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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A Melhor Mensagem de Natal

[CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR E MELHORAR A NITIDEZ]

domingo, 17 de dezembro de 2017

Feliz Natal e Feliz 2018

Mais um ano se aproxima do final e já estamos ansiosos pelo ano que irá se iniciar. Pedimos muita luz ao povo brasileiro e principalmente para os políticos, pois este ano poderá ser decisivo para as nossas instituições. Estamos à beira de um período muito bom, mas estamos à beira de um abismo também. 


sábado, 4 de novembro de 2017

MEC deixa candidatos malucos na véspera do ENEM.

MEC divulga vídeo sobre "que roupa vestir na prova do ENEM" e deixa candidatos malucos achando que é dica para um provável tema de redação do tipo: "Caminhos para combater a homofobia no Brasil".(https://www.instagram.com/mineducacao/)


A suspeita se fundamenta também pelos dois últimos temas apresentados nas provas do ENEM/2016 em primeira e segunda aplicação. Veja abaixo...


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Lista de possíveis temas de Redação para o ENEM: assuntos que valem uma discussão.

A gente não quer só comida: Diversão e arte.
A justiça dos pobres e a justiça dos ricos. A justiça é cega?
Acessibilidade para quem precisa
Agropecuária e seus impactos ambientais
Alimentação Saudável
Analfabetismo científico como entrave para o desenvolvimento do país
Analfabetismo no Brasil
Anonimato virtual e crime
Apagão: uma risco que sempre nos rodeia
Redes sociais e aplicativos de relacionamento: e a realidade, como fica?
Assédio Moral
Assédio Sexual
Ativismo em Redes Sociais
Black blocs: entre o protesto legítimo e o vandalismo inustificável
Bullying e cyberbullying
Caminhos para se combater a homofobia no Brasil.
Caminhos para se combater a violação dos direitos humanos no Brasil
Como combater as pequenas e grandes corrupções no Brasil
Como estimular a formação de jovens leitores.
Conceito de família no século XXI
Conflito de gerações entre pais e filhos
Cotas nas universidades e no mercado de trabalho
Dependência: das drogas à tecnologia
Desafios da Reforma Agrária
Desafios do aprendizado em um mundo conectado
Desafios do Big Data: segurança e privacidade das informações
Desigualdade de oportunidades: a questão étnica e de gênero
Destinação adequada do lixo eletrônico
Doação de órgãos e tecidos
Epidemias e o risco para a população
Espaços de convivência
Exercício da cidadania dos deficientes físicos no Brasil (semelhança com o ENEM 2017)
Fuga de cérebros do Brasil
Gestão dos recursos hídricos no Brasil
Há limites para o humor e para a arte?
Intolerância ideológica em meio à construção da democracia brasileira
Intolerância religiosa (acerto do blog no ENEM 2016)
Liberdade de expressão, mídia e censura
Maus tratos de animais
Mercado de trabalho no Brasil e novas profissões
Métodos terapêuticos experimentais: uma saída para doenças ou um comportamento temerário?
Mobilidade Urbana
Moda e individualidade
Novos modos de educar
O limite da estética e da saúde
O lixo plástico e sua destinação
O perigo do "comportamento de massa"
Obesidade infantil
Obsolescência programada e consumismo
Os desafios da comunicação e a sobrevivência de rádios e jornais escritos
Os direitos das domésticas
Papel do esporte na construção social brasileira
Parto normal x cesariana
Perpetuação do trabalho escravo no Brasil no século XXI
Políticas de prevenção a desastres ambientais no Brasil
Popularização do Teatro como resgate da cultura
Popularização dos Museus como resgate da cultura
Redução da maioridade penal
Religião e seus impactos na sociedade
Sedentarismo
Sistema prisional brasileiro
Sustentabilidade da economia e o aquecimento global
Tabagismo
Tráfico de animais
Trotes violentos nas universidades
Uso de animais em experimentação
Uso e abuso de medicamentos no Brasil
Uso racional da água e de outros recursos
Violência nos estádios
Violência urbana
Voluntariado e Transformações Sociais

Caminhos para se combater a homofobia no Brasil, um tema bem possível.
Fonte: Antônio Cruz/ Agência Brasil

A FARSA DAS MULTAS CONTRA A SAMARCO

Neste próximo domingo (05/11/17) completam-se dois anos do "acidente" do rompimento das barragens da SAMARCO em Mariana. Um crime, praticamente premeditado pela péssima engenharia utilizada nas ampliações das barragens, que ceifou a vida de 19 pessoas e de mais de 600 km do Rio Doce. Afetou, ou seja POLUIU, uma área de quase 5.000 hectares.
Foram 68 multas aplicadas entre as do Governo Federal e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, totalizando pouco mais de 550 milhões de reais. E muito se falou em penalidades que chegariam a 100 bilhões de reais, entre multas e compensações... conversinha fiada que graças à "agilidade" do nosso Judiciário pode virar pó... ou lama! E dessas 68 multas, 67 estão sob recurso pela mineradora. Apenas uma parcela (das 60) de uma das multas foi paga, algo em torno de 6 milhões de reais.

Rio Doce após o desastre ambiental da Samarco. Fonte: www.tvjurere.com
Num país onde não se pode acreditar em quase mais nada, não é de se espantar que a coisa esteja neste pé. Ingênuos somos todos nós. No mínimo, a Samarco ainda deve estar conseguindo lucrar com o desastre, não sei como, mas não duvido de nada.
Abaixo temos trechos da reportagem produzida pelo El País, sobre o assunto. Trechos em negrito foram assinalados por mim:
Segundo o Ibama, o total de penalidades aplicadas pelo órgão federal à Samarco totaliza 344,85 milhões de reais. A última delas é de fevereiro deste ano e se deve ao fato da mineradora deixar de atender a exigências legais após ser notificada pelas autoridades. Foi a quarta multa aplicada em 2017 relacionada ao rompimento da barragem, por situações que incluem, por exemplo, a entrega em desconformidade do que foi fixado pelo Ibama em um programa de busca e resgate de fauna afetada pela lama.
A situação não é diferente nos órgãos ambientais estaduais, que aplicam sanções adicionais às do Ibama. Dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) de Minas Gerais apontam que desde o desastre foram aplicadas 38 multas à mineradora, totalizando 205,86 milhões de reais. Destas, 37 estão em fase de recurso. Só uma, a primeira, aplicada logo em novembro de 2015 e chamada pelo órgão de "multão" por se referir ao rompimento da barragem em si, começou a ser paga. O valor original era de 112,7 milhões, que acabou atualizado para 127,6 milhões. A Samarco parcelou a dívida em uma entrada de 6,38 milhões — o único valor pago do total das multas aplicadas pelos dois órgãos até agora — e outras 59 parcelas que, em média, custarão dois milhões de reais cada. Apenas para efeito de comparação, o lucro líquido de uma das donas da mineradora, a Vale, foi de 7,89 bilhões de reais nos três primeiros meses deste ano, um valor 25% maior que o mesmo período de 2016.
A Samarco afirma que recorre das multas por entender que "há aspectos técnicos e jurídicos nas decisões que precisam ser reavaliados e, por isso, aguarda a decisão administrativa das defesas apresentadas". A empresa afirmou, ainda, que em 2016 aplicou dois bilhões de reais nas ações de reparação e compensação assumidas em um Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC), firmado em 2016 com os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo. "Outros investimentos continuam sendo feitos pela Fundação Renova, entidade sem fins lucrativos que assumiu em agosto de 2016 a responsabilidade de implementar todos os programas do TTAC".
Morosidade das punições: O não pagamento das multas é mais um exemplo de como o desastre tem sido punido a passos lentos. O processo criminal, que pode levar para a cadeia diretores da Samarco e de suas proprietárias, a Vale e a BHP Biliton, foi paralisado pela Justiça Federal, para a análise de um pedido da defesa que argumenta que houve o uso de provas ilegais no processo. Segundo o juiz do caso, que deferiu a suspensão, as alegações da defesa, se comprovadas, podem acabar por cancelar o processo, levando-o à estaca zero. A ação criminal julga a denúncia do Ministério Público Federal, que acusou a Samarco, a Vale, a BHP Billiton e 21 diretores das três empresas por suspeita de homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), inundação, desabamento, lesões corporais graves e crimes ambientais em decorrência da tragédia.
Dois destes diretores — o ex-presidente da Samarco Ricardo Vescovi e o ex-diretor de operações da mineradora Kleber Terra — alegaram à Justiça que a investigação usou informações de grampos telefônicos coletadas fora do período autorizado pela Justiça. O processo está suspenso até que as companhias telefônicas informem o período exato de coleta das informações. O procurador-geral da República Eduardo Aguiar nega que os grampos duraram para além do prazo autorizado e diz que a confusão de datas pode se dever à demora na notificação da Justiça às companhias telefônicas para o início da interceptação telefônica, cujo prazo de vigência é de 15 dias.
Aguiar é um dos oito procuradores da força-tarefa montada pelo MPF para investigar o desastre da barragem de Fundão. Eles também são responsáveis pela ação civil pública movida contra a empresa, que pode gerar um ressarcimento estimado em 155 bilhões em compensações. Ela também está parada para a confecção dos termos do acordo, planejado para sair em outubro, véspera do segundo aniversário da tragédia —ele é negociado há pelo menos um ano.
Também foram temporariamente suspensas na Justiça comum de Minas Gerais, em julho, milhares de ações judiciais contra a Samarco de pessoas que afirmam terem sido afetadas pelo rompimento da barragem para que o Judiciário analise um pedido da empresa. A mineradora quer que a Justiça aplique uma medida chamada de Incidente de Demanda Repetitiva nos processos, o que faria com que todas as causas tenham a mesma solução, independentemente da demanda. Segundo afirmou ao site G1 a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Governador Valadares, onde estão 50.000 processos parados, a medida já foi adotada no Espírito Santo e o valor estabelecido para as indenizações foi de 1.000 reais. A Samarco afirma que não vai comentar sobre as ações na Justiça.
É, meus amigos, meio ambiente aqui no Brasil é tratado dessa forma. Muitas vezes até em segredo de justiça apesar da lei indicar que deve se dar ampla visibilidade aos processos. Aqui mesmo em Sete Lagoas temos um caso desses em relação à desmatamento em área protegida da Serra de Santa Helena.

Pescador observa a situação do Rio Doce, logo após o desastre. Fonte: https://ogimg.infoglobo.com.br
Quando a gente escuta e lê sobre alguns casos emblemáticos que nos assustam, raramente pensa que eles podem estar ocorrendo aqui, pertinho da gente.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Mais uma lagoa desaparecendo???

Alguns moradores do entorno da Lagoa do Brejão (Lagoa do Guilton) estão preocupado com o recuo das margens. Segundo eles, mesmo em períodos anteriores de seca nunca se viu um recuo tão pronunciado. A suspeita está no excesso de poços de retirada de água nas proximidades e na retirada direta de água da lagoa.
Seguem-se as imagens... aguardemos as explicações...


(Fotos enviadas por moradores do entorno da lagoa.)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Sobre pombos-correios

Notícia compilada do setelagoas.com.br... que por sua vez compilou da Agência Estado:

Pombos são apreendidos ao transportar celulares para cadeias
Quarta, 25 de Outubro de 2017  
Dois pombos foram capturados enquanto transportavam telefones celulares para presídios em São Paulo. As aves eram utilizadas para levar os aparelhos aos detentos da Penitenciária ASP Joaquim Fonseca Lopes, em Parelheiros, na zona sul da capital, e da Penitenciária I Mário Moura Albuquerque, em Franco da Rocha, na região metropolitana. 
Foto: Secretaria de Administração Penitenciária
Esta não foi a primeira vez que pombos foram utilizados para o transporte de celulares neste ano. Em fevereiro, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) noticiou que uma pomba foi capturada com um celular e uma bateria costurados ao corpo. Os agentes pegaram a ave no pavilhão da Penitenciária II Nilton Silva, também em Franco da Rocha. 
A SAP não soube informar o que aconteceu com os pombos-correio depois da captura, feita pelos próprios agentes de escolta e vigilância das unidades. Até o fim da tarde desta terça-feira, 24, as penitenciárias também não haviam divulgado o destino das aves. 
A Penitenciária I Mário Moura Albuquerque, em Franco da Rocha, foi inaugurada em 1998 e recebe presos em regime fechado e semiaberto. O local tem capacidade para 914 detentos, porém conta com 1.864, mais do que o dobro. 
Já a Penitenciária ASP Joaquim Fonseca Lopes, no extremo sul da capital, recebe apenas presos em regime fechado. O local, inaugurado em 2009, tem capacidade para 938 pessoas e abriga 1.429 detentos, segundo dados fornecidos pela SAP.
Com Agência Estado

Comentário: "O pombo-correio não leva uma mensagem espontaneamente a um determinado destino, como muita gente pensa. Ao invés disso, ele é transportado de seu local de origem até um certo ponto de partida, de onde ele saberá como retornar à sua casa." Em outras palavras, esses pombos são criados no presídio, levados para outro local, recebem o celular e voltam para o presídio. Quem se aproxima para pegar o celular é quem criou o animal. Ou seja... podem começar a investigar quem cuida dos pombos nesses presídios... o crime aí é INTERNO!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

DESABAFO

A gente não cansa de denunciar, coloca em risco muitas vezes a própria vida, fica desesperado com o desrespeito e os crimes ambientais que ocorrem aqui na cidade para alguém que nunca fez nada, absolutamente nada, achar que os "ambientalistas de Sete Lagoas" estão com os braços cruzados vendo o circo pegar fogo. A vontade é mandar tomar suco de caju! Essa não merece nem florzinha!
Para começar, tal pessoa deveria procurar o prefeito ou o vereador que a mesma elegeu (eles ganham para isso) ou o Ministério Público (que também ganha para isso) para dar conta das questões ambientais. Aposto que nem coragem de fazer denúncia tem. 
Aliás, pra fazer zueira com o teclado do computador na mão tá cheio de corajoso, para protocolizar uma denúncia e colocar a cara a tapa aparece uma meia dúzia que o faz por IDEALISMO! 
É revoltante ter que lecionar mais de 40 horas por semana (é... "defesa do meio ambiente" nunca pagou minhas contas, mas já gastei um bocado com isso), tentar ajudar em um punhado de demandas ambientais (ontem mesmo recebi uma grave denúncia por whatsapp, hoje recebi uma outra por telefone na hora do almoço... a gente tenta encaminhar), dar indiretas e diretas o tempo todo aqui no blog e nas redes sociais para alguém subir no alto de suas tamancas e vociferar como se os ambientalistas fossem os responsáveis pela caótica situação ambiental que persiste em vários locais de nossa cidade. 
Vai inverter as coisas assim lá no chapéu!!!

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Entrevista para o Jornal Sete Dias sobre o problema das garças na orla da Lagoa Paulino

Qual espécie de ave que, normalmente durante a noite, habita palmeiras na orla da Lagoa Paulino?
São várias as espécies que procuram as palmeiras à noite para se abrigarem. As principais são espécies de garças brancas, socós e biguás.

A lagoa é o principal atrativo para estas espécies?
Quando a lagoa encontra-se muito rasa (como está acontecendo agora na Lagoa da Boa Vista), a lagoa passa a ser sim um atrativo para as garças. Os biguás já preferem as águas um pouco mais profundas pois são excelentes mergulhadores e pegam os peixes dessa forma. Socós geralmente são vistos pescando nas margens. Mas a questão ali não é de "atrativo" ou "de alimentação" (apesar dos biguás serem vistos em atividade durante o dia). A questão é mais de abrigo.

Existe uma época do ano onde estas aves “visitam” mais Sete Lagoas?
Não, estas aves são de grande distribuição e não são migradoras típicas. São encontradas na região o ano inteiro.

Algum desequilíbrio ecológico estaria trazendo estas aves para o ambiente urbano?
Sim. Temos assistido uma diminuição das árvores que poderiam servir de abrigo noturno para essas aves ao redor da cidade. Muito desmatamento e muitos em regiões que possuem ambientes propícios para as aves se alimentarem durante o dia. Com esse desmatamento vem também a agressão às aves que é feita de todas as formas... de pedradas a tiros. Com isso, ao que tudo indica, as aves passaram a procurar as árvores e palmeiras do centro da cidade onde estão livres desse tipo de agressão. Todos que têm mais de 40 anos se lembram da "Ilha dos Pássaros", ao lado da Ilha do Milito, onde as garças acabaram matando a grande paineira que lá existia (agora existe uma outra no local).

O mau cheiro é muito forte e quem transita, trabalha ou faz atividades físicas na região convive com esta situação. Existe algum risco de doença caso haja contato com este tipo de excremento?
É sempre bom evitar contato com fezes de animais e isso vale muito para as fezes de aves silvestres. Na verdade, nem sabemos que tipo de contaminação esse contato pode trazer para a saúde humana. É amplamente conhecido o problema da psitacose, grave doença causada por um tipo de clamídia (bactéria) que pode ser transmitida pela poeira de fezes principalmente de papagaios e pombos. Sem ser alarmista, convém lembrar também de outras doenças como a gripe aviária. Portanto, a exposição às fezes é no mínimo um risco. 

Você apontaria alguma solução esta situação no sentido de preservar as aves e o ambiente?
A solução, ou um caminho para esta solução, já havia sido proposta pela Secretaria de Meio Ambiente na gestão passada. Entretanto, por alegadas razões financeiras da secretaria, o trabalho ficou mais na proposição do que na ação. Envolvia basicamente três partes. Primeiramente a redução da copa das árvores e palmeiras frequentadas pelas aves (no caso foi feita uma poda drástica nas árvores ao lado da Escola Arthur Bernardes e surtiu resultado, uma vez que a situação lá se encontrava insustentável para as aulas). Inclusive hoje já dispomos a nível nacional de uma norma técnica da ABNT para a poda de palmeiras que permite a remoção das folhas (fronde) num ângulo abaixo de 45 graus em relação ao plano horizontal. A segunda ação seria incomodar as aves com holofotes que seriam direcionados para as copas das árvores no sentido de forçá-las a mudar para outros locais. E a terceira, em caso extremo, seria o uso de fogos de artifício para provocar o incômodo. Com isso elas se veriam obrigadas a procurar abrigo em pontos mais afastados ou na periferia da cidade. Claro que, para isso funcionar corretamente, temos que aumentar o plantio das árvores que elas preferem em locais mais afastados e propícios, além de trabalhar também a educação ambiental para que não sejam perturbadas nesses outros locais.

A entrevista foi publicada juntamente com outras informações. Pode ser lida clicando AQUI.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Sobre o último concurso da Área de Saúde

Recebi a mensagem que divulgo e um pedido para que a mesma fosse publicada no blog. Acredito que se trata de uma situação séria e que a Administração Municipal deve, o quanto antes, sanar as eventuais questões que envolvem o tema.

A Comissão de Aprovados do Concurso 001/2015, torna público, nossa indignação e repúdio, a atual gestão do município de Sete Lagoas, devido à inobservância e desrespeito, em relação ao certame acima citado.
Trata-se do concurso destinado a área da saúde, realizado nos dias 07 e 08 de maio de 2016 e homologado no dia 14 de junho de 2016. O concurso contemplou todos os níveis de escolaridade, desde o fundamental ao superior completo. O concurso da saúde anterior a este, foi em 2002, tempo excessivo de irregularidade, por ficar todo esse tempo na renovação de contratos.
Temos como reivindicação, a justa efetivação dos candidatos aprovados, ainda não convocados, do concurso em questão, o mais breve possível. O mencionado pleito está assegurado legalmente pela Constituição Federal de 1988, que embasou a criação da “LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 30 DE MARÇO DE 2016, QUE ALTERA A LEI COMPLEMENTAR Nº 183, DE 23 DE SETEMBRO DE 2015 QUE "DISPÕE SOBRE O PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E VENCIMENTOS DOS SERVIDORES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SETE LAGOAS, O ESTÍMULO À FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIDOR, SUA CONTRIBUIÇÃO AO PROCESSO DE TRABALHO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".

SEÇÃO VDO INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA 
Art. 40 O ingresso nas carreiras constantes no Anexo I, dar-se-á, mediante concurso público de provas ou de provas e títulos.
§ 2º Os cargos iniciais da carreira constantes no Anexo I desta Lei Complementar serão providos em caráter efetivo, por nomeação, obedecida a ordem de classificação no concurso público de que trata o caput deste artigo.

Na Lei Complementar anteriormente citada, há um quantitativo mínimo de profissionais Efetivos que deve haver em cada área de atuação (Anexo I) e todos se encontram com quantidade inferior ao que é determinado pela lei municipal vigente.
Essa quantidade de profissionais Efetivos, exigido na lei municipal, não é capaz de suprir a real necessidade da saúde de Sete Lagoas, portanto, se faz necessário a complementação no número de profissionais, mas, nos casos de vacância, o órgão tem que convocar os aprovados no concurso, dentro do prazo de validade, ao invés de contratar terceirizados para ocupar a vaga, mas a administração local tem feito o contrário.
Após inúmeras tentativas sem sucesso, de acordos pacíficos com representantes do governo municipal, gerou em nós aprovados e excedentes, um enorme sentimento de insatisfação e consternação.
Um exemplo lamentável foi uma reunião do Conselho de Saúde da Câmara de Sete Lagoas, juntamente com o gestor de saúde, no dia 08 de agosto de 2017, onde o representante justificou a não nomeação dos excedentes, devido à inexperiência dos mesmos e o fato de alguns residirem em outras cidades.
A fala do gestor de saúde não procede, uma vez que a maioria dos excedentes possui experiência no cargo alcançado, inclusive os que eram funcionários da prefeitura foram demitidos e substituídos por contratados, até mesmo sem experiência alguma. E outra questão relevante, é que a maioria dos excedentes possui pós-graduação ou mestrado.
Vale ressaltar, que NÃO havia como pré-requisito no edital do concurso, nenhum dos argumentos utilizados pelo representante de saúde.
Observa-se que as nomeações realizadas até o presente momento, tiveram como critério tão somente a conveniência da atual gestão.
A suspensão indevida da chamada dos excedentes, por parte da Secretaria Municipal de Saúde, caracteriza-se em um ato de improbidade, uma vez que as informações supracitadas comprovam que o número de profissionais Efetivos, encontra-se aquém do que do determinado por lei municipal vigente e que os cargos de vacância estão sendo substituídos por grande número de contratados (baseado no Portal da Transparência), sendo que os excedentes nesse caso possuem prioridade em relação aos contratos temporários, portanto, estamos tendo nossos direitos violados.

sábado, 9 de setembro de 2017

Petição Pública pela APLICAÇÃO DA LEI DE CRIMES AMBIENTAIS EM SETE LAGOAS

Petição Pública Pela Aplicação da LEI DE CRIMES AMBIENTAIS em Sete Lagoas foi criada. Quem estiver de acordo assine e compartilhe. Precisamos de uma resposta positiva do Poder Público e um engajamento da coletividade.

PARA PARTICIPAR E ASSINAR A PETIÇÃO ENTRE NO LINK: www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR101805

Petição pela aplicação da Lei de Crimes Ambientais

Para: Excelentíssimo Sr. Prefeito Municipal de Sete Lagoas, Excelentíssimo Sr. Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Sete Lagoas, Excelentíssimo Sr. Comandante da Polícia Militar Ambiental em Sete Lagoas

Os cidadãos abaixo-identificados solicitam de Vossas Excelências a observação do cumprimento efetivo da Lei dos Crimes Ambientais em nossa cidade, quer seja na forma de uma maior fiscalização, quer seja na forma de punições adequadas. 
Estamos vendo nossa arborização urbana diminuindo a cada dia com diversas supressões irregulares. Vemos ainda nossas matas nativas sendo tragadas pelo fogo colocado por irresponsáveis de todo o tipo, inclusive aqueles que acham que podem controlar o fogo em suas propriedades em período de seca e vento intensos. Dessa forma, a qualidade de vida dos cidadãos encontra-se comprometida e o nível de particulados no ar chega ao insustentável (infelizmente os dados sobre essas análises são sigilosos por exigência da entidade que doou os aparelhos de medição, algo que também precisa ser revisto a bem da transparência das informações). Contudo, os crescentes atendimentos hospitalares neste período por questões ligadas a doenças respiratórias são visíveis por todos nós. 
Sugerimos, se possível, que as penas de reclusão previstas em lei sejam comutadas na forma de ação sócio-educativa (plantio e manutenção de árvores, participação junto à Brigada de Combate a Incêndios, etc) uma vez que reconhecemos não ser a maneira mais adequada de se punir essas ações no contexto atual do nosso sistema carcerário. 

Em especial, solicitamos maior rigor em relação aos artigos citados abaixo, da referida lei (9605 de 1998). 

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização. 

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta. 

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação. 

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: 

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas (...). 

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana (no caso temos até a queima de lixo ou queima da vegetação de lotes urbanos que podem provocar ou agravar danos à saúde dos vizinhos), ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: 

Na certeza de termos nosso pleito atendido, encaminhamos este documento. 

Os signatários

PARA PARTICIPAR E ASSINAR A PETIÇÃO ENTRE NO LINK: www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR101805

domingo, 3 de setembro de 2017

INCÊNDIOS FLORESTAIS, QUEIMADAS, CORTE DE ÁRVORES E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS... SÓ PARA LEMBRAR


Ninguém pode se esquivar de cumprir a lei por meio da alegação de que não a conhece ou, na forma contida na legislação, "ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece", art. 3o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). Essa norma, ao estipular a presunção de conhecimento da lei, é fundamental para a eficácia do ordenamento jurídico. É a presunção de que todos nós conhecemos todas as leis e, em razão disso, não podemos alegar o desconhecimento das mesmas para justificar condutas ilegais. E isso é muito comum na área ambiental.
Sendo assim, vamos lembrar aos cidadãos sete-lagoanos, bem como cobrar das autoridades locais, o cumprimento da LEI DE CRIMES AMBIENTAIS. Para tanto, e em conformidade com as situações que insistem em se repetir em nossa cidade em especial nos períodos de estiagem, como o que enfrentamos agora, marquei em vermelho alguns pontos importantes de artigos selecionados e algumas explicações também em vermelho entre parênteses. Para o leitor mais ávido, não será difícil encontrar o inteiro teor da lei.

LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990 (até 10 km das Unidades de Conservação), independentemente de sua localização:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana (no caso temos até a queima de lixo ou queima da vegetação de lotes urbanos que podem provocar ou agravar danos à saúde dos vizinhos), ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.


§ 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

terça-feira, 25 de julho de 2017

MORTE DE PIRARUCUS NA LAGOA PAULINO

A Lagoa Paulino vem sofrendo, desde muito, com uma série de intervenções totalmente desvinculadas de qualquer objetivo estudo ambiental. O ponto alto dessas intervenções foi sem dúvida alguma a introdução dos botos na mesma, seguida pela introdução de carpas. A dupla de animais provocou enorme degeneração nas condições biológicas do lago e a partir daí a lagoa nunca mais foi a mesma. Obras na década de 1980 minimizaram o lançamento de esgotos na lagoa e, recentemente, a limpeza das galerias pluviais e o estancamento de alguns pontos de vazamento de esgoto diminuíram o ritmo de lançamento de matéria orgânica. Mas é muito pouco frente ao enorme acúmulo de sedimentos orgânicos no seu leito, que além do mais são revolvidos constantemente pelos peixes, o que provoca efeitos estéticos e biológicos importantes.
Junte-se a isso o fato de ser uma lagoa rasa com uma profundidade média que não chega a 2 metros. Basicamente, ela possui um único rasgo que vai da região da fonte luminosa até sua comporta (perto do Arthur Bernardes) onde a profundidade pode chegar a 4 metros. No mais, em sua maior parte, pode ser cruzada sem se dar uma braçada. É importante essa contextualização para entendermos que modelos que se aplicam a lagoas de 20 metros de profundidade não se aplicam à Lagoa Paulino. Não há uma inversão importante das camadas ou estratos de água em lagoas desse tipo, simplesmente pelo fato de tais camadas precisarem de profundidades maiores para se estabelecerem. E os poucos estudos que tive acesso sobre as concentrações de oxigênio na lagoa mostram níveis acima de 4mg/litro. Abaixo disso podemos sim ter uma mortandade generalizada de peixes.
Tudo isso precisa ser compreendido para entendermos as recentes mortes divulgadas de Pirarucus na Lagoa Paulino. O pirarucu é um peixe da bacia amazônica que foi indevidamente introduzido na lagoa. Há relatos que também tenha sido introduzido na Lagoa José Félix. Outra irresponsabilidade de quem quer que tenha sido, seguramente ocorrido por volta de uma década e meia atrás, que deveria ter sido amplamente investigada e punida na época.
O pirarucu (Arapaima gigas) divide com a piraíba (Brachyplatystoma filamentosum) o título de maior peixe de água doce do mundo, podendo chegar a 3 metros e 250 quilos. O pirarucu, como vários peixes da bacia amazônica, tem alternativas para conseguir o oxigênio necessário para sua respiração. Quase 80% do oxigênio que ele consegue vem da respiração aérea. Não é um peixe pulmonado verdadeiro, mas sua bexiga gasosa (órgão de flutuação) tem a capacidade de fazer as trocas gasosas necessárias para o peixe conseguir oxigênio. Para tanto, ele precisa vir até a superfície e esse é o momento em que ele é arpoado e capturado. Basicamente vem à superfície em intervalos que variam de 5 a 15 minutos. Além do mais, e para entender a questão da morte dos pirarucus, convém lembrar que em períodos de frio não há diminuição drástica do teor de oxigênio na água, pelo contrário. É no verão que ocorre a diminuição da solubilidade do oxigênio e maior consumo pelo metabolismo dos organismo do sedimento. Claro que o teor de oxigênio varia durante as 24 horas do dia e cai na parte da noite/madrugada pela ausência da fotossíntese. Mas nada que em princípio provocaria a morte dos pirarucus. A questão da temperatura da água em si, bastante baixa no último mês, pode ter algum reflexo na saúde geral do peixe, facilitando sua contaminação com fungos ou com parasitas possivelmente existentes na lagoa, mas há mais informações que precisam ser conhecidas para não se tentar atribuir a apenas uma causa tais eventos.
Não foram apenas dois pirarucus mortos. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) identificou 7 mortes de pirarucus nos últimos dois meses. Ou seja, as mortes começaram antes do período de frio extremo e coincidindo com o período em que já verifiquei fotograficamente a ocorrência de reprodução dos mesmos na Lagoa Paulino. Dos 7 animais periciados, três apresentavam sinais inequívocos de lesões por tentativa de pesca, dos outros quatro ainda aguardamos mais informações. Anzóis têm sido encontrados frequentemente “de espera” na orla da lagoa. Em outras palavras, tem gente querendo comer ou comercializar a carne desses peixes o que é um assunto muito grave e transcende a questão da morte dos peixes, tornando-se um problema de saúde pública e um caso de polícia.
Inequivocamente, as baixas temperaturas podem fragilizar o animal facilitando o surgimento de doenças. O período reprodutivo (se é que ocorreu reprodução) faz os machos se exporem mais pois são eles que “ensinam” os filhotes como subir à superfície para respirar - isso é muito visível e já registrei sua ocorrência várias vezes em outras épocas (os dois animais mortos que vi imagens, pela coloração das escamas, são machos). O nível de contaminação microbiológica das águas, que levou à condição de proibição de uso da água, nado e pesca desde 2010, persiste e é claro que impõe um risco a mais para a fauna. O teor de oxigênio, salvo uma análise que mostre que tem ficado abaixo de 4mg/litro, creio não ser o principal fator num peixe que tem respiração aérea.
Mas é importante, novamente, frisar que 3 dos 7 animais mortos foram vítimas de tentativa de pesca. Acho que no momento isso se impõe e deve ser amplamente divulgado. O consumo de peixes da Lagoa Paulino, da Lagoa do Cercadinho e da Lagoa José Félix não deve ser feito. Não há garantia alguma de que o cidadão estará livre de contaminação com micro-organismos ou com toxinas (que são resistentes ao cozimento do pescado) que podem se acumular no organismo e provocar falência de órgãos como o fígado, baço e rins.
Portanto, a boa ciência nos indica cautela e investigação. E total apoio aos órgãos como a Semas no sentido de colaborar com essas investigações e na proposição de uma agenda exequível de devolver para nossos cidadãos uma lagoa com melhores condições para uma fauna e flora nativas e equilibradas.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

Professor e Biólogo (CRBio – 87454/04-D)

[Texto com informações solicitadas pelo site http://teclemidia.com/]

PS.: Na semana passada (por volta de 10 de agosto, já fora do período de maior frio), apareceu outro pirarucu morto na Lagoa Paulino.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Outro pirarucu aparece morto na Lagoa Paulino.

Acabo de receber as imagens de um outro pirarucu que apareceu morto na Lagoa Paulino, hoje, por volta das 8h00. Foi arrastado pelo barquinho até a rampa perto do Lago Palace onde foi colocado na caçamba de carro da prefeitura. Quase não coube na caçamba. Seguramente maior do que o primeiro que apareceu morto na semana passada. 
Bem, um pirarucu morto não me assusta, mas dois... aí tem. Eles estão chegando agora ao período de reprodução. Pelo que tenho registrado, a reprodução se dá no mês de agosto ou início de setembro. Pode ser que estejam mais expostos e assim instigando a pesca. Hoje tenho reunião agendada na Secretaria de Meio Ambiente e vou procurar mais informações.
Não acredito muito na teoria da falta de oxigênio pois o bicho tem respiração branquial e "pulmonar" já que sua bexiga gasosa tem capacidade de capturar oxigênio atmosférico (para isso vem constantemente respirar na superfície... sendo alvo fácil). Como já relatei que até rede de pesca estão passando na lagoa de madrugada (ali mesmo, perto da rampa)... não duvido que seja tentativa de pesca mesmo. Aguardemos algum laudo.
Agradeço ao amigo Diego pelo envio das imagens!!!




domingo, 23 de julho de 2017

"Herói"

Hoje postei várias críticas nas redes sociais em relação ao momento que estamos vivendo no país e prometi que ia postar algumas florzinhas para levantar o astral e aliviar a mente... mas aí o sangue ferveu (acho que o de qualquer ser humano normal ferveria também):

Gente, desculpa! 
Vi agora e não aguentei. 
Não ia postar mais nada do gênero hoje. 
Mas... Um dos maiores corruptores do Brasil "sentiu coragem" de romper com a corrupção e paga de herói. 
Herói, cara, é quem leva esse país a sério mesmo os nossos governantes dando provas que não vale a pena. Herói é quem acredita na educação dos filhos. Herói é quem chega suado em casa depois de um dia longo de trabalho. Herói é quem não deixa faltar comida para os filhos e tira a carne do próprio prato. Vê se olha num espelho. Procura lá um mínimo de caráter, um pingo de vergonha... procure bastante. Sugiro que use uma lupa. E fique calado para não envergonhar mais ainda os seus filhos... Dizem que seu pai era honrado, não sei. Dizem também que essas características às vezes pulam gerações. Não coloque seus filhos nesse dilema!
Recolha-se à sua insignificância. Coragem não é uma palavra que pode estar escrita na mesma página onde seu nome se encontra.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Nunca que vou ler um artigo escrito por esse desclassificado. Apiedo-me do verme que um dia tiver o desprazer de se alimentar da sua carne apodrecida.

sábado, 22 de julho de 2017

SUGESTÕES PARA A SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE NO QUE DIZ RESPEITO AO PAISAGISMO E ARBORIZAÇÃO URBANA

Prezados,

tenho acompanhado desde muito tempo a situação da nossa cidade "pretensamente turística" no que diz respeito ao paisagismo e arborização urbana. Já escrevi várias vezes sobre o tema e, no curto período de tempo que tive a honra de participar da administração pública (pouco mais de um ano) tentei colocar algumas questões em prática. Infelizmente, a gente descobre que por mais bem intencionados que possamos estar, sempre haverá os que não querem levar as ideias adiante por uma série de razões e a mais grave delas chama-se inveja. Muitos não aceitam sugestões porque as mesmas não serão vistas como ideias próprias e sim criatividade dos outros. 
A gente estuda, e não é pouco, para procurar dar os melhores palpites sobre a questão. A gente investe, compra livros, vai a congressos, lê trabalhos, participa de grupos de discussão sobre o assunto não é por lazer. É por acreditar que podemos fazer a diferença. Fico muito triste quando o gestor público não enxerga a coisa desse jeito... e à medida que vamos descendo na hierarquia (segundo e terceiro escalão) a coisa só piora. 
Então venho propor uma pequena lista de ações. Não é necessário realizar nenhuma, claro, isso não é imposição. Precisamos apenas que se pense um pouco sobre o assunto. Sei muito bem da crise econômica que vivemos, mas não são medidas caras. Muitas vezes trata-se de uma melhor gestão dos recursos já existentes, melhor distribuição das frentes de trabalho, busca de apoios e parcerias... e criatividade, é claro! Já não consigo acreditar mais no propalado "potencial turístico" da cidade. Não vejo ações sérias nessa direção. Ações que comecem do mais simples e não a procura de uma fato espetacular que vai atrair a população do planeta para nos visitar.
Concentro-me aqui nos aspectos de paisagismo (vi que estão trabalhando em algumas praças, então devem estar sensíveis a isso) e na questão da arborização urbana. Então seguem-se as sugestões:

1) É necessário investir em arborização das nossas ruas. Temos muitos e muitos quarteirões que não possuem uma arvoreta sequer. E olha que em muitos locais as calçadas são largas, com mais de dois metros de largura. Compreendo, obviamente, a falta de arborização em calçadas estreitas, mas em calçadas largas é difícil engolir.  Precisamos orientar sobre plantio adequado, espécies adequadas, locais adequados. Falta de arborização adequada em praças então é mais inacreditável ainda. Precisamos partir para o Plano Diretor de Arborização Urbana.
2) Precisamos acabar com as "bordaduras" de pingo-de-ouro ou buxinho no entorno das praças. Isso já caiu em desuso faz mais de 20 anos! Dá um enorme trabalho, precisa de manutenção constante, esconde o interior da praça e até transmite sensação de insegurança para quem está sentado num banco com uma "moita" às suas costas. Vamos partir para o "clean" ("paisagismo limpo"), felizmente vejo alguns exemplos brotando aqui e ali. Vamos investir nisso, que no caso, não é gastar e sim economizar recursos e tempo.
3) Precisamos de um Programa Municipal de Podas e Remoção de Parasitas. Estamos praticamente deixando as podas da arborização por conta da CEMIG e a poda que eles fazem é outra... menos de embelezamento e cuidados com a árvore. É preciso um calendário de trabalho para que essas podas sejam efetivas, talvez até em parceria com a concessionária de energia, mas algo mais amplo do que simplesmente "afaste a árvore dos fios".
4) Sem manutenção não tem jeito! Um caminhão-pipa para molhar as plantas das praças e os locais de arborização recente (canteiros centrais) é fundamental. Bem como uma equipe. Só oito pessoas (algumas sem a mínima condição de trabalhar) não vão conseguir cuidar das nossas 130 praças. As praças são espaços públicos que precisam da manutenção para que tenham o uso público correto e não se tornem pontos de venda de drogas ou outras contravenções. A praça precisa atrair a família, as crianças, os jovens. E uma praça mal cuidada jamais cumprirá esse papel.
5) É preciso fazer a população entender que as áreas centrais, de maior visibilidade, precisam mesmo de mais atenção. Claro que as praças e lagoas mais periféricas não podem ficar ao Deus-dará! Isso faz parte da Educação Ambiental e que, nesse caso, pode se converter em empregos na área do turismo, ou pelo menos um reforço nas atividades já existentes próximo a essas áreas (melhoria do comércio, por exemplo).
6) Segurança é importante em nossas praças e ruas. A Guarda Municipal tem que estar presente nesses espaços. São muitos bons espaços que podem abrigar o lazer sadio mas encontram-se sem qualquer forma de segurança para os potenciais visitantes. A recente obra do Grotão do Canaã é um exemplo. Está largada e poderia ser um ótimo local para caminhadas, mas para isso precisaríamos de uma dupla de Guardas Municipais indo e vindo no local.

São palpites, são colaborações, apenas isso.

Abraços e contem sempre comigo.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Sobre plantios na Serra de Santa Helena

Sempre, nas minhas postagens que mostram belas árvores remanescentes de nossa sucumbida arborização urbana, surgem comentários afirmando "como seria bonito se plantássemos isso e aquilo na Serra de Santa Helena". Vai aí uma resposta curta e padrão. Na boa, não é para ninguém ficar bravo. O problema é que há questões técnicas e é preciso estudar para fazer a coisa certa. Por isso existem profissões!
"Quem quiser plantar ipê (ou outra árvore qualquer) na Serra de Santa Helena, trate de providenciar a irrigação. Já plantaram uma Amazônia lá em cima e morre tudo. Prefeitura não tem estrutura pra isso. Não consegue molhar nem grama de Praça. A grama do CAT (Praça Wilson Tanure) tá sequinha e vai morrer se não for irrigada no meio dessa seca. Aí, quando aparece um caminhãozinho pra fazer a irrigação surge um maluco do nada, briga com o motorista e quase bate no pessoal porque  "está desperdiçando água"... água não potável, diga-se de passagem... escrito de todo tamanho do lado do caminhão. Em resumo: façam um projeto viável de plantio, com espécies adequadas e não esperem que a prefeitura vá adotar! Pode ser que um dia, quando nascer dente em galinha, vamos ter essa prioridade para cuidar de arborização na Serra de Santa Helena. Por enquanto não se cuida nem das poucas árvores que restaram em nossas causadas. Sejamos realistas para não nos decepcionarmos. Sou contra o plantio na Serra? Não, óbvio que não. Mas com espécies adequadas, nos locais adequados e com um projeto viável de irrigação. Aliás, estou trabalhando essa ideia com alguns alunos que querem fazer uma coisa mais no estilo devagar e sempre!"

quarta-feira, 19 de julho de 2017

SOBRE A LAGOA PAULINO, PIRARUCUS, BOTOS, PORAQUÊS E OUTROS BICHOS

Na onda de tanta gente querendo saber sobre os pirarucus da Lagoa Paulino, vamos a alguns fatos da minha memória...

- Pirarucus foram introduzidos há mais de 15 anos por algum irresponsável que achava que estava fazendo uma maravilha. O bicho é da Bacia Amazônica mas consegue sobreviver bem na lagoa e não sofre com falta de oxigênio (além das brânquias, possui capacidade de respiração aérea). Aliás, se faltar oxigênio pra ele é porque todos os outros peixes da lagoa já morreram. Até gosta desse tipo de ambiente. O problema é que não é fauna nativa (chamamos de fauna exótica) e há o risco de provocar desequilíbrio ambiental se conseguir povoar a bacia do São Francisco. Já reproduziu lá várias vezes (sinal que foram introduzidos pelo menos dois... um casal). Já fotografei em três anos o macho cuidando da ninhada. Sim é o macho que cuida dos filhotes e os ensina a subir pra respirar. (Veja imagens feitas em 2013 clicando AQUI.)

- Um casal de botos cor-de-rosa foi introduzido de forma totalmente ilegal na década de 1980. Disseram que foi uma "expedição científica" feita no Araguaia pra salvar os bichos da seca do Pantanal. O biólogo que se disse responsável pela expedição era especialista em aves! O casal veio e um morreu... acho que foi o macho. Aí foram lá de novo e trouxeram mais quatro pra cruzar com a viúva. Só que as inteligências lacustres trouxeram 4 botos tucuxi (cinza) e como qualquer mané em biologia sabe, duas espécies diferentes não originam descendentes férteis. O cor-de-rosa foi levado pra Lagoa da Prata onde tinha outro boto ilegal solitário e não sei o que deu. Os tucuxis foram morrendo um após o outro... engolindo sacos plásticos... presos em rede (um foi levado pra Lagoa José Félix e morreu preso numa rede de pesca pois não tinha como subir para respirar... boto é mamífero e precisa subir pra respirar). Aí a POLÍCIA FEDERAL entrou no caso e obrigou a que o último sobrevivente fosse retirado e levado... pra AMAZÔNIA. Mas o bicho era do Araguaia!!! Dizem que chegou bem lá. Vá saber!!! Ah... o boto solitário dava muito susto no pessoal que andava de caiaque. Sim... andavam de caiaque na lagoa Paulino. Ele se esfregava no caiaque numa forma estranha de masturbação. O pessoal parou de andar de caiaque com medo de cair na água e ser atacado pelo boto tarado. [Gente, é tanta coisa estranha... mas tem  um fundo de verdade!]

Pra alguns que não acreditam, eis o boto. Difícil achar uma foto que presta na internet. Deve ter coisa melhor. Essa está no grupo "RETALHOS DO PASSADO - FOTOS ANTIGAS", aqui da cidade.
- Pra alimentar os botos, foram colocadas carpas na Lagoa Paulino pois a quantidade de peixes existente era pequena para alimentar dois grandes mamíferos predadores. Foram colocadas carpas-capim que comem vegetação aquática e lodo. Acabaram com as algas do fundo (Chara sp.). Com isso começaram a "fuçar" o sedimento que ficou solto no fundo e até hoje colabora com a sujeira da lagoa (libera nutrientes... as algas minúsculas proliferam... a lagoa fica verde ou marrom). Sem as algas do fundo, as carpas comem lodo e mais lodo numa interminável reviravolta do fundo para comer o sedimento. Levantam mais sedimento e colaboram assim para a péssima coloração das águas. Quando a lagoa é esvaziada - de vez em quando tenta-se fazer a limpeza - a gente vê as "bacias" que elas criam rodopiando em um mesmo lugar para se alimentarem. Tilápias também colaboram pra isso. Você pode ver as "bacias" clicando AQUI ou na imagem abaixo. Devemos ter carpas de mais de um metro na Lagoa Paulino, muito gordas. Não vão em iscas. Quando o último boto foi retirado, algumas já enormes ficaram presas em redes e foram levadas por populares em festa para "o banquete". Crianças choravam dizendo que eram os "filhotes do boto"... gente, eu vi e ouvi isso!!! "- Mãe... olha lá o filhote do boto... tadinho... morreu... e tinha falado que o boto não tinha filhote... buááááááá!".

Foto feita durante o último semi-esvaziamento da Lagoa Paulino (2013).
- Patos também foram colocados na Lagoa Paulino para embelezar! Patos e gansos! Aí a coisa piora pois eles defecam muito e aumentam mais ainda a quantidade de matéria nutritiva no fundo da lagoa (sedimento). As carpas espalham. As algas microscópicas procriam. A água fica verde (eutrofização) e a mortandade de peixes pode acontecer a qualquer hora. Já ouvi de fonte segura que nos últimos anos cerca de uns 10 peixes mortos eram retirados por dia pelo barquinho que fazia a limpeza bem cedo. Mas aqui em Sete Lagoas é tudo no eu acho. Documento não tem. Acho que nem pode ter. Ficamos só com as informações "de ouvido". Os patos começaram a morrer. Disseram que os botos estavam comendo os patos. Depois ouvi falar que boto não come pato. Parece que o pessoal atraia os patos pra calçada, dava uma gravata neles, arrancava umas penas e jogava na água pra colocar a culpa nos botos.

- O poraquê é um caso à parte. Quando eu era criança e estudava no Ulisses Vasconcelos, havia um tanque na pracinha (perto do busto do Melo Viana) e diziam que havia um peixe elétrico (poraquê) lá dentro. Só sei que o tal poraquê foi retirado de lá e levado pro laguinho artificial que tinha perto da Estação Ferroviária. Vi ele muito lá... então devia estar mesmo na praça do Ulisses Vasconcelos. Só que o bicho pode dar um choque de 600 volts. Então sumiu do laguinho e disseram que tinha ido pra Lagoa Paulino (olha a doideira!). Muitas pessoas viram ele na lagoa... parecia uma grande cobra serpenteando dentro d´água perto da margem. Era raro de ser visto. Eu só vi uma vez. Quando esvaziaram a lagoa para pegar o último tucuxi ele parou de ser visto. Talvez tenha descido pela comporta. Talvez esteja no São Francisco!

- Jacaré! Uma vez apareceu um jacaré na Lagoa Paulino. Foi uma doideira. Parece que algum maluco soltou o bicho lá. Ficava só com a cabeça e focinho de fora... parecia um pau boiando na água. Os bombeiros ou a Polícia Florestal (na época o nome era esse) tiraram o bicho e levaram sei lá pra onde. Imagino que era um papo-amarelo.

- Caramujo da xistose. Na primeira metade do século passado, Sete Lagoas era campeã de casos de xistose (esquistossomose). A lagoa Paulino recebia esgoto e tinha o caramujo hospedeiro (Biomphalaria). Já faz muito tempo (desde a década de 1980) que não há lançamento proposital conhecido de esgoto na Lagoa Paulino (apesar dos boatos). Alguns lançamentos ocorreram por acidente ou por vazamentos (o último conseguimos interromper em 2014). Mas no passado a xistose comia de colher por ali.

Não é de se admirar que na primeira metade do Século XX havia muitos caramujos transmissores de xistose na Lagoa Paulino. Essa foto é de 1903. Fonte: http://setelagoashistorica.blogspot.com.br/
Olha só que lugarzinho maneiro pra pegar xistose!!! Fonte: www.slhistoriaviva.blogspot.com
- Ostras. Sim, há ostras no fundo da Lagoa Paulino. Quase todas lagoas de fundo barrento possuem. Normal. Fauna nativa. Nada demais. Mas é bom saber antes que alguém se assuste com isso.

- As garças! Pra começo de conversa, a presença de garças em uma lagoa não é um sinal das maravilhas da natureza. É bonito, sem dúvida. Mas mostra que a lagoa está rasa, agonizando e os bichos estão lá para comer caramujos, peixinhos no raso... Na década de 1980 as garças descobriram que ficariam bem abrigadas nas árvores próximas à Lagoa Paulino. Ali não seriam molestadas por pedradas ou tiros. Adotaram uma paineira que havia na ilha ao lado da Ilha do Milito. O pessoal achava lindo. Virou "A ilha dos pássaros".


Bom,  mas como no filme do Hitchcock a coisa d"Os Pássaros" foi se transformando numa cena de terror (é... exagerei!). As garças defecaram tanto nas folhas da paineira e no solo abaixo da planta que a planta morreu, incapaz de captar a luz do Sol nas folhas e com o terreno hipersaturado de fertilizante das fezes. Mais recentemente foram para árvores perto do Arthur Bernardes. A prefeitura fez poda radical para elas saírem das árvores pois o mau cheiro estava impossibilitando até aulas naquela escola. Criaram um programa que faria por etapas: - podas, canhões de luz e fogos de artifício. A ideia é que as garças procurassem locais mais afastados. Nada foi feito dessa escala. É bom plantarmos mais árvores em locais mais afastados para que elas possam se abrigar por lá. Mas tudo isso reflete não "a beleza da natureza", mas um desequilíbrio ambiental em nossa área. Ah... junto com as garças chegam também os biguás. O biguá é um que parece um pato preto que nada só com o pescoço e cabeça pra fora da água. Mergulham muito à procura de peixes. Nem precisa falar que as fezes dos dois são "cheirosas". Quem estacionou sem saber debaixo daquele Ficus perto do antigo Cine Fox sabe!!!

Para quem acha que estou exagerando. A paineira toda cheia de guano (cocô de ave)... o chão também... parece até que nevou. Fonte: http://setelagoashistorica.blogspot.com.br/2010/12/ilha-das-garcas.html
- A lontra! Eu vi por duas vezes. Outras pessoas viram também e relataram. Eu vi tem coisa de um par de anos no caminho entre a Ilha do Milito e o Arthur Bernardes, mais por perto da Casa da Cultura. Eu passava por lá à noite, no caminho de dar uma aula, e vi o bicho nadando (mergulhado) muito rápido... os peixes pulavam assustados à sua frente em todas as direções. Na região existem lontras. Pode ser que tenham subido do Córrego do Diogo (vindas de seus afluentes) pela galeria que chega próximo à comporta.

- A corrida de barcos! Claro... barcos não são seres vivos. Mas teve uma época lá no passado remoto que havia um Campeonato Mineiro de Motonáutica. Trouxeram as lanchas poderosas para correr na Lagoa Paulino. Era cada onda batendo na margem que espirrava água nos espectadores. Uma doideira! No outro dia apareceram muitos peixes mortos e os tais barcos a motor foram proibidos na lagoa. Muitos acharam que as hélices tinham matado os peixes (e peixe é bobo de ficar parado com aquele trem barulhento vindo pra cima deles, né?). Na verdade, o fundo da lagoa foi revolvido em excesso, os nutrientes subiram, as algas proliferaram (efeito de eutrofização... procurem aqui no blog) provocando mudança da cor da água, diminuição do oxigênio e morte de peixes. O problema ainda persiste e junto com vários fatores citados acima colabora para o péssimo visual de nossa principal lagoa.

- As capivaras. Na verdade essas vieram da Lagoa da Boa Vista. Fugiram do Mini Zoo(i)lógico. Muita burrice achar que elas ficariam num cercadinho do lado de uma lagoa! Isso é desconhecimento do que é um ser vivo. Bom, fugiram e ficaram andando por lá em bandos e reproduzindo. Vira e mexe uma morria atropelada na orla. Depois, mais recentemente, veio a questão do abandono do Mini Zoológico e o risco de transmissão da Febre Maculosa, já que o bicho hospeda o carrapato estrela que é transmissor dessa doença muito perigosa. Em vez de autorizar o envio dos bichos para fazendas especializadas no trato com esses animais, o IBAMA determinou que os mesmos fossem castrados e levados pro Parque da Cascata. É...o IBAMA quando quer também faz mer...cadoria! A prefeitura não tinha dinheiro pra castrar as fêmeas (é mais complicado) e castrou apenas os machos. Oras... na Serra de Santa Helena tem outras capivaras... e capivaros! Então, ainda se reproduzem no Parque da Cascata e o risco de transmissão da Febre Maculosa é um risco real e não teórico. Dizem que veterinários examinam as capivaras periodicamente. A notícia que tenho é que a "Zoonose" tem três veterinários que mal conseguem cuidar de três cavalos mancos e meia dúzia de cães que são apreendidos. E ainda gasta milhares de reais por mês para incinerarem os animais mortos em outra cidade (acho que BH). Então é meio utopia achar que os carrapatos estão sob controle... bom, deixo a eles o benefício da dúvida. Vira e mexe, uma capivara ou outra aparece andando pelo centro. Ano passado  uma foi filmada e fotografada e deu ótimos memes locais.

A capivara em passeio noturno. Fonte: www.setedias.com.br
- Peixes que não deveriam estar na Lagoa Paulino. Sim... pescadores colocam todo tipo de peixe nas nossas lagoas. Recebi notícias da pesca de surubim (pintado) na Lagoa Paulino. Não sabia dessa. Mas não duvido. É só ver um peixe diferente e pescador (na verdade "pescador", pois o cara que é consciente não faz uma porcaria dessas) traz pro lugar onde ele gosta de pescar. Se sente um herói, aumentando a biodiversidade. Na verdade deveria ser preso por crime ambiental de tráfico de animais e alteração na fauna/flora regional. Pelo menos ainda não soltaram um baiacu na Lagoa Paulino. Sim, baiacu... aquele peixe marinho que enche de ar e fica parecendo um balão. Acharam um uma vez na Lagoa da Pampulha. Morto, é claro. Algum "cabeça de égua" soltou lá (vivo ou morto). Para alguns era a prova definitiva que a Lagoa da Pampulha era ligada ao Mar de Guarapari.

Essa foto foi o Paulinho do Boi (Boi da Manta) que me mandou em novembro de 2010!
Olha só um dos bichões criados que tem na Lagoa. Apareceu morto também.
- Já que falei do "Mar de Guarapari", vale lembrar da famosa lenda urbana de Sete Lagoas que um "Braço do Mar" passa debaixo da Serra de Santa Helena e tem água limpa e pura para abastecer a cidade. Depois que meu pai aposentou-se do SAAE (onde foi diretor geral e de operações por vários anos), a diretoria do SAAE que se gabava de ser cheia de especialistas caiu nesse conto do vigário (meu pai não era engenheiro mas trabalhava ali como um louco, acompanhando obras até durante a noite... eu, ainda menino, às vezes ia com ele para ficar sapeando e aprendendo que trabalho de verdade é coisa pra se levar a sério). Pois é... olhem o absurdo: água limpa e pura de um braço de mar que sai do litoral e sobe 750 metros (que é altitude de Sete Lagoas) para passar debaixo da Serra de Santa Helena. Tem que ser muito idiota para acreditar nisso... me desculpem quem acredita!!! Nunca frequentou escola... ou se frequentou era só para merendar, correr no pátio e visitar a direção! Dois sujeitos enganaram o SAAE, tiraram fotos de um riacho que tem dentro de uma de nossas grutas e falaram que era o tal MANANCIAL SUBTERRÂNEO. Gastaram o dinheiro do SAAE enquanto podiam... até viajaram pro RJ para participar de reuniões (rs rs rs). Depois uns amigos descobriram que os dois gaiatos entravam em cavernas da Serra, ficavam lá fumando uns baseados, e orientando o SAAE com walk-talkies sobre onde cavar poços. O SAAE até editou um jornalzinho chamado "A FONTE" com as notícias sobre essa megadescoberta científica. Dá dó!

- Barco "Flor do Lago"! O amigo Max Tadeu está me lembrando do barco turístico/restaurante que singrava as águas da Lagoa Paulino. Não sei o rumo que tomou.... deve ter sido tragado pelo "Braço do Mar".

- Voleibol dentro da Lagoa! Sim, numa das vezes que a lagoa foi esvaziada, resolveram fazer um jogo de voleibol lá dentro, com convite até para jogadores da Seleção Brasileira. Não me lembro do jogo ter ocorrido. Acho que choveu no dia, algo assim (quem tiver mais informações, coloque nos comentários). No final das contas, em vez de tirar o sedimento, colocaram foi mais areia e a situação só piorou pois a lagoa encheu sem ter sido corretamente desassoreada, ou seja, pelo contrário!

- Motocross dentro da Lagoa! A mesma coisa do voleibol. Só que perto do Lago Palace. É muita criatividade! Também tenho poucas informações sobre esse "evento" e fico esperando mais comentários.

- Provas de natação! Ah, vira e mexe alguém promove uma disputa de natação na Lagoa Paulino. Oportunidade ótima para pegar micose e cortar o pé na grande quantidade de cacos de vidro que tem no fundo da mesma. As farmácias devem faturar!!!

- Lavação dos carros! Gente, a coisa é tão ridícula que quase passa desapercebida nos comentários. Como uma pessoa pode ser ******** a ponto de lavar o carro com as águas da Lagoa Paulino. O sujeito compra um carro novinho (não sei se paga, mas compra) e vai exibi-lo ali no Lavajato Paulino... "ah... eu cuido do meu carrão!". Aquilo é um caldo contém trilhões de bactérias! Imagina você passar a mão no volante que foi lavado com aquela água limpinha? Sem contar os vidros embaçados e o cheiro de brejo que deve ficar dentro do carro! Mas se não lavar corre o risco do carro ser arranhado. Isso sem contar com alguns "artistas lavadores" que jogam água pra todo lado pra demonstrar a eficiência e força de vontade do trabalhador brasileiro! Sem contar que os detergentes contêm fosfatos que colaboram e muito para a proliferação de algas na lagoa.

Se eu lembrar de mais alguma coisa relevante ou for chegando pelos comentários, complemento depois...

Ramon Lamar de Oliveira Junior