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segunda-feira, 23 de junho de 2025

O Acidente com o Césio-137 em Goiânia: Uma Tragédia Radioativa no Brasil

Em setembro de 1987, ocorreu em Goiânia (GO) o pior acidente radiológico da história do Brasil e um dos mais graves do mundo fora de usinas nucleares. O incidente começou quando dois catadores de materiais recicláveis, Roberto dos Santos Alves e Wagner Mota Pereira, entraram nas ruínas do antigo Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), um hospital abandonado que havia deixado para trás um perigoso aparelho de radioterapia contendo césio-137, um material altamente radioativo.

Sem saber do risco, os catadores desmontaram o aparelho e levaram a cápsula metálica para casa. Dias depois, a venderam para um ferro-velho de propriedade de Devair Alves Ferreira. Ao forçar a abertura da cápsula, encontraram um pó azul brilhante, que os encantou. A substância era cloreto de césio-137, e o brilho se devia à intensa radiação. Devair compartilhou o pó com familiares, vizinhos e amigos. Muitas pessoas o manipularam com as mãos, passaram no corpo e o colocaram em ambientes domésticos, sem imaginar que estavam espalhando um veneno invisível.

O que é o Césio-137?
O césio-137 é um isótopo radioativo do elemento químico césio. Isótopos são átomos do mesmo elemento com o mesmo número de prótons, mas diferentes números de nêutrons. O césio-137 é instável e sofre decaimento radioativo, emitindo radiação gama, que é extremamente penetrante e perigosa ao organismo humano, podendo causar desde queimaduras até alterações no DNA celular.
Um conceito essencial nesse contexto é a meia-vida, que é o tempo necessário para que metade da quantidade de uma substância radioativa se desintegre naturalmente. A meia-vida do césio-137 é de aproximadamente 30 anos, o que significa que ele permanece perigoso por muito tempo.

As Vítimas da Tragédia
Mais de 600 pessoas foram contaminadas, muitas delas com sintomas graves. Dentre essas, quatro pessoas morreram em decorrência direta da radiação:

Leide das Neves Ferreira, 6 anos
  • Sobrinha de Devair e filha de Maria Gabriela Ferreira
  • Brincou com o pó radioativo, chegou a passar no corpo e ingerir alimentos contaminados. Morreu semanas depois com síndrome aguda da radiação.
Maria Gabriela Ferreira, 37 anos
  • Irmã de Devair e mãe de Leide
  • Manuseou diretamente o material radioativo dentro de casa. Desenvolveu sintomas severos e morreu em outubro de 1987.
Israel Baptista dos Santos, 22 anos
  • Funcionário do ferro-velho de Devair
  • Ajudou a desmontar a cápsula contaminada. Faleceu por exposição intensa à radiação.
Admilson Alves de Souza, 18 anos
  • Amigo dos catadores
  • Teve contato direto com o césio e morreu poucos dias depois, com falência múltipla dos órgãos.
E o que aconteceu com os catadores e com Devair?

Roberto dos Santos Alves e Wagner Mota Pereira (os catadores que encontraram o aparelho)
  • Sobreviveram, embora tenham sofrido efeitos da exposição à radiação, como náuseas, feridas e queda de cabelo. Foram responsabilizados judicialmente, mas seus atos foram considerados sem dolo, pois não havia qualquer sinalização de perigo no local onde o equipamento estava abandonado.
Devair Alves Ferreira, dono do ferro-velho
  • Também não morreu diretamente por radiação. Teve sintomas severos e enfrentou grande sofrimento psicológico ao perder a irmã e a sobrinha. Morreu anos depois, com a saúde debilitada, mas não foi incluído entre as vítimas fatais imediatas do acidente.

Panorama Atual
Hoje, as áreas contaminadas foram descontaminadas, e a cidade de Goiânia é considerada segura. Os resíduos radioativos foram levados para um depósito permanente construído em Abadia de Goiás, onde são monitorados até hoje pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Mesmo assim, o impacto emocional, social e psicológico ainda é sentido por muitas pessoas envolvidas. Sobreviventes relataram sequelas duradouras e enfrentaram discriminação e estigmatização por parte da população, mesmo após receberem alta médica.

Medidas Preventivas Adotadas
Adotaram-se diversas medidas após o acidente, no Brasil e no mundo:
  • Normas mais rigorosas para uso, transporte e descarte de materiais radioativos.
  • Cadastro e rastreamento de todas as fontes radioativas no país.
  • Criação de centros de monitoramento e resposta a emergências radiológicas.
  • Campanhas educativas voltadas a profissionais da saúde, trabalhadores da reciclagem e ao público geral.
  • Estabelecimento de protocolos de segurança em clínicas de radioterapia e hospitais.
  • Em todo o mundo não se usa mais o material radioativo em pó, para evitar sua dispersão em possíveis acidentes desse tipo.

Conclusão
O acidente com o césio-137 em Goiânia mostrou como a desinformação, a negligência institucional e a ausência de controle sobre fontes radioativas podem levar a tragédias profundas. Estudar esse caso é essencial para que compreendamos os riscos da radiação, o papel dos isótopos, a importância da meia-vida e da ciência com responsabilidade.
A história de Leide, Maria Gabriela, Israel e Admilson serve como um lembrete comovente de que a tecnologia só deve ser usada com conhecimento, ética e fiscalização adequada — e que a ignorância pode ser fatal.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

O lixo é sempre coletável? Limpou, tá novo? (Mais sobre a questão do lixo na Serra de Santa Helena.)

(ESCLARECIMENTO: Fui obrigado a "ressuscitar" esta postagem depois da que ouvi, vindo de dentro da prefeitura: que a sujeira após a festa da Serra de Santa  Helena não é problema ambiental... pois a prefeitura foi lá e varreu tudo depois. DEVE TER VARRIDO TAMBÉM AS DEZENAS DE LITRO DE ÓLEO DE FRITURA QUE SE INFILTRARAM NO TERRENO! DEVE TER VARRIDO UM POUCO DE EDUCAÇÃO PARA DENTRO DE QUEM SUJOU A SERRA E NÃO ESTÁ NEM AÍ PARA O MEIO AMBIENTE QUER SEJA NATURAL OU URBANO! DEVE TER VARRIDO SEM GASTAR UM CENTAVO DOS IMPOSTOS QUE PAGAMOS! FRANCAMENTE!!! QUE DESPREPARO!!! A postagem original é de 2013.)

Muitas pessoas têm discutido as fotos postadas aqui no blog e pelo MUTIRÃO CIDADANIA sobre o lixo gerado na Festa da Serra de Santa Helena, ocorrida na última semana. Geralmente, as pessoas se dividem entre aquelas que condenam totalmente a quantidade de lixo gerada (me incluo entre essas pessoas) e aquelas que acham que é "um exagero, pois é só varrer e coletar o lixo". 
A questão fundamental é que o segundo grupo de pessoas (as que acham que "limpou, tá novo!") não estão conseguindo captar a dimensão do problema. Não as culpo, trata-se de ignorância (no sentido de ignorar ou não ter conhecimento) a respeito do tal lixo espalhado. Como todos os habituais frequentadores do blog sabem, sou biólogo e professor, portanto a preocupação com a educação ambiental é uma constante aqui no blog. Posso enumerar alguns aspectos, ilustrando-os com fotos e um vídeo, espero que fique mais didático e fácil de entender. 

1) CERTOS LIXOS NÃO TÊM COMO SER RECOLHIDOS! É o caso dos poluentes que se infiltram no solo, como o óleo de fritura usado que é descartado no chão. Esse óleo infiltra no solo e, no caso específico, está contaminando nossa "caixa d'água", ou seja, a área de recarga dos nossos lençóis subterrâneos. Dessa forma, coloca-se, ano após ano, um tipo de poluente que pode contaminar as inúmeras nascentes da Serra de Santa Helena. Sem contar o risco sobre o aquífero mais profundo, de abastecimento da cidade.

 Fotos: Marta Villefort

2) ALGUNS LIXOS ALIMENTAM O FOGO DURANTE OS INCÊNDIOS NA ENCOSTA DA SERRA DE SANTA HELENA! Papel e plástico ajudam a aumentar a intensidade do fogo em alguns pontos, dificultando o combate e aumentando a temperatura por mais tempo junto às árvores da encosta. No caso específico dos incidentes da última semana, encontramos as caixas de papelão usadas para a distribuição dos copos plásticos de água durante a subida da procissão, os próprios copos plásticos e os "canudos" de papelão dos fogos de artifício jogados na mata. Esse tipo de lixo é frequentemente esquecido pela "limpeza pública" que só remove o lixo das ruas e calçadas.


 Fotos: Ramon L. O. Junior

3) LIXOS QUE COLOCAM EM RISCO OS BRIGADISTAS QUE VÃO COMBATER OS INCÊNDIOS NA ENCOSTA DA SERRA DE SANTA HELENA! Nessa categoria estão as garrafas de vidro. Inúmeras garrafas e seus cacos foram coletadas na encosta da serra e muitas outras ainda devem estar por lá. Também não são alvo da "limpeza pública", mas podem provocar sérios ferimentos nos brigadistas e também, é claro, nos animais em fuga dos incêndios e nas crianças que, inadvertidamente brincam na área. 

Foto: Ramon L. O. Junior

4) OS PEQUENOS LIXOS QUE PODEM SER INGERIDOS POR ANIMAIS, PROVOCANDO SUA MORTE! São papéis de bala, tampinhas, fragmentos de plástico ou de vidro... materiais brilhantes que atraem os pássaros e outros animais e podem por eles ser ingeridos. Isso encontramos por toda parte. No caso da Serra de Santa Helena, ainda chama atenção a enorme quantidade de preservativos (evidentemente usados) encontrados em alguns locais. Abaixo, o link para um vídeo onde são registradas as mortes de aves marinhas pela ingestão de lixo desse tipo... chocante. São apenas 4 minutos do seu tempo. Vale a pena ver.


E então? Deu para entender toda a nossa preocupação com o lixo? E nessa conversa não paramos para discutir a questão do lixo que armazena água e serve como local de proliferação dos mosquitos transmissores de doenças (como a dengue, né?). É isso.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

TURISMO, CULTURA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DEVEM ANDAR DE MÃOS DADAS!

domingo, 26 de janeiro de 2025

A importância da educação ambiental

A educação ambiental ocupa o primeiro lugar em termos da complexidade de se desenvolver a consciência ecológica e o incentivo à sustentabilidade em cada indivíduo. Ela busca formar cidadãos capazes de compreender e enfrentar os desafios ambientais globais e locais, promovendo a preservação dos recursos naturais e o equilíbrio entre as necessidades humanas e os limites do planeta. Mais do que uma prática pedagógica, a educação ambiental é um instrumento para a transformação social, pois promove valores e atitudes que favorecem a construção de uma sociedade mais sustentável e equitativa.

No Brasil, a relevância da educação ambiental está assegurada pela Constituição Federal de 1988, que estabelece princípios fundamentais para a proteção do meio ambiente. O artigo 225 da Constituição determina que "todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado", considerado essencial à qualidade de vida (o negrito anterior, colocado por mim, é para frisar que absolutamente todos os cidadãos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sem distinção alguma, sem privilégio algum). Nesse sentido, a Carta Magna atribui ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.

Defender e preservar o meio ambiente é atribuição do poder público e da coletividade, ou seja, de cada membro da sociedade. Não é um deixa-pra-lá-que-isso-não-é-problema-meu! Todos precisamos ter consciência da importância de se discutir as questões ambientais.

Entre os instrumentos previstos pela Constituição para a efetivação desse direito, destaca-se o incentivo à educação ambiental. O inciso VI do artigo 225 prevê que o Estado deve "promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente". Esse preceito constitucional reflete o entendimento de que o conhecimento e a conscientização são pilares fundamentais para a efetivação do desenvolvimento sustentável.

Além disso, o artigo 170, que trata dos princípios da ordem econômica, reforça a necessidade de um modelo de desenvolvimento que respeite o meio ambiente. Ao estabelecer que a ordem econômica deve observar o princípio da defesa do meio ambiente, o texto constitucional vincula as atividades econômicas à sustentabilidade, evidenciando a importância de uma população informada e engajada com práticas responsáveis.

A questão ambiental, por sua vez, é suprapartidária e supraideológica, pois transcende divisões presentes na sociedade. Trata-se de uma necessidade fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável da humanidade e a manutenção dos recursos naturais indispensáveis à vida. O compromisso com a preservação ambiental deve ser universal, envolvendo todos os setores da sociedade em uma ação coordenada para equilibrar as demandas do progresso com a capacidade de regeneração do meio ambiente.

Na cidade de Sete Lagoas, a educação ambiental é ainda mais essencial, dada a relação direta entre a preservação ambiental e a qualidade de vida da população. O município depende de suas lagoas, fundamentais para o microclima local e para a manutenção da umidade do ar, assim como da conservação dos lençóis de água superficiais que alimentam essas lagoas e pequenos cursos d'água. Além disso, cerca de 60% do abastecimento hídrico da cidade provém de lençóis subterrâneos profundos, cuja recarga pode ser comprometida pela impermeabilização da superfície em determinados locais específicos onde se dá a infiltração de água no solo em direção a esses lençóis. 

Ainda em relação a Sete Lagoas, vale destacar que essa problemática se agrava em áreas com arborização urbana precária, tanto em termos de calçadas onde faltam árvores implantadas corretamente, quanto de praças e outras áreas arborizáveis. O descaso com as boas práticas de arborização e gestão da arborização leva a menor infiltração de água no solo, menos equilíbrio térmico e maior volume de enxurradas que, ao final, podem ter consequências dramáticas. Diante desse cenário, a educação ambiental é indispensável para sensibilizar a comunidade sobre a necessidade de ações que mitiguem os impactos ambientais, como a proteção das áreas de recarga, a valorização das lagoas e a promoção de uma arborização urbana adequada, elementos que garantem o equilíbrio ecológico e a sustentabilidade do município.

A educação ambiental, ao dialogar com os princípios constitucionais, vai além da simples transmissão de conhecimentos. Ela busca transformar a relação do ser humano com o ambiente, fortalecendo a cidadania ativa e promovendo práticas que assegurem o equilíbrio ecológico. Nesse contexto, o ensino de ciências e biologia no ensino básico desempenha um papel central, pois é nesse nível que os fundamentos para a consciência ambiental são criados. A boa formação dos professores dessas áreas é essencial para que possam transmitir conhecimentos atualizados, compreensíveis e engajadores. Além disso, é imprescindível valorizar os profissionais de nível técnico e superior que atuam na área ambiental, como biólogos, engenheiros ambientais, urbanistas e paisagistas, tanto na esfera privada quanto no setor público. A maior participação desses profissionais em órgãos públicos e conselhos ambientais contribui para a formulação e implementação de políticas que promovam a sustentabilidade, reforçando a importância de um esforço conjunto para proteger o meio ambiente e assegurar um futuro equilibrado para as próximas gerações.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sábado, 25 de janeiro de 2025

PERMEABILIDADE DO SOLO URBANO E ARBORIZAÇÃO URBANA NA PROVA DO ENEM 2024

Imagino que todo professor passa pelo mesmo dilema: - Estou conduzindo minhas aulas, estou abordando realmente as temáticas que os alunos precisam compreender para a vida e para se dar bem nos concursos que por aí aparecem (ENEM, vestibulares e outros)?
Então, nada é mais gratificante que encontrar uma questão como a que exponho abaixo sobre dois temas importantíssimos: IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO e ARBORIZAÇÃO URBANA. Essa questão fez parte da Segunda Aplicação do ENEM 2024, mostrando que estou no caminho certo e que os temas que abordo constam (e não é só essa questão) do banco de questões das provas do ENEM.
São temas que, sempre que tenho a oportunidade, lanço uma sementinha de conhecimento sobre eles. É muito importante que o estudante perceba que várias alterações e situações que ocorrem em seu redor estão sendo explicadas ali na aula. 
E a tal questão foi em cima do assunto, de uma forma muito bem colocada. E aí? Você sabe resolver?


Nas últimas décadas, a população dos centros urbanos tem requerido a pavimentação das vias públicas, visando o aumento do conforto e a minimização do desgaste de veículos. No entanto, essa melhoria da qualidade de vida pode trazer implicações ao meio ambiente. A impermeabilização impede a infiltração de água no solo, sendo carreados, portanto, todos os dejetos e impurezas para os cursos de água.

Qual ação poderia mitigar os efeitos danosos da contaminação dos cursos de água em virtude da impermeabilização das vias públicas?

A) Reciclar o lixo doméstico seco.
B) Incentivar a construção de fossas sépticas.
C) Difundir o uso de vasos de plantas nas vias públicas.
D) Promover a construção de parques e espaços arborizados.
E) Propor políticas de expansão da canalização das redes fluviais.


PS.: Se você soube resolver, não é uma questão difícil, está na hora de cobrar essas ações por parte do poder público!

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Proposta de paisagismo temático para a Praça da Bíblia

[POSTAGEM ORIGINAL DE 8 DE JUNHO DE 2016]

"Proposta de paisagismo temático para a Praça da Bíblia, Sete Lagoas, MG" 
Esse é o título do trabalho que será apresentado amanhã no III Fórum Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão das Faculdades Santo Agostinho (Fasasete), amanhã. O trabalho foi feito por mim e pelo aluno Filipe Giovani especialmente para esse evento. Filipe é meu orientado em trabalho de TCC versando sobre aspectos da arborização urbana de Sete Lagoas.

(Clique na imagem para ampliar.)


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Dois TCCs sobre Arborização Urbana em Sete Lagoas apresentados em 2016

Segue o resumo do TCC da minha orientanda Nívea Labanca SOUZA, intitulado "Estudo Quali-Quantitativo e da Percepção dos Moradores em Relação à Arborização Urbana do Entorno da Faculdade Santo Agostinho de Sete Lagoas (Sete Lagoas,MG, Brasil)".


RESUMO: Para que a arborização urbana possa proporcionar todos os benefícios de que é capaz aos cidadãos, é necessário bom planejamento e estudos técnicos. Essa é a maneira destas áreas verdes colaborarem com a saúde mental, física e psicológica das pessoas. O presente estudo teve como objetivo a análise qualitativa e quantitativa da arborização urbana do entorno da Faculdade Santo Agostinho, abrangendo as ruas Atenas, Coimbra, Florença, Genebra, Milão, Nápolis, Nice e Turim, do bairro Jardim Europa, de Sete Lagoas, Minas Gerais. Também foi aplicado um questionário a 41 moradores dessas mesmas ruas escolhidos de modo aleatório, para avaliação da percepção sobre a arborização local. Foram identificados 100 indivíduos arbóreos de 24 espécies, sendo 15 nativas e 9 exóticas. Apenas 21 espécimes não mostraram sinais de podas incorretas. Alto grau de podridão e outros danos provocados principalmente por poda incorreta que sugerem a necessidade de supressão estão presentes em 14 dos espécimes analisados. Não foi observada a presença de plantas parasitas nos 100 indivíduos analisados. A quase totalidade dos moradores do entorno reconhece como principais vantagens da arborização a produção de sombra e sua capacidade de tornar o ar mais fresco. A principal desvantagem apontada relaciona-se com a escuridão e e sensação de insegurança à noite. 56% dos moradores têm o interesse de melhorar a arborização plantando e cuidando de alguma árvore em sua calçada. A quantidade de árvores por quilômetro de calçada e a área verde por habitante na região estudada ficou abaixo dos valores recomendados. As calçadas largas permitem que tal situação seja corrigida no futuro.

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E do meu outro orientando, Filipe Giovani Domingos ARAÚJO, intitulado "A valoração arbórea como instrumento de conscientização dos benefícios das florestas urbanas".



RESUMO: As florestas urbanas promovem benefícios através das suas funções ambientais como: redução das ilhas de calor, ciclagem dos nutrientes, abrigo para fauna, melhoria da qualidade do ar e valorização de imóveis e espaços urbanos. É necessário valorar as florestas urbanas para se demonstrar objetivamente a importância das mesmas para a sociedade e políticas públicas. O presente trabalho utilizou o Método STEM (Standard Tree Evaluation Method), adaptado as condições locais, para a valoração monetária da arborização da Praça Barão do Rio Branco, em Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil. A modificação de alguns critérios fez-se necessária para facilitar a atribuição dos valores numéricos usados para a valoração das 32 árvores presentes na praça. Os dados foram registradas em tabelas e multiplicados por um valor inicial para se obter o valor de cada árvore em dólares americanos, em seguida convertidos para a moeda local. A valoração de cada árvore variou de US$ 2,700.00 a US$ 32,400.00, totalizando um valor de US$ 222,330.00. Os resultados obtidos são compatíveis com as determinações feitas por outros autores no Brasil, o que leva a apoiar a utilização do Método STEM para as nossas cidades. A metodologia utilizada mostrou-se importante no processo de Educação Ambiental e pode embasar novos valores para as multas aplicadas por poda ou supressão de árvores.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Salinhas de biologia, matemática, química... e agora FÍSICA!

Estamos trabalhando desde o mês de agosto com as salinhas de biologia, matemática e química. Os cursos estão em andamento, mas ainda tem muita coisa importante para ser vista. Informe-se sobre a possibilidade de entrar nas turmas.
Começa no próximo sábado a Salinha de Física com resolução de questões de Física para o ENEM 2015. De 16:00 às 17:40 horas, nos dias 26/09, 03/10, 10/10 e 17/10.
Garanta uma pontuação maior na sua prova!!!

Clique AQUI para mais informações!!!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

CONSTRUÇÃO COLETIVA: Vamos construir uma "cartilha" de Educação Ambiental?

A proposta é muito simples, vocês leitores podem publicar aqui nos comentários ou no Facebook (onde haverá um link para esta postagem), quais tópicos seriam indispensáveis para constar numa "cartilha" de Educação Ambiental e Cidadania para crianças (consideremos uma faixa de idade de 9 a 12 anos). A ideia é conseguir que essa cartilha seja impressa e distribuída nas escolas, ou divulgada virtualmente. Não vale copiar cartilhas prontas. Pensemos em situações reais relativas à nossa cidade (Sete Lagoas) e suas peculiaridades. Vou me esforçar para copiar todas as sugestões para esse tópico. No final, podemos fazer uma "filtragem" para dar um formato final. Se algum desenhista quiser colaborar com desenhos originas, será uma beleza!
Tudo bem, eu começo com as mais óbvias:

01. Todo lixo produzido por você deve ser jogado em uma lixeira. Se não houver uma lixeira por perto, guarde o lixo até encontrar uma lixeira disponível. Nesse caso, procure se informar sobre como seria possível instalar uma lixeira no local (escola, rua, praça...). Escreva uma cartinha, um bilhete ou um recado para o responsável e faça valer sua sugestão.
02. Havendo lixeiras para separação dos tipos de lixo, utilize-as corretamente. A separação adequada do lixo é hoje fonte de renda para muitas pessoas e diminui muito a poluição da natureza. Informe-se a respeito e comece a fazer e a estimular a separação do lixo na sua casa e na sua escola.
...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

BANCOS DE PRAÇAS

"As praças foram e continuam sendo equipadas com bancos de granilite. A prática de se usar propagandas comerciais e pessoais estampadas neste tipo de bancos em troca da doação, estimulou a moda.

 

A experiência desvendou os inconvenientes destes bancos, que são:
1) As propagandas do tipo "Casas Pernambucanas"; "Açougue do João"; "Família Bassit" ou "Vereador João Alves da Silva doa para a população"  ou "A prefeitura", é uma linguagem impositiva e desperta violência por parte de quem não se dá bem com a determinada família, vereador ou casa comercial.
2) Os bancos estimulam o uso inadequado por parte dos usuários que sentam sobre o encosto, colocando os pés no assento. Isso suja as roupas dos que preferem usá-lo de forma correta.
3) Muitas vezes, estes bancos são colocados na circulação da praça; atrapalham os pedestres e causam efeito estético indesejável.
4) Favorecem, também, a intimidade ousada de certos casais, que chegam a escandalizar o ambiente aos olhos dos mais conservadores.
5) Pessoas que não se conhecem dificilmente sentam no mesmo banco. Mesmo tendo capacidade para acomodar 3 ou 4 pessoas, à vista do usuário, o banco está "ocupado" quando está sendo usado por uma pessoa desconhecida.

Sugestão:
Propõe-se, sempre que possível, o uso de bancos maiores, moldados no próprio local, formando ambientes mais íntimos e ao mesmo tempo coletivos, como mostra a próxima figura.


Esta solução resolve um outro problema, que é a questão da vegetação na praça. Com os canteiros elevados, eliminam-se os "rastros" ou "trilhas" provocadas pelos usuários fora do arruamento da praça. Expõe o depredador numa cota mais alta em relação ao restante dos pedestres, o que, psicologicamente, é uma sensação desconfortável. Portanto, com esta solução, pode-se garantir o máximo de exuberância às plantas, para despertar admiração e encantamento por parte do público."

Texto extraído de: CURSO AVANÇADO DE PAISAGISMO, Gustaaf Winters (Centro Paisagístico "Gustaaf Winters", Holambra, SP)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Eutrofização da Lagoa Paulino e Regressão da Lagoa Grande

Eutrofização da Lagoa Paulino é vista em nova foto do Google Earth: seta branca (observem o trecho mais esverdeado). Se você tem o Google Earth, habilite o "Imagens Históricas" em Visualizar, e tire suas conclusões...

Imagem identificada como Abril de 2013
A nova imagem pegou um trecho da Lagoa Grande (metade). Comparando as imagens antigas, no trecho registrado, a redução do nível da água é patente... mesmo a nova imagem sendo em abril (pós-chuvas) e a antiga em agosto (plena seca).

Imagens: Google Earth

domingo, 16 de junho de 2013

Sugestões para a Lagoa da Boa Vista.

Em postagem anterior, calculei o volume de sedimentos a ser removido (em caso de desassoreamento da Lagoa da Boa Vista) em cerca de 1500 viagens de caminhão. Contudo, tal gasto pode ser minimizado se:

1) Parte dos sedimentos for usada para a proteção/construção dos taludes (em torno dos gabiões que estão sendo construídos).
2) Parte dos sedimentos for usada para aumentar a "Ilha dos Macacos". Ali sugiro a plantação de uma vegetação de beleza e de fácil cuidado. Poderia ser feito um grande maciço de caliandra rosa (Calliandra brevipes, veja a foto abaixo de um exemplar da Lagoa Paulino) e mais algumas plantas que produzem flores e frutos que atraiam pequenos pássaros e beija-flores, como a "fruta do sabiá" (Acnistus arborescens) e a lanterna-chinesa (Abutilon striatum).

Fruta do sabiá. [http://ibc.lynxeds.com/files/pictures/DSC09084.jpg]
Caliandra rosa (Foto: Ramon L. O. Junior)
Lanterna chinesa (http://www.ceapdesign.com.br/images/familias_botanicas/malvaceae/abutilon_striatum.jpg)

Outra questão que muito nos preocupa é o do futuro peixamento da lagoa. Seria importante aproveitar o momento para começar a fazer o peixamento de nossas lagoas apenas com espécies nativas regionais. Basicamente, no primeiro ano, deveria ser introduzido o lambari (piaba, Astianax) e o barrigudinho (lebistes ou Poecilia), de grande ajuda no combate a larvas de mosquitos. A aquisição dessas espécies é simples e nem precisaria ser investido muito dinheiro pois temos muitas piabas em outras lagoas e também o barrigudinho (mas atenção: cuidado para não introduzir tilápias!). Um pequeno esforço de captura poderia ser feito para colocá-las no primeiro ano.  No segundo ano, deveriam ser introduzidas traíras (Hoplias malabaricus), também de fácil aquisição, que são predadoras das piabas e garantiriam um equilíbrio ambiental. Importante também é decretar a completa proibição da adição de outras espécies não nativas da região, e que qualquer outra introdução deveria ser precedida de amplo estudo e debate.

Lambari ou piaba [Foto: Ramon L. O. Junior]
Traíra [Foto: Ramon L. O. Junior]
Barrigudinho: http://estatico.primeiraedicao.com.br/
Ramon Lamar de Oliveira Junior
Biólogo

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Quando pensar no "milagre da vida"...

Quando pensar no "milagre da vida", lembre-se da imagem abaixo:

Serra do Cipó, MG a 1340 metros de altitude. [Foto: Ramon L. O. Junior]
Considere a dificuldade de sobreviver num ambiente hostil, onde o sol castiga durante o dia e o frio congela durante a noite. Um local onde a água não brota da terra e nem cai em constantes chuvas, mas que aquele mesmo frio da noite a faz condensar sobre as rochas, tornando-a um bem precioso e acessível a cada madrugada. Essa mesma água arrasta consigo os nutrientes, e aquela desconfortável luz forte do sol propicia a produção do alimento. No mesmo local há um vento que varre forte durante todo o tempo, mas em seu ar puro e em sua força são espalhados os elementos reprodutivos que se encarregam de contaminar tudo com novas vidas. 
Não há como não lembrar da velha história de "fazer do limão uma limonada". A luta da vida também nos faz rememorar os nossos momentos atribulados, onde em meio às dificuldades podemos perceber que temos força e coragem interior, e que podemos enxergar as mãos dos amigos verdadeiros que se estendem para nós. Nossos amigos são nossa luz, nossa água, nosso alimento e nossa continuidade.
O milagre da vida é a própria vida: o simples fato da vida ter surgido no mar já a faz maravilhosa, o fato dela conseguir progredir na adversidade da rocha nua a faz espetacular. Enxergar e compreender tudo isso nos coloca em condições de saber respeitar a natureza do todo, aí inclusa a nossa própria natureza humana. Caminhamos lentamente na direção desse entendimento. O importante é que caminhemos sempre em frente. E ninguém disse que o caminho seria fácil... 
 Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 15 de abril de 2013

MUTIRÃO CIDADANIA VISITA A SEXTA LAGOA DA LISTA: LAGOA DO MATADOURO OU VAPABUÇU

Vapabuçu, "terra de muitas lagoas" na língua indígena da região (pelo menos foi isso que aprendi).

Vapabuçu, lagoa abandonada... sem dono em meio a tantos donos, esquecida em um canto da cidade, brevemente será apenas um transtorno ou empecilho ao progresso. Estrategicamente posicionada próximo à Igreja de São Judas Tadeu... só mesmo o "santo das causas impossíveis" para auxiliar na recuperação da área.

Não sonho ver a Lagoa do Vapabuçu com o mesmo aspecto da Lagoa Paulino "dos bons tempos". Não creio que ali seja o lugar para investir milhões de reais em urbanização e iluminação feérica. Gostaria de ver o espelho d'água em parte recuperado, a APP (Área de Preservação Permanente) respeitada e um acesso para que a população pudesse observar a beleza biológica do local, capaz de servir de abrigo para espécies nativas e aves em migração. Gostaria de ver as nascentes preservadas e o esgoto doméstico e industrial sem acesso à suas águas.
Contudo, vejo ali a figura do vazio: o vazio do interesse público, o vazio de ideias para sua preservação, o vazio em forma de desrespeito a um bem público na forma de cercas que invadem não só a APP mas o próprio leito da lagoa. E nesse vazio a situação vira uma espécie de brincadeira onde as pessoas do entorno brincam com sua própria saúde e brincam de engenheiros, agricultores e pecuaristas.
Triste é ver que a situação da Lagoa do Vapabuçu mudou muito depois da palestra que fiz, a convite do vereador Claudinei, em comemoração ao Dia Mundial da Água, em março de 2011. MUDOU PARA PIOR, MUITO, MAS MUITO PIOR. Acompanhando a postagem anterior (clique AQUI) e as imagens da lagoa naquela época (postarei uma foto adiante), vemos que a "promessa" de se fazer alguma coisa foi promessa vazia. Sete Lagoas, dessa forma, caminha a passos largos para ter seu nome alterado para Cinco Lagoas (ou então, mudar-se a lei que instituiu quais seriam as "sete lagoas" que dão nome à cidade). Bom, temos mais de 20 lagoas, mas mesmo assim seria preciso correr para escolher duas já que as demais encontram-se em estado precário ou caminhando na mesma direção.
A verdade é simples, nua e crua: não há interesse em recuperar nossas lagoas. No máximo, há interesse em manter as lagoas Paulino, Boa Vista, Cercadinho, Catarina e José Félix. Lagoa da Chácara e Lagoa do Vapabuçu são "primas pobres" que só podem ser salvas de os proprietários das terras do entorno assim entenderem e quiserem. Não há dinheiro público disponível para tanto, e se há, não há interesse em procurá-lo. Precisamos cultivar esse interesse da busca de recursos financeiros e técnicos que viabilizem a preservação, mesmo que ínfima, de nossa história natural.
Seguem-se as imagens e alguns comentários. Cliquem nas imagens para ampliar.

Lagoa do Vapabuçu, hoje (14 de abril de 2013)
O mesmo local em março de 2011. 
A lagoa em 2011, servindo de refúgio para aves nativas e em migração.
Reduzida a pequenos poços espalhados, não foi observada a diversidade de aves vista em 2011.

Acreditem, aqui é a Lagoa do Vapabuçu.
Cavalos pastam no leito da lagoa.
Cercas avançam no leito da lagoa.
Outro fragmento da lagoa.
Outro.

Nascente no meio da área, local onde o lençol subterrâneo encontra-se mais superficial. Abaixo, um pequeno vídeo mostrando o fluxo da água, bem rapidinho.
O vídeo é curtíssimo mesmo, para não ocupar muita memória. Só para ver o movimento da água. Agora, toda vez que vejo uma nascente, lembro do meu aluno Hugo Filipe, nunca vi sujeito mais emocionado ao ver uma nascente pela primeira vez (no Parque da Cascata).

Outro poço.
Biodiversidade e problemas caminham juntos:

Pneu com água (possível criadouro de Aedes aegypti) e caramujo africano (Achatina fulica). Leia sobre o caramujo clicando AQUI (leia os comentários pois há uma turma que defende o caramujo, mas não há defesa para a questão da água em suas conchas... ver mais abaixo.)

Concha do caramujo africano vazia e contendo água. Aí está um local muito favorável à reprodução do transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Confesso que eu mesmo fiquei impressionado com essa imagem porque nunca havia visto uma concha numa situação igual a essa.
Concha de caramujo planorbídeo. Provavelmente de Biomphalaria tenagophila, um dos caramujos hospedeiros da xistose ou esquistosomose. Achado extremamente preocupante já que há o relato de esgoto que cai na lagoa. A presença de ovos do verme da xistose poderia provocar a contaminação desses caramujos e criar um foco importante de transmissão da doença. Mais uma vez fica o alerta para as pessoas que se aventuram a andar ou nadar dentro das lagoas sem se atentar para o risco da transmissão de doenças.
Duas conchas de Pomacea (à esquerda) e duas de planorbídeo (à direita). O Pomacea é inimigo natural dos planorbídeos uma vez que compete com eles pelo alimento e também devora suas desovas. Sua presença é importante no controle da xistose.
Pequeno anfíbio em meio ao solo orgânico. Só biólogo mesmo para ver essas coisas minúsculas. De repente, você está andando, e alguma coisa fala em sua cabeça: "- Olhe para baixo, com atenção."
Libélulas em casais, copulando e depositando seus ovos na água de um dos poços que restou da lagoa. As larvas de libélula são predadoras de larvas de mosquitos. A presença das libélulas atesta, que pelo menos nesse ponto, a qualidade da água é biologicamente favorável.

A turma do MUTIRÃO CIDADANIA:

Ao final, o resultado de alguma coleta de lixo no trecho (inclusive no leito da lagoa) e o pneu que adotei para ser colocado na garagem do meu prédio (na parede atrás do carro, para evitar incidentes ao estacionar).

Ao final, uma parte da turma seguiu adiante para fotografar denúncias de depósitos clandestinos de lixo próximos à lagoa, mas não pude acompanhá-los.

Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 25 de março de 2013

Sonho de um Sonho (Martinho da Vila) e MUTIRÃO CIDADANIA

Sonho de um Sonho
Martinho da Vila

Sonhei
Que estava sonhando um sonho sonhado
O sonho de um sonho
Magnetizado
As mentes abertas
Sem bicos calados
Juventude alerta
Os seres alados
Sonho meu
Eu sonhava que sonhava
Sonhei
Que eu era o rei que reinava como um ser comum
Era um por milhares, milhares por um
Como livres raios riscando os espaços
Transando o universo
Limpando os mormaços
Ai de mim
Ai de mim que mal sonhava
Na limpidez do espelho só vi coisas limpas
Como uma lua redonda brilhando nas grimpas
Um sorriso sem fúria, entre réu e juiz
A clemência e a ternura por amor da clausura
A prisão sem tortura, inocência feliz
Ai meu Deus
Falso sonho que eu sonhava
Ai de mim
Eu sonhei que não sonhava
Mas sonhei

Homenagem a todos os amigos que sonham juntos. Porque sonho que se sonha junto, como diria o Maluco Beleza, é realidade! 

segunda-feira, 18 de março de 2013

MUTIRÃO CIDADANIA na Lagoa da Catarina e na Lagoa do Brejão

No último domingo, estivemos na Lagoa da Catarina para mais um mutirão de limpeza. Aproveitamos para dar uma "esticada" até a Lagoa do Brejão (atendendo a pedidos de moradores) para verificar como se encontra esse antigo cartão postal, hoje totalmente esquecido.

Seguem-se imagens do MUTIRÃO CIDADANIA na Lagoa da Catarina:




Dá para contar o número de sacos de lixo colhidos em 1/3 da lagoa?
Não recomendo andar descalço dentro de lagoas, o risco de cortar o pé em cacos de vidro é muito grande...
... também não aconselho deixar a água entrar dentro da bota. O problema de ser biólogo é que a gente sabe do monte de micro-organismos causadores de problemas que pode haver em águas nessas condições. Não são só fungos, como "brinquei" lá em relação a micoses. Aconselho a ler um pouco sobre a Naegleria fowleri, por exemplo, uma das muitas amebas que podem ser encontradas em lagoas "mal cuidadas" e provocar grave meningite. Lá não era local de ficar dando aula de biologia, mas aqui é minha sala de aula! Por isso não deixo de andar nesses ambientes com meu álcool-gel-70% e ofereci aos dois colegas que se aventuraram nas águas.


A turma aí! Pouca gente, hein? Na próxima haverá sorteio de um Ai-pede ("ai-pede pra alguém comprar para você!). Quem sabe aparece mais gente? Claro que estão excluídos desse puxão de orelha os nossos funcionários do Mutirão que estão com licença-dengue. Agradecimentos também ao Rogerinho da Catarina, nosso anfitrião nessa visita.
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Atendendo a pedidos fomos a Lagoa do Brejão onde o garoto José Paulo nos recepcionou, fez as honras da casa e foi nosso guia. Parabéns, José Paulo!!! Não tenho foto sua aqui, mas você aparece nas fotos do Mutirão Cidadania no Facebook. Vou ver se "roubo" uma foto sua lá (com permissão do fotógrafo) e coloco aqui (já roubei... rs rs rs). Você é digno de homenagens, rapaz! Digna de homenagens também é uma moradora que denunciou que há um projeto de rua que circula a lagoa, mas vários moradores cercaram a tal rua e ampliaram ilegalmente seus terrenos. Inclusive com a pretensão de construir em local de nascente da lagoa. Complicado pra chuchu, tanto no novo quanto no antigo código florestal.

Seguem-se imagens do MUTIRÃO CIDADANIA na Lagoa do Brejão (Lagoa Yassu):

Era uma vez uma lagoa... e bonita.
Agora é só o brejão, 90% é esgoto.
Bem no centro da foto, o garoto José Paulo, nosso guia e exemplo para os jovens. Menino com excelente noção de responsabilidade ambiental e gentileza urbana. Parabéns aos pais do garoto, seus professores e demais orientadores. (Foto: Marta Villefort)
Esgoto sendo lançado misturado às águas pluviais. Como não estava chovendo... era só esgoto mesmo. (Foto: Marta Villefort)
Nascente da Lagoa do Brejão, ameaçada por cercamento e construção irregular. (Foto: Marta Villefort)
Abertura da rede de esgoto que ainda lança esgoto na lagoa. Segundo os moradores basta chover que o esgoto "supita" e vai pra lagoa. Basta também faltar energia e a estação de bombeamento (booster) do SAAE parar de funcionar e lá vai esgoto. Ainda segundo os moradores, o prefeito Márcio Reinaldo esteve recentemente no local e prometeu um "basta" para esses problemas. Na torcida!!!
Fotos (exceto 3) e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior