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sábado, 31 de julho de 2010

Gruta Rei do Mato: Julho de 2010

Um patrimônio natural, com profundas alterações feitas pelo homem antes, durante e depois da "urbanização" da gruta, mas que ainda encanta, e muito, aos turistas e demais visitantes.
Agora "Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato", o local ainda aguarda as derradeiras ações do Governo Estadual que devem melhorar a ação receptiva no local (atualmente é muito acanhada, incapaz de sustentar uma visitação mais consistente.
Os turistas não têm muito o que reclamar da atração. Acompanhei um grupo de turistas hoje e todos se sentem maravilhados dentro da gruta (não é para menos). (Clique nas fotos para ampliar.)

Contudo, vamos a algumas observações.

(1) A construção da passarela de metal, a destruição de muitos espeleotemas antes e durante a "urbanização", a primeira iluminação inadequada (provocou o crescimento de algas e fungos em vários espeleotemas) e a instituição de um "poço dos desejos" onde os visitantes jogavam moedas (alterando a composição química da água que circula na gruta pelo acréscimo de metais estranhos ao ambiente) são extremamente lamentáveis. Esperamos que não se repitam mais ações desse tipo, apesar da irreversibilidade das que já aconteceram.

(2) A explicação dos guias é muito superficial e às vezes com alguns erros importantes. É claro que não esperamos uma explicação exata e 100% acadêmica mas a afirmação de que a água que goteja das estalactites tem muito ácido é uma heresia. Realmente, no início, a água que penetra as microfissuras da rocha é ligeiramente ácida (por causa do gás carbônico que nela se dissolve). Mas ao atravessar todo o calcário (que todos sabemos que é alcalino) a água adquire características alcalinas. Até mesmo uma perfuração na passarela, provocada pela oxidação do metal sempre úmido pela água rica em sais, foi exemplificada pela grande acidez da água. Também as explicações sobre o porquê não devemos passar a mão pelos espeleotemas foram muito estranhas. Não devemos passar as mãos pois temos gorduras e outras substâncias nas mãos, que alteram a frágil química da superfície dos materiais em questão. Falar que "temos um ácido nas mãos que ataca o material" parece não ser a melhor abordagem (afinal a água dos espeleotemas não era ácida???).

(3) Os mais idosos e as crianças reclamaram bastante do acesso com piso tipo "pé-de-moleque" (talvez uma ligeira modificação numa faixa lateral de um metro já seria suficiente para evitar esse desconforto). Ficou bonito, mas não ficou prático. Precisamos de sensibilidade e humildade para reconhecer esses pequenos erros.

O tal pé-de-moleque.

(4) Que seja construído no futuro receptivo uma exposição com as fotos do interior da gruta, vídeos e explicações de interesse geral para todos os visitantes e também as explicações mais técnicas para os estudantes que visitam a gruta. Banheiros, lanchonete e afins, claro, precisam ser melhorados.

No somatório geral, a visitação vale a pena. Certamente o turista vai levar boas lembranças do local. Seguimos aguardando a conclusão das obras e palpitando muito, sempre no sentido de desejar o melhor para nossa cidade.

Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Parque da Cascata: Julho de 2010

Já está dando um nó em minha cabeça a questão da Serra de Santa Helena. Ô lugarzinho complicado, meu Deus. As legislações, regulamentações, exigências, jurisprudências, direitos-adquiridos e toda sorte de pendengas parecem desaguar ali.

A natureza, ainda exuberante nas margens do lago, nos convida à reflexão.

E o Parque da Cascata, bem no meio desse aranzel. Ali eu tenho visto de tudo: plantio de árvores sem o devido cuidado, boas iniciativas de atração turística mas sem o apoio pleno de todas as secretarias (se não somarmos os esforços das secretarias de Obras, Turismo e Meio-Ambiente, não chegaremos a bom termo), calçadas semi-destruídas, um bar-restaurante dentro do Parque que não oferece estrutura condizente, melhorias nos sanitários, mais sinalização, banquinhos e um playground recuperado, vejo até uma quadra de voley de areia com rede e demarcação. Algumas coisas muito boas, outras lamentáveis. Vamos às imagens, né? Falam mais do que qualquer texto. As fotos foram feitas hoje. Cliquem nas imagens para ampliá-las.

A primeira impressão é a que fica. Vamos capinar as margens da estradinha...

como nesse trecho, bem melhor!

Playground ficou bom...

e a quadra de areia para voley também.

Para quê plantar muda tão pequena. O ideal seria uma muda com pelo menos 2,00 de altura.

Não foi colocada uma terra ou mistura adequada. Usou-se a "argila" do local.
Cova que se preza tem 80x80x80cm. Tá bom, 40x40x60cm já estaria razoável.
Cavar buraco e colocar a muda lá dentro, me desculpem, é não saber plantar árvore.

Ótimo exemplo de vegetação na base da árvore.

Outro bom exemplo.

E aqui um péssimo exemplo.
Custava tanto dar a mesma atenção para todos os canteiros?
(- Ah... é que nós estamos começando agora!
-Agora? No final das férias de julho???)

Trilhas intransitáveis. E estão à beira do lago. Lamentável.


Essa imagem eu não consigo nem comentar.

Várias lixeiras decentes foram colocadas. Mas aí vem o visitante e
dá sua ajudinha para combinar com as outras lixeiras. Ô pontaria!!!

Felizmente a cascata está lá. Prêmio para o turista.

Texto e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior


PS: Preço do ingresso no Parque da Cascata: R$ 2,00. Preço do ingresso no Parque das Águas de Caxambu: R$ 3,00. Conclusão: precisamos oferecer bem mais do que estamos oferecendo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Humor e eleição. (E um causo do Itamar Franco)


Não gosto muito de comentar sobre política. Principalmente escrever sobre política. O quê se fala às vezes é visto da forma errada e as interpretações tendem a ser muito, muito partidárias. Mas vamos lá.
Em 1974, Itamar Franco, do MDB, era candidato a senador por Minas Gerais. Iria concorrer com o José Augusto Ferreira Filho, da ARENA (candidato à reeleição). Na verdade, Itamar era meio um boi-de-piranha. Os caciques do MDB preferiram candidatar-se a deputado federal. O próprio Tancredo Neves havia aconselhado o Itamar, dizendo que era provável que ele se daria muito mal.
A campanha eleitoral ia correndo. O candidato arenista insistia em seu programa eleitoral em colocar uma cadeira vazia, mostrando que o concorrente fugia dos debates. Certa noite, o Itamar aparece no estúdio e assenta-se na cadeira vazia dizendo que estava lá para debater. O programa era ao vivo, vigiado por um juiz que ficou estupefato sem entender o quê estava acontecendo. A cena foi ao ar. Quando o juiz percebeu que a coisa não era combinada, mandou cortar. Eu e meu pai estávamos assistindo o programa. Não entendi muita coisa, tinha apenas 11 anos. Meu pai riu um bocado e disse que alguma coisa muito estranha devia estar acontecendo.
Depois ficamos sabendo, e o Brasil todo também. O candidato arenista chegou ao estúdio e armando-se de um pedaço de pau partiu na direção do Itamar. Percebendo a besteira largou o porrete, não antes de ser fotografado pelo enviado da revista Veja. Itamar foi eleito.
Ontem consegui reler todas as matérias que cercaram o fato no site da Veja. Com o patrocínio do Bradesco (quando a ideia é boa, temos que fazer propaganda mesmo), todas as edições da Veja estão ali. Inclusive esta página 33 da edição de 20 de novembro de 1974 (veja imagem a seguir... clique para ampliar). A ARENA sofreu fragorosa derrota em várias cidades e estados importantes. Nada me tira da cabeça que esse “causo” foi o estopim da Lei Falcão.



“Durante oito anos, de 1976 a 1984, a Lei nº 6.339 de 1976, chamada de Lei Falcão (por causa do criador da lei, o ministro da Justiça Armando Falcão), determinou várias regras paras as campanhas dos candidatos, além de proibir os debates políticos na TV, no rádio e nos meios de comunicação em geral.”
“A Lei Falcão determinava que os candidatos não podiam falar muito no programa eleitoral, não. Nada de apresentar projetos ou comparar políticos, como vemos nos dias de hoje. O candidato apareceria na TV acompanhado apenas de seu número e podendo informar somente os dias de comícios, e só! A imagem usada era uma fotografia 3x4 (daquelas usadas no documento de identidade).”
“Temendo que a liberdade de propaganda ajudasse mais uma vez os oposicionistas a ganharem a disputa, em 1 de julho de 1976, o presidente Geisel sancionou a Lei Falcão. Funcionou em partes. Nos municípios, o governo levou vantagem; mas nas maiores cidades do Brasil, o MDB continuou ganhando."


Charge do Ziraldo.

“Em 30 de março de 1977, o governo sofreu mais uma derrota. A proposta de reforma do Judiciário foi votada no Congresso e não obteve os dois terços de votos necessários para ser aprovada. O então presidente Ernesto Geisel ficou extremamente irritado com a desconcordância do congresso, por isso impôs a reforma e fechou o Congresso por duas semanas. Disposto a exercer mais controle ainda sobre o processo político, Geisel aprovou a Lei Falcão para eleições gerais, ou seja, as regras valeriam para todas as eleições brasileiras. E a lei ficou valendo até outubro de 1984.” (do site http://www.plenarinho.gov.br)
Vocês, que me conhecem, devem estar perguntando: Por que cargas d'água o Ramon entrou nesse assunto?
Os programas humorísticos estão, na prática, proibidos de fazerem suas tradicionais piadas com os candidatos nas eleições 2010. A lei eleitoral nº 9.504/97 ressuscitou o cadáver da Lei Falcão em outra direção, proibindo que emissoras de rádio e TV usem "trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação". Isso é uma verdadeira piada, e de mau gosto. Para mim, não passa de uma tremenda censura-prévia. Dizem que é para evitar a trucagem feita por marqueteiros do outro candidato, eu particularmente acho que o alvo foi certeiro, mas só agora, 13 anos depois, levado em consideração.
A referida lei foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em outubro de 1997, assinada pelo Marco Maciel (vice em exercício na época), ressurge agora em 2010, como em um uma bomba de efeito retardado, veio atingir em cheio os humoristas.

Art. 45. A partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário:
(...) II - usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito;
III - veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes; (...)

Ora, pela letra da lei (veja acima), em seu artigo 45, difundir a opinião do Presidente Lula a favor da sua candidata, ou do ex-governador Aécio Neves a favor do seu candidato também são passíveis de punição. A lei fala em difundir opinião, mas não fala opinião de quem. É a lei sendo interpretada da forma que se acha conveniente. Dura lex, sede lex? Nem tanto, né?


Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior e trechos do site www.plenarinho.gov.br

terça-feira, 27 de julho de 2010

Animais descendo da Serra de Santa Helena

Temos recebido denúncias do atropelamento de animais no trecho da Avenida Perimetral na área da Fazenda Arizona. Pelas denúncias, foram atropelados no mínimo uma jaguatirica e um veadinho no local. Infelizmente, as pessoas não se lembraram de fotografar e aí fica complicado.
Nas fotos seguintes, um tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) que desceu da Serra de Santa Helena e resolveu passear na Escola da CEMIG. Os amigos da CEMIG enviaram as fotos já faz algum tempo e aproveito para registrá-las aqui. Aliás, por várias vezes a Polícia Ambiental foi chamada na CEMIG para atender esse tipo de ocorrência.

O tamanduá no momento de ser capturado para voltar à natureza.
Se pudesse falar, o tamanduá pediria socorro e mais atenção com seu habitat.

Outro visitante da Escola da Cemig, nas fotos seguintes extraídas de um vídeo feito por funcionários da escola, é uma jiboia (
Boa constrictor). Solicitei ao amigos que trabalham na CEMIG tantas imagens e outros documentos que tenham sobre a situação de encontro com esses animais. É muito importante que a população setelagoana saiba que são animais silvestres que estão em risco, aqui bem pertinho da gente. Sei que muitos não estão nem aí, nem ligam, mas nós biólogos temos obrigação de alertar enquanto é tempo.

É importante que algo seja feito para a preservação desses animais que, por motivo ou outro, descem a serra e encontram as ruas, casas ou a morte na perimetral. Pedimos sensibilidade com o problema. Se é para preservar, a hora é agora. Depois não haverá jeito.
Um abraço ao pessoal da CEMIG, em especial ao cunhado Alexandre pelo envio das imagens.



Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Duas orquídeas para duas amigas.

Claro que, vendo a exposição de orquídeas lá em Caxambu, eu não poderia deixar de lembrar de vocês, fanáticas orquidófilas. Então peguei essas duas. Espero que gostem.

Para Kátia:

Para Celle:
Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Paisagismo urbano: Caxambu

Estive em Caxambu na semana passada. Depois de 14 anos, retornei para verificar que a cidade tem evoluído na sua natural vocação de cidade turística. O atendimento nos hotéis, nas lojas, no Parque das Águas e no recém-reinaugurado Balneário está um primor. A cidade transborda de locais atrativos, os chamados aparatos turísticos: lugares de onde os turistas não saem sem tirar muitas fotos, mostrar para os amigos e convidá-los a ir lá conhecer de perto.
Quem alardeia que Sete Lagoas é uma cidade turística, deveria passar alguns dias em Caxambu. Há muito o que se aprender sobre turismo lá. Sem contar que, mesmo nessa temporada (que para eles é alta) os preços nas lojas e malharias dão goleada nos praticados aqui em Sete Lagoas. Não abusam do turista. Querem sim que o turista gaste dinheiro, mas gaste com qualidade e falando bem da terrinha das águas minerais. Sete Lagoas pode ser uma cidade turística, tem atrativos para tanto, mas precisa de um trabalho sério.
Mas vamos ao paisagismo urbano, mote desse post. A Praça 16 de Setembro, praça central, ganhou um paisagismo que já dura 4 anos. E continua bem cuidada. A foto abaixo mostra a praça como vista do alto do morro Caxambu, onde podemos ir de teleférico.

De longe, a maioria das pessoas verá pouca diferença. Mas observe o gramado bem cuidado e as árvores bem podadas (não precisa esperar a árvore cair, as podas preventivas podem ser bem feitas sem aleijar a árvore). Já a foto abaixo mostra a praça de noite.

Repare a grama bem aparada e chegando ao pé da árvore e ao limite do canteiro. Repare que o canteiro é mais alto do que o caminho, separado dele por mureta de tijolo-em-pé. Observe também o banco com assento e encosto de madeira, sem sinal de vandalismo (a única falha é que o banco deveria estar recuado em relação ao caminho, mas é perdoável). Bem iluminada e sem exageros.
Simples demais e fácil demais. Mas precisa de cuidados, precisa de educação da população e consciência que o embelezamento das praças traz mais turistas, mais empregos, mais renda, melhores condições de vida...
Paisagismo urbano é isso, uma ferramenta muito forte para auxiliar a administração pública. Uma maneira de, com investimento relativamente modesto, gerar muita receita sem precisar tungar o bolso dos cidadãos e das empresas com novos e abusivos impostos e taxas.
Um dia a administração pública de Sete Lagoas irá entender isso e terá um verdadeiro Departamento de Paisagismo e não apenas um cabide de empregos e satisfação de vaidades pessoais. Pelo menos é minha esperança.

PS1.: Que tal, Sr. Prefeito, abrir um concurso de projetos de paisagismo para algumas praças de Sete Lagoas? O melhor prêmio para os vencedores seria ver o seus projetos executados e mantidos por muitos anos. Vamos lá, abra esse concurso para os paisagistas locais e verá que competência nós temos de sobra, o que falta é a oportunidade de mostrá-la.

PS2.: Foto do Balneário recém-reinaugurado. Só para dar água na boca. O Balneário fica localizado dentro do Parque das Águas e possui diversos atrativos, entre eles os banhos com água mineral. Para quem não sabe, são 12 fontes de águas minerais diferentes dentro do Parque das Águas.

Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

domingo, 18 de julho de 2010

Absinto Muito

Não sou fanático por Rock and Roll. Na verdade meu gosto musical é muito variado. Tão variado que chega a ser preocupante!
Mas como não reconhecer nesses garotos do Absinto Muito uma grande dose de competência e carisma? Como não ver poesia nas letras das músicas? Como não se emocionar com o "Another brick in the wall"?

Banda Absinto Muito durante apresentação na 4a Gincana do Colégio Caetano.

Na verdade, o contraste me chocou e me cativou. Explico: lecionei para todos e apesar das cabeleiras esvoaçantes da maioria dos integrantes, não via neles traço algum de roqueiros. O estereótipo de um roqueiro é a imagem da rebeldia. Eles são rebeldes sim, mas à maneira deles. Atentos às aulas, rebeldes no palco e amigáveis com os fãs. Ao vê-los em ação, compreendi que eles estão muito acima de esterótipos, de lugares-comuns.
Ganhei um CD da banda. Ouvi perplexo. Assisti um ensaio e um show. Nem precisava de tanto., os primeiros acordes do CD já haviam me abduzido. Virei fã incondicional.
Felipe, André, Henrique e Renato, recebam um grande abraço!

Foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Contra fotos não há argumentos.

Agora, ando direto com minha câmera fotográfica. Contra fotos (fatos) não há argumentos! Não escrevo sem pensar, não denuncio de forma vaga e vazia. Vejamos a sequência...

Ainda bem que foto não tem cheiro. Bom, pelo menos por enquanto, né? Seguem duas fotos mostrando (para quem vê de longe mas não tem coragem de se aventurar embaixo da árvore) o estrago provocado pelas fezes das garças na figueira da Praça Dom Carmelo Motta ("feirinha).

Uma outra foto mostrando que as aves que habitam a figueira estão colaborando com o paisagismo da região, carreando sementes de outros locais e "adubando-as" no local. O sorgo já está quase produzindo debaixo da figueira. Aliás, esse tipo de paisagismo ("Paisagismo Deixa-Crescer-Qualquer-Coisa") também é visível em várias praças onde goiabeiras, mangueiras e pés-de-milho estão se tornando comuns.

Ah, em tempo, por favor não me falem em "SETE LAGOAS: CIDADE TURÍSTICA". Estamos em pleno mês de férias escolares, Arena do Jacaré recebendo jogos do Brasileirão, turistas vindo passear em Sete Lagoas e NENHUMA preparação de nossas praças e lagoas foi feita para recebê-los. Puxa vida!!! Vamos PELO MENOS cuidar das lagoas. Olha aí embaixo o paisagismo da "lagoinha" da praça Dom Carmelo Motta e sua bela capina. Francamente, né?!? Quem é o(a) responsável pelo Setor de Parques e Jardins??? Até onde vai a responsabiliade da Via Solo nessa belezura?

Ih... tem mais! No reflexo do espelho d'água, na foto acima, vemos o Ginásio Poliesportivo. Outro que está precisando de uma reforma urgente. Materiais esportivos já estão se perdendo lá dentro. Sei disso porque já patrocinei o time de voley e vários materiais se perderam com as chuvas ou com a ação dos "amigos do alheio" que entram pelas janelas quebradas. Ah, as janelas quebradas de sempre.


Texto e Fotos (tiradas em 14/07/2010): Ramon Lamar de Oliveira Junior

Pseudoescorpiões

Em primeiro lugar, não se assuste com eles. São animais minúsculos. Os que ilustram esta página foram fotografados em um de seus locais preferidos no cerrado: debaixo de cascas do tronco da Sibipiruna.

Trata-se de artrópodes pertencentes à classe dos aracnídeos (que inclui aranhas, escorpiões e carrapatos). São mais de 3300 espécies descritas, com cerca de 250 existentes no Brasil.
São exteriormente semelhantes aos escorpiões, não apresentando o pós-abdômen ("cauda") nem o aguilhão. Existem glândulas de veneno associadas aos pedipalpos (garras), mas o veneno só é útil para a captura de suas presas: pequenos artrópodes, como colêmbolos, larvas de insetos, ácaros, formigas, aranhas e outros pequenos animais.
Produzem seda em glândulas próximas às quelíceras. A seda é usada para construir ninhos para se abrigar do inverno, se proteger após realizar a troca de esqueleto e cuidar das crias. São encontrados no solo, em pedras, sob as cascas de árvores e nas paredes de cavernas.
Embora bastante comuns, são raramente vistos, devido seu pequeno tamanho, variando entre 2 e 6 milímetros de comprimento. Locomovem-se "pegando carona" (um comportamento conhecido como forésia) em outros animais, principalmente grandes besouros, moscas, mariposas e até mesmo em roedores, aves e morcegos. Desta forma, são capazes de migrar longas distâncias, compensando seu pequeno tamanho.
Os pseudoescorpiões são vivíparos, uma fêmea produz uma bolsa membranosa, que permanece aderida à sua abertura genital que pode abrigar até 50 embriões em seu interior.


Trabalho recente, interessante e de fácil leitura encontra-se na Revista FAPESP Online. O trabalho discute tanto o comportamento materno de proteção à prole, como também a organização social com divisão de tarefas observada nesses pequenos animais.

Texto: modificado a partir de Wikipédia
Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Eritrina ou mulungu

Nome Científico: Erythrina speciosa
Nome Popular: Mulungu, Eritrina-candelabro, Corticeira, Eritrina-vermelha, Eritrina
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Origem: Brasil

Uma das mais belas árvores brasileiras, apresenta inflorescência em forma de candelabro, composta de flores vermelhas, muito atrativa para os beija-flores. O florescimento ocorre no final do inverno e início de primavera. O tronco é espinhento, as folhas são grandes, em fomato de losango e caem no inverno, desta forma a árvore permanece destituída de folhagem durante a floração. Os frutos são do tipo legume (vagem).
Nativa da mata atlântica, ela aprecia a umidade, vegetando bem à beira de rios e lagoas. Tem excelente efeito paisagístico, pois além da beleza singular, produz boa sombra no verão e permite a passagem de luz no inverno. Seu porte é de 3 a 6 metros de altura.
Deve ser cultivada a pleno sol, em solos férteis e úmidos, preferencialmente ricos em matéria orgânica. Multiplica-se principalmente por sementes semelhantes a feijões, que não necessitam nenhum tipo de tratamento especial, devendo ser plantadas logo que sejam colhidas. Pode ser multiplicada por estacas que apresentam rápido desenvolvimento também.
Texto: com modificações a partir de www.jardineiro.net
Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mercadão

Hoje, pela manhã, estive no Mercadão (Mercado Municipal) para comprar algumas coisas que precisarei numa gincana a ser realizada amanhã.
Contudo, fui surpreendido por um mal cheiro insuportável que vinha do piso. Algum tipo de esgoto havia vazado ali dentro. O cheiro de peixe podre era insuportável e o "telhado" impedia que o cheiro exalasse rapidamente. Senti náuseas e nem tive como permanecer ali dentro e perguntar a alguém o que havia acontecido. Deve ter sido algo raro, pois frequento muito o Mercadão e nunca deparei com situação do gênero. Fico devendo a informação mais detalhada, vou perguntar mais tarde.
Chegando em casa, procurei fotos que tenho do Mercadão e encontrei essa de Setembro de 2005.


Além da Sapucaia, toda rosada ao fundo (só no mês de setembro temos essa festa), observa-se o mercadão antes da colocação do "telhado" e a eterna reforma do Teatro Redenção, com a faixa "prometendo" a reforma e entrega de mais um marco da nossa história, cultura e turismo.

Foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sábado, 10 de julho de 2010

Desperdício e transtorno.

Ontem, mais uma vez, um rio se formou em minha rua. Mas dessa vez não era um rio de esgoto. Desta feita era um tradicional córrego que aparece toda manhã.
A origem desse é, obviamente, diferente da do Rio de Esgoto. Enquanto um tem como patrono o poder público, incapaz de resolver os problemas da rede de esgoto e de águas pluviais, o outro tem como origem o descaso de alguns cidadãos.
O tal córrego nasce em algumas endereços da Avenida Villa Lobos e da Rua Leopoldina. O hábito de lavar calçadas com doses estapafúrdias de água, mesmo percebendo o transtorno que isso provoca, é a causa do problema. Essas mesmas pessoas, em algum momento, devem criticar a poluição do planeta, o aquecimento global e bla bla bla. Mas no íntimo, fazem das suas. Será que vamos ter que divulgar os endereços?
Essa tal hipocrisia, aliás, é um dos maiores males que transtornam o planeta: sabem o que é certo, sabem o que é necessário... mas fazem o avesso de tudo.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

terça-feira, 6 de julho de 2010

Rio de Esgoto: se no centro está assim...

A Bacia do Rio das Velhas ganhou mais um rio. É a colaboração de Sete Lagoas para a Meta 2010, agora transformada em Meta 2014 (aguardem... brevemente a Meta 2018).
O Rio de Esgoto tem nascentes variadas, mas o leito principal é fácil de ser identificado. Desce a Rua Professor Abeylard, passa aqui juntinho do meu prédio (nem preciso sair de casa para ver e registrar essa maravilha), margeia três poços artesianos do SAAE (será que eles percebem o aumento do fluxo do rio?), chega até a Praça Dom Carmelo Motta (da feirinha, pra quem não sabe) e cai na minúscula rede de águas pluviais (ué... cocô virou chuva?) que temos. Daí segue como rio subterrâneo e deságua na Lagoa Paulino (formidável como tudo aqui termina na Lagoa Paulino).
No último ano, vi o rio se alargar em vasta pororoca duas vezes. A cena é incrível, vem descendo e varrendo as duas margens do seu leito (a rua Professor Abeylard). Espetáculo lindo, só espero ter sorte e filmar tudo na próxima vez (não deve demorar muito). Hoje não vi o início da pororoca, infelizmente.
E hoje o dia está ensolarado... então aquela desculpa da chuva que adentra a rede de esgotos não vale. Realmente, muita gente joga suas águas pluviais na rede de esgoto, que evidentemente não suporta o volume de água. Mas hoje é diferente. O céu tá azul de dar gosto, não caiu uma gota d'água no último mês e o rio está aí, pujante.
Talvez instalemos uma ETE aqui em frente ao prédio, já que um pesque-pague está ficando inviável tal a quantidade de peixes exóticos nas águas.

Rio de Esgoto na Professor Abeylard: à montante do meu prédio.


Rio de Esgoto na Professor Abeylard: à jusante do meu prédio.


Foz do Rio de Esgoto na Lagoa Paulino.

Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Copa 2014: Curitiba x Sete Lagoas

Acredito que todos se lembram da confusão no estádio Couto Pereira, em Curitiba, após o jogo Coritiba x Fluminense na última rodada do Brasileirão 2009. Vendo o time rebaixado para a segundona, num empate com o ex-saco-de-pancadas Fluminense, os torcedores invadiram o estádio e produziram cenas de selvageria e barbárie multiplicadas nas diversas reportagens que foram feitas sobre o assunto. Onde mesmo? Em Curitiba. (Aliás, após esse episódio, guardei de vez minha camisa do Coxa Branca, comemorativa dos 90 anos do clube, que comprei ali mesmo no Couto Pereira ao assistir um Coritiba 2 x Cruzeiro 1. Na época, afeiçoei-me ao Coritiba, tal a alegria que senti ao ver tantos torcedores educados, tantas famílias com crianças, presentes num campo de futebol.)
Sete Lagoas, vez em quando, é palco de conflitos entre as apaixonadas e descabeçadas torcidas do Atlético e do Cruzeiro, notadamente quando os ônibus que se destinam ao Mineirão se concentram próximo à Lagoa Paulino. Mastros de bandeiras, pedras e rojões viram armas e só não morreu ninguém até agora por milagre. Com os jogos na Arena do Jacaré, fico receoso que ocorram confrontos mais sérios para colocar Sete Lagoas novamente nas últimas páginas dos jornais (aquelas que, espremendo, sai sangue).
E o quê a Copa 2014 tem a ver com isso?
Sete Lagoas deve ser uma subsede em 2014. Arena do Jacaré arrumada, próximo a BH... Certamente hospedaremos alguma seleção. Os desinformados já falam que a Itália virá para cá por causa da IVECO. Caramba, a Itália nem sabe se virá jogar a próxima Copa, quanto mais se terá jogos em BH. Santa ignorância!
A minha preocupação, não só em relação a Sete Lagoas (vejam o exemplo da cidade-modelo Curitiba) é: os brasileiros serão bons anfitriões? Vimos o Oscar Schmidt, ídolo do basquete, vaiando e berrando contra atletas de ginástica olímpica durante o Pan do Rio de Janeiro. (Que beleza! Belo exemplo, hein, Oscar?). Como imaginar coisa diferente do torcedor, apaixonados que somos pelo futebol brasileiro?
Em Interlagos, última corrida de 2008, acho que fui o único a aplaudir o campeão Lewis Hamilton quando o mesmo ganhou o campeonato de Felipe Massa na última curva. O cara merece respeito, não vaias ou dedos-médios em riste. Lutou, ganhou e levou. Mas os apaixonados aparecem com teorias de conspiração (Timo Glock teria facilitado para o Hamilton na última curva. Nem pneu mais o Glock tinha para chegar... quem conhece Interlagos sabe como é a subida antes da reta de chegada). E olha que em 2007, o Massa havia "gentilmente cedido" a vitória para o Raikkonen que se tornou campeão com apenas um ponto de vantagem sobre quem? O Hamilton. Mas Massa pode, né? É brasileiro.
Saberemos receber, aqui na terrinha, uma seleção como a França ou a Holanda? Quem sabe a Argentina? Ou até mesmo uma pequena seleção, de país de pouca tradição no futebol, (Burkina Faso ?!?) terá nossa devida atenção?
Precisamos pensar rapidamente nessa questão. No momento, há muita gente preocupada em faturar (ou superfaturar) a Copa 2014. O foco na educação dos torcedores (somos anfitriões, gente!) precisa ser ajustado. O que se fizer (de bom ou de ruim) repercutirá muito no planeta todo. Ser vitrine não é fácil.
Ah, e não se esqueçam que depois teremos a Olimpíada de 2016.

domingo, 4 de julho de 2010

Trevo da BR 040: Perigo e Vergonha

Tanta coisa por se fazer.
Para cada canto que se olha há uma necessidade urgente. O trevo da entrada da cidade na BR 040 já deixou de ser urgência faz tempo. É emergência arrumar aquilo ali.
Refiro-me à falta de iluminação. Parece que os responsáveis (?) estão apenas esperando um acidente violento ali para tomar alguma providência. Talvez depois construam um boulevard e batizem com o nome das vítimas.
Dizem que o problema é federal, pois a BR é federal e o DNER ou DNIT blá blá blá. Acontece que cidades muito menores possuem trevos decentes na BR 040. Ou será falta de representação política em Brasília? Ô deputado, dê uma força aí. Se for falta de representação, a coisa vai ficar do mesmo jeito pois a partir dos 200 candidatos lançados na cidade nunca teremos um deputado realmente nosso (a cidade tem potencial para 1 deputado federal e 2 estaduais que verdadeiramente se preocupariam 24 horas por dia - nos poucos dias que Congresso e Assembleia funcionam - com a nossa cidade).
Ou será que teremos que esperar até 2014... Brasil em ritmo de Copa do Mundo... Sete Lagoas abrigando uma seleção... para lembrarmos que a entrada da cidade é uma das mais ridículas do país? E sem falar do monturo de pedras... ai ai ai.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Escolhas.

Você até pode ter escolhido errado na hora em que votou.
Mas na próxima eleição você tem como mudar seu voto.
Mas se você escolher errado agora, ou simplesmente escolher não fazer nada, depois não terá mais jeito.

PRESERVAR A LAGOA DA CHÁCARA
OU

DEIXAR QUE ACABEM COM ELA?

Não é hora de ficar omisso. Faça sua escolha e não se arrependa depois.
Pelo menos fique em paz com a sua consciência e durma tranquilo. Outras pessoas não poderão fazer o mesmo.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

Onde tem fumaça... tem descaso...

Em Sete Lagoas existe uma lenda bem antiga. Dizem que algumas siderúrgicas se aproveitam da madrugada, do crepúsculo ou da noite para lançarem ao ar toda sorte (ou azar) de fumaças, resíduos e sei-lá-mais-o-quê que não podem obviamente liberar durante o dia. Francamente, nem sei se isso é possível (guardar sujeira para soltar na hora mais conveniente). O problema é que às vezes somos surpreendidos por fatos desse tipo acontecendo em horas insólitas.
A foto abaixo (com devida data e horário registrados) mostra o restante de uma imensa nuvem negra liberada antes das 6 horas da manhã de um domingo. Isso mesmo! Horário e dia no mínimo estranhos para alguém estar fazendo fogueira ou queimando pneus próximo a siderúrgicas, né? Aliás, bem próximo, pois conferi no Google Earth e bem... batata!


Mas as fumaças também aparecem durante o dia claro, como mostram as outras fotos apontadas da janela bem à minha frente (onde digito agora). Realmente tenho uma vista privilegiada, mas preferia não ter que acompanhar essas descargas de poluentes. Tenho mais fotos, mas também acho que não precisa exagerar. Acho que essas são suficientes.


Aproveito para perguntar aos amigos que se dão ao trabalho de ler esse blog, como estão as análises da poluição atmosférica na cidade? As leituras estão sendo feitas? Agora podem ser divulgadas?
Para quem não sabe (acho que 99,99% da população) a cidade uma vez ganhou alguns equipamentos de medição de poluição atmosférica (principalmente particulados). Os equipamentos foram doados, digamos, por um grupo relacionado a empresas que trabalham com derivados da hematita. O interessante é que o acordo para o recebimento dos equipamentos previa que os equipamentos poderiam medir a poluição, mas os dados não poderiam ser revelados. Só o Barrichello assinaria um contrato assim... bom, dizem que o Massa também assinou um igual. Fantástico isso! Claro que os dados não ficam mofando no fundo das gavetas e, mais dia menos dia, alguém tem acesso a eles. Em uma reunião do antigo Codema (antigo mesmo, não é o atual) esses dados vazaram. Registravam 4 dias por ano em que as medições estavam bem acima do permitido. Como eram feitas medições a cada 6 dias, isso significa na verdade que durante 24 dias por ano (quase um mês), todos esses dias durante o inverno, a população estava sujeita a conviver com esses poluentes. Depois ninguém sabe dizer porque os problemas respiratórios se agravam tanto nesse período aqui na cidade e a culpa sobra para a umidade baixa do ar e a inversão térmica. Sei... mas aí tem fumaça.
Gostaria muito de ler os comentários da SEMMA, do CODEMA, do Dr. Ernane, da FEAM e até das siderúrgicas esclarecendo se esse tal "lançamento noturno" é possível.
Abraços a todos...

Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior