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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O lixo em Sete Lagoas (PARTE II)

PARTE II: OS CATADORES E A COLETA SELETIVA DO LIXO

Paralelamente à destinação oficial do lixo, os catadores de papel e outros materiais recicláveis começaram a atuar na região central da cidade de maneira mais efetiva, enquanto outros atuavam no lixão em condições sub-humanas. A constituição da ACMR (Associação de Catadores de Materiais Recicláveis) foi um marco importante, apesar de tratar pouco mais de 1% do lixo gerado pelo município e de sobreviver em condições precárias, gerando uma renda mensal de 300 a 400 reais por catador. A possibilidade de geração de renda para as famílias é sempre algo muito importante, e além da questão da destinação final adequada do lixo, esse é um ponto que não pode ser desprezado.
A formação de uma Cooperativa (com mais facilidades para conseguir recursos) e a construção de um galpão com maquinário apropriado são caminhos fundamentais para facilitar o trabalho e a vida dos 31 trabalhadores da ACMR e mais outros 70 autônomos que existem na cidade. O presidente da ACMR informou que as verbas necessárias já estão depositadas na CAIXA. Tal informação foi confirmada pela SEMMA que, juntamente com o Juizado Especial e o Ministério Público, conseguiu uma verba de aproximadamente R$ 12.000,00 e, junto à FUNASA, outros R$ 195.000,00. Tais recursos serão para uso da ACMR, existindo um documento que a Caixa Econômica Federal exige que seja assinado pelo prefeito e pela ACMR para que fosse feito o repasse. Se não foi assinado até agora, desconhecemos o motivo da demora.

Estacionado no canteiro central da Monsenhor Messias, o carrinho cumpre a diária tarefa de acumular e transportar o lixo produzido pelo comércio central. Receita para o catador, num trabalho importante e nem sempre bem compreendido.
Até dificuldades de conseguir verbas municipais a ACMR enfrenta, apesar de seus relevantes serviços e inexistência da busca de lucro, como consta em seu estatuto. Uma verba de dezessete mil reais foi negada alegando-se a questão do lucro. Tal pedido de verba foi levado até o CODEMA pela ACMR, lembro-me bem do caso pois eu era do conselho e apoiei o pedido da ACMR, um valor irrelevante para o município mas de grande necessidade para a Associação.
A prefeitura tem apoiado a ACMR na infraestrutura para seu funcionamento, cedendo galpão, água, energia elétrica, caminhão de coleta seletiva, motorista e combustível. É verdade que às vezes o caminhão fica parado, com defeito.
O esforço da coleta seletiva soma-se ao trabalho da Viasolo. Estima-se que a Viasolo colete diariamente entre 130 e 160 toneladas de lixo, a ACMR cerca de 2 a 3 toneladas e os catadores autônomos, não filiados à ACMR, em torno de 3 toneladas. Devido a ação da coleta seletiva, grande parte dos materiais recicláveis não chega ao aterro controlado, especialmente latinhas de alumínio, papelão, vidros, garrafas PET e outros objetos de plástico.
O gráfico abaixo, baseado numa amostragem feita nas 130 toneladas de lixo que chegaram ao aterro controlado, mostra o percentual de cada tipo de lixo que chega ao aterro. Sua análise é muito importante para a discussão de projetos de reciclagem de lixo em grande escala que são pretendidos para a cidade, assunto a ser tratado na sequência desta série.

[Clique no gráfico para ampliar.]
 Texto e foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Agradecimentos especiais ao corpo técnico da SEMMA, ao Lairson Couto - ex-secretário de Meio Ambiente - e ao senhor Wenceslau, presidente da ACMR.

2 comentários:

  1. O Dr. Lairson Couto sempre foi digno de louvor. Certas "razoáveis políticas" baniram-no do cargo!

    A questão nonsense é: quem é que deve manter a ORDEM?

    Ora, estamos sem saída!

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  2. Ramon, parabéns pelos dados apresentados. Esta série de matérias será importante para o debate da questão do lixo.

    Sugiro um post relacionado a coleta de resíduos de serviços de saúde. Os laboratórios, drogarias, clínicas médicas, hospitais e outros estabeledacimentos do tipo estão em conformidade com a normatização da Anvisa (RDC 304/04)?

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