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domingo, 27 de novembro de 2022

Queda de Árvores em Sete Lagoas II

(REPOSTANDO FRENTE A ACONTECIMENTOS ATUAIS) (ORIGINALMENTE POSTADO EM 03/12/2020)

Após a última postagem (AQUI) duas pessoas me perguntaram se não seria a hora de começar a fazer podas preventivas para deixar o vento passar e não derrubar a árvore.

Bom, vamos por partes.

Primeiramente eu acho que esse momento até já passou. Podas deveriam ser uma constante num CALENDÁRIO organizado pelo setor. O ideal é que já tivessem sido feitas. Mas aí vem junto uma outra questão: a QUALIDADE DA PODA. O que mais me assusta é que tem gente boa na Secretaria do Meio Ambiente que sabe fazer ou orientar uma poda correta. Mas simplesmente essas boas práticas quase nunca acontecem (não faço a menor ideia do motivo). O que vemos com constância é a poda de DESTOPO que é a remoção pura e simples do topo da árvore. Prática amplamente condenada e que pode, inclusive, ser tipificada como crime ambiental (veja AQUI). 

Poda de destopo em pau-ferro
da Av. Vila Lobos

Em segundo lugar, a questão dos paus-ferro da Vila Lobos é SUPRESSÃO E SUBSTITUIÇÃO! Não há razão para continuar com essa lenga-lenga que aponta para algum acontecimento trágico.

Ramon L. O. Junior

Queda de Árvores: Sete Lagoas segue aguardando uma tragédia

(REPOSTANDO FRENTE A ACONTECIMENTOS ATUAIS) (ORIGINALMENTE POSTADO EM 02/12/2020)

Sem um programa efetivo de controle e monitoramento das árvores usadas em nossa arborização pública, Sete Lagoas insiste em cometer os mesmos erros de sempre. Aliás, Sete Lagoas nem enxerga que está no caminho errado.

Enquanto tratamos, no plano teórico e acadêmico, a arborização urbana como "floresta urbana" cheia de benefícios para a comunidade e para o ecossistema urbano, seguimos na prática com um grande percentual das cidades brasileiras simplesmente nem tomando conhecimento desses estudos e avanços.

Gestão da floresta urbana é possível. Nem precisa de coisa muito avançada, mas a Arborização 4.0 (para apropriar de um termo usado na agricultura, prima rica muito mais respeitada) também existe e pode ser feita com softwares específicos, georreferenciamento, drones, câmeras térmicas, equipamentos de ultrassom para diagnóstico e tudo o mais. Tudo para permitir o manejo adequado. Mas...

Mas enquanto isso existe e se desenvolve cada vez mais, afastamo-nos no sentido oposto em velocidade vertiginosa. O negacionismo existe nessa área também.

Ressalvadas as poucas e, às vezes inglórias, lutas para o plantio e cuidado com as árvores, vemos na maioria das vezes o descaso e o abandono. Podas só existem para liberar fiação elétrica ou outro cabeamento, na balbúrdia de cabos aéreos que proliferam. 

A escolha de plantas, na maioria das vezes regida pelo "custo", é para "embelezar"... esquecendo-se de todos demais os atributos. Copiando modelos de cidades que têm clima completamente diferente. Paisagismo sem pensar em irrigação e cuidados. E assim vão diminuindo as árvores nas calçadas. E assim algumas praças seguem cada vez mais feias. Algumas foram abençoadas por adoção. Mas muitas vezes padecem com propostas paisagísticas desgastadas, quase primitivas.

Mas essa postagem é para falar de uma tragédia que é anunciada ano após ano. Faz pouco mais de um ano que várias árvores da espécie Pau-Ferro caíram aqui na Avenida Vila Lobos (Sete Lagoas, MG).  Estive lá com uma turma de alunos e mostrei in loco os problemas. Caíram porque estavam podres. Estavam podres por causa de podas mau executadas. Cansei de documentar e mostrar isso. E mostro para quem quiser ver. Podas mau feitas, parasitas, podridão, formigas, cupins e fungos caule adentro. Resultado: queda! Especialmente em tempos de chuvas e ventos fortes.



Pau-ferro com raiz e caule apodrecidos que caiu
em Outubro de 2019 na Avenida Vila Lobos.
Não foi acidente. Não era uma árvore sadia.

E é isso que se avizinha. Deus queira que não ocorra. Mas Deus queira também que tenhamos juízo para evitar tragédias. A substituição dessas árvores no canteiro central da referida avenida já foi pedida por vários abaixo-assinados, alguns até coordenados por órgãos públicos. Ou trocam por magnólias-amarelas ou trocam por quaresmeiras. Isso já foi pedido. Algumas quaresmeiras foram plantadas, mas não como substituição. Precisamos dessa ação, urgente!

Só rezar para não acontecer o pior não adianta. Façamos a nossa parte!

Ramon L. O. Junior


PS.: Não nos esqueçamos que um dos Buritis na margem da Lagoa Paulino está com tremenda podridão em seu caule. Com um buraco que o atravessa de um lado a outro. Já foi falado e refalado aqui no blog. Até agora, nada! E é uma árvore protegida por lei municipal. E se não fosse, hein? (Veja a matéria de 2013, clicando AQUI.) E sabe-se lá quantas árvores estão aqui com problemas similares... só esperando... só espreitando!