia em mais de 80%.

O Brasil consolidou-se como referência mundial no combate à desigualdade e à fome, e passou a ser internacionalmente respeitado, pela sua política externa ativa e altiva.

Fomos capazes de realizar tudo isso cuidando com total responsabilidade das finanças do país. Nunca fomos irresponsáveis com o dinheiro público.

Fizemos superávit fiscal todos os anos, eliminamos a dívida externa, acumulamos reservas de cerca de 370 bilhões de dólares e reduzimos a dívida interna a quase metade do que era anteriormente.

Nos nossos governos, nunca houve nem haverá gastança alguma. Sempre investimos, e voltaremos a investir, em nosso bem mais precioso: o povo brasileiro.

Infelizmente, muito do que construímos em 13 anos foi destruído em menos da metade desse tempo. Primeiro, pelo golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. E na sequência, pelos quatro anos de um governo de destruição nacional cujo legado a História jamais perdoará:

700 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid.

125 milhões sofrendo algum grau de insegurança alimentar, de moderada a muito grave. 33 milhões passando fome.

Estes são apenas alguns números. Que na verdade não são apenas números, estatísticas, indicadores —são pessoas. Homens, mulheres e crianças, vítimas de um desgoverno afinal derrotado pelo povo, no histórico 30 de outubro de 2022.

Os grupos técnicos do Gabinete de Transição, que por dois meses mergulharam nas entranhas do governo anterior, trouxeram a público a real dimensão da tragédia.

O que o povo brasileiro sofreu nestes últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio.

Quero citar, a título de exemplo, um pequeno trecho das 100 páginas desse verdadeiro relatório do caos produzido pelo Gabinete de Transição. Diz o relatório:

"O Brasil bateu recordes de feminicídios, as políticas de igualdade racial sofreram severos retrocessos, produziu-se um desmonte das políticas de juventude, e os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados na história recente do país.

Os livros didáticos que deverão ser usados no ano letivo de 2023 ainda não começaram a ser editados; faltam remédios no Farmácia Popular; não há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da Covid-19.

Faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro".

Meus amigos e minhas amigas.

Nesses últimos anos, vivemos, sem dúvida, um dos piores períodos da nossa história. Uma era de sombras, de incertezas e de muito sofrimento. Mas esse pesadelo chegou ao fim, pelo voto soberano, na eleição mais importante desde a redemocratização do país.

Uma eleição que demonstrou o compromisso do povo brasileiro com a democracia e suas instituições.

Essa extraordinária vitória da democracia nos obriga a olhar para a frente e a esquecer nossas diferenças, que são muito menores que aquilo que nos une para sempre: o amor pelo Brasil e a fé inquebrantável em nosso povo.

Agora, é hora de reacendermos a chama da esperança, da solidariedade e do amor ao próximo.

Agora é hora de voltar a cuidar do Brasil e do povo brasileiro. Gerar empregos, reajustar o salário mínimo acima da inflação, baratear o preço dos alimentos.

Criar ainda mais vagas nas universidades, investir fortemente na saúde, na educação, na ciência e na cultura.

Retomar as obras de infraestrutura e do Minha Casa, Minha Vida, abandonadas pelo descaso do governo que se foi.

É hora de trazer investimentos e reindustrializar o Brasil. Combater outra vez as mudanças climáticas e acabar de uma vez por todas com a devastação de nossos biomas, sobretudo a Amazônia.

Romper com o isolamento internacional e voltar a se relacionar com todos os países do mundo.

Não é hora para ressentimentos estéreis. Agora é hora de o Brasil olhar para a frente e voltar a sorrir.

Vamos virar essa página e escrever, em conjunto, um novo e decisivo capítulo da nossa história.

Nosso desafio comum é o da criação de um país justo, inclusivo, sustentável, criativo, democrático e soberano, para todos os brasileiros e brasileiras.

Fiz questão de dizer ao longo de toda a campanha: o Brasil tem jeito. E volto a dizer com toda convicção, mesmo diante do quadro de destruição revelado pelo Gabinete de Transição: o Brasil tem jeito. Depende de nós, de todos nós.

Em meus quatro anos de mandato, vamos trabalhar todos os dias para o Brasil vencer o atraso de mais de 350 anos de escravidão. Para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas nesses últimos anos. Para reconquistar seu lugar de destaque no mundo. E para que cada brasileiro e cada brasileira tenha o direito de voltar a sonhar, e as oportunidades para realizar aquilo que sonha.

Precisamos, todos juntos, reconstruir e transformar o Brasil. Mas só reconstruiremos e transformaremos de fato este país se lutarmos com todas as forças contra tudo aquilo que o torna tão desigual.

Essa tarefa não pode ser de apenas um presidente ou mesmo de um governo. É urgente e necessária a formação de uma frente ampla contra a desigualdade, que envolva a sociedade como um todo: trabalhadores, empresários, artistas, intelectuais, governadores, prefeitos, deputados, senadores, sindicatos, movimentos sociais, associações de classe, servidores públicos, profissionais liberais, líderes religiosos, cidadãos e cidadãs comuns.

É tempo de união e reconstrução.

Por isso, faço este chamamento a todos os brasileiros e brasileiras que desejam um Brasil mais justo, solidário e democrático: juntem-se a nós num grande mutirão contra a desigualdade.

Quero terminar pedindo a cada um e a cada uma de vocês: que a alegria de hoje seja a matéria-prima da luta de amanhã e de todos os dias que virão. Que a esperança de hoje fermente o pão que há de ser repartido entre todos.

E que estejamos sempre prontos a reagir, em paz e em ordem, a quaisquer ataques de extremistas que queiram sabotar e destruir a nossa democracia.

Na luta pelo bem do Brasil, usaremos as armas que nossos adversários mais temem: a verdade, que se sobrepôs à mentira; a esperança, que venceu o medo; e o amor, que derrotou o ódio.

Viva o Brasil. E viva o povo brasileiro.

domingo, 1 de janeiro de 2023

Pronunciamento do Vice-Presidente General Humberto Mourão em 30 de janeiro de 2022

Brasileiras e brasileiros, boa noite!
No momento em que concluímos mais um ano pleno de atividades e de intensos engajamentos de toda a ordem, na condição de Presidente da República em exercício, julgo relevante trazer uma palavra de esperança, de estímulo e de apreço ao povo brasileiro, especialmente na ocasião em que o nosso governo conclui o período constitucional de gestão pública do País, iniciado em 1º de janeiro de 2019.
Vislumbro que os acontecimentos políticos, econômicos e sociais que têm marcado a presente quadra da nossa História seguirão impactando a vida da gente brasileira nos próximos anos, tornando a caminhada ainda mais desafiadora, visto que o mundo ainda se ressente da pandemia da Covid-19 e a economia mundial sofre as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
O Governo que ora termina, ao longo de quatro anos, fez entregas significativas na Economia, no avanço da digitalização da gestão pública, na regulamentação da tecnologia da informação, na privatização de estatais, tendo promovido uma eficaz e silenciosa reforma administrativa, não recompletando vagas disponibilizadas por aposentadoria, além da renovação de nosso modelo previdenciário e ainda potencializou o agronegócio e vários campos do conhecimento humano.
Juntos, trabalhamos duramente contra a pandemia, auxiliando os mais necessitados, apoiando as empresas na manutenção dos salários de empregados e desonerando suas folhas de pagamento.
Apoiamos governos estaduais e municipais com recursos, médicos e medicamentos, independentemente da posição política ou ideológica dos chefes do Executivo, permitindo que seus governos os direcionassem para as áreas onde aquela administração achasse conveniente.
Trabalhamos e entregaremos ao próximo governo um país equilibrado, livre de práticas sistemáticas de corrupção, em ascensão econômica e com as contas públicas equilibradas, projetando o Brasil como uma das economias mais prósperas e com resultados mais significativos pós-pandemia, no concerto das nações.
Tais iniciativas permitiram pleitear o ingresso do País na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, o que possibilitará a melhoria ao acesso a mercados e a novas parcerias. Cabe destacar que o OCDE tem como princípios básicos a Democracia e o Livre Mercado. Nem todas as empreitadas obtiveram o sucesso que almejávamos.
Na área ambiental, por exemplo, tivemos percalços, embora tenhamos alcançado reduções importantes no desmatamento da Amazônia, a região ainda necessita de muito trabalho e de cuidados específicos, engajando as elites e as comunidades locais, cortejadas permanentemente pela sanha predatória oriunda dos tempos coloniais. Dirijo-me agora aos apoiadores de nosso governo, aqueles que credibilizaram nosso trabalho por meio do voto consignado às nossas propostas, sobretudo nas últimas eleições. Muito obrigado por seu voto!
Desejo concitá-los a lutar pela preservação da democracia, dos nossos valores, do estado de direito e pela consolidação de uma economia liberal, forte, autônoma e pragmática e que nos últimos tempos foi tão vilipendiada e sabotada por representantes dos três poderes da República, pouco identificados com o desafio da promoção do bem comum.
A falta de confiança de parcela significativa da sociedade nas principais instituições públicas decorre da abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso.
Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe. A alternância do poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada.
Aos eleitos, cumpre o dever de dar continuidade aos projetos iniciados e direcionar seus esforços para que, à luz de suas propostas, o País tenha assegurada uma democracia pujante e plural, em um ambiente seguro e socialmente justo. Aos que farão oposição ao governo que entra, cumprirá a missão de opor-se a desmandos, desvios de conduta e a toda e qualquer tentativa de abandono do perfil democrático e plural, duramente conquistado por todos os cidadãos. Buscando-se a redução das desigualdades por meio da educação isenta e eficaz, criando oportunidades iguais a todos os brasileiros.
Destaco que a partir do dia 1º de janeiro de 2023 mudaremos de governo, mas não de regime! Manteremos nosso caráter democrático, com Poderes equilibrados e harmônicos, alternância política pelo sufrágio universal, pessoal, intransferível, secreto, buscando sempre maior transparência e confiabilidade. Tranquilizemo-nos! Retornemos à normalidade da vida, aos nossos afazeres e ao concerto de nossos lares, com fé e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao projeto progressista do governo de turno, sem, contudo, promover oposição ao Brasil. Estaremos atentos!
Na condição de Presidente da República em exercício, finalizo estas palavras apresentando-lhes os meus melhores votos de um ano de 2023 pleno de saúde, felicidades e muitas realizações. Que o nosso amado Brasil continue sua caminhada na direção de seu destino-manifesto, tornando-se a mais próspera e bem-sucedida democracia liberal ao Sul do equador. Feliz ano novo, êxito pessoal e prosperidade para cada um de nós que formamos esta grande nação!
Muito obrigado! Boa noite!”

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Precisamos de bons profissionais, só não queremos pagar por eles!

 

Quando não se reconhece o valor de um enfermeiro/enfermeira, não se reconhece também o valor do serviço que prestam. Não podem ter um piso mínimo digno por tantas horas de estudo e tantas horas de dedicação???

Aí vem uma associação de prefeitos falar em 32.500 demissões sumárias! Quê isso!!!

Nem quero comentar muito pois sou suspeito para falar. Tenho uma irmã enfermeira que luta e lutou arduamente durante sua vida profissional, construindo um nome, salvando vidas, ajudando famílias.

Só sei que, com essa decisão, caso mantida, teremos uma pá de cal sobre os cursos de Enfermagem e uma decadência do Sistema de Saúde, público e privado.

Pensem bem! Dinheiro pra orçamento secreto sempre tem, né?

Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 6 de julho de 2022

PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE NÃO É MERO "ROMANTISMO"

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

CAPÍTULO VI (Do Meio Ambiente)

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Assim começa o Capítulo VI da nossa Constituição. Trata-se de um artigo com 7 parágrafos que norteiam as questões relativas ao meio ambiente em nosso país. Com especial atenção para o primeiro parágrafo que traz 7 incisos de extrema relevância.
Mas sem dúvida, o mais importante, é interpretar o caput do artigo 225, exposto acima. Aí está a falha de muitos que não conseguem entender que a conservação do meio ambiente é muito mais do que "romantismo" ou "mimimi". Pessoas que se queixam da existência da necessidade de uma regulação e que acham que tudo pode ser feito em qualquer lugar.

Então, vejamos uma breve dissecação do texto acima:

1) "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado": Por "todos" devemos entender que são todas as pessoas, sem distinção de tipo algum: classe social, cor da pele, tipo de cabelo, crença religiosa, idade, gênero e vai por aí afora (em outra palavra: INCLUSÃO). O meio ambiente não é para ser desfrutado por alguns poucos. A beleza cênica não é para ser contemplada apenas por meia dúzia. Por "direito" devemos entender que não é preciso fazer nada para poder desfrutar de forma sadia do meio ambiente. Evidentemente que quem cuida de uma área e tem gastos para mantê-la tem o direito de cobrar um preço justo pelo acesso a ela, e que esse acesso deve ser gratuito ou próximo da gratuidade em unidades de conservação. Por "ecologicamente equilibrado" devemos entender que o meio ambiente tem que ser preservado em seus processos ecológicos e que não pode ser reduzido a apenas um fantasma de meio ambiente natural. Uma floresta de eucaliptos ou de pinheiros (Pinus), aqui no Brasil, não é um exemplo a ser mostrado como "cuidamos de florestas" (e eu já vi isso em alguns comerciais "politicamente corretos" de instituições "ecologicamente incorretas" na TV. Há um Vale entre a realidade e essa fantasia.).

2) "Bem de uso comum do povo": É uma reafirmação do "todos", uma reafirmação de que o meio ambiente ecologicamente equilibrado não deve ser um privilégio, mas a normalidade para cada um de nós.

3) "Essencial à sadia qualidade de vida": Um alerta importante para todos nós sobre qualidade de vida. Se considerarmos a definição dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, de que saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade, esse trecho torna-se ainda mais importante. Uma sadia qualidade de vida passa pela possibilidade de limpar os olhos, os ouvidos, e os pulmões no contato com a natureza. A contemplação da natureza nos acalma, em contraposição à poluição visual e sonora que estamos expostos nas cidades. Quem ainda não entendeu isso, e acho que são muitos, um dia irá entender. Só espero que não seja tarde!

4) "Impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações": Muito rico, esse trecho! A Constituição Federal aqui nos impõe um dever. Para quem reclama que a Carta Magna só dá direitos, aqui está um dever de todos. Dever do Poder Público que não pode fechar os olhos sobre o tema. E dever da coletividade, ou seja, de todos nós que também não podemos nos esconder dessa função. Poder Público e coletividade devem trabalhar juntos, em harmonia, para defender e preservar o meio ambiente. E essa preservação não é só para nós. Não adianta chegar com aquele papinho de que "eu não estou nem aí pra floresta, pro macaco ou pro veado campeiro". Ou o famoso "que falta faz a jaguatirica?". Deixe um pouco a ignorância de lado para entender, talvez nunca lhe ensinaram, que todos os seres vivos têm seu papel na natureza. Acredito que se a jaguatirica pudesse se manifestar, com certeza diria: "Pra que serve esse tal de bicho homem?". E então, como responderíamos à jaguatirica? Para que servimos? Temos "inteligência superior" é para arrebentar com nossa "casa", nossas florestas, rios, mares, atmosfera? Acho que não, né? E se você não se importa, como ficam as futuras gerações? Como seus filhos, netos ou bisnetos vão entender sua forma de agir? Não podemos decidir por eles, podemos é deixar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, para que eles possam crescer numa sociedade sadia.



Antes de classificar a necessidade de conservação/preservação do meio ambiente como um "romantismo cercado de regrinhas que atrapalham a economia", pense um pouco nisso. Dê uma chance para seus neurônios que estão oprimidos se manifestarem. Visite uma unidade de conservação, de preferência acompanhado por um guia que entenda do meio ambiente e não apenas da trilha a ser seguida. Você terá uma chance de mudar, para muito melhor.

Ramon Lamar de Oliveira Junior
Biólogo