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domingo, 28 de dezembro de 2025

NÃO FALTAVA MAIS NADA: A GALINHA AGORA É UM TIPO DE DINOSSAURO!!!

Pode parecer estranho à primeira vista (e realmente é), mas a afirmação de que as aves são um tipo de réptil é um consenso na biologia moderna e representa uma das descobertas mais fascinantes da ciência. Essa mudança de perspectiva não diminui as características únicas das aves, como suas penas e a capacidade de voar, mas enriquece nossa compreensão sobre a história da vida na Terra. Claro que isso também alimentou uma fábrica de memes!


Antigamente, os cientistas classificavam os animais com base em características externas e fisiológicas óbvias: os répteis tinham escamas, eram "de sangue frio" (ectotérmicos) e rastejavam, enquanto as aves tinham penas, eram "de sangue quente" (endotérmicas) e voavam. Essa separação parecia fazer todo o sentido, mas ela não contava a história completa da evolução desses grupos.

A grande virada nessa classificação veio com o avanço da paleontologia e de um método chamado cladística, que organiza os seres vivos com base em suas relações de parentesco evolutivo, ou seja, em sua ancestralidade comum. A cladística busca formar "grupos monofiléticos", que incluem um ancestral e todos os seus descendentes. Foi a descoberta de fósseis espetaculares, principalmente na China, que forneceu a prova definitiva da ligação entre aves e répteis. Fósseis de dinossauros terópodes, o mesmo grupo do famoso Velociraptor e do Tiranossauro Rex, foram encontrados com penas bem preservadas.


Além das penas, esses dinossauros compartilhavam inúmeras outras características com as aves modernas, como ossos ocos, a presença de uma fúrcula (o "osso da sorte") e a estrutura do quadril. Isso demonstrou que as aves não apenas evoluíram a partir dos dinossauros, mas que elas são o único ramo de dinossauros que sobreviveu à extinção em massa há 66 milhões de anos.

Portanto, para que o grupo dos répteis seja considerado um grupo natural e monofilético, ele precisa obrigatoriamente incluir as aves. A análise evolutiva mostra que os crocodilos, por exemplo, são parentes mais próximos das aves do que dos lagartos ou das tartarugas. Excluir as aves do grupo dos répteis seria como dizer que os seres humanos não são um tipo de primata, apenas porque temos características distintas.

Assim, a ciência moderna não vê mais "Répteis" e "Aves" como classes separadas e equivalentes. Em vez disso, vemos as aves como uma linhagem altamente especializada de répteis arcossauros, os dinossauros aviários que conquistaram os céus e continuam a prosperar em nosso planeta.

Ramon L. O. Junior


PS.: Sobre a fúrcula: A fúrcula tem relação com o voo, mas não é uma relação direta de ser essencial para voar. A fúrcula funciona como uma estrutura de suporte e amortecimento para os músculos do voo. Ela atua como uma "mola" que absorve e redistribui as forças geradas durante o batimento das asas, ajudando a estabilizar a caixa torácica e protegendo os órgãos internos durante o voo intenso. Além disso, a fúrcula serve como ponto de ancoragem para alguns músculos peitorais. No entanto, a fúrcula não é exclusiva das aves voadoras: dinossauros terópodes não-aviários, como o Velociraptor, também tinham fúrcula, mas não voavam. Isso sugere que a fúrcula evoluiu originalmente para outras funções (possivelmente relacionadas ao movimento dos membros anteriores) e depois foi "reutilizada" para auxiliar no voo quando as aves evoluíram. Portanto, embora a fúrcula seja uma estrutura importante nas aves modernas voadoras, sua presença não é determinante para o voo, e sua evolução provavelmente precedeu a evolução do voo nos dinossauros.