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terça-feira, 1 de julho de 2025

Desmatamento em Rondônia: Causas, Dinâmicas e Consequências

A imagem de satélite abaixo revela, de forma impressionante, a degradação da cobertura florestal no estado de Rondônia, na Amazônia Legal brasileira. O padrão geométrico de clareiras na floresta evidencia uma ocupação humana agressiva, marcada por desmatamento sistemático, sobretudo para a expansão da agropecuária e pela presença de infraestruturas viárias, como a BR-364. Trata-se de um processo que vem se intensificando desde os anos 1970 e que compromete um dos biomas mais ricos e importantes do planeta: a Floresta Amazônica.


1. Contexto histórico: da floresta à fronteira agrícola
A ocupação de Rondônia foi incentivada por políticas governamentais do regime militar brasileiro, sobretudo nos programas de integração nacional e reforma agrária:
  • Décadas de 1970 e 1980: O governo federal implementou projetos de colonização promovendo a migração de famílias do Sul, Sudeste e Nordeste. O lema "integrar para não entregar" impulsionou a abertura de estradas como a BR-364, que se tornou eixo principal da devastação.
  • INCRA e assentamentos rurais: Milhares de lotes foram distribuídos sem planejamento ambiental adequado, o que levou à derrubada de vastas áreas de floresta para o plantio e criação de gado.
  • Madeireiras e garimpos: A exploração econômica inicial da região envolveu intensa atividade madeireira e, posteriormente, garimpos ilegais de ouro e cassiterita.

2. Padrão de desmatamento: a “espinha de peixe”


O padrão visível na imagem é conhecido como "espinha de peixe" ou "radial":
  • Surgem a partir de uma estrada principal (geralmente federal ou estadual).
  • Pequenas estradas vicinais são abertas perpendicularmente.
  • Lotes agrícolas são desmatados em forma retangular, seguindo a lógica do parcelamento fundiário.
  • Com o tempo, esses lotes se expandem e se unem, formando grandes mosaicos de desflorestamento.
Esse tipo de padrão é típico de ocupações dirigidas ou espontâneas, com baixa fiscalização ambiental.

3. Dados atualizados do desmatamento em Rondônia
  • Segundo o PRODES/INPE, Rondônia perdeu mais de 50 mil km² de floresta amazônica desde 1988 – uma área maior que a da Dinamarca.
  • Em 2022, Rondônia foi o quarto estado que mais desmatou na Amazônia, atrás apenas do Pará, Mato Grosso e Amazonas.
  • Em 2023, houve crescimento de 17% no desmatamento em algumas áreas do sul do estado, especialmente próximas a unidades de conservação e terras indígenas.
  • A maior parte da área desmatada é convertida em pastagens degradadas, que perdem produtividade em poucos anos e impulsionam mais desmatamento (efeito dominó).
4. Causas principais do desmatamento

a) Pecuária extensiva
Responsável por cerca de 80% do uso do solo desmatado.
Rondônia tem um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil: mais de 14 milhões de cabeças de gado.
Em geral, são pastos de baixa produtividade, exigindo grandes extensões de terra.

b) Agricultura
Expansão de soja e milho em regiões como Vilhena, Chupinguaia e Colorado do Oeste.
Avanço da agricultura mecanizada substituindo áreas antes usadas para gado.
Monoculturas com alto uso de agrotóxicos e pressão sobre áreas de floresta.

c) Madeira ilegal
Extração clandestina de espécies valiosas como mogno, ipê e jatobá.
Rondônia já teve centenas de serrarias ativas sem licença ou com fraudes em planos de manejo.
Muitas vezes, o desmatamento se inicia com a retirada seletiva de madeira (fase chamada de “degradação florestal”).

d) Grilagem de terras
Falsificação de documentos e ocupação ilegal de terras públicas.
Áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, são invadidas e loteadas.
A grilagem é um dos principais motores do desmatamento em áreas onde a floresta deveria estar intacta.

5. Consequências ambientais

a) Perda de biodiversidade
A floresta amazônica de Rondônia abriga milhares de espécies de plantas, insetos, aves e mamíferos – muitas delas endêmicas e ameaçadas.
O desmatamento fragmenta habitats, impede migração de espécies e reduz populações viáveis.

b) Alteração do ciclo da água
Árvores amazônicas transpiram bilhões de litros de água para a atmosfera todos os dias.
O desmatamento reduz a formação de rios voadores, afetando as chuvas em outras regiões do Brasil, como o Sudeste e o Centro-Oeste.
Com menos cobertura florestal, há maior erosão, assoreamento de rios e seca de nascentes.

c) Emissões de carbono
O Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, principalmente devido ao desmatamento.
Cada hectare de floresta amazônica derrubado pode liberar entre 100 e 200 toneladas de CO₂ na atmosfera.

d) Aumento de queimadas
Áreas recém-desmatadas são geralmente queimadas para limpar o solo.
As queimadas geram fumos tóxicos, afetam a saúde da população local e aumentam as emissões de poluentes atmosféricos.
Rondônia é um dos estados com maior número de focos de calor detectados por satélites do INPE.

6. Consequências sociais e culturais
Violência no campo: Conflitos armados entre grileiros, madeireiros, fazendeiros e comunidades indígenas ou tradicionais são frequentes.
Perda de direitos indígenas: Povos como os Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau e Kawahiva têm suas terras invadidas, caçadas e contaminadas por atividades ilegais.
Impactos à saúde: Queimadas e uso de agrotóxicos afetam populações vulneráveis com doenças respiratórias e contaminação da água e do solo.
Desestruturação social: A ocupação desordenada e a degradação ambiental dificultam a oferta de serviços públicos e incentivam o êxodo rural.

7. Áreas protegidas sob ameaça
Na imagem, destacam-se várias terras indígenas e unidades de conservação pressionadas pelo avanço do desmatamento: TI Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Massaco, Sete de Setembro, Zoró e Parque do Aripuanã.
Muitas dessas áreas aparecem como manchas verdes contínuas cercadas por desmatamento, o que compromete sua integridade ecológica.
A restrição de uso dos Piripkura indica que se trata de uma área habitada por povos indígenas isolados, cuja sobrevivência depende diretamente da preservação da floresta.

8. Soluções e caminhos possíveis
Fortalecimento da fiscalização ambiental, com apoio de tecnologia (satélites, drones, radares) e aumento de operações presenciais.
Demarcação e proteção efetiva de terras indígenas, com combate à grilagem e incentivo à vigilância comunitária.
Promoção de cadeias produtivas sustentáveis, como manejo florestal legal, produção de castanha, borracha e óleos vegetais.
Reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, especialmente em nascentes e áreas de preservação permanente (APPs).
Educação ambiental e apoio a práticas agroecológicas, integrando conservação da natureza com produção alimentar de baixo impacto.

Conclusão
A imagem de Rondônia é um retrato dramático, mas realista, de uma das frentes mais críticas do desmatamento amazônico. O avanço da fronteira agrícola, alimentado por políticas mal planejadas e pela exploração predatória, compromete não apenas a integridade da floresta, mas também o equilíbrio climático do país e do planeta. Reverter esse cenário exige vontade política, engajamento social e valorização da Amazônia viva e em pé como ativo estratégico para o Brasil e para o mundo.

domingo, 11 de maio de 2025

Conversando com o ChatGPT sobre BALÕES BIODEGRADÁVEIS!

Pergunta: Balões de material biodegradável, que podem ser usados em eventos e soltos no ambiente sem causar problemas ambientais, realmente existem?

Resposta: Sim, balões feitos de material biodegradável existem, mas é importante esclarecer alguns pontos:

1. Látex natural é biodegradável, mas...

Muitos balões são feitos de látex natural, um produto extraído da seringueira (Hevea brasiliensis). Esse tipo de látex é biodegradável, ou seja, pode se decompor naturalmente com o tempo, especialmente sob condições ideais de umidade, calor e presença de micro-organismos.

  • Estudos indicam que balões de látex podem levar de 6 meses a 4 anos para se decompor completamente, dependendo do ambiente.

  • Sendo assim, esse processo de biodegradação do material não é imediato, e enquanto o balão estiver intacto, pode causar danos à fauna se ingerido por animais.


2. Biodegradável não significa inofensivo

Mesmo balões biodegradáveis podem causar problemas ambientais:

  • Animais (como aves, tartarugas e mamíferos marinhos) podem confundir fragmentos de balões com alimento e sofrer obstruções intestinais ou asfixia. O mesmo acontece com animais que também são de regiões de terra firme como matas, cerrados e campos abertos. Sem contar com o risco da formação de microplásticos, hoje sabidamente de relevante potencial agressivo.

  • Fitas plásticas ou barbantes presos aos balões muitas vezes não são biodegradáveis, permanecendo no ambiente por muito tempo.

3. Soltar balões ainda é prejudicial

Mesmo os de látex natural, não devem ser soltos no ambiente. Organizações ambientais e especialistas alertam que não há forma segura de liberar balões ao ar livre, pois eles quase sempre acabam em locais inadequados, como oceanos, rios ou áreas naturais.

IMPORTANTE LEMBRAR: Biodegradação x Fragmentação

  • A biodegradação verdadeira envolve a quebra completa do material em compostos mais simples (como CO₂ e água), graças à ação de micro-organismos.

  • A fragmentação (como ocorre com muitos plásticos e até parte dos balões de látex industrializados) é a quebra em pedaços menores, sem que esses resíduos desapareçam — formando microplásticos.


Conclusão:

  • Sim, existem balões biodegradáveis, geralmente feitos de látex natural.

  • Não, soltar esses balões na natureza não é ambientalmente seguro, mesmo que biodegradáveis.

  • Para eventos sustentáveis, o ideal é usar decorações reutilizáveis e evitar práticas que envolvam liberar objetos no meio ambiente.

terça-feira, 18 de março de 2025

Lula, Bolsonaro e os sempre presentes danos ambientais.

É possível abordar comparações de danos ambientais entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro de forma imparcial, analisando os efeitos de políticas e projetos sem se concentrar em questões partidárias ou ideológicas. Para isso, podemos focar nas ações e suas consequências para o meio ambiente, considerando tanto as obras de infraestrutura e os projetos de desenvolvimento quanto as mudanças nas estruturas de fiscalização e regulação ambiental.


Governo Lula (2003-2010, 2023...):

Durante o governo de Lula, diversos projetos de infraestrutura foram impulsionados com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico e social do país. Entre esses projetos, destacam-se a Transposição do Rio São Francisco, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, e as atividades relacionadas ao pré-sal, além das discussões sobre a exploração de petróleo nas proximidades da foz do Amazonas.

  1. Transposição do Rio São Francisco: Embora tenha o objetivo de aliviar os efeitos da seca no semiárido, a transposição gerou impactos ambientais significativos, como a alteração no ecossistema do rio e possíveis alterações no regime hídrico da região, afetando a fauna e flora local, além de alterar o fluxo de água na foz do São Francisco, com implicações para a pesca e para a biodiversidade. Reiterados avisos da comunidade científica alertaram para os riscos da transposição, apontando que o projeto poderia não atingir seus objetivos de forma eficiente e sustentável. Pesquisadores apontaram também os potenciais danos ambientais e sociais, como a degradação de áreas de preservação, os impactos sobre as populações que dependem do rio e o risco de comprometimento dos ecossistemas locais.

  2. Usina Hidrelétrica de Belo Monte: A construção da usina gerou grandes impactos ambientais na região amazônica, incluindo a alteração do fluxo do Rio Xingu e a inundação de vastas áreas de floresta, afetando comunidades tradicionais e alterando ecossistemas inteiros. A comunidade científica também se opôs ao projeto, apontando os riscos ambientais da obra, como o impacto sobre a biodiversidade e o bem-estar das populações indígenas da região. As previsões de impacto negativo para o ecossistema aquático e as comunidades ribeirinhas foram ignoradas em grande parte na execução do projeto.

  3. Exploração do Pré-Sal: A descoberta do pré-sal representou um grande marco para o Brasil, com o potencial de trazer enorme riqueza econômica. Porém, essa exploração também gerou controvérsias e preocupações ambientais. A política energética que privilegiava a exploração do petróleo e o uso dos recursos do pré-sal significou um relativo abandono das políticas de incentivo ao etanol como uma alternativa energética mais sustentável. A partir da descoberta do pré-sal, houve um redirecionamento das políticas energéticas em favor do petróleo, o que foi criticado por muitos ambientalistas, que apontavam que a valorização do petróleo poderia agravar problemas ambientais como as emissões de gases de efeito estufa. A exploração de petróleo no pré-sal também gerou preocupações sobre os riscos de vazamentos e os impactos nos ecossistemas marinhos.

  4. Exploração de petróleo perto da foz do Amazonas: A exploração de petróleo nas proximidades da foz do Amazonas (uma questão que tem movimentado a área ambiental no terceiro governo do presidente Lula) em uma área de grande biodiversidade, levanta preocupações sobre os danos irreversíveis a ecossistemas sensíveis e as populações que dependem desses ambientes. A comunidade científica tem enfatizado os riscos de exploração em regiões tão delicadas e biodiversas, dado o potencial impacto sobre a fauna e flora marinha, além dos danos ao equilíbrio dos ecossistemas da região.

Além desses projetos, o governo Lula também foi marcado por tensões com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que se opôs a algumas das iniciativas do governo, especialmente a construção de grandes hidrelétricas e projetos de infraestrutura. Marina Silva, defensora de uma agenda ambiental mais rigorosa, saiu do governo em 2008 devido a discordâncias com a forma como os projetos eram conduzidos, acreditando que eles negligenciavam os impactos ambientais. Esse episódio gerou uma crise interna no governo, evidenciando um conflito entre os interesses de desenvolvimento e a preservação ambiental.

No entanto, durante o governo Lula também houve um esforço para combater o desmatamento na Amazônia, com políticas de fiscalização mais rígidas e a criação de unidades de conservação, embora a pressão de setores como a bancada ruralista, especialmente no Congresso Nacional, tenha influenciado decisões em prol de maior flexibilização na regulamentação ambiental, como a revisão do Código Florestal, que reduziu a área de proteção de áreas de preservação permanente e foi criticada por ambientalistas.

Governo Bolsonaro (2019-2022):
No governo Bolsonaro, houve uma série de mudanças nas políticas de fiscalização e regulação ambiental, com destaque para o enfraquecimento de órgãos ambientais e o relaxamento de legislações ambientais.

  1. Enfraquecimento da fiscalização: A gestão de Bolsonaro foi marcada pela redução de investimentos e estrutura de órgãos de fiscalização e gestão ambiental, como o IBAMA e o ICMBio, o que dificultou a fiscalização de atividades potencialmente prejudiciais ao meio ambiente, como desmatamento ilegal, garimpo e queimadas.

  2. Relaxamento das leis ambientais: A administração também foi caracterizada por uma flexibilização das normas ambientais, com o discurso de que a burocracia ambiental era um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Medidas como a revogação de decretos e a redução da fiscalização ajudaram a ampliar a exploração de áreas sensíveis, como a Amazônia. A bancada do agronegócio teve grande influência nesse processo, defendendo a redução de áreas de preservação e o enfraquecimento de regulamentos ambientais que, segundo eles, dificultariam a expansão da produção agrícola e pecuária.

  3. Desmatamento e queimadas: Durante o governo Bolsonaro, o Brasil viu um aumento nas taxas de desmatamento na Amazônia e um crescimento das queimadas, especialmente em 2019, quando o número de focos de incêndio foi o maior registrado na última década. Esse aumento foi associado à diminuição da fiscalização e ao enfraquecimento da atuação do governo no combate a crimes ambientais.

  4. Garimpo ilegal na Amazônia e impactos sobre o povo Yanomami: O aumento da atividade de garimpo ilegal na Amazônia, incentivado pela flexibilização das leis ambientais e pela redução da fiscalização, teve sérias consequências para os Yanomami, um dos povos indígenas mais afetados. O garimpo no território Yanomami resultou na poluição dos rios com mercúrio, destruição de habitats naturais e confrontos violentos. O enfraquecimento do IBAMA e da FUNAI permitiu que a atividade ilegal se expandisse sem as devidas restrições, colocando em risco a saúde e os direitos territoriais dos povos indígenas.

  5. Críticas à ciência e às universidades: No governo Bolsonaro, houve uma crítica sistemática às universidades e aos pesquisadores, especialmente no que se refere a temas ambientais como o aquecimento global. O governo se alinhou com uma retórica que desqualificava os dados científicos e minava a credibilidade dos pesquisadores, gerando um clima de desconfiança na população em relação aos alertas feitos pela comunidade científica. A política de desinformação e as frequentes tentativas de deslegitimar os dados e estudos científicos tiveram impactos diretos na conscientização ambiental e dificultaram o avanço de políticas públicas baseadas em evidências científicas.

Conclusão:
Ambos os governos apresentaram ações que resultaram em impactos ambientais significativos, embora de naturezas diferentes. O governo Lula priorizou grandes projetos de infraestrutura, com ênfase em obras de energia e recursos hídricos, que, embora voltados para o desenvolvimento, acarretaram impactos consideráveis sobre o meio ambiente e as populações afetadas. Reiterados avisos da comunidade científica, que se posicionaram contra projetos como a Transposição do São Francisco e a usina de Belo Monte, foram em grande parte ignorados, resultando em danos aos ecossistemas e a um elevado custo ambiental.

A crise com a ministra Marina Silva, que defendeu uma agenda mais rigorosa de preservação ambiental, evidenciou a tensão entre os interesses de desenvolvimento e a proteção ambiental no governo Lula. A pressão da bancada ruralista também influenciou as políticas ambientais, especialmente em relação à flexibilização do Código Florestal e outras regulamentações.

Já o governo Bolsonaro se destacou por um afrouxamento das regras ambientais, impulsionado por setores como a bancada do agronegócio, e pela diminuição da fiscalização, o que levou a um aumento no desmatamento e nas queimadas, além de potencializar a exploração de recursos naturais sem a devida proteção ambiental. O aumento do garimpo ilegal na Amazônia e os impactos sobre o povo Yanomami são um reflexo direto da falta de fiscalização e da redução das estruturas de proteção territorial e ambiental.

Adicionalmente, a desqualificação da ciência e das universidades, combinada com a retórica contra o aquecimento global e outros fenômenos ambientais, contribuiu para uma falta de confiança nos dados científicos que poderiam orientar decisões mais prudentes em relação ao meio ambiente.

A comparação entre os dois períodos mostra que, enquanto um governo focou em grandes projetos de infraestrutura com consideráveis impactos ambientais, o outro diminuiu a fiscalização e relaxou a legislação, com consequências diretas no aumento de danos ambientais e na vulnerabilidade das populações indígenas. Ambos os modelos têm implicações para o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, evidenciando a necessidade de políticas públicas que integrem sustentabilidade e crescimento.


Texto construído pelo ChatGPT a partir de informações e indagações sobre o tema.

segunda-feira, 17 de março de 2025

BARRAGEM DE ASSUÃ E LAGO NASSER: IMPACTOS NEGATIVOS SOBRE O EGITO

A Barragem de Assuã, localizada no rio Nilo, no Egito, foi uma das obras de engenharia mais importantes do século XX. Construída entre 1960 e 1970, teve como principal objetivo regular a vazão do rio, controlar enchentes e garantir o fornecimento de água para irrigação e geração de energia hidrelétrica. Com 111 metros de altura e 3,6 quilômetros de extensão, a barragem criou o Lago Nasser, um dos maiores reservatórios artificiais do mundo, com aproximadamente 5.250 km² de área e capacidade para armazenar cerca de 132 km³ de água. No entanto, a barragem trouxe uma série de consequências ambientais, sociais e culturais que alteraram profundamente a dinâmica da região.

Imagem aérea da Barragem de Assuã.

Houve uma redução da vazão do rio à jusante da barragem, com menos água chegando até a foz. A evaporação intensa no Lago Nasser, localizado em uma região quente e árida, contribuiu para essa redução, pois grandes volumes de água se perdem antes de seguir rio abaixo. Outro fator importante foi o aumento da captação de água para irrigação, diminuindo o fluxo que chega ao Mediterrâneo. A infiltração da água no solo arenoso ao longo do Lago Nasser também representa uma perda considerável, reduzindo ainda mais a quantidade de água disponível para o curso inferior do rio. Além disso, a construção de outras barragens e sistemas de captação nos países a montante, como Sudão e Etiópia, reduziu ainda mais o volume de água disponível. O crescimento populacional também intensificou a demanda hídrica para abastecimento urbano, agrícola e industrial, agravando ainda mais a situação.

Um dos impactos mais significativos foi a mudança no regime de vazão do Nilo. Antes da construção da barragem, o rio apresentava ciclos naturais de cheia e vazante, que fertilizavam as planícies com o lodo rico em nutrientes. Com a regulação da vazão, essa fertilização natural foi interrompida, tornando a agricultura dependente do uso de fertilizantes artificiais. Além disso, a retenção de sedimentos na barragem reduziu a reposição de nutrientes na foz do Nilo, afetando ecossistemas costeiros e a atividade pesqueira, que viu um declínio na produção devido à redução da oferta de alimento para as cadeias tróficas marinhas. A diminuição da vazão do Nilo também impactou a salinidade na foz do rio. Antes da construção da barragem, o fluxo constante de água doce ajudava a equilibrar a salinidade na região costeira. Com a redução desse fluxo, houve um aumento na intrusão da água salgada no delta, afetando ecossistemas aquáticos e reduzindo a disponibilidade de alimento para diversas espécies marinhas e estuarinas. Como consequência, a atividade pesqueira na foz do Nilo foi prejudicada, impactando comunidades que dependiam dessa fonte de sustento.

Também a água do Mediterrâneo próximo à foz do Nilo ficou mais salina após a construção da Barragem de Assuã. Antes da barragem, o rio despejava grandes volumes de água doce no mar, diluindo a salinidade na região costeira. Com a redução do fluxo fluvial, menos água doce chega ao Mediterrâneo, permitindo que a água salgada avance mais para dentro do delta. Essa alteração no equilíbrio salino afetou o ecossistema marinho e estuarino. Espécies de peixes e crustáceos que dependiam de uma salinidade mais baixa sofreram declínios populacionais, impactando a atividade pesqueira.

Localização da Barragem de Assuã e do Lago Nasser.

A diminuição da descarga de água doce para o Mediterrâneo permitiu a intrusão da água salgada no delta do Nilo, comprometendo solos agrícolas e dificultando o cultivo de diversas espécies vegetais. Como resultado, áreas antes férteis foram degradadas, levando a prejuízos para pequenos produtores agrícolas.

Outro problema decorrente da construção da barragem foi o aumento na incidência de doenças parasitárias, como a esquistossomose. A criação do Lago Nasser proporcionou um ambiente propício para a proliferação do caramujo hospedeiro do parasita causador da doença. Com isso, a população local passou a enfrentar maiores desafios sanitários, exigindo esforços para o controle da enfermidade. Além disso, a estagnação das águas em algumas áreas favoreceu o crescimento de algas e organismos nocivos, impactando ainda mais a qualidade da água disponível.

Além das questões ambientais e sanitárias, a construção da barragem teve um grande impacto sobre o patrimônio histórico e cultural do Egito. Diversos sítios arqueológicos e templos antigos foram ameaçados pela elevação do nível das águas do Lago Nasser. Para evitar a perda dessas riquezas, monumentos como os templos de Abu Simbel e Philae tiveram que ser desmontados e realocados em áreas mais altas, em uma das maiores operações de resgate arqueológico da história, realizada com o apoio da UNESCO. No entanto, muitos sítios históricos menores e aldeias tradicionais foram submersos e perdidos para sempre, causando um impacto irreversível na herança cultural da região.

O templo de Abu Simbel foi deslocado aproximadamente 200 metros para trás e 65 metros acima de sua posição original para evitar que fosse submerso pelas águas do lago Nasser, após a construção da represa de Assuã, no Egito.

A barragem também teve implicações geopolíticas, pois o controle da vazão do Nilo tornou-se uma questão estratégica para o Egito e os países a montante do rio, como Sudão e Etiópia. A dependência da água do Nilo tornou-se um fator crítico para a estabilidade da região, e disputas sobre o uso dos recursos hídricos continuam até hoje.

Em suma, a Barragem de Assuã trouxe benefícios econômicos e estruturais para o Egito, como a segurança hídrica e a geração de energia hidrelétrica, mas também resultou em desafios ambientais e sociais. A gestão desses impactos continua sendo uma questão fundamental para a sustentabilidade da região, exigindo medidas que minimizem os efeitos negativos sobre a agricultura, a pesca, a saúde pública e o patrimônio cultural, ao mesmo tempo em que garantam o aproveitamento adequado dos recursos hídricos do Nilo.

Lições para nós: A transposição do Rio São Francisco

A transposição do Rio São Francisco é um projeto complexo com o objetivo de desviar parte das águas do rio para beneficiar áreas do semiárido brasileiro. Embora não envolva uma mudança física tão significativa quanto a construção da barragem de Assuã, que deslocou templos e causou grandes impactos, a transposição também traz impactos ambientais e sociais comparáveis aos efeitos de grandes projetos de engenharia em cursos d'água.

Assim como a represa de Assuã afetou os ecossistemas locais e alterou os níveis de água do Nilo, a transposição modifica o fluxo natural do São Francisco, impactando o ecossistema aquático e as comunidades ribeirinhas. Além disso, a salinidade da foz do São Francisco já vem se alterando, afetando a pesca e a biodiversidade local, o que pode ser intensificado pela transposição, que reduz o volume de água doce.


Ramon Lamar de Oliveira Junior, com informações próprias e acréscimos do ChatGPT na organização da estrutura do texto.

domingo, 16 de março de 2025

Tragédia dos Bens Comuns e Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC)


Bens comuns e Tragédia dos Bens Comuns

Em termos constitucionais, bens comuns são aqueles de uso geral e que pertencem ao Estado, mas cuja fruição é aberta a toda a coletividade. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 menciona esses bens no artigo 99 do Código Civil e no artigo 20 e 225 da própria Constituição.

Exemplos de Bens comuns

  1. Praias marítimas – São bens da União e de uso comum do povo.
  2. Rios e lagos de domínio público – Incluem corpos d'água que cortam mais de um estado ou são navegáveis.
  3. Praças públicas – Espaços urbanos destinados ao lazer e circulação da população.
  4. Estradas e rodovias públicas – Infraestruturas de transporte de acesso geral.
  5. Mares territoriais – Parte do oceano sob soberania nacional e de uso comum.
  6. Parques nacionais – Áreas de proteção ambiental abertas à visitação pública.
  7. Cemitérios públicos – Espaços geridos pelo poder público e acessíveis à população.

Esses bens são inalienáveis, ou seja, não podem ser vendidos ou transferidos livremente, salvo se houver destinação específica e autorização legal.

A tragédia dos bens comuns ocorre porque, embora o recurso pertença a todos, ninguém se sente responsável individualmente por preservá-lo, resultando em sua degradação. Para evitar isso, o Estado pode impor regras de uso, fiscalização e sanções ou estimular mecanismos como gestão comunitária e concessões sustentáveis.

tragédia dos bens comuns é um conceito econômico e ambiental descrito por Garrett Hardin em 1968. Esse fenômeno ocorre quando recursos de uso coletivo são explorados excessivamente, levando à sua degradação, porque indivíduos agem de forma egoísta sem considerar o impacto coletivo.

Exemplos de Tragédia dos Bens comuns envolvendo bens constitucionais:

  1. Rios e lagos públicos → Poluição por esgoto, resíduos industriais e agrotóxicos devido à falta de controle sobre seu uso.
  2. Praias marítimas → Superlotação, destruição de dunas e poluição por lixo deixado por turistas.
  3. Estradas e rodovias públicas → Excesso de veículos causando congestionamento e desgaste da infraestrutura.
  4. Mares territoriais → Pesca predatória que reduz estoques de peixes e afeta ecossistemas.
  5. Parques nacionais → Turismo descontrolado levando à destruição da flora e fauna locais.
A Constituição de 1988 no seu artigo 225 (iremos estudá-lo mais tarde em Ecologia) diz que: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A análise desse artigo nos dá uma boa ideia de um bem comum e do nosso dever de preservá-lo.

Embora não seja um bem comum no sentido estrito, o patrimônio histórico e artístico pode sofrer com a tragédia dos bens comuns, quando seu valor coletivo não é respeitado. Exemplos:
  • Depredação de monumentos públicos por vandalismo.
  • Turismo excessivo causando degradação de sítios históricos.
  • Falta de manutenção de prédios históricos por desinteresse dos proprietários.

Por isso, o Estado impõe restrições e incentivos para a preservação, como tombamento, incentivos fiscais e regulamentação do uso desses bens.


Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC)

A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), estabelecida pela Lei nº 12.187/ 2009 , e citada no programa da prova em questão como assunto a ser estudado, define diretrizes para reduzir a emissão de gases do efeito estufa e promover o desenvolvimento sustentável no Brasil.

Seus principais pontos incluem:

✅ Meta de redução de emissões – Compromisso voluntário de reduzir entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020.

✅ Plano de ação setorial – Estratégias para setores como energia, agricultura e transportes.

✅ Instrumentos de implementação – Como o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, incentivos financeiros e mecanismos de mercado.

✅ Adaptação às mudanças climáticas – Medidas para minimizar impactos ambientais e socioeconômicos.

A PNMC segue princípios do Acordo de Paris e busca equilibrar crescimento econômico com a proteção ambiental. Cumpre lembrar que a meta de redução de emissões e outras metas ambientais propostas, devido a políticas ambientais desfavoráveis não foram alcançadas até 2020 . Por exemplo, a proposta de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia até 2020 não foi cumprida, com o desmatamento aumentando significativamente nesse período.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

RESUMINDO A QUESTÃO DE EUTROFIZAÇÃO DA LAGOA PAULINO

Eutrofização é causada pela presença de nutrientes minerais em grande quantidade na água. Esses nutrientes são principalmente o nitrato e o fosfato.

  • Os nutrientes podem vir de várias fontes, mas como na Lagoa Paulino não há lançamento direto de esgotos podemos admitir: enxurradas durante chuvas muito fortes (tem que ser em grande volume para ultrapassar a capacidade do anel de captação pluvial que existe em volta da lagoa), fezes dos animais da lagoa e entorno (peixes e aves como garças e biguás), detergentes provenientes da lavação de carros na orla (contêm fosfatos), revolvimento do fundo da lagoa pela fauna de peixes que não é nativa (carpas e outros peixes introduzidos), falta da vegetação de fundo da lagoa (algas que seguram o sedimento no fundo, mas foram comidas pelas carpas e outros peixes introduzidos), produção de nitratos por algumas algas (cianobactérias com heterocistos), morte de organismos aquáticos (liberam nutrientes minerais em sua decomposição) e restos da capina da orla da lagoa (que em grande parte são jogados dentro d'água, aumentando a disponibilidade de nutrientes minerais).
  • A eutrofização consiste na proliferação exagerada de certas algas que acabam morrendo e se decompondo. As algas vivas até produzem oxigênio na fotossíntese, mas só as da superfície, pois 10 centímetros abaixo da flor d'água já não chega luz suficiente para as demais algas. Durante a noite, as algas consomem oxigênio da água, algas em decomposição consomem oxigênio da água. O nível de oxigênio dissolvido (OD) cai abaixo de 4-5mg/L e começa a morte de peixes. Morte de organismos implica em mais nutrientes minerais liberados na água (e sustenta a eutrofização... é um ciclo vicioso).

Como resolver? Fazendo o que foi feito na Lagoa da Boa Vista:

  • Esvaziamento completo da lagoa (precisa de autorização da Sec. Estadual de Meio Ambiente).
  • Remoção de parte do sedimento e sua destinação adequada.
  • Impermeabilização do fundo (menos nas regiões de minadouros, que existem na Lagoa Paulino).
  • Introdução de espécies nativas (na Lagoa da Boa Vista houve urgência em se introduzir peixes pelo risco de dengue e foram introduzidas tilápias... se a população delas for controlada, não dá problema. Como controlar? Torneios de pesca a ser realizados no futuro, quando necessário.)

Outras soluções como aeradores e introdução de peixes que se alimentam das microalgas são PALIATIVOS. Não resolvem o problema porque não atuam na causa do problema!!!

Ramon Lamar de Oliveira Junior

Foto de 8 de julho de 2016 - Eutrofização na Lagoa Paulino

PS.: Pergunta que sempre recebo: "- Ramon, você dá essa e outras consultorias de graça e não te escutam. Por que?"

Bem, eu dou minhas consultorias sobre esse e vários outros temas de graça porque é uma forma de reverter para a população a ajuda que me deram. Pois fiz um curso de Graduação e Mestrado numa Universidade Pública (UFMG), paga com o dinheiro dos cidadãos. E vejo aí uma forma de retribuir. Sobre porque não me escutam, acho que essa pergunta não deve ser feita para mim. Tentem perguntar para eles... talvez escutem a vocês! Ah... tem um detalhe... e é muito difícil o poder público contratar técnicos na forma de assessoria para "palpitar no assunto que entendem"... e quando contratam, a própria população vê como "cabide de empregos", "dinheiro jogado fora", "apadrinhamento político" e bla bla bla. Desse jeito a coisa não anda!! Já estive na prefeitura como assessor em 2014... deu para fazer alguma coisa e sou muito grato pela oportunidade... mas senti na pele a desvalorização que paira sobre esse tipo de assessoramento!

PS2: Nova sugestão de ação. Leia no final de:

 https://ramonlamar.blogspot.com/2021/08/esclarecimentos-e-nova-proposta-sobre.html


PUBLICADO ORIGINALMENTE EM JULHO DE 2021

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

POLUIÇÃO DA LAGOA DA PAMPULHA

Numa discussão com alguns colegas, resgatei o texto abaixo de um trabalho do meu professor de Ecologia, Ricardo Motta Pinto Coelho (ICB/UFMG), sobre a contaminação da Lagoa da Pampulha com metais pesados (no caso um destaque para ochumbo), em 2000.
Marquei alguns pontos interessantes. Vejam como a Ciência é desacreditada frente ao senso comum absolutamente desprovido de qualquer lógica. Não é a toa que vemos essa questão do desprezo pela Ciência só se ampliando. Notem, lembro mais uma vez, que a matéria é do ano 2000, entrevistando pessoas de baixo poder aquisitivo (o que poderia até ser uma justificativa para o pouco conhecimento da Ciência).




sábado, 30 de setembro de 2023

Sete Lagoas, sete-lagoanos e os buracos

Olá, pessoal!!!

Acho que já escrevi sobre isso no blog antes. Mas a coisa está tomando uma proporção gigantesca.

O pessoal de Sete Lagoas tem fixação com buracos nas ruas!

Gente!!! Já estou ficando muito preocupado com isso. Acho que precisamos até de alguns psicólogos e psiquiatras fazerem um mutirão para ajudar nesta questão. Toda conversa de Sete Lagoas termina nos buracos das ruas.

- Olá, bom dia! Tudo bem!

- Até que está, mas as ruas estão cheias de buracos!

Claro, óbvio que sei que nossas ruas são um desastre. Eram, são e infelizmente acho que serão assim para sempre! Tanto que já sei quem ganha a eleição para prefeito: quem mais tampar buracos (ou falar que vai tampar). É isso mesmo!!! Os candidatos podem se esguelar, brigar, rolar no chão virtual ou no chão real... não adianta... no fundo o negócio é resolvido no buraco.

Recentemente fui convidado para dar entrevista para a Globo Minas. Muita gente assistiu, muita gente falou coisas bem bacanas sobre a entrevista (fiquei até emocionado). O programa em questão era o Terra de Minas, a entrevista foi combinada em maio e aconteceu na última semana de julho. O programa foi ao ar dia 23 de setembro (vou deixar um link aqui da minha participação: https://www.youtube.com/channel/UCYZBuYuGFsHQGAEzHeY9Jdg ). 


Pois bem, como disse adorei várias mensagens e a repercussão foi muito legal. Mas eu sabia que tem a turma dos descontentes e dos "buraqueiros".

Muitos reclamaram que eu falei que Sete Lagoas tem 23 lagoas. Conforme o IBGE, tem até mais. Mas o cidadão mal conhece as sete que dão nome ao município... normal (não deveria, mas é normal). Então pegue um mapa e confira. Temos pelo menos 23 lagoas. Algumas naturais, algumas artificiais (como a do Parque da Cascata). Logo apareceram os engraçadinhos buraqueiros... "ah, contando com os buracos, né?". Claro que achei engraçado! Sou piadista também, todo mundo sabe disso. Mas a mesma piadinha 40 vezes é exaustivo! "-Ah, ele deveria ter falado sobre os buracos de Sete Lagoas!". 

Puxa vida, a pauta do programa era sobre as lagoas e é a Globo que define a pauta! Mas deixa eu te contar... eu falei sobre buracos, buraco do Cecé, poluição das lagoas, das pessoas que jogam lixo na lagoa, de coisas estranhas que foram achadas dentro da lagoa Paulino nas vezes que ela foi esvaziada parcialmente (pois ao contrário do que muitos pensam ela nunca foi esvaziada totalmente), da falta de uma arborização melhor, da Serra de Santa Helena, do Parque da Cascata, da dificuldade da prefeitura investir no melhoramento de uma lagoa e uma parte da população achar que deveriam ter usado o dinheiro para tampar buracos!!! Falei muita coisa pois a jornalista, a Patrícia Fiuza, perguntou sobre tudo e mais um pouco. Foi quase uma hora de conversa que rendeu os 5 minutos de fala (ou um pouco menos). A Patrícia já estava de olho em possíveis pautas futuras... e talvez um dia tenhamos o Globo Repórter: Buracos de Sete Lagoas, onde vivem, o que comem, como se reproduzem!

Ah, em tempo, não nos esqueçamos dos buracos e outros acidentes geográficos de nossas calçadas, responsabilidade dos cidadãos e não da prefeitura!

Outros reclamaram que no iníco da matéria foi falado que as lagoas abastecem o município! Não fui eu quem falou isso. Eu falei na entrevista que as chuvas e a infiltração de águas no solo abastecem as lagoas, os minadouros e as nascentes. E que isso é importante para o município. Inclusive expliquei sobre nossa captação de água subterrânea (mostrei a eles os poços artesianos de 100 metros de profundidade perto da feirinha... onde inclusive viram o casal papeando lá... acharam fofo... e os entrevistaram) e sobre a captação de águas no Rio das Velhas.

Mas tudo bem... faz parte!!!

Na véspera da entrevista conversei com o Secretário de Obras, Paulinho "Macarrão" Maciel. Perguntei a ele sobre algo que ele gostaria que eu falasse sobre nossas lagoas (eu e ele temos opiniões muito parecidas e acho que ele é "o cara" sobre a recuperação de nossas lagoas... já o levei duas vezes para palestrar para meus alunos de Engenharia Ambiental nos tempos que trabalhei na querida Fasasete). Falamos muito sobre a recuperação da Lagoa da Chácara e sua importância dentro de um complexo que evitará cheias no Córrego do Diogo. 

Falei com o Flávio Araújo, proprietário da área (Fazenda Arizona) onde está sendo instalado o condomínio próximo ao Shopping. Sim, eu e o Flávio nos desentendemos muito no passado, foi uma loucura. Mas conseguimos entrar em consenso a respeito de obras na região que devem respeitar a legislação e também os anseios da população e direitos dos proprieátios. Ele me colocou em contato com a construtora que falou ainda mais sobre a questão. Tudo em alto nível. Hoje considero o Flávio um amigo e um aliado (pode parecer estranho, mas o que sempre defendi na área foi a obediência ao que a legislação permite e que exige que seja feito, respeitando o direito de propriedade). 

Tentei conversar com o prefeito Duílio para informar-lhe que eu daria a entrevista e se havia algo que eu poderia falar em prol de divulgar mais nossa cidade. Infelizmente, provavelmente por problemas de agenda, ele não me retornou.

Ah, sobre a história dos tropeiros é tudo verdade, viu! Foi nos ensinada pelo Alfredo Valadares e reproduzida no livro do meu querido e saudoso Márcio Vicente sobre a presença de Tiradentes em nossa cidade. Acho até que essas e outras histórias precisavam ser ensinadas em sala de aula. É curioso como nossos filhos aprendem tanto sobre Revolução Francesa e Relevo Andino e pouco têm informação sobre a formação da nossa cidade e sua biogeografia. Fica a dica!

Continuo na luta, agora com mais experiência, pelo meio ambiente em Sete Lagoas, e também pelo turismo real (aquele que exige que a cidade seja agradável ao visitante, não apenas o turista de eventos ou negócios... que vai andar na cidade e vê...... buracos! rsrsrs). Sou pelo meio ambiente, pelo turismo, pela arborização urbana, pelas praças de acesso a todos, pelos espaços públicos bem utilizados, pela criação e manutenção de atrativos turísticos, pela formação de guias turísticos e ambientais.

No mais, um abração para todos e todas!!!

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Para os mais curiosos: https://www.youtube.com/watch?v=mjqoe5IDT6c&t=68s

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Parece que "descobriram a roda" sobre o aspecto da Lagoa Paulino (atualizado)

Puxa vida, já cansei de escrever aqui no blog sobre a situação da Lagoa Paulino, aqui em Sete Lagoas. Mas agora parece que "descobriram" o motivo de seu aspecto lastimável, especialmente pela manhã e em alguns dias mais que outros. 

A Lagoa Paulino sofre de um problema crônico de EUTROFIZAÇÃO. 


Eutrofização começa com uma chegada de matéria orgânica no corpo d'água. Não, na Lagoa Paulino não há mais lançamentos de esgoto como acontecia até a década de 1970. Contudo, muita matéria orgânica existe acumulada em seu fundo e de diversas origens. Principalmente podemos citar: águas pluviais que carreavam grande quantidade de matéria orgânica (esse problema foi muito minimizado por volta de 2014/2015 quando a prefeitura - depois de muita insistência minha - realizar a limpeza do anel de captação pluvial em sua volta), dejetos provenientes dos próprios habitantes da lagoa (especialmente carpas e outros peixes que foram colocados para alimentar os botos) e a morte das próprias algas que costumam dar cor esverdeada à lagoa.

Na eutrofização, as algas absorvem muitos nutrientes liberados das fontes citadas acima (especialmente nitratos e fosfatos, mas não descarto alguma influência de ferro carreado a partir das chaminés de nossas siderúrgicas). Com tantos nutrientes as algas microscópicas proliferam e criam um tapete verde. Oras, mas isso deveria ser bom! Fotossíntese produz oxigênio para os peixes! Mas não é. Não é porque esse tapete verde não deixa a luz chegar nas outras algas microscópicas que estão na massa de água (e aí essas não podem fazer fotossíntese). E some-se a isso um outro problema: à noite as algas não fazem fotossíntese, mas consomem o oxigênio dissolvido na água. Aí começa a morte de algas e sua decomposição liberando mais nutrientes e consumindo oxigênio. A diminuição do nível de oxigênio dissolvido na água provoca morte de peixes... que liberam mais nutrientes na água.

Tudo isso leva a alteração da cor das águas que depende de vários fatores, inclusive qual tipo de alga está proliferando em qual época do ano. Mas também há o trabalho dos peixes que foram colocados para alimentar os botos (os peixes estão lá até hoje) que revolvem o fundo da lagoa levantando o sedimento, sujando a água de marrom e liberando mais nutrientes. E esses peixes - ao contrário do que disseram os "especialistas" que os colocaram - comeram toda a vegetação enraizada no fundo da lagoa. Sem vegetação enraizada a liberação dos sedimentos para turvar a água é maior ainda. Isso já foi claramente demonstrado em um experimento feito nos Estados Unidos e descrito aqui no blog.

Ou seja, é um conjunto, uma "tempestade perfeita" como se diz. Lagoa rasa (muito rasa), muito sol, muitos nutrientes no fundo, uma fauna não-nativa que "detonou" o ambiente mais ou menos conservado que havia. Proliferação de algas, baixo nível de oxigênio, morte de organismos... mau cheiro... alterações da paisagem.

Como resolver???

A resposta é simples. O mesmo que o prefeito Márcio Reinaldo mandou fazer na Lagoa da Boa Vista (mesmo não recebendo licença do Estado, cuja Secretaria de Meio Ambiente do ex-governador Pimentel disse precisar de dois anos para analisar e dar a licença). Tirar toda a água, remover parte do sedimento, impermeabilizar novamente a lagoa e colocar nova fauna de peixes (ictiofauna). Eu particularmente acho que deveríamos colocar apenas lambaris nativos (piabas) na Lagoa Paulino para evitar outros problemas, mas há algumas outras possibilidades que devem ser feitas e pensadas por quem realmente é especialista no assunto (ou conhece bem o problema, em vez de criar outros). 

Hoje vocês podem ver a Lagoa da Boa Vista com águas transparentes e algas (Chara) no fundo, segurando os sedimentos. Mas a Lagoa da Boa Vista ainda precisa de uma fonte artificial de água para manter seu espelho d'água o ano inteiro (ao contrário da Lagoa Paulino que ainda tem minadouros a ela relacionados). Algumas de nossas lagoas só vão se manter artificialmente, com aporte de água (especialmente Boa Vista e Catarina). A lagoa do Cercadinho teve suas nascentes em parte "reabilitadas" pelo trabalho do Dr. Lairson Couto quando Secretário de Meio-Ambiente.

Algas Chara no fundo da Lagoa da Boa Vista após a reforma feita no mandato do prefeito Márcio Reinaldo. Observe a água límpida e a presença das algas no fundo que ajudam a manter o sedimento no lugar, não deixando-o turvar a água.

Carpas e alguns outros peixes se alimentam do lodo do fundo da lagoa, criando essas bacias onde também se reproduzem. Ficam circulando ali para se alimentar de lodo e levantando os sedimentos o que torna a água turva. E comem toda a vegetação de fundo.


Basicamente é isso... tudo está aqui no blog e em outros periódicos que me pediram explicações sobre o problema... abaixo alguns links daqui mesmo:

https://setelagoas.com.br/noticias/cidade/21658-eutrofizacao-da-agua-da-lagoa-paulino-aumenta-e-preocupa-professor

http://ramonlamar.blogspot.com/2015/07/eutrofizacao-volta-com-forca-na-lagoa.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2011/06/eutrofizacao-nas-lagoas-e-nivel-da-agua.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2012/05/eutrofizacao-na-lagoa-paulino.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2013/10/carpas-e-turbidez-da-agua-enfim-uma-boa.html


Ramon Lamar de Oliveira Junior - Biólogo - Professor

Mestre em Morfologia (UFMG) na área de Reprodução de Peixes


PS.: Alguns slides usados em aulas.




PS2.: O Jornal Sete Dias publicou reportagem hoje (11/06/2021) sobre o tema, com vários erros de biologia de lagoas, erros históricos e erros conceituais. O link da reportagem é: http://setedias.com.br/noticia/manchete/53/lagoa-paulino-pede-socorro-material-organico-mata-lentamente-um-dos-cartoes-postais-da-cidade/25648

Em comentário publiquei algumas ressalvas:
Primeiramente convém lembrar QUE NÃO HÁ LANÇAMENTO DE ESGOTO CLANDESTINO NA LAGOA PAULINO. Os entrevistados devem ou deveriam saber que  há um anel de captação de águas pluviais (uma galeria de aproximadamente 1,5m de largura e 1,3m de altura) em volta de toda a Lagoa Paulino e que a mesma já foi esvaziada algumas vezes não se detectando mais os lançamentos de esgotos clandestinos. Quando o anel de captação foi feito pelo SAAE na década de 1980, todas as emissões clandestinas foram eliminadas. Inclusive, por insistência minha, foi feita uma limpeza desse anel de captação em 2014 quando transbordava continuamente para a lagoa, causando a piora na DBO da lagoa.
Realmente não descarto que enxurradas ainda possam levar matéria orgânica para dentro da lagoa, inclusive já pedi várias vezes que fosse fiscalizado e autuado o lançamento de óleo de fritura nas tubulações de coleta pluvial que passam pela "feirinha" da praça Dom Carmelo Mota.
Já foram feitas tentativas infrutíferas de usar filtração para remoção de algas microscópicas (fitoplancton). Simplesmente o volume é tão grande que é impossível proceder a uma filtração. Podem consultar a Secretaria de Meio Ambiente, isso foi tentado em 2014, se não me engano.
A lavação de carros lança sim detergentes no interior do corpo d'água. Basta observar o "cuidado" com que a lavação é feita. Esponjas lotadas de detergentes são lavadas dentro da lagoa. Detergentes são fontes de fosfato, que contribui para a eutrofização.
Colocar CARPAS SABIDAMENTE É UM DESASTRE e só piora a eutrofização. Bom consultar trabalhos científicos sobre o tema. Aliás a colocação de carpas que foi feita para alimentar os botos é uma das principais causas do problema.
E finalmente, lodo não é resultado da decomposição de matéria orgânica. Lodo são algas, no caso algas que morreram e formam esse tapete na superfície.
Sugiro ler diversas postagens minhas sobre o tema em meu blog.
Acompanho essa questão da Lagoa Paulino desde a década de 1980, quando ainda estava cursando Biologia na UFMG.
Seria importante conhecer um pouco mais sobre a história da lagoa e as obras que foram feitas no passado, as intervenções que eram potencialmente importantes para resolver o problema e as que já foram feitas e resultaram em catástrofe (COMO A INTRODUÇÃO DE CARPAS).
Solução para o problema é fazer o mesmo que foi feito na Lagoa da Boa Vista, mas aconselho que sejam introduzidas apenas espécies nativas, preferencialmente lambaris (piabas), para que o problema não se repita e não surjam outros problemas.

Ramon Lamar de Oliveira Junior - Sete-lagoano - Mestre em Biologia pela UFMG


Aqui, uma de minhas cobranças para a limpeza da galeria ou anel de captação: http://ramonlamar.blogspot.com/2011/01/lagoa-paulino-e-o-anel-de-captacao-de.html

FOTOS:
Limpeza parcial da Lagoa Paulino em 2013 (não poderia ser feito o esvaziamento completo por falta de autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente) mostrou que não há lançamento clandestino de esgoto sanitário na Lagoa Paulino.

Galeria pluvial ou anel de captação em volta de toda a Lagoa Paulino.
A foto foi feita de uma das aberturas para entrada e manutenção, como as da foto seguinte.



PS3.: A Lagoa Paulino apresenta contaminação por cianobactérias que, sabidamente podem produzir cianotoxinas. Essas cianotoxinas em contato com a pele podem provocar reações alérgicas com vermelhidão e, dependendo da sensibilidade da pessoa, problemas mais graves. Portanto LIGAR A GRANDE FONTE DA LAGOA PAULINO NÃO É UMA ALTERNATIVA PARA AUMENTAR O NÍVEL DE OXIGÊNIO NA LAGOA. O spray produzido pela fonte atinge os passantes do entorno da lagoa, dependendo da direção e velocidade do vento. Assim, estaríamos expondo os passantes ao contato com as cianotoxinas. 
Aliás, a proibição de uso das águas da Lagoa Paulino se deu exatamente por exames que constataram a presença de cianobactérias na mesma em grande quantidade. Certamente, algum pedestre que está lendo esta postagem já foi atingido por esse spray da fonte da Lagoa.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Vidros: armadilha fatal para os pássaros

(Postagem atualizada e com novas informações importantes - em 23/01/2020)


Nos dias ensolarados os pássaros saem em revoadas, mas muitos não retornam a seus ninhos, pegos de modo fatal por uma armadilha construída involuntariamente pelo homem: os vidros das janelas.

Silvia e Heitor Reali
Jornal da Serra

Ninguém pensa nisso quando escolhe morar "junto à natureza". Integrar-se é a palavra chave; a Serra da Cantareira, assim como outras regiões de mata que ainda restam, precisa ser poupada da ação depredadora do ser humano, e nela se incluem seus habitantes naturais. Aqui, a interferência no ambiente deve ser a menor possível porque, do contrário, exatamente o que nos atraiu corre o risco de desaparecer sob nossas mãos.

Ameaça invisível

Mas como não ter uma casa com muitas janelas de vidro, já que a natureza lá fora é um convite irresistível ao olhar?Em contrapartida, como impedir que os pássaros se choquem contra elas, porque não veem o vidro (eles não têm esse registro em sua memória) que acaba funcionando como armadilha, pois, em sua transparência, espelha o céu, as nuvens e as árvores.

Quantos pássaros tiveram seu voo feliz brutalmente interrompido pela janela da sua casa? Quantas vezes você se mortificou com isso? 



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Sobre colar imagens de falcões/gaviões nos vidros

RECEBI A SEGUINTE MENSAGEM QUE REPRODUZO NA ÍNTEGRA:

Estou entrando em contato para informar que a informação do recorte de falcão preto colado no vidro não funciona. Já vi essa mesma informação em vários locais na internet, e sempre que consigo entro em contato para esclarecer essa confusão.
O recorte do “predador” não funciona simplesmente porque o motivo que faz o pássaro se chocar contra o vidro é que ele não enxerga o vidro, e o pretenso predador solitário, estático, não impede que os pássaros tentem cruzar o vidro de um lado para o outro e morram no choque.
Na prática, inexistem estudos que confirmem a teoria de que o predador colado funcione e, pelos estudos existentes, todo o conhecimento já pesquisado corrobora para desmentir essa informação. Para que o predador colado ao vidro tivesse eficiência, ele teria que ser colado ao vidro bem próximos uns aos outros, em toda a superfície, e não isoladamente.
Estudo e acompanho esse problema desde 2013 e me mantenho bastante atualizada em relação ao tema. Nesse mesmo ano, desenvolvi a Película Amiga dos Pássaros. Se tiver interesse, pode conhecer mais sobre o meu trabalho nos links a seguir:
Seria interessante remover a postagem  anterior ou fazer um novo texto no mesmo link com a informação completa correta, o que reduziria a reprodução dessa informação e ajudaria a disseminar a informação correta e, como consequência, reduzir o número de pássaros mortos por colisão em vidros.
Agradeço imensamente a sua atenção, peço desculpas pela intromissão, que foi feita com a melhor das intenções.
Estou à disposição, em qualquer tempo, caso queira mais informações sobre o assunto.

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Vidros: assassinos invisíveis de pássaros (link)

25 de julho de 2010
Por Brenda Buschle (da Redação – França)

Todo ano, um grande número de pássaros é pego pelos vidros. Para alertar os profissionais da construção e particulares, a Aspas (Associação pela Proteção dos Animais Selvagens), na França, lançou uma ação de sensibilização, financiada em parte pela Fundação 30 Millions Damis.

Varandas, pontos de ônibus, garagens de bicicletas, vitrais… Por causa da transparência ou por refletir o ambiente, o céu ou a vegetação, essas superfícies causam todos os dias acidentes mortais para os pássaros. O choque, muito violento, pode ser fatal, ou provocar lesões graves. A Aspas editou dois documentos para sensibilizar as pessoas dos perigos que representam nossas construções. Um à destinação do grande público, outro aos profissionais: “os prédios em vidro estão na moda. Quem constrói, mas também quem planeja as construções, como arquitetos, deve tomar medidas de proteção, tanto quanto as considerações estéticas”, diz Madline Reynaud, presidente da Aspas.

Foto: Reprodução/30 Millions D'amis

Mais mortal que uma maré negra

“Centenas de milhares de voadores são vítimas desses choques todos os anos”, diz Madline Reynaud. Um número alarmante, que ultrapassa o de uma maré negra, mas que passa relativamente despercebido pelas autoridades, como pelos cidadãos.

Segundo matéria publicada no site da Fundação 30 Millions Damis, entre os prédios perigosos estão: o do Ministério da Ecologia, da Energia, do Desenvolvimento e do Mar. Sua fachada, que reflete os vegetais, é mortal para os voadores. Por outro lado, a pirâmide do Louvre reflete apenas os edifícios do célebre museu que o rodeia. “Ela não representa, assim, nenhum perigo”, confirma Madline Reynaud.

Soluções e ajustes simples

Certas regras podem ser aplicadas durante a construção dos edifícios: vidros com nervuras ou pintados, opacos ou superfícies envidraçadas de preferência com ângulo inclinado em vez de reto. Essas medidas permitem aos pássaros diferenciar a superfície envidraçada da realidade. Mas o que fazer pelos prédios já construídos e não adaptados? “Os ajustes são simples”, diz a presidente da Aspas, “basta instalar cortinas ou redes que indiquem aos pássaros que os vidros estão presentes”. Pode-se também afastar os alimentadores das janelas para evitar atrair os pássaros, ou ainda limitar a vegetação ao redor de um jardim de inverno.

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PERIGO URBANO link
 
Vidraça espelhada mata passarinhos
DANIELA PEREIRA

BLUMENAU - Uma cena diferente chamou a atenção dos funcionários de um edifício na Rua XV de Novembro, em frente à Praça Dr. Blumenau. Sete pássaros, entre sabiás, rolinhas e mariquitas, morreram esta semana ao bater contra as vidraças espelhadas do prédio. Em nenhuma outra construção com as mesmas características foi registrado incidente igual.

O professor de Ecologia Rudi Ricardo Laps disse que não há explicação única para a morte dos pássaros, pois seria necessário um estudo aprofundado. Porém, há algumas possibilidades. A primeira delas é o sistema de cores que os bichinhos enxergam. Enquanto os homens veem três cores, os pássaros veem quatro. Como enxergam mais, acabam confundindo mais, em especial quando há reflexo.

A luminosidade dos últimos dias, com a alta emissão de raios ultravioletas, também pode ser um fator de risco. Segundo Laps, os pássaros são sensíveis aos raios e podem ter ficado desnorteados com o aumento repentino, uma vez que até o final de outubro os dias eram mais nublados. O reflexo azul do céu ajuda nesta confusão aviária.

Outra hipótese levantada pelo professor é a localização do prédio, logo em frente a uma praça com árvores de copas grandes. A construção pode estar em um local antes usado como rota pelos pássaros, que ainda não se acostumaram com o obstáculo, pois o prédio é novo.

Curiosidades
- Entre as espécies que mais se chocam com vidros espelhados estão as andorinhas, por confundirem a superfície com espelhos d’água. Estes pássaros dão voos rasantes para se hidratarem
- Outro ponto de choque das aves são as antenas de transmissão de TV, rádio e celular. O campo magnético atrai os pássaros. Neste caso, não são eles que batem, eles são puxados
- Fonte: professor de Ciências Biológicas da Furb, Rudi Ricardo Laps