PARTE I: A DÚVIDA
Abaixo, três rótulos diferentes, de cremes de fabricantes diferentes.
Abaixo, três rótulos diferentes, de cremes de fabricantes diferentes.
Por que colocam a composição dos produtos em inglês? Não sabem traduzir, acham que é informação que não interessa para ninguém... ou não sabem do que se trata?
No mínimo é uma falta de consideração com o consumidor.
Alguém sabe nos dizer se há normas mais exatas em relação a isso (e que não estão sendo respeitadas)... ou as normas são essas mesmo? Ah... e ainda por cima também códigos de corantes como Cl 16255 e outros.
[Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior]
PARTE II: A EXPLICAÇÃO E A CONTROVÉRSIA
O amigo Otávio Pierazzoli apresentou-nos, no Facebook, o link (clique AQUI) para um trabalho do Ministério da Saúde/ANVISA a respeito da questão. A explicação oficial é a adoção da INCI (INTERNACIONAL NOMENCLATURE OF COSMETIC INGREDIENTS - Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos). Segundo as informações, INCI é um sistema internacional de codificação da nomenclatura de ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos cosméticos. Até aí, tudo bem. A questão é que 90% da nomenclatura é baseada ou na IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada - em inglês), no francês ou no latim dos nomes científicos das espécies. O que parece ter sido esquecido aqui no Brasil é que admite-se que a nomenclatura IUPAC tenha tradução consubstanciada para a língua do país e que alguns outros termos (incluindo nomes científicos) podem ser traduzidos para facilitar o entendimento do consumidor, elemento-chave da importância da rotulação.
Os signatários do INCI incluem diversos países como os citados abaixo:
Oras, simplesmente procurei rótulos de produtos japoneses e norte-americanos para perceber que a regra que bate lá, não é a mesma que se aplica aqui (apesar do acordo).
Americanos incluem traduções dos termos que não estão escritos em inglês na norma internacional (aqua = water, por exemplo) e japoneses não abandonam sua escrita característica.
Creme da "Tokyo Fashion" (INCI em japonês)
Creme da "Victoria Secrets" (water, fragrance, grape e até a tradução dos códigos pra corantes.
Sendo assim, porque a ANVISA não faz coisa semelhante, ao menos traduzindo "Tapioca starch" para "Amido de mandioca". Vai ver que não é chique, né?





