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sexta-feira, 26 de junho de 2020

NOVIDADE!!!

Olá, pessoal!!!

Em breve teremos a participação de alguns colaboradores aqui no blog, postando textos sobre assuntos da área ambiental.  São meus ex-alunos formados em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Faculdade Santo Agostinho.

Aguardem!!!

sábado, 6 de junho de 2020

Entrevista concedida ao Jornal TecleMidia sobre a COVID-19

Tecle Mídia: Como se adquire a doença COVID-19, causada pelo Novo Coronavírus?
Ramon Lamar: O vírus é um agente muitíssimo pequeno que nos contamina principalmente pela boca, nariz e olhos. Essas são as principais “portas de entrada” do vírus em nosso organismo, mas podem existir outras formas de contaminação menos importantes em termos numéricos. Levar as mãos contaminadas à boca, ao nariz ou aos olhos é contaminação na certa! Devemos aprender a não levar as mãos ao rosto com tanta frequência. 

TM: Sendo o vírus bastante pequeno, ele não atravessaria as máscaras?
RL: Muitas pessoas têm essa dúvida pois aprenderam no colégio que o vírus atravessa filtros. Temos que nos lembrar que o vírus é liberado no ambiente em gotículas, principalmente na fala, na tosse e no espirro. Essas gotículas com o vírus é que ficam presas na máscara. Se o vírus estivesse solto, sem estar preso nas gotículas, ele atravessaria a máscara com facilidade. 

TM: O uso da máscara, então, é fundamental fora de casa?
RL: Sem dúvida! E precisamos lembrar que a máscara tem que ter qualidade (o ideal são duas ou três camadas de tecido) para segurar as gotículas. E também que as máscaras precisam ser trocadas quando começam a ficar úmidas, ou seja, com duas ou três horas de uso. 

TM: O que fazer com as máscaras usadas?
RL: As descartáveis devem ir para o lixo, preferencialmente dentro de um saco plástico para não contaminar ninguém. As reutilizáveis devem ser lavadas com água e sabão ou deixadas em molho por pelo menos vinte minutos numa solução de água sanitária (50 mililitros de água sanitária – o que é mais ou menos um copinho daqueles descartáveis de café – em 2 litros de água). E se você precisar tirar a máscara, para fazer um lanche por exemplo, deve-se trocar a máscara. 

TM: Como as pessoas que estão trabalhando durante a pandemia devem proceder?
RL: Com o máximo cuidado em relação ao uso de máscaras, álcool em gel (ou água e sabão) para higienizar as mãos e, se for possível, também com proteção para os olhos. Precisamos lembrar que as máscaras só protegem a boca e o nariz. Os olhos, que também são “portas de entrada” ficam desprotegidos. Ao chegar em casa devem deixar os sapatos de fora, higienizar mãos, maçanetas, chaves, carteira, celular com álcool em gel. Também devem ir imediatamente para o banho, separando as roupas para a lavação, sem reutilizá-las. 

TM: E o cidadão comum, que sai às ruas?
RL: Primeiro é importante lembrar que deve-se evitar, sempre que possível, sair de casa. Mas tendo que sair, leve o álcool em gel e observe que o uso correto da máscara é obrigatório. Nada de passar a máscara para o queixo ou pescoço, esses locais recebem gotículas provocando a contaminação da máscara e da pessoa! É preciso lembrar que a máscara não nos protege totalmente: os olhos costumam estar expostos. Então é manter o distanciamento de 1,5 a 2,0 metros e evitar conversar além do necessário. E evitar levar as mãos ao rosto ou manusear a máscara. Ao chegar em casa deve-se ter um comportamento semelhante ao de quem trabalha em termos da higienização do ambiente, e partir logo para o banho. Ah, e evitar levar crianças em ambientes que lhes são completamente desnecessários como supermercados e lojas. As crianças muitas vezes não apresentam sintoma algum, mas transmitem a doença para quem estiver em casa. 

TM: Você é biólogo e já lecionou a disciplina de Epidemiologia. Qual a sua maior preocupação em relação à possibilidade de contaminação das pessoas? 
RL: Está chegando o inverno e as temperaturas começam a cair muito. Com isso corremos o risco das pessoas se contaminarem nas ruas durante o dia e depois, chegando em casa, janelas fechadas para evitar o frio... pouca circulação de ar... contaminarem os outros familiares. Isso é muito perigoso, principalmente para idosos e os que têm doenças que complicam a COVID-19, como diabetes e hipertensão, por exemplo. É muito importante que quem saia de casa tenha muito, mas muito cuidado ao retornar. Separar copos, pratos e talheres para os idosos pode parecer uma medida extrema, mas nesse momento tem que ser visto como um cuidado e um carinho necessários. Caso existam dois banheiros na casa, separar um só para as pessoas que estão no máximo isolamento (ou higienizar bem o único banheiro antes que seja utilizado). 

TM: Remédios ou vacinas estão próximos ou ainda muito distantes?
RL: Para tanto precisamos aguardar os procedimentos científicos das pesquisas. Muitos remédios estão sendo testados. São remédios que já existem para outras doenças e que podem ser eficientes contra esse coronavírus. Mas é complicado, quase uma loteria. É claro que os pesquisadores têm informações sobre outras doenças semelhantes, essa não é a única causada por um coronavírus. Mas é muito complicado, remédio nenhum deve ser usado no momento como prevenção. Pode mudar tudo na semana que vem? Pode. Mas precisamos aguardar para não provocar outros problemas de saúde nas pessoas, que podem até ser piores que a COVID-19. As vacinas são mais difíceis de conseguir pois são feitas especificamente para essa doença. Várias estão em testes. Pode ser que no segundo semestre tenhamos uma vacina eficiente. Vão ser necessárias bilhões de doses para o planeta todo. Muito dinheiro está sendo investido nessas pesquisas. No momento precisamos confiar no que a ciência e os pesquisadores nos dizem, é o melhor caminho, é o único caminho. No mais, fiquem em casa se puderem! Cuidem-se e cuidem dos seus!