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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

REVISITANDO O GLIFOSATO E SUA SEGURANÇA

Nos últimos meses, o debate sobre o glifosato ganhou um novo capítulo decisivo. Um dos estudos mais citados para sustentar a segurança do herbicida — publicado em 2000 e amplamente usado por agências reguladoras no mundo todo — foi oficialmente despublicado após 25 anos. A decisão ocorreu porque vieram à tona indícios graves de conflito de interesse: o artigo utilizava exclusivamente dados fornecidos pela própria Monsanto, sem estudos independentes, e havia suspeitas de ghostwriting, com trechos escritos por funcionários da empresa sem a devida declaração. Esses fatores comprometeram a confiança nas conclusões e levantaram questionamentos sobre a integridade científica por trás do documento.

A despublicação tem implicações profundas. Por décadas, esse estudo serviu como um dos principais pilares para validar a segurança do glifosato, especialmente quando associado ao uso do Roundup e de culturas geneticamente modificadas para resistir ao herbicida, como a soja transgênica. Essa tecnologia permitiu que agricultores utilizassem doses cada vez maiores de glifosato, já que a planta cultivada não sofria danos. O resultado foi uma aplicação intensiva e recorrente do produto em larga escala.

https://valor.globo.com/agronegocios

Agora, com a retirada desse estudo do corpo científico, uma série de dúvidas se abre. Reguladores e pesquisadores precisam reavaliar a farmacotoxicidade do glifosato com maior rigor, desta vez baseada em evidências plenamente independentes e transparentes. Não significa, automaticamente, que está comprovado que o glifosato causa câncer ou outros danos graves, mas significa que parte das certezas usadas para defender sua segurança não é mais confiável. Isso recoloca no centro da discussão temas como exposição crônica, resíduos em alimentos, impactos ambientais e efeitos de longo prazo sobre a saúde humana.
A situação é especialmente sensível no Brasil, onde a soja transgênica resistente ao glifosato domina vastas áreas agrícolas. O modelo de cultivo associado à aplicação intensiva pode passar a ser questionado, tanto por órgãos reguladores quanto por consumidores e organizações de saúde e meio ambiente. É possível que, a partir desse episódio, haja pressão para estabelecer novos limites, revisar protocolos de segurança ou incentivar alternativas menos dependentes de herbicidas.
O episódio revela algo maior: a necessidade de ciência independente, livre de conflitos de interesse e com acesso aberto aos dados brutos. Quando decisões de grande impacto econômico e sanitário se apoiam em estudos que depois se mostram comprometidos, toda a sociedade é prejudicada. A retratação do estudo de 2000 não encerra o debate sobre o glifosato, mas marca o início de uma fase que exige mais transparência, mais rigor e mais responsabilidade.
Para agricultores, consumidores, pesquisadores e formuladores de políticas públicas, o momento é de reflexão: como equilibrar produtividade, segurança e sustentabilidade? O futuro do glifosato — e de modelos agrícolas baseados em seu uso intensivo — dependerá das respostas que conseguirmos construir coletivamente, a partir de evidências sólidas e independentes.

Explicando a questão da soja transgênica resistente ao glifosato

A introdução da soja geneticamente modificada para resistir ao glifosato transformou profundamente o manejo agrícola nas últimas décadas. Essa tecnologia permitiu que o herbicida fosse aplicado diretamente sobre as lavouras sem causar danos à planta cultivada, eliminando com eficiência a maioria das ervas daninhas. Como consequência, o uso do glifosato tornou-se mais frequente e em doses progressivamente maiores, uma vez que a cultura permanecia protegida contra seus efeitos.
Esse modelo de produção, embora tenha simplificado práticas agrícolas e reduzido custos operacionais para muitos produtores, resultou em uma dependência crescente do herbicida. Além disso, a aplicação intensiva favoreceu o surgimento de plantas daninhas resistentes, exigindo ainda mais pulverizações para manter o controle. Assim, a combinação entre soja transgênica tolerante e glifosato consolidou um sistema de cultivo altamente dependente do produto, cujo impacto ambiental e sanitário tem sido cada vez mais debatido pela comunidade científica e por órgãos reguladores.

Quanto usamos de glifosato no Brasil?

Com base nos dados disponíveis, uma estimativa razoável sugere que o Brasil consome — ou comercializa — algo na ordem de duzentas a trezentas mil toneladas anuais de glifosato (ingrediente ativo), em anos recentes. Esse volume impressionante dá a dimensão do quanto o herbicida se tornou central para o modelo agrícola brasileiro, consolidando-se como o produto mais vendido e mais aplicado do país dentro do grupo dos agrotóxicos.
O uso expressivo do glifosato está diretamente ligado à expansão das culturas transgênicas tolerantes ao herbicida, especialmente a soja RR, seguida pelo milho e pelo algodão. Esses cultivos permitem que o agricultor aplique o produto diretamente sobre a plantação sem causar danos às plantas — uma tecnologia que simplifica o manejo de plantas daninhas e reduz custos de operação. O efeito colateral, porém, é que o volume total aplicado nas lavouras aumenta significativamente, uma vez que a principal limitação ao uso do glifosato — o risco de queimar a cultura — deixa de existir.
A soja, por si só, explica boa parte desse consumo. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, com dezenas de milhões de hectares plantados anualmente. Como mais de 95% da área é ocupada por variedades transgênicas resistentes ao glifosato, a cultura responde pela maior parcela da demanda nacional do herbicida. O milho safrinha, cultivado logo após a soja, também utiliza intensamente o produto para dessecação pré-plantio. Já o algodão, outra cultura de grande área no Cerrado, adota manejo semelhante, com uso recorrente de glifosato ao longo do ciclo.
Além dessas culturas principais, o herbicida também é amplamente empregado em áreas de pastagem, na cana-de-açúcar e na dessecação de áreas antes do plantio de diversas culturas, prática comum no sistema de plantio direto — que depende fortemente de herbicidas para funcionar.
Essa combinação — transgênicos tolerantes, agricultura de larga escala, plantio direto e múltiplas safras por ano — ajuda a explicar por que o glifosato domina o mercado de herbicidas brasileiro. Mais do que um produto, ele se tornou uma peça estrutural do modelo agrícola atual. Por isso mesmo, qualquer discussão sobre sua segurança, uso e regulamentação tem impacto enorme, tanto do ponto de vista produtivo quanto ambiental e de saúde pública.

Entendendo o transgênico

A adoção de cultivares resistentes ao glifosato transformou profundamente o manejo de plantas daninhas na agricultura brasileira. Antes do desenvolvimento da soja transgênica resistente ao herbicida, o glifosato precisava ser aplicado com extremo cuidado: sua ação é não seletiva, ou seja, mata praticamente qualquer planta que atinge. Isso obrigava o agricultor a direcionar o produto apenas para as ervas daninhas, evitando ao máximo o contato com as folhas da soja cultivada, pois qualquer deriva ou erro de aplicação poderia comprometer seriamente a lavoura. A operação, portanto, era mais lenta, exigia maior precisão e demandava mão de obra experiente.
Com o advento da soja resistente ao glifosato, esse cenário mudou completamente. As novas cultivares passaram a tolerar o herbicida, permitindo que ele fosse aplicado de maneira mais ampla, inclusive por pulverização aérea ou tratorizada sobre toda a área plantada, sem risco de danificar a cultura principal.
Além disso, a resistência genética fez com que os agricultores pudessem usar doses maiores de glifosato sem comprometer a cultura, o que contribuiu para o aumento expressivo do consumo nacional.
Isso trouxe como vantagem imediata uma drástica simplificação do controle de plantas daninhas, garantindo maior eficiência operacional, redução de custos de manejo, menor necessidade de técnicas complexas de aplicação e, sobretudo, a possibilidade de realizar o controle mesmo com o mato já estabelecido.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

POLUIÇÃO DA LAGOA DA PAMPULHA

Numa discussão com alguns colegas, resgatei o texto abaixo de um trabalho do meu professor de Ecologia, Ricardo Motta Pinto Coelho (ICB/UFMG), sobre a contaminação da Lagoa da Pampulha com metais pesados (no caso um destaque para ochumbo), em 2000.
Marquei alguns pontos interessantes. Vejam como a Ciência é desacreditada frente ao senso comum absolutamente desprovido de qualquer lógica. Não é a toa que vemos essa questão do desprezo pela Ciência só se ampliando. Notem, lembro mais uma vez, que a matéria é do ano 2000, entrevistando pessoas de baixo poder aquisitivo (o que poderia até ser uma justificativa para o pouco conhecimento da Ciência).




quarta-feira, 9 de junho de 2021

Parece que "descobriram a roda" sobre o aspecto da Lagoa Paulino (atualizado)

Puxa vida, já cansei de escrever aqui no blog sobre a situação da Lagoa Paulino, aqui em Sete Lagoas. Mas agora parece que "descobriram" o motivo de seu aspecto lastimável, especialmente pela manhã e em alguns dias mais que outros. 

A Lagoa Paulino sofre de um problema crônico de EUTROFIZAÇÃO. 


Eutrofização começa com uma chegada de matéria orgânica no corpo d'água. Não, na Lagoa Paulino não há mais lançamentos de esgoto como acontecia até a década de 1970. Contudo, muita matéria orgânica existe acumulada em seu fundo e de diversas origens. Principalmente podemos citar: águas pluviais que carreavam grande quantidade de matéria orgânica (esse problema foi muito minimizado por volta de 2014/2015 quando a prefeitura - depois de muita insistência minha - realizar a limpeza do anel de captação pluvial em sua volta), dejetos provenientes dos próprios habitantes da lagoa (especialmente carpas e outros peixes que foram colocados para alimentar os botos) e a morte das próprias algas que costumam dar cor esverdeada à lagoa.

Na eutrofização, as algas absorvem muitos nutrientes liberados das fontes citadas acima (especialmente nitratos e fosfatos, mas não descarto alguma influência de ferro carreado a partir das chaminés de nossas siderúrgicas). Com tantos nutrientes as algas microscópicas proliferam e criam um tapete verde. Oras, mas isso deveria ser bom! Fotossíntese produz oxigênio para os peixes! Mas não é. Não é porque esse tapete verde não deixa a luz chegar nas outras algas microscópicas que estão na massa de água (e aí essas não podem fazer fotossíntese). E some-se a isso um outro problema: à noite as algas não fazem fotossíntese, mas consomem o oxigênio dissolvido na água. Aí começa a morte de algas e sua decomposição liberando mais nutrientes e consumindo oxigênio. A diminuição do nível de oxigênio dissolvido na água provoca morte de peixes... que liberam mais nutrientes na água.

Tudo isso leva a alteração da cor das águas que depende de vários fatores, inclusive qual tipo de alga está proliferando em qual época do ano. Mas também há o trabalho dos peixes que foram colocados para alimentar os botos (os peixes estão lá até hoje) que revolvem o fundo da lagoa levantando o sedimento, sujando a água de marrom e liberando mais nutrientes. E esses peixes - ao contrário do que disseram os "especialistas" que os colocaram - comeram toda a vegetação enraizada no fundo da lagoa. Sem vegetação enraizada a liberação dos sedimentos para turvar a água é maior ainda. Isso já foi claramente demonstrado em um experimento feito nos Estados Unidos e descrito aqui no blog.

Ou seja, é um conjunto, uma "tempestade perfeita" como se diz. Lagoa rasa (muito rasa), muito sol, muitos nutrientes no fundo, uma fauna não-nativa que "detonou" o ambiente mais ou menos conservado que havia. Proliferação de algas, baixo nível de oxigênio, morte de organismos... mau cheiro... alterações da paisagem.

Como resolver???

A resposta é simples. O mesmo que o prefeito Márcio Reinaldo mandou fazer na Lagoa da Boa Vista (mesmo não recebendo licença do Estado, cuja Secretaria de Meio Ambiente do ex-governador Pimentel disse precisar de dois anos para analisar e dar a licença). Tirar toda a água, remover parte do sedimento, impermeabilizar novamente a lagoa e colocar nova fauna de peixes (ictiofauna). Eu particularmente acho que deveríamos colocar apenas lambaris nativos (piabas) na Lagoa Paulino para evitar outros problemas, mas há algumas outras possibilidades que devem ser feitas e pensadas por quem realmente é especialista no assunto (ou conhece bem o problema, em vez de criar outros). 

Hoje vocês podem ver a Lagoa da Boa Vista com águas transparentes e algas (Chara) no fundo, segurando os sedimentos. Mas a Lagoa da Boa Vista ainda precisa de uma fonte artificial de água para manter seu espelho d'água o ano inteiro (ao contrário da Lagoa Paulino que ainda tem minadouros a ela relacionados). Algumas de nossas lagoas só vão se manter artificialmente, com aporte de água (especialmente Boa Vista e Catarina). A lagoa do Cercadinho teve suas nascentes em parte "reabilitadas" pelo trabalho do Dr. Lairson Couto quando Secretário de Meio-Ambiente.

Algas Chara no fundo da Lagoa da Boa Vista após a reforma feita no mandato do prefeito Márcio Reinaldo. Observe a água límpida e a presença das algas no fundo que ajudam a manter o sedimento no lugar, não deixando-o turvar a água.

Carpas e alguns outros peixes se alimentam do lodo do fundo da lagoa, criando essas bacias onde também se reproduzem. Ficam circulando ali para se alimentar de lodo e levantando os sedimentos o que torna a água turva. E comem toda a vegetação de fundo.


Basicamente é isso... tudo está aqui no blog e em outros periódicos que me pediram explicações sobre o problema... abaixo alguns links daqui mesmo:

https://setelagoas.com.br/noticias/cidade/21658-eutrofizacao-da-agua-da-lagoa-paulino-aumenta-e-preocupa-professor

http://ramonlamar.blogspot.com/2015/07/eutrofizacao-volta-com-forca-na-lagoa.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2011/06/eutrofizacao-nas-lagoas-e-nivel-da-agua.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2012/05/eutrofizacao-na-lagoa-paulino.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2013/10/carpas-e-turbidez-da-agua-enfim-uma-boa.html


Ramon Lamar de Oliveira Junior - Biólogo - Professor

Mestre em Morfologia (UFMG) na área de Reprodução de Peixes


PS.: Alguns slides usados em aulas.




PS2.: O Jornal Sete Dias publicou reportagem hoje (11/06/2021) sobre o tema, com vários erros de biologia de lagoas, erros históricos e erros conceituais. O link da reportagem é: http://setedias.com.br/noticia/manchete/53/lagoa-paulino-pede-socorro-material-organico-mata-lentamente-um-dos-cartoes-postais-da-cidade/25648

Em comentário publiquei algumas ressalvas:
Primeiramente convém lembrar QUE NÃO HÁ LANÇAMENTO DE ESGOTO CLANDESTINO NA LAGOA PAULINO. Os entrevistados devem ou deveriam saber que  há um anel de captação de águas pluviais (uma galeria de aproximadamente 1,5m de largura e 1,3m de altura) em volta de toda a Lagoa Paulino e que a mesma já foi esvaziada algumas vezes não se detectando mais os lançamentos de esgotos clandestinos. Quando o anel de captação foi feito pelo SAAE na década de 1980, todas as emissões clandestinas foram eliminadas. Inclusive, por insistência minha, foi feita uma limpeza desse anel de captação em 2014 quando transbordava continuamente para a lagoa, causando a piora na DBO da lagoa.
Realmente não descarto que enxurradas ainda possam levar matéria orgânica para dentro da lagoa, inclusive já pedi várias vezes que fosse fiscalizado e autuado o lançamento de óleo de fritura nas tubulações de coleta pluvial que passam pela "feirinha" da praça Dom Carmelo Mota.
Já foram feitas tentativas infrutíferas de usar filtração para remoção de algas microscópicas (fitoplancton). Simplesmente o volume é tão grande que é impossível proceder a uma filtração. Podem consultar a Secretaria de Meio Ambiente, isso foi tentado em 2014, se não me engano.
A lavação de carros lança sim detergentes no interior do corpo d'água. Basta observar o "cuidado" com que a lavação é feita. Esponjas lotadas de detergentes são lavadas dentro da lagoa. Detergentes são fontes de fosfato, que contribui para a eutrofização.
Colocar CARPAS SABIDAMENTE É UM DESASTRE e só piora a eutrofização. Bom consultar trabalhos científicos sobre o tema. Aliás a colocação de carpas que foi feita para alimentar os botos é uma das principais causas do problema.
E finalmente, lodo não é resultado da decomposição de matéria orgânica. Lodo são algas, no caso algas que morreram e formam esse tapete na superfície.
Sugiro ler diversas postagens minhas sobre o tema em meu blog.
Acompanho essa questão da Lagoa Paulino desde a década de 1980, quando ainda estava cursando Biologia na UFMG.
Seria importante conhecer um pouco mais sobre a história da lagoa e as obras que foram feitas no passado, as intervenções que eram potencialmente importantes para resolver o problema e as que já foram feitas e resultaram em catástrofe (COMO A INTRODUÇÃO DE CARPAS).
Solução para o problema é fazer o mesmo que foi feito na Lagoa da Boa Vista, mas aconselho que sejam introduzidas apenas espécies nativas, preferencialmente lambaris (piabas), para que o problema não se repita e não surjam outros problemas.

Ramon Lamar de Oliveira Junior - Sete-lagoano - Mestre em Biologia pela UFMG


Aqui, uma de minhas cobranças para a limpeza da galeria ou anel de captação: http://ramonlamar.blogspot.com/2011/01/lagoa-paulino-e-o-anel-de-captacao-de.html

FOTOS:
Limpeza parcial da Lagoa Paulino em 2013 (não poderia ser feito o esvaziamento completo por falta de autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente) mostrou que não há lançamento clandestino de esgoto sanitário na Lagoa Paulino.

Galeria pluvial ou anel de captação em volta de toda a Lagoa Paulino.
A foto foi feita de uma das aberturas para entrada e manutenção, como as da foto seguinte.



PS3.: A Lagoa Paulino apresenta contaminação por cianobactérias que, sabidamente podem produzir cianotoxinas. Essas cianotoxinas em contato com a pele podem provocar reações alérgicas com vermelhidão e, dependendo da sensibilidade da pessoa, problemas mais graves. Portanto LIGAR A GRANDE FONTE DA LAGOA PAULINO NÃO É UMA ALTERNATIVA PARA AUMENTAR O NÍVEL DE OXIGÊNIO NA LAGOA. O spray produzido pela fonte atinge os passantes do entorno da lagoa, dependendo da direção e velocidade do vento. Assim, estaríamos expondo os passantes ao contato com as cianotoxinas. 
Aliás, a proibição de uso das águas da Lagoa Paulino se deu exatamente por exames que constataram a presença de cianobactérias na mesma em grande quantidade. Certamente, algum pedestre que está lendo esta postagem já foi atingido por esse spray da fonte da Lagoa.

domingo, 3 de junho de 2018

REGISTROS QUE EU PREFERIA NÃO TER REGISTRADO

Foto do dia 31 de  maio de 2018. Após conseguirmos aterrar a pista, acreditou-se que era possível recuperá-la. Bom, o resultado está aí. A matéria que comemora a recuperação do Bowl está em http://setelagoas.com.br/noticias/esportes/34669-pista-de-skate-sera-recuperada-atraves-de-acao-conjunta-entre-associacao-e-prefeitura. Dinheiro jogado fora!

Apesar das diversas reportagens a respeito, com a indicação das soluções técnicas, o problema das fezes de garças e biguás continua na orla da Lagoa Paulino. Talvez quando acertar um político, ou a esposa do mesmo, ou a mãe... talvez assim alguém tome mesmo uma providência. Impressionante!

Eutrofização (água verde pela proliferação de algas, que pode levar à mortandade de peixes) e festival de garrafas flutuantes (falta de educação ambiental, falta de qualquer tipo de educação... esse é o retrato de uma grande parcela da população, infelizmente!).
Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Acordo do Clima de Paris é o novo Protocolo de Kyoto?

Vejo sempre muitas pessoas elogiando o Protocolo de Kyoto... até camiseta bonitinha já vi. Sim, o Protocolo de Kyoto é uma INTENÇÃO LOUVÁVEL. Mas não deu em NADA.

- Puxa, Ramon, também não precisa pegar pesado!

Infelizmente, tem hora que a gente tem que pegar pesado. O Protocolo de Kyoto foi um redundante fracasso. E por que? Por que alguns países assinaram e não ratificaram o acordo e outros nem assinaram.
O país mais importante que assinou e não ratificou foi quem? ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.
E só de curiosidade... sabe o VATICANO? Não assinou e, claro, não ratificou.

Mas a questão central é o TODO PODEROSO ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Um dos países (pra não dizer O país) que mais contribuiu para a produção de gases de efeito estufa (GEE). Claro, os mecanismos desses acordos partem do pressuposto que quem mais danificou, mais vai ter que pagar para consertar o estrago. É o que só agora estamos entendendo aqui no Brasil como Princípio do Poluidor-Pagador. Mas os EUA se recusaram a ratificar o Protocolo de Kyoto. Resultado? Olhe no gráfico abaixo:

Conforme consta no site http://protocolo-de-kyoto.info/, o “Protocolo de Kyoto é um tratado internacional que tem como objetivo fazer com que os países desenvolvidos assumam o compromisso de reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa, para aliviar os impactos causados pelo aquecimento global”. Observe atentamente o gráfico baseado nos dados recentes divulgados pela NOAA. Nele estão marcados os pontos X e Y que indicam respectivamente as concentrações de gás carbônico no final da década de 1950 e em 1997, ano de assinatura do Protocolo de Kyoto. A Linha XY (linha pontilhada) liga os dois pontos mencionados e prolonga-se em direção aos dias atuais.
Como se observa, a linha XY mostra qual seria o ritmo de produção do CO2 (principal GEE) se mantidos os níveis crescentes do final da década de 1950 até 1997. Então, surpreendentemente (ou não), apesar do Protocolo de Kyoto e toda sua fama, os níveis de CO2 subiram acima da linha XY. A conclusão, para mim, parece óbvia. Kyoto não conseguiu reverter os níveis de GEE para valores anteriores e a coisa ainda piorou!

Agora, DONALD TRUMP anuncia que os ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA estão CAINDO FORA dos Acordos do Clima de Paris. Já dá para imaginar a consequência, não é mesmo?

E pior, DONALD TRUMP afirmou em seu discurso que seu pais, os ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, não tem que se preocupar com o mundo. Que ele (presidente) tem que se preocupar é com o próprio país, para o qual foi eleito para governar. Em outras palavras: O MUNDO QUE SE DANE!

Amigos, aqui não é o caso de ideologias de direita ou esquerda. Se vocês me conhecem um mínimo, sabem que sei separar bem essas coisas. A questão aqui é que o PLANETA depende de uma ação conjunta de todos os países, principalmente daqueles que mais colaboraram para o problema chegar na dimensão que está hoje ou que se avizinha.

Os Acordos de Paris "desejam" que a temperatura média do planeta nos próximos 100 anos não exceda um aumento de 2oC. Isso já é um desastre!!! No ritmo atual, nos próximos 100 anos a temperatura irá subir 3oC ou mais.

Enquanto líderes mundiais não se preocuparem com o PLANETA EM TERMOS DE FAZER O BEM, também não precisamos que eles se preocupem com o planeta em termos de INVADIR OUTROS PAÍSES, QUERER IMPOR SEU MODO DE VIDA A TODOS, INCITAR GUERRAS, INCITAR O DESENVOLVIMENTO DE ARMAS NUCLEARES... isso vale para TRUMP, PUTIN e todos os outros numa escala decrescente até chegar em TEMER e MADURO. Se querem cuidar de seus países, CUIDEM DE SEUS PAÍSES. Sem massacrar a população, sem corrupção, sem criar sectarismos que conduzam a genocídios pelas mais diversas razões.

E, obviamente, a ONU (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES "UNIDAS") também precisa se posicionar de forma mais séria do que vem fazendo... desde sua fundação... com aquele "Conselho de (in)Segurança" onde nada que possa efetivamente melhorar o planeta é aprovado.

Pronto... falei... joguem as pedras!!!

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sábado, 6 de maio de 2017

Competição para estourar os tímpanos: hoje na Rua Dr. Pedro Luiz

Pois é, amigos, infelizmente passei pelo local no finalzinho da manhã. Parece que era a inauguração da loja Magazine Luíza... em frente às Casas Bahia. 
Como é sábado de manhã o pessoal aproveita pois fiscal da Secretaria do Meio Ambiente nem pensar, né? Aliás não é só no sábado de manhã... é passar das 17h30 que os barzinhos começam a colocar mesas ocupando as calçadas inteiras e vai-se o direito do pedestre que tem que competir com os carros no meio da rua!!!
No caso é a questão da poluição sonora! Bem acima dos 70 decibéis e foi medido a uns 7 metros de distância (como mandava o figurino). Para quem passa ao lado deve ser o inferno! Mas eu não sou louco de parar do lado de um maluco vestido de maluco e berrando ao microfone (filho... pra quê microfone!!!). Medi com aplicativo, sei que dá diferença mas não é tão grande assim. E a escala não é linear, cada decibel a mais é um estrondo!!! Bom... se duvidam eu me arrisco e meço depois do lado das caixas de som!!!
E para ajudar ainda vem o carro de som da Pegorin - na velocidade de lesma - aproveitando o barulhão e tentando fazer mais barulho que as duas lojas... e vem mais um outro de bicicleta-trio-elétrica fazendo propaganda de rodeio de cavalo! Cada um querendo ganhar no grito!!! É... tratar de problemas auditivos é a profissão do futuro!!!
Quem sabe não dá para mudar o horário de trabalho de uns dois fiscais da Secretaria do Meio Ambiente (não mandem um sozinho porque apanha!) e colocar na manhã de sábado??? #Ficaadica

Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

E o esgoto continua jorrando na Lagoa Paulino... (Nestor Fóscolo com Getúlio Vargas)

Gente... quebrem tudo, entupam a saída de esgoto e olhem onde vai estourar. O mesmo vale para várias outros pontos de lançamento de esgoto. Simples!!! Foto e filmagem feitas hoje pela manhã.

Esse lançamento é de esgoto... o cheiro continua insuportável. Da mesma maneira que foi observado pelo prefeito e pelo secretário de meio ambiente junto a outras autoridades duas semanas atrás.
Vídeo curto no Youtube (apenas 10 segundos... não precisa mais do que isso para ver o esgoto!).

Ramon Lamar de Oliveira Junior