Infelizmente não há como responder essa pergunta antes de estar tudo somado e computado. E é por um motivo muito simples: depende de como os candidatos se sairão nas provas.
A nota de corte é o que o próprio nome diz: onde se corta a lista e daí pra cima estão todos aprovados. Não é definida previamente, isso não tem como ser feito pois o número de vagas é limitado. Não se pode falar "quem fizer 70% passa"... pois se muita gente fizer 70%, não haverá vagas para todos. (A UFMG uma vez colocou o 60% como critério para passar na primeira etapa. Numa reunião que fizeram para discutir isso com os professores dos colégios e cursinhos eu avisei que estavam arrumando um abacaxi para eles mesmo. Só eu avisei. E foi uma balbúrdia para arrumar acomodações para os candidatos aos cursos mais concorridos fazerem a segunda etapa!*)
- Ah, professor Ramon, mas o número de candidatos caiu!
Pois é. Também não interessa. Mesmo assim há milhões de candidatos para milhares de vagas. E aquele candidato que realmente está preparado, aquele que acha que se esforçou o suficiente, não deixa de se inscrever e nem de comparecer no dia da prova.
- Ah, professor Ramon, mas a desistência foi muito alta!
De novo a mesma situação. Quem se julga preparado não desiste... comparece cheio de canetas pretas de material transparente e é seu concorrente.
Claro que algumas variações podem ocorrer nos cursos menos disputados. Mas em cursos mais disputados, como o Curso de Medicina a nota de corte varia alguns míseros pontos percentuais (1 ou 2) de ano para ano. Ou seja, se era 800 e variar 1%, pode cair para 792 ou subir para 808. Parece uma enormidade para quem está na disputa, mas é 1%, ou seja uns 2 acertos para mais ou para menos.
Fora isso, não caia nesse discurso dos "portadores de bola de cristal" que vão fazer de tudo para meter medo em você. Falam com uma certeza sobre as notas de corte que dá até gosto. Mas tudo dependerá do desempenho do grupo de candidatos. E a TRI (Teoria de Resposta ao Item) é feita exatamente para tentar igualar o máximo possível as notas alcançadas em cada ano. Lembre-se que a nota não é exatamente proporcional ao número de acertos, mas a uma regularidade no desempenho do candidato (acertar as fáceis e médias e errar as difíceis não é problema, o problema é acertar as difíceis e bobear nas fáceis!).
Então a dica é uma só... confira as notas de corte dos anos anteriores (só para você ter uma ideia do que lhe aguarda) e estude, se concentre, se prepare e tenha uma boa estratégia para fazer a maior nota possível.
E se na Biologia e Química precisar do Ramonzinho aqui, confira meu Canal do Youtube http://youtube.com/biologiaequimicacomramonlamar. Outra dica é nosso blog http://salinhadna.blogspot.com.
Ramon Lamar de Oliveira Junior
* PS.: Sobre o caso da UFMG, a situação é a seguinte: selecionava-se na primeira etapa um número de candidatos igual a 3 vezes o número de vagas do curso. Medicina, por exemplo, tinha 320 vagas e iam cerca de 1000 candidatos (os empatados entram) para fazer a segunda etapa. Acontece que para um candidato mediano de Medicina não era difícil fazer 60% na primeira etapa. Então o número de candidatos que foram para a segunda etapa foi enorme, mesmo a universidade sabendo que com menos de 70% de acerto na primeira etapa era quase impossível passar na segunda etapa (pois as notas se somavam). Logo abandonaram o modelo...
