As opiniões emitidas neste blog, salvo aquelas que correspondem a citações, são de responsabilidade do autor do blog, em nada refletindo a opinião de instituições a que o autor do blog eventualmente pertença. Nossos links são verificados permanentemente e são considerados isentos de vírus. As imagens deste blog podem ser usadas livremente, desde que a fonte seja citada: http://ramonlamar.blogspot.com. Este blog faz parte do Multiverso de Ramon Lamar
Mostrando postagens com marcador química. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador química. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Estado físico do vidro: um sólido amorfo no estado vítreo

O vidro é um material muito interessante do ponto de vista físico, pois seu estado físico não se encaixa perfeitamente nas categorias clássicas de sólido ou líquido. Diferente dos sólidos cristalinos comuns — como o sal, o gelo ou os metais —, o vidro não possui uma estrutura atômica ordenada e repetitiva. Ao invés disso, ele apresenta uma estrutura desordenada, chamada de sólido amorfo ou estado vítreo.

Formação e estrutura do vidro
O vidro é produzido pelo resfriamento rápido de um líquido fundido, geralmente à base de sílica. Se o resfriamento for lento, os átomos têm tempo para se organizarem em uma rede cristalina. Mas quando o resfriamento é rápido demais, eles ficam "presos" numa configuração desordenada, como se o líquido tivesse "congelado" abruptamente sem formar cristais.
Essa estrutura amorfa confere ao vidro propriedades intermediárias entre sólido e líquido: ele é rígido e mantém forma definida (característica dos sólidos), mas sua organização atômica é desordenada, parecida com a de um líquido muito viscoso.

Propriedades do estado vítreo
  • Ausência de ponto de fusão definido: o vidro não tem uma temperatura fixa para derreter, mas sim uma faixa na qual ele amolece progressivamente.
  • Altíssima viscosidade em temperatura ambiente: o vidro é tão viscoso que praticamente não flui, por isso se comporta como um sólido estável.
  • Transparência e rigidez: a falta de estrutura cristalina regular contribui para sua transparência e resistência mecânica.
Mito: o vidro como um líquido que “escorre”
É comum ouvir que o vidro é um líquido de altíssima viscosidade que, com o tempo, escorre lentamente. Esse mito provavelmente surgiu porque vidros antigos, usados em janelas, apresentam uma espessura maior em sua parte inferior. Isso levou à falsa conclusão de que o vidro teria “escorrido” ao longo de séculos.
No entanto, estudos científicos demonstram que a viscosidade do vidro em temperatura ambiente é tão alta (em torno de 10²⁰ poise) que o vidro levaria trilhões de anos para apresentar qualquer fluxo perceptível. Portanto, para todos os efeitos práticos, o vidro é um sólido rígido.
A espessura irregular do vidro antigo é explicada pela técnica de fabricação e instalação: vidraceiros costumavam colocar a parte mais grossa do vidro para baixo para garantir estabilidade, não porque o vidro tivesse escorrido.

Outros exemplos de sólidos amorfos (estado vítreo)
Além do vidro comum (base de sílica), outros materiais também podem existir no estado vítreo:
  • Plásticos amorfos (como poliestireno, policarbonato e PMMA), que abaixo da sua temperatura de transição vítrea (Tg) ficam rígidos e amorfos.
  • Vidros metálicos (metallic glasses), que são ligas metálicas resfriadas rapidamente para evitar cristalização, resultando em sólidos metálicos amorfos com propriedades únicas.
  • Gelos amorfos, que são formas de água congelada sob resfriamento rápido, com estrutura desordenada.
  • Resinas e borrachas que, abaixo da Tg, ficam rígidas e amorfas.
Pedras preciosas que estão no estado vítreo.

Observação: A temperatura de transição vítrea (Tg) é a temperatura na qual um material amorfo (como vidros e alguns polímeros) passa do estado vítreo rígido e quebradiço para um estado mais flexível, semelhante a uma borracha ou líquido espesso.

domingo, 29 de junho de 2025

O Reator Nuclear da CNEN em Belo Horizonte

Ciência, Segurança e Aplicações Pacíficas da Energia Nuclear

📍 O que é e onde está?

O reator nuclear de Belo Horizonte está localizado no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O CDTN está situado no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha.
Esse reator, chamado TRIGA IPR-R1, é o único reator nuclear em funcionamento no estado de Minas Gerais e um dos poucos no Brasil. Diferente de reatores usados para gerar energia elétrica, como os das usinas nucleares de Angra (RJ), o TRIGA de Belo Horizonte é usado exclusivamente para fins científicos, tecnológicos e educacionais.


🧪 Para que serve esse reator?

O TRIGA IPR-R1 é um reator de pesquisa, e suas principais funções são:
  • Formação de profissionais da área nuclear, engenharia, física, medicina e biologia.
  • Pesquisas científicas em diversas áreas: radioquímica, física de reatores, ciência dos materiais, meio ambiente e medicina.
  • Produção de radionuclídeos usados para rastreios médicos e testes industriais.
  • Análise de materiais usando técnicas como a ativação neutrônica, para descobrir quais elementos químicos estão presentes em amostras.
Esse reator é uma peça-chave para o avanço da ciência nuclear no Brasil, com aplicações diretas na saúde, na indústria e na preservação ambiental.

⚙️ Como o reator funciona?

O TRIGA é um reator de baixa potência, projetado para ser extremamente seguro e fácil de operar. Ele funciona com urânio enriquecido como combustível e água como moderador e refrigerante. Seu nome, TRIGA, significa: Training, Research, Isotopes, General Atomics — ou seja, foi feito para ensino, pesquisa e produção de isótopos, pela empresa americana General Atomics.
O reator gera nêutrons através de reações nucleares controladas. Esses nêutrons são então usados em experimentos científicos, e não para geração de energia elétrica. A potência do TRIGA em Belo Horizonte é de cerca de 100 kW térmicos, o que é muito inferior à potência de uma usina nuclear de energia (que opera em megawatts ou gigawatts).
 
🛡️ É seguro?
Sim. O TRIGA é considerado um dos reatores mais seguros do mundo, justamente porque foi desenvolvido para fins educacionais. Ele possui diversos mecanismos de segurança, tanto manuais quanto  automáticos, que desligam o reator em caso de qualquer anormalidade. Além disso:
  • O reator não pode entrar em processo de fissão nuclear descontrolada (como em Chernobyl), pois seu design físico impede esse tipo de falha. Ele está instalado em uma estrutura especial, com barreiras de proteção física e radiológica.
  • A CNEN realiza monitoramento constante dos níveis de radiação e segue protocolos internacionais rigorosos.
🧬 Aplicações práticas do reator
Mesmo sendo pequeno e não gerando energia elétrica, o TRIGA tem diversas aplicações importantes:
  • Saúde: Produção de radioisótopos usados no diagnóstico e tratamento de doenças, como câncer e problemas na tireoide. Esterilização de equipamentos médicos por radiação.
  • Indústria: Inspeção de peças metálicas, soldas e estruturas usando técnicas não destrutivas. Análise da composição química de materiais.
  • Meio ambiente: Estudo de poluentes em solos, águas e ar. Identificação de metais pesados em alimentos e ecossistemas.
  • Educação e capacitação: Formação de engenheiros nucleares, físicos e técnicos. Treinamento em procedimentos de segurança e operação de reatores.
Estudantes visitam o reator TRIGA. CDTN/Divulgação

🕰️ Um pouco da história
O reator TRIGA de Belo Horizonte entrou em operação em 1960, sendo o primeiro reator nuclear do Brasil. Desde então, vem operando de forma segura e contínua, com mais de 60 anos de contribuição à ciência nacional. Ele foi fundamental para o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil e ainda hoje é usado para formar especialistas e realizar pesquisas de ponta.

🌍 Energia nuclear e responsabilidade
O reator da CNEN em Belo Horizonte mostra que a energia nuclear não se resume à produção de eletricidade ou a armas, mas tem usos pacíficos e essenciais para a sociedade. É possível usar a radiação e os materiais nucleares com segurança, ética e responsabilidade — desde que haja conhecimento técnico, fiscalização e compromisso público.

✅ Conclusão
O reator TRIGA IPR-R1 da CNEN em Belo Horizonte é uma ferramenta valiosa para o Brasil, com aplicações diretas na medicina, indústria, meio ambiente e formação científica. Estudar seu funcionamento e sua história ajuda os alunos a entender que energia nuclear não é apenas sobre risco ou poder, mas sim sobre ciência, conhecimento e benefício social.

sábado, 31 de maio de 2025

Algumas observações interessantes sobre o famoso "Experimento de Rutherford" e sobre o formato dos orbitais atômicos

SOBRE O EXPERIMENTO DE RUTHERFORD

O experimento de Rutherford foi um marco fundamental na história da ciência, pois derrubou o modelo atômico anterior proposto por Thomson e levou à formulação de um novo modelo para o átomo. Realizado em 1909 por Hans Geiger e Ernest Marsden sob a supervisão de Ernest Rutherford, o experimento consistiu em bombardear uma fina lâmina metálica com partículas alfa. A expectativa, segundo o modelo de Thomson (o chamado “modelo do pudim de passas”), era que essas partículas atravessassem a lâmina com pouca ou nenhuma deflexão.


No entanto, os resultados surpreenderam: a maioria das partículas passou direto, mas algumas foram desviadas em grandes ângulos e outras até mesmo ricochetearam. Com base nisso, Rutherford concluiu que o átomo possuía um núcleo pequeno, denso e com carga positiva, onde se concentrava quase toda a massa do átomo. Essa descoberta deu origem ao modelo nuclear do átomo, no qual os elétrons orbitam em torno de um núcleo central — um conceito que revolucionou a física e a química.

No experimento clássico de Rutherford, o principal metal utilizado foi o ouro, na forma de uma fina lâmina metálica (com espessura de apenas alguns átomos).

No entanto, posteriormente, Rutherford e outros pesquisadores repetiram experimentos semelhantes com outros metais, como prata, platina, alumínio e cobre, para verificar se o padrão de espalhamento das partículas alfa variava com o tipo de átomo.

Por que o ouro foi o escolhido inicialmente?

  • O ouro pode ser laminado em folhas extremamente finas (menor que 1 µm). É quimicamente estável e não oxida facilmente. Possui número atômico elevado (Z = 79), o que intensifica o efeito de espalhamento das partículas alfa, facilitando a detecção.

E os outros metais?

  • Metais com menor número atômico, como alumínio (Z = 13) ou cobre (Z = 29), também foram usados, mas o desvio das partículas alfa era menos acentuado. Esses experimentos complementares ajudaram Rutherford a propor que a deflexão das partículas alfa está relacionada à carga nuclear do átomo — quanto maior o número atômico, maior a deflexão.


SOBRE O FORMATO DOS ORBITAIS ATÔMICOS

A equação de Schrödinger é fundamental para entender a origem e a forma dos orbitais atômicos, pois ela descreve, de maneira matemática, o comportamento das partículas quânticas, como os elétrons em um átomo.


O quadrado do módulo da função de onda, Ψ2|\Psi|^2, representa a 
densidade de probabilidade de encontrar o elétron em uma certa posição.

🔬 Como isso se relaciona aos orbitais atômicos?

    A equação de Schrödinger é uma equação diferencial que, no caso do átomo de hidrogênio (o mais simples), pode ser resolvida exatamente. Sua solução nos dá uma função de onda ψ, que contém todas as informações possíveis sobre o elétron.

    O quadrado da função de onda (∣ψ∣²) representa a probabilidade de encontrar o elétron em determinada região do espaço — ou seja, define a distribuição espacial do elétron em torno do núcleo.

    As soluções da equação de Schrödinger para o elétron em um átomo fornecem conjuntos de números quânticos:

        n (principal): energia e tamanho do orbital

        l (secundário ou azimutal): forma do orbital

        m (magnético): orientação espacial


📐 E as formas dos orbitais?

As diferentes soluções para a equação, com diferentes valores de nn, ll e mm, resultam em funções de onda com diferentes geometrias — que chamamos de orbitais atômicos:


✳️ Resumindo:

A equação de Schrödinger fornece as funções de onda que descrevem os orbitais. A forma dos orbitais atômicos surge naturalmente dessas soluções — são as regiões onde há maior probabilidade de encontrar os elétrons.

Portanto, sem a equação de Schrödinger, não haveria base teórica rigorosa para explicar por que os orbitais têm as formas que têm.



Ramon Lamar de Oliveira Junior a partir de informações fornecidas pelo ChatGPT

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Sal extraído da água do mar, por Léo Corradini

Pedi licença ao amigo Léo Corradini para postar aqui o texto que ele colocou no Facebook. O Léo é simplesmente "o cara" da Química. Realiza experimentos bastante interessantes, medições superprecisas e é ótimo para derrubar alguns mitos!!!

Este é o famoso sal marinho integral. Foi extraído da água do mar usando muito calor e cuidado para não estragar a panela e virar uma pedra.

Foto: Léo Corradini (direitos reservados) 

Apesar de tudo de bom que se fala sobre ele na internet, não podemos ingerir esse sal.
Em princípio, para chamar de sal integral, ele deveria conter todos os íons presentes na água do mar, mas isso não é bom ! Na água do mar temos diversos íons, principalmente, cloreto, sulfato, sódio, magnésio, potássio e cálcio. Além de muitos outros em quantidade bem menor Mas, porque não é bom inseri-lo ? Os íons sulfato e magnésio podem causar diarréia e têm um gosto desagradável. Os íons potássio e cálcio também não tem um bom sabor. Apesar do potássio ser usado no sal light, tem um sabor metálico. Por outro lado, existem, em muito pequena quantidade, íons muito tóxicos que poderiam se acumular no organismo. Perceba que apesar dos íons potássio, cálcio e magnésio serem importantes para a nossa saúde, não causam uma boa experiência ao paladar. Afinal o sal serve essencialmente para temperar e somente os íons cloreto e sódio tem essa propriedade. E como resolver tudo isso ? Usando as salinas ! Nas salinas os íons cloreto e sódio, por estarem em maior quantidade, separam-se naturalmente no momento da cristalização e quando os cristais são empilhados nas montanhas também ocorre essa separação porque os demais íons são mais solúveis e escapam por baixo das pilhas de cristais (aglomerados iônicos de cloreto de sódio). Existe um outro problema com o sal integral, os íons magnésio e cálcio são extremamente higroscópicos, o saleiro vai virar uma poça melequenta em pouco tempo. Resumo da ópera, não existe sal integral a venda e se existisse seria um problema. Em tempo, o iodo está presente em muito pequena quantidade na água do mar.
Íons mais abundantes na água do mar (mg/litro):
Cloreto - 18980
Sódio - 10556
Sulfato - 2649
Magnésio - 1272
Cálcio - 400
Potássio - 280

 

Você pode encontrar o Léo Corradini no Facebook: https://www.facebook.com/leo.corradini.3 

Obrigado, Léo!!!

sábado, 20 de maio de 2023

CUIDADO: muitas imprecisões nas respostas do ChatGPT em Biologia e Química!

Ultimamente tenho usado muito o ChatGPT para a construção de textos simples e/ou questões para trabalhar com meus alunos de Biologia e Química. Aprecio muito algumas abordagens feitas quando, por exemplo, peço para "ele" sugerir alternativas em questões de múltipla escolha, sempre aparecem algumas sugestões interessantes.

Contudo, percebi também que o ChatGPT frequentemente se equivoca (e depois pede desculpas) em suas respostas. É como se usasse um algoritmo para buscar a "resposta prevalente" em sua base de dados da internet. Constatado ou apontado o erro, parece que ele se desculpa e vai para outra resposta na sequência de prevalência.

Observem o "diálogo" abaixo que tive com o ChatGPT sobre aspectos da bioquímica do Ciclo de Krebs. São muitos enganos repetitivos, decorrentes de pesquisas incorretas na base de informações que o programa de "inteligência artificial" tem, recolhido da internet. Parece que ele acredita que "internet não mente". 

Ramon: Como ocorre a transformação do ácido málico em ácido oxalacético?
ChatGPT: A transformação do ácido málico em ácido oxalacético ocorre por meio de uma reação de descarboxilação oxidativa. Essa reação é catalisada pela enzima malato desidrogenase, que está presente nas mitocôndrias das células.
A reação pode ser resumida da seguinte forma:
Ácido málico + NAD+ -> Ácido oxalacético + NADH + H+
Durante a reação, o grupo carboxila (-COOH) presente no ácido málico é removido, resultando na liberação de dióxido de carbono (CO2). Simultaneamente, o cofator NAD+ é reduzido a NADH, capturando hidrogênios do ácido málico.
O ácido oxalacético formado pode então entrar no ciclo de Krebs (ou ciclo do ácido cítrico), uma etapa crucial do metabolismo celular, onde sofrerá várias reações para produzir energia e intermediários metabólicos importantes.
Essa transformação do ácido málico em ácido oxalacético desempenha um papel significativo no metabolismo dos carboidratos e na produção de energia nas células.

Ramon: Quantos carbonos tem o ácido málico e o ácido oxalacético?
ChatGPT: O ácido málico possui quatro carbonos em sua estrutura. Sua fórmula química é C4H6O5. Já o ácido oxalacético possui quatro carbonos em sua estrutura. Sua fórmula química é C4H4O5.
Ambos os ácidos possuem quatro carbonos, mas diferem em relação aos outros átomos presentes em suas estruturas químicas.

Ramon: Então como se forma o ácido oxalacético por descarboxilação do ácido málico se o número de carbonos é o mesmo?
ChatGPT: Peço desculpas pelo equívoco anterior. Houve um erro na minha resposta anterior. O ácido málico possui quatro carbonos, mas o ácido oxalacético possui apenas dois carbonos em sua estrutura.
A transformação do ácido málico em ácido oxalacético ocorre através de uma série de reações que envolvem a descarboxilação do ácido málico e a rearranjo dos átomos para formar o ácido oxalacético.
A reação pode ser resumida da seguinte forma:
Ácido málico -> Ácido oxalacético + CO2
Durante essa reação, um grupo carboxila (-COOH) é removido do ácido málico, liberando dióxido de carbono (CO2) como subproduto. O resultado é a formação do ácido oxalacético.
Peço desculpas novamente pela confusão na resposta anterior e agradeço por apontar o erro.

Ramon: O ácido oxalacético possui certamente 4 carbonos.
ChatGPT: Peço desculpas pelo erro anterior. Você está correto. O ácido oxalacético possui quatro carbonos em sua estrutura.
A fórmula química do ácido oxalacético é C4H4O5, o que indica a presença de quatro átomos de carbono em sua estrutura molecular. O ácido oxalacético é um composto importante no metabolismo intermediário e desempenha um papel fundamental no ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) como um intermediário chave. Novamente, peço desculpas pelo equívoco anterior e agradeço por apontar o erro.

Ramon: Então como ocorre descarboxilação do ácido málico para transformar-se em ácido oxalacético?
ChatGPT: Peço desculpas pela confusão anterior. Na verdade, não há uma reação direta de descarboxilação do ácido málico para a formação do ácido oxalacético.
O ácido málico (C4H6O5) é convertido em ácido oxalacético (C4H4O5) por meio de uma série de reações bioquímicas, conhecida como ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs.
O ácido málico entra no ciclo do ácido cítrico como intermediário, sendo convertido em ácido oxalacético por meio de uma reação de desidrogenação, onde ocorre a remoção de hidrogênios.
A reação de conversão do ácido málico em ácido oxalacético pode ser resumida da seguinte forma:
Ácido málico + NAD+ -> Ácido oxalacético + NADH + H+ + CO2
Nessa reação, ocorre a remoção de um grupo hidroxila (OH) do ácido málico, resultando na formação de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e na conversão do ácido málico em ácido oxalacético.
Peço desculpas novamente pelo equívoco anterior e agradeço por apontar o erro.

Ramon: A equação que você apresentou mostra uma descarboxilação impossível.
ChatGPT: Peço desculpas novamente pela resposta incorreta. Houve um equívoco na minha explicação anterior. A descarboxilação direta do ácido málico para formar o ácido oxalacético não ocorre.
A conversão do ácido málico em ácido oxalacético ocorre por meio de reações bioquímicas complexas envolvendo várias etapas intermediárias. O ácido málico é oxidado e descarboxilado para formar o ácido oxalacético como parte do ciclo do ácido cítrico (ou ciclo de Krebs).
Durante o ciclo do ácido cítrico, o ácido málico é convertido em ácido oxalacético por meio de uma série de reações envolvendo a oxidação e a descarboxilação gradual dos grupos funcionais presentes na molécula.
Peço desculpas novamente pelos equívocos anteriores e por qualquer confusão causada. Agradeço por sua compreensão.

Ramon: Qual deve ser então a equação representativa do processo?
ChatGPT: A conversão do ácido málico em ácido oxalacético ocorre através de uma série de reações no ciclo do ácido cítrico, também conhecido como ciclo de Krebs. O ciclo do ácido cítrico é uma via metabólica complexa que ocorre nas mitocôndrias das células e envolve várias etapas intermediárias.
No ciclo do ácido cítrico, o ácido málico é oxidado e descarboxilado para formar o ácido oxalacético. A equação que representa essa conversão é a seguinte:
Ácido málico + NAD+ + Coenzima A -> Ácido oxalacético + NADH + H+ + CO2 + CoA
Essa reação envolve a oxidação do ácido málico, a remoção de um grupo carboxila (-COOH) na forma de dióxido de carbono (CO2) e a formação do ácido oxalacético. Além disso, o NAD+ é reduzido a NADH, e a coenzima A (CoA) também está envolvida na reação.
Mais uma vez, peço desculpas pelos equívocos anteriores e agradeço por sua paciência.

Ramon: Novamente você apresentou uma equação envolvendo descarboxilação. Já sabemos que ela é impossível pois os dois compostos têm quatro carbonos e a conversão é direta, sem intermediários.
ChatGPT: Peço desculpas novamente pelo equívoco. Agradeço por sua paciência. De fato, foi um erro mencionar descarboxilação na conversão direta do ácido málico em ácido oxalacético.
A conversão direta do ácido málico em ácido oxalacético ocorre por uma rearranjo intramolecular. A reação pode ser representada da seguinte forma:
Ácido málico ⇌ Ácido oxalacético
Essa conversão envolve uma rearranjo dos átomos na molécula, mas não ocorre a remoção direta de um grupo carboxila (-COOH) como na descarboxilação.
Peço desculpas novamente pelos erros anteriores e agradeço por sua correção.

Ramon: Não há perda de hidrogênios (oxidação) nesta reação?
ChatGPT: Peço desculpas pela informação equivocada novamente. Na conversão do ácido málico em ácido oxalacético, ocorre, de fato, uma perda de hidrogênios (oxidação).
A reação correta de conversão do ácido málico em ácido oxalacético pode ser representada da seguinte forma:
Ácido málico + NAD+ -> Ácido oxalacético + NADH + H+
Nessa reação, o ácido málico é oxidado, resultando na formação de ácido oxalacético. Durante o processo, ocorre a remoção de hidrogênios (H) do ácido málico, que são transferidos para o NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo), resultando na formação de NADH.
Peço desculpas novamente pelos equívocos anteriores e agradeço por sua correção.
OpenAI. (2023). [Conversa com um modelo de linguagem sobre a transformação do ácido málico em ácido oxalacético]. ChatGPT. Recuperado de [URL da conversa] em 20/05/2023.
Como se observa acima, numa questão não muito complexa de bioquímica, o ChatGPT errou bastante em conceitos básicos exibindo incoerência entre os textos e as fórmulas e equações apresentadas.
Sendo assim, sugiro muito cuidado com o uso dessa "inteligência artificial". Se você não tiver uma boa base de conhecimentos, irá ser induzido a cometer sérios erros conceituais.
Estarei atento a outros erros dessa natureza e os reproduzirei aqui sempre que achar interessante.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Boa resposta do ChatGPT sobre Aquecimento Global e Camada de Ozônio.

Química Ambiental é um conteúdo presente na zona limítrofe entre a Química e a Biologia no Ensino Médio. Como leciono as duas matérias, acho o assunto fascinante e uma ótima oportunidade de explorar as interações entre os dois conteúdos, além de ser extremamente importante para a compreensão do meio ambiente, do "funcionamento da ciência" e pela frequência que aparece nos vestibulares e ENEM. 
Insisto em explicar detalhadamente sobre o Aquecimento Global, Efeito Estufa, Gases de Efeito Estufa, dúvidas e certezas da comunidade científica sobre o tema. Entretanto, mesmo com repetidos avisos, quando os estudantes são questionados em prova sobre as causas do Aquecimento Global, um percentual muito grande de respostas (algo entre 30 e 40%, pelo menos) cita como causa principal os "buracos da camada de ozônio" que é outro tema debatido dentro da Química Ambiental.
A impressão que tenho é que "alguém" previamente lhes ofereceu uma explicação errada. E esse erro entranhou nos neurônios dos estudantes. E deslocar esse erro para fora da cabeça deles é extremamente difícil. 
Gostei muito da resposta do ChatGPT sobre essa questão e compartilho com vocês.
Ramon: Qual a relação entre o aquecimento global e os buracos da camada de ozônio?
ChatGPT: O aquecimento global e os buracos na camada de ozônio são dois fenômenos ambientais distintos, mas estão relacionados indiretamente por meio de suas interações com a atmosfera terrestre.
O aquecimento global refere-se ao aumento gradual da temperatura média da Terra devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Esses gases, como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), retêm o calor solar na atmosfera, causando o chamado efeito estufa e contribuindo para o aumento da temperatura.
Os buracos na camada de ozônio, por outro lado, estão relacionados à depleção da camada de ozônio estratosférico. A camada de ozônio está localizada a uma altitude de aproximadamente 10 a 50 quilômetros acima da superfície da Terra e desempenha um papel vital na proteção contra a radiação ultravioleta (UV) prejudicial do sol. A destruição da camada de ozônio é causada principalmente pela liberação de substâncias químicas conhecidas como clorofluorocarbonos (CFCs), que eram amplamente utilizados em aerossóis, refrigeradores e sistemas de ar condicionado.
Embora o aquecimento global e os buracos na camada de ozônio sejam processos distintos, eles estão indiretamente relacionados devido à influência do aquecimento global no comportamento atmosférico. Acredita-se que o aumento da temperatura global possa afetar a circulação atmosférica, o que pode ter consequências sobre a dinâmica da camada de ozônio.
Além disso, é importante observar que as substâncias químicas destruidoras de ozônio, como os CFCs, também são gases de efeito estufa. Embora as ações internacionais tenham sido tomadas para reduzir a produção e o uso dessas substâncias, a sua liberação passada continua a ter impactos tanto na camada de ozônio quanto no aquecimento global.
Em resumo, embora o aquecimento global e os buracos na camada de ozônio sejam fenômenos distintos, eles estão conectados por meio de interações atmosféricas e pela influência das atividades humanas no clima e na composição química da atmosfera."

Ramon Lamar de Oliveira Junior e ChatGPT 

domingo, 6 de novembro de 2016

Curso de Biologia e Química Pós-ENEM para candidatos aos vestibulares de MEDICINA.


Todas as aulas serão ministradas por mim. A primeira aula será no dia 9 de novembro, próxima quarta-feira: Biologia 19h00 e Química 20h45. Além da resolução de questões, poderão ser feitos resumos teóricos sobre pontos específicos dos programas. Ênfase para os vestibulares de Medicina. Informações e calendário das próximas aulas sempre na página www.professorramonlamar.blogspot.com

Ramon Lamar

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Aproveite: Degustação de Livro de Química

Meus amigos Emiliano Chemello e Luís Fernando Pereira são co-autores do Livro Química da Editora Moderna. Eles me avisaram que está disponível, online, uma degustação dos livros para quem ainda não conhece a obra, em três volumes. A coleção é muito boa e segue as atuais tendências do ensino de química. O Emiliano é responsável pelo Grupo Professores(as) de Química, no Facebook. Luís Fernando frequentemente dá as caras no programa Bem Estar da Rede Globo onde explica alguns conceitos de química, principalmente relacionados com a saúde das pessoas. Luís Fernando também produz as aulas de química no Youtube do canal Química em Minutos... vale muito a pena conferir:
https://www.youtube.com/channel/UCDRffNMCIc_lgdqNirFCoGQ.

Seguem os links:
Volume 1, capítulo 2 - http://www.calameo.com/read/0028993272bde1d1b110c
Volume 2, capítulo 3 - http://www.calameo.com/read/002899327985f2e80cf5d
Volume 3, capítulo 2 - http://www.calameo.com/read/002899327b6551c6c37d6

Os livros físicos, tenho a coleção e segue a foto deles, aqui na minha mesa!   


Seguem também os contatos para quem estiver interessado em conhecer a coleção: Email: livro.quimica.moderna@gmail.com, ou diretamente com um dos seguintes canais de atendimento da Editora Moderna: 0800 17 2002 ou moderna@moderna.com.br. 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Água (?) em Marte no estado líquido.

A NASA estabeleceu mesmo um novo modo de agir, nada científico. Marca datas para a apresentação de resultados de trabalhos criando um certo sensacionalismo que não pode existir na ciência (clique AQUI para outro exemplo). Assim se deu na última segunda-feira. Uma coletiva de imprensa para anunciar o encontro de "córregos intermitentes" de solução salina hiperconcentrada em alguns pontos de Marte, durante o verão marciano, traduzido como "MARTE TEM ÁGUA LÍQUIDA".

Sonda Mars Reconnaissance Orbiter, responsável pela captura das imagens que permitiram a análise espectral e descoberta dos "rios de salmoura" em Marte.
Pelo que entendi, os veios começam a jorrar quando a temperatura sobe para -23 graus Celsius. O soluto preponderante nessa solução seria o perclorato de magnésio. Fiz uns cálculos com base nesses dados e conclui que tal solução salina está longe de ser uma simples salmoura. A concentração de perclorato de magnésio seria próxima de 1000 gramas do sal dissolvidos em um litro de água. Os dados são compatíveis com soluções saturadas do tal soluto, mas essa concentração é muito alta. Clorato de magnésio e perclorato de sódio parecem estar presentes também.

Imagem divulgada pela Nasa onde é possível ver as listras estreitas e escuras, onde os cientistas acreditam que os córregos de salmoura fluem durante o verão marciano.
A DL50 (dose necessária para matar 50% dos indivíduos em um ensaio) do perclorato de magnésio para camundongos é de 75 miligramas por animal (1.500 mg / kg). Isso só já é um indicativo que não é o melhor ambiente para se encontrar vida. Realmente, sempre nos preocupamos com a questão da água líquida como um bom indicador para a vida, mas numa concentração tão grande, considerando osmose e outros fatores, acho complicado ficar muito exultante no sentido de que tal descoberta seja um indicativo da presença de vida no local.
No entanto, cloratos e percloratos podem ser úteis se um dia precisarmos de fazer algum tipo de explosivo ou componente para propulsão de foguetes em Marte.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Nosso amigo Nuno Cunha relata uma grande importância da descoberta no sentido da exploração do planeta Marte. Realmente, a presença de água (seja como for) no planeta tem uma importância muito grande para possíveis missões tripuladas ao planeta vermelho. Levar água até lá é complicado, mas é bem possível purificar essa água para nossa utilização.


domingo, 29 de junho de 2014

Os riscos da mudança de voz com o uso de gases

Já se tornou tradicional no Programa da Eliana (SBT) a inalação de gases para afinar a voz (gás hélio - He) e para engrossar a voz (gás hexafluoreto de enxofre - SF6). A mudança ocorre porque esses gases são respectivamente pouco denso e muito denso em relação ao ar atmosférico, mudando portanto a vibração das cordas vocais (pregas vocais) e, consequentemente, o som produzido. Pronto, termina aí a parte "científica" da coisa.
Resta a tremenda agressão ambiental que é o uso do hexafluoreto de enxofre. Não sei quanto já usaram desse gás, no referido programa, para fazer a mudança vocal. O que os "cientistas" do programa não explicam é que 1 quilo do dito gás tem o mesmo efeito de 23 toneladas de gás carbônico em termos de aquecimento da atmosfera! Isso mesmo, o hexafluoreto de enxofre é 23.000 vezes mais poluente do que o gás carbônico, ao menos nesse importante quesito.
Não bastassem os riscos ambientais há também os riscos à saúde decorrentes de se inalar o SF6. A folha de segurança do gás afirma que o gás "hexafluoreto de enxofre é definido como um asfixiante simples". Chama-se a atenção para os efeitos do gás em nosso organismo: "Efeitos da exposição a altas concentrações que desloquem o oxigênio necessário à vida podem ser: perda de coordenação ou tontura, pressão na parte frontal da cabeça, formigamento na língua e na ponta dos dedos, enfraquecimento da fala levando à incapacidade de emitir sons, rápida redução dos movimentos, consciência reduzida e perda do tato."
O gás hélio também tem efeitos semelhantes, mas a elevada densidade do hexafluoreto de enxofre dificulta a sua remoção do sistema respiratório. Donde se conclui duas coisas importantes: respirar os dois para "sentir" os efeitos é algo muito perigoso e o gás hélio tem o risco ampliado por estar presente em balões de gás que as crianças manuseiam... e podem querer fazer como os "artistas" fazem na televisão. 
No mínimo, uma advertência deveria ser veiculada em relação a esses gases e essas "brincadeiras científicas".

Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 31 de março de 2014

A toxicidade da carambola

Desde que entendo alguma coisa de biologia, química e saúde, sei que o ácido oxálico (ácido etanodioico, HOOC-COOH) forma sais chamados oxalatos que são prejudiciais ao funcionamento renal. E que a presença do ácido oxálico e dos tais oxalatos em alimentos é bastante prejudicial aos portadores de deficiência renal. Por isso, é importante que tais pessoas evitem alimentos ricos em tais substâncias, como é o caso do tomate e seus derivados (molho de tomate e catchup, por exemplo).
Contudo, eu não sabia que a carambola (Averrhoa carambola) poderia apresentar uma concentração de ácido oxálico em torno de 1%, sendo assim, uma fruta bastante perigosa para os portadores das doenças renais. 
Estou lendo a obra "Plantas Tóxicas", um "Estudo de Fitotoxicologia Química de Plantas Brasileiras" (de Matos, F.J.A., Lorenzi, H. e outros) e deparei na página 130 com a descrição do problema. Segundo os autores:
"A literatura é bem vasta quanto aos acidentes ocorridos em seres humanos urêmicos, por terem consumido o fruto da carambola, mas não foram encontrados relatos de intoxicação envolvendo pessoas sem deficiência renal. São citados casos de pacientes renais mantidos ou não em tratamento por hemodiálise que, depois de alimentados com o fruto da carambola ou bebido seu suco, sofreram distúrbios graves, em alguns casos, de natureza fatal. Com base nessas ocorrências, sabe-se que dois ou três frutos ou 150-200 mL de suco de carambola, em pacientes com deficiência renal crônica, porém estáveis, podem desenvolver sintomas que variam da insônia, agitação, entorpecimento dos membros, fraqueza muscular, soluço persistente, confusão mental, insuficiência cardíaca e convulsões, até chegar à morte em casos mais graves."
Realmente é um quadro complicado e essa informação merece maior divulgação. Não são raros os casos de pessoas que acham que frutos muito suculentos são estimuladores da diurese e que poderiam fazer bem ao funcionamento renal. Percebe-se que a história nem de longe é essa e que a carambola seria classificada como um veneno para as pessoas com problemas renais.
Para mais informações, sugiro a leitura completa do texto, presente na obra cuja capa está reproduzida ao lado. Caso alguém necessite, posso enviar mais informações por e-mail.


Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Por que a prova do ENEM não tem tabela periódica?

Impossível saber a resposta. Parece que a turma que "elabora" a prova não entende a importância da tabela periódica.
Pode parecer uma coisa simples para quem não é da área (como os que tiveram a ideia de formatar o ENEM da maneira como é feito), mas a tabela periódica é extremamente útil até mesmo para permitir uma diversidade maior de questões. No fundo, a tabela é um "texto" que precisa ser bem interpretado e não apenas uma lista de dados "decoráveis". 
Muitos acham que a tabela periódica é apenas para fornecer as massas atômicas. Já recebi algumas críticas nesse sentido: "- Não precisa não, eles fornecem as massas atômicas!" Na verdade, quem pensa assim não sabe verdadeiramente usar uma tabela periódica.

Vamos a alguns exemplos simples: 
1) Quantos níveis (camadas) ocupados por elétrons possui o átomo de Ferro?
Resposta: Basta observar na tabela periódica que o Fe encontra-se no quarto período. Sendo assim, ele apresenta 4 níveis de energia ocupados por elétrons.

2) Qual a valência principal e íon mais estável do átomo de Bário?
Resposta: O bário encontra-se na coluna 2 (antiga coluna IIA) da tabela periódica. Essa numeração das "antigas colunas altas" me diz quantos elétrons o elemento possui no seu último nível. Então, se o Ba está na coluna IIA isso significa que ele possui 2 elétrons no último nível. Como sabemos, ele tem então tendência de perder esses dois elétrons o que implica em valência igual a 2 e íon mais estável de carga +2.
Bem, se você ainda não se convenceu, tente responder a questão abaixo sem usar a tabela periódica e com os dados da mesma. Prova de 3a Aplicação, ENEM 2014, Caderno Branco. Espero que você tenha decorado os números atômicos dos elementos centrais das moléculas citadas ou que tenha decorado a posição deles na tabela periódica:


A tabela mais recente da IUPAC e que poderia ser utilizada é essa abaixo (pode usar em inglês mesmo):



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Por que rótulos em inglês?

PARTE I: A DÚVIDA

Abaixo, três rótulos diferentes, de cremes de fabricantes diferentes.
Por que colocam a composição dos produtos em inglês? Não sabem traduzir, acham que é informação que não interessa para ninguém... ou não sabem do que se trata?
No mínimo é uma falta de consideração com o consumidor. 
Alguém sabe nos dizer se há normas mais exatas em relação a isso (e que não estão sendo respeitadas)... ou as normas são essas mesmo? Ah... e ainda por cima também códigos de corantes como Cl 16255 e outros.



[Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior]

PARTE II: A EXPLICAÇÃO E A CONTROVÉRSIA

O amigo Otávio Pierazzoli apresentou-nos, no Facebook, o link (clique AQUI) para um trabalho do Ministério da Saúde/ANVISA a respeito da questão. A explicação oficial é a adoção da INCI (INTERNACIONAL NOMENCLATURE OF COSMETIC INGREDIENTS - Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos). Segundo as informações, INCI é um sistema internacional de codificação da nomenclatura de ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos cosméticos. Até aí, tudo bem. A questão é que 90% da nomenclatura é baseada ou na IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada - em inglês), no francês ou no latim dos nomes científicos das espécies. O que parece ter sido esquecido aqui no Brasil é que admite-se que a nomenclatura IUPAC tenha tradução consubstanciada para a língua do país e que alguns outros termos (incluindo nomes científicos) podem ser traduzidos para facilitar o entendimento do consumidor, elemento-chave da importância da rotulação.
Os signatários do INCI incluem diversos países como os citados abaixo:


Oras, simplesmente procurei rótulos de produtos japoneses e norte-americanos para perceber que a regra que bate lá, não é a mesma que se aplica aqui (apesar do acordo).
Americanos incluem traduções dos termos que não estão escritos em inglês na norma internacional (aqua = water, por exemplo) e japoneses não abandonam sua escrita característica.

Creme da "Tokyo Fashion" (INCI em japonês) 

Creme da "Victoria Secrets" (water, fragrance, grape e até a tradução dos códigos pra corantes.

Sendo assim, porque a ANVISA não faz coisa semelhante, ao menos traduzindo "Tapioca starch" para "Amido de mandioca". Vai ver que não é chique, né?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Modelos moleculares químicos baratos

Aliás, mais baratos do que isso não tem jeito:

Material: Balas jujuba e palitos de dente.
Procedimento: Criatividade (respeitando as geometrias das moléculas e cores iguais para átomos do mesmo elemento).
Sugestão: Se você é professor de química, mande seus alunos construírem diversos tipos de estruturas moleculares! Se você é aluno, que tal construir um segmento de proteína ou de DNA?





Montagem e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ENEM 2012: Dicas de Biologia e Química

Na reta final para as provas do ENEM 2012, seguem algumas dicas de biologia e química. Reservem uma ou duas horas para cada uma e dêem uma conferida nos seguintes assuntos:

QUÍMICA

Química ambiental: comparações entre os combustíveis renováveis e não renováveis (energia, emissão de gás carbônico, preço...), aquecimento global, chuva ácida, diminuição da camada de ozônio, descarte de baterias (lançamento de metais pesados no ambiente), radioatividade (incluindo as consequências de lançamento de material radioativo no ambiente). Na parte referente aos combustíveis podem aparecer questões de cálculo termoquímico (especialmente o calor de combustão, principalmente comparando combustíveis)).
Ligações químicas: relacionadas às propriedades dos materiais (estado físico, ponto de fusão e ebulição, solubilidade em água, condutibilidade elétrica...)
Estequiometria: cálculos de proporções entre reagentes e produtos (cuidado com unidades de medidas menos comuns: tonelada, miligrama, metros cúbicos, ppm, ppb...)
Eletroquímica: corrosão, pilhas, eletrólise e balanceamento e/ou interpretação de reações simples com a observação dos conceitos e oxidante, redutor, ânodo, cátodo. Metais importantes: alumínio, cobre e ferro (noções sobre sua obtenção).
Ácidos e bases: exemplos mais importantes (incluindo a noção de força de ácidos e bases), conceituação de ácidos e bases, conceito e cálculo simples de pH e pOH, diluição de efluentes para aumentar ou diminuir o pH.
Química orgânica: Identificação de funções orgânicas. Polímeros naturais e sintéticos.

O candidato deve ser capaz de interpretar charges. Inclusive de perceber se nelas há algum erro e se o mesmo pode ser proposital. Pinguins no Polo Norte? in http://acaomeioambiente.blogspot.com/2008/07/charges.html
Níquel Náusea, de Fernando Gonsales.
BIOLOGIA

Ecologia: Nas últimas provas, a ecologia representou cerca de metade das questões de biologia. Além do mais, também é cobrada dentro da química ambiental e na geografia. Conceitos, transferência de matéria e energia, cadeia e teia alimentar, magnificação trófica (bioconcentração), eutrofização,  salinização dos solos, relações entre os seres vivos, crescimento de populações, noções sobre os principais biomas brasileiros e a biogeografia mundial, crescimento populacional, sucessão ecológica e as ações do homem sobre o meio ambiente. Uma noção bem geral sobre legislação ambiental pode ser cobrada: áreas de preservação permanente (APP), reserva legal, áreas de proteção ambiental (APA) e outras unidades de conservação (Parques Nacionais, por exemplo). A importância da preservação da biodiversidade: biológica, econômica e social.
Evolução: as teorias de evolução de Lamarck, Darwin-Wallace e a Teoria Sintética (neo-darwinismo).
Noções elementares de genética: Leis de Mendel e grupos sanguíneos (ABO e Rh). Estudo do DNA e de suas propriedades incluindo o mecanismo de síntese de proteínas (transcrição e tradução), a diferença entre informação genética e código genético e as aplicações da tecnologia do DNA recombinante (transgênicos, identificação de paternidade/maternidade, utilização em medicina forense e terapia gênica). E não se esqueçam do DNA mitocondrial.
Biotecnologia: soro e vacina, nanobiotecnologia, fermentações (produção de álcool e produção de metano no lixo e nos biodigestores), células-tronco e engenharia de tecidos.
Noções gerais sobre as principais parasitoses: etiologia, características gerais, transmissão e profilaxia.
Fisiologia humana e saúde: o funcionamento dos sistemas humanos e suas relações com a saúde do indivíduo.
Seres vivos: padrões de ciclos de vida (haplonte, diplonte e em especial o haplodiplobionte - aquele com alternância de gerações sexuada e assexuada), características gerais dos grandes grupos de seres vivos, adaptações dos seres vivos às condições ambientais (adaptações para a polinização, para a falta de água,  para as alterações de temperatura do ambiente, para as variações de salinidade...), animais pecilotermos (ectotermos) e homeotermos (endotermos), noções de acidentes com aranhas, escorpiões e cobras peçonhentas.

Níquel Náusea, de Fernando Gonsales.
Observações:

1) Não deixe de reler o programa das provas (na verdade você já deveria ter lido há um mês). Verifique como os itens acima (e os demais) podem ser cobrados. Não gaste energia estudando além do que está no programa, agora (faltando pouco tempo) não é hora para isso. Faça uma revisão mental, bem por alto.

2) Leia também o Manual de Redação para o ENEM, publicado pelo MEC. Clique AQUI.

3) Acesse o link http://www.nucleodeaprendizagem.com.br/leituras.html para a leitura de alguns textos interessantes de química e biologia.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Olimpíadas, biologia e química...

ATENÇÃO: Pela complexidade do tema, este tópico está em construção. Espero terminá-lo antes do final da Olimpíada!!! Sugestões são bem-vindas!
Considerando o momento que as atenções estão concentradas nas Olimpíadas de Londres 2012 (e é bom ter atenção mesmo, porque a próxima é "pertim" daqui, logo ali no Rio de Janeiro), vamos aproveitar para relacionar o tema com alguns tópicos dentro da biologia e da química.

DETERMINAÇÃO DO SEXO
Em geral, homens possuem desempenho nos esportes superior ao das mulheres. Tal fato está relacionado à maior massa muscular masculina, resultante principalmente da ação dos hormônios androgênicos (anabolizantes como a testosterona). Tal fato levantou uma hipótese: estariam homens competindo "disfarçados" de mulheres em algumas provas nas Olimpíadas?
Antes da década de 1960, para tirar essa dúvida, eram realizados detalhados exames ginecológicos. Na década de 60 foram introduzidos os exames cromossômicos. Homens possuem cromossomos sexuais XY e mulheres possuem cromossomos sexuais XX. No núcleo celular, facilmente observável nas células da mucosa da bochecha, apenas um cromossomo X permanece desespiralizado. Como os homens só possuem um cromossomo X, este permanece desespiralizado. As mulheres, no entanto,  ficam com um cromossomo X desespiralizado e o outro espiraliza, formando uma região escura (cromatina sexual) denominada corpúsculo de Barr. Sendo assim, considerando-se cariótipos comuns (XX e XY) seria fácil distinguir homens e mulheres. Seria...
Entretanto, a partir da década de 90, a conceituação passou a levar em conta os níveis de testosterona presentes no indivíduo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) passou a considerar dois fatores para caracterizar o sexo feminino: presença de genitália feminina interna (vagina) e nível de hormônios masculinos circulantes de até 5%. Ou seja, passou a levar em conta a condição morfológica e a condição hormonal.
A situação ainda é polêmica, com idas e vindas do COI. Ora se fala em não interferir nas questões relacionadas à feminilidade/masculinidade dos atletas, ora se fala em voltar com os testes todos.


DOPING (modificado a partir de: http://doping.informe.com/blog/tipos-de-doping/)
Existem quatro tipos de doping:
1 - Pré-competitivo
Hormônio de Crescimento – Produzida pela glândula pituitária (hipófise), favorece o aumento da resistência e da capacidade de transporte de oxigênio. Aumenta a massa muscular em poucos meses, logo aumenta a força. Diminuição do tempo de habituação a condições adversas. O uso desse hormônio é indetectável no controle e pode ter graves consequências, como alergias e efeitos diabetogênicos, hipertrofia, acromegalia e tumefação dos tecidos moles, osteoporose, crescimento anormal dos ossos, engrossamento da pele e hipertensão. Este tipo de substâncias é preferencialmente utilizado por halterofilistas, fisioculturistas e lançadores. Há a possibilidade de uso também por nadadores, pois pode aumentar o tamanho dos pés e mãos. Utilizado por via intramuscular.

Esteroides anabolizantes – São drogas semelhantes aos hormônios androgênicos (testosterona), aumentando o anabolismo celular. Assim, o uso de esteroides anabolizantes provoca o aumento da massa muscular e da resistência, aumento da agressividade e melhora a capacidade de treino. A sua utilização é detectável no controle e produz efeitos secundários, tais como danos no fígado na pele e nos sistemas cardiovasculares e endócrino, tumores e alterações de personalidade, redução do tamanho dos testículos e diminuição da produção de espermatozoides, sintomas de masculinização nas mulheres, supressão da função ovariana e redução do período de menstruação, interrupção precoce do crescimento (adolescentes), aumento das secreções sebáceas, acne e crescimento anormal de pelos, tendinites, edemas, impotência, azoospermia (ausência de espermatozoides) e câncer de próstata. Utilizado por via oral e intramuscular.

2 - Durante a competição

Doping Calmante – O seu efeito consiste em inibir a taquicardia (diminuição da frequência cardíaca) e diminuir o tremor. Estes compostos são controlados em modalidades em que a atividade física não constituem fator determinante, mas onde a precisão e o autodomínio são fatores importantes, como, por exemplo, no tiro. Os beta-bloqueadores (como o propanolol) são substâncias calmantes mais utilizadas. Eles diminuem a frequência cardíaca. Sendo assim, a probabilidade de dar um tiro entre duas vibrações geradas pelos batimentos cardíacos aumenta, aumentando também a chance de êxito.

Doping Analgésico – Atua como analgésico para o tratamento de dores moderadas ou fortes, sendo representada pela morfina e os seus derivados. A maioria destes compostos têm efeitos secundários bastante pronunciados, incluindo problemas respiratórios.

Doping Estimulante – Este tipo de substâncias atua ao nível do sistema nervoso central e podem dividir-se em estimulantes fracos (cafeína, teifilina) e estimulantes fortes (anfetaminas, cocaína estricnina). Este tipo de droga é utilizado preferencialmente no futebol, basquetebol e ciclismo. As anfetaminas são as drogas mais frequentemente utilizadas produzindo os seguintes efeitos:
  • Redução da fadiga;
  • Aumento da competitividade, da agressividade, dos reflexos e da concentração;
  • Estimulação mental;
  • Aumento do fluxo sanguíneo.
Esta utilização frequente (detectáveis no controle), provoca efeitos secundários tais como:
  • Perda da capacidade de julgamento;
  • Cefaleias, ansiedade e tremuras;
  • Arritmias cardíacas (batimento irregular do coração);
  • Taquicardias, excitação, insônias, alucinações e emagrecimento;
  • Pressão sanguínea elevada;
  • Morte por colapso.
Cocaína – provoca uma sensação de bem-estar e atrasa a sensação de fadiga.

Cafeína – provoca a mobilização dos ácidos graxos (“poupando” o glicogênio), sendo de particular importância para atletas de resistência de longa duração. Os efeitos secundários inerentes à sua utilização são as arritmias cardíacas e insônias. 

3- Pós-Competitivo

Diuréticos – A introdução deste tipo de doping é por via oral, sendo muito utilizados pelos atletas devido a redução rápida de peso, em desportos que envolvam categorias de peso, como no boxe e no halterofilismo ou para redução da concentração de substâncias químicas na urina, de forma a iludir o controle.

Os seus efeitos secundários são:
  • Hemorragias;
  • Edemas;
  • Diabetes e risco de fraturas;
  • Úlcera gastroduodenal;
  • Insuficiência renal;
  • Atrofia muscular;
  • Cicatrização dificultada e infecções.
4 - Doping Sanguíneo

Por autotransfusão – consiste num aumento no volume sanguíneo através de transfusão, com o objetivo de aumentar a capacidade de transporte de oxigênio. Normalmente o sangue usado na transfusão é do próprio atleta. Este terá que realizar um programa de treino em altitude, para que o defict de oxigênio provoque o aumento do número de eritrócitos, assim como a concentração de hemoglobina.

"Doping sanguíneo envolve remover e estocar um litro do próprio sangue, esperar algumas semanas até que o corpo tenha restaurado a quantidade de células vermelhas do sangue, e então reinjetar as células vermelhas estocadas. Doping sanguíneo requer a redução da qualidade do treinamento depois que o sangue for tirado, e é um procedimento bastante complicado." (http://www.copacabanarunners.net/epo.html)

Por utilização da Eritropoetina (EPO)A maneira moderna de aumentar ilegalmente a capacidade de transporte de oxigênio do sangue é injetar a versão sintética de EPO. Esse hormônio é produzido sinteticamente para tratar pacientes com mau funcionamento dos rins, câncer e AIDS. Pelos últimos 10 anos, uma parte da produção de EPO fez seu caminho para aos mãos de atletas. Eddy Planckaert, belga ex-campeão de ciclismo, confessou ter tomado EPO em 1991 e declarou que durante os últimos dois anos de sua carreira (1990 e 91) muitos outros ciclistas estavam usando EPO. Porém, junto com a melhora na performance em decorrência de EPO, vem uma série alarmante de mortes controversas entre ciclistas de topo. Entre 1987, quando EPO ficou disponível na Europa, e 1990, dezoito ciclistas belgas e holandeses morreram abruptamente, levantando suspeitas que os usuários ingenuamente não sabiam que estavam brincado com fogo.
O mesmo efeito que melhora a performance de resistência também põe em risco a saúde do usuário. Ao elevar a densidade do sangue, EPO aumenta o risco de coagulação sanguínea, o que pode bloquear os vasos causando infarto agudo. Uso de EPO também causa hipertensão e pode ocasionar ataque apoplético e falência congestiva do coração.
Hematócrito é a proporção do sangue que é feita de células vermelhas sanguíneas (parte sólida do sangue). Os níveis normais de hematócrito são de aproximadamente 40-50% em homens, e 37-47% em mulheres. EPO pode elevar o hematócrito bem acima desta faixa. À medida que o atleta fica desidratado durante o treinamento ou competição, o volume sanguíneo é reduzido, ocasionando elevação do hematócrito e a resistência do sangue para fluir. Durante uma maratona, o hemotócrito de um corredor não-dopado pode aumentar de 45 a 55%. Não há um valor determinado no qual o hemotócrito torna-se perigoso, porém o risco aumenta geometricamente em níveis de hemotócrito acima de 55%. Se um maratonista dopado com EPO começar a competição com 52%, seu hemotócrito pode subir acima de 60% durante a maratona.
O desenvolvimento de um teste válido e confiável para detectar EPO sintético foi a maior prioridade do Comitê Olímpico Internacional antes da Olimpíada de Sidney 2000. O desenvolvimento do teste demorou vários anos devido à dificuldade de produzir um anticorpo que pudesse distinguir o EPO sintético do hormônio produzido naturalmente, e porque a meia-vida do EPO sintético no sangue é de apenas 6-8 horas. O teste de EPO agora é válido e seguro, e vem sendo cada vez mais usado no esporte internacional. (Este trecho foi modificado a partir de http://www.copacabanarunners.net/epo.html)

ÁCIDO LÁCTICO
Nossas células musculares produzem energia (ATP) pelo mecanismo aeróbico (respiração celular aeróbica) ou pelo mecanismo anaeróbico (fermentação láctica). O primeiro, além de produzir um saldo energético muito maior, produz apenas gás carbônico e água ao final. A fermentação láctica produz bem menos energia e ainda gera o ácido láctico (ou lático). O ácido láctico é produzido em grande quantidade por nossas células musculares quando a quantidade de oxigênio que chega até elas é insuficiente para a produção de energia pelo mecanismo da respiração celular aeróbica. Tal condição é denominada hipóxia (ou anóxia). Isso pode ocorrer durante a atividade física intensa, onde o trabalho muscular é realizado com intensidade máxima. Se conjugarmos a atividade muscular com a dificuldade de respiração, então a coisa se complica. O resultado é o que se observa na natação: por estar grande parte do tempo com o rosto dentro d'água e realizando um esforço descomunal, o metabolismo caminha para a via anaeróbica (fermentação láctica) e o teor de ácido láctico no organismo aumenta podendo provocar dores musculares durante a prova ou após a mesma. Por meio de uma gota de sangue retirada do lóbulo da orelha, é possível determinar o teor de ácido láctico no sangue do atleta e perceber se o mesmo está com algum problema de oxigenação durante o nado. Aliando esse dado com filmagens que mostram como o atleta está respirando durante o nado, o técnico pode orientar melhor o nadador para que ele aprimore a respiração e consiga mais oxigênio, melhorando a sua produção de energia e consequentemente, diminuindo o teor de ácido láctico. 

REPOSIÇÃO ELETROLÍTICA (Bebidas Isotônicas)
Em construção...

FIBRAS MUSCULARES RÁPIDAS E LENTAS
Em construção...