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sábado, 20 de maio de 2023

CUIDADO: muitas imprecisões nas respostas do ChatGPT em Biologia e Química!

Ultimamente tenho usado muito o ChatGPT para a construção de textos simples e/ou questões para trabalhar com meus alunos de Biologia e Química. Aprecio muito algumas abordagens feitas quando, por exemplo, peço para "ele" sugerir alternativas em questões de múltipla escolha, sempre aparecem algumas sugestões interessantes.

Contudo, percebi também que o ChatGPT frequentemente se equivoca (e depois pede desculpas) em suas respostas. É como se usasse um algoritmo para buscar a "resposta prevalente" em sua base de dados da internet. Constatado ou apontado o erro, parece que ele se desculpa e vai para outra resposta na sequência de prevalência.

Observem o "diálogo" abaixo que tive com o ChatGPT sobre aspectos da bioquímica do Ciclo de Krebs. São muitos enganos repetitivos, decorrentes de pesquisas incorretas na base de informações que o programa de "inteligência artificial" tem, recolhido da internet. Parece que ele acredita que "internet não mente". 

Ramon: Como ocorre a transformação do ácido málico em ácido oxalacético?
ChatGPT: A transformação do ácido málico em ácido oxalacético ocorre por meio de uma reação de descarboxilação oxidativa. Essa reação é catalisada pela enzima malato desidrogenase, que está presente nas mitocôndrias das células.
A reação pode ser resumida da seguinte forma:
Ácido málico + NAD+ -> Ácido oxalacético + NADH + H+
Durante a reação, o grupo carboxila (-COOH) presente no ácido málico é removido, resultando na liberação de dióxido de carbono (CO2). Simultaneamente, o cofator NAD+ é reduzido a NADH, capturando hidrogênios do ácido málico.
O ácido oxalacético formado pode então entrar no ciclo de Krebs (ou ciclo do ácido cítrico), uma etapa crucial do metabolismo celular, onde sofrerá várias reações para produzir energia e intermediários metabólicos importantes.
Essa transformação do ácido málico em ácido oxalacético desempenha um papel significativo no metabolismo dos carboidratos e na produção de energia nas células.

Ramon: Quantos carbonos tem o ácido málico e o ácido oxalacético?
ChatGPT: O ácido málico possui quatro carbonos em sua estrutura. Sua fórmula química é C4H6O5. Já o ácido oxalacético possui quatro carbonos em sua estrutura. Sua fórmula química é C4H4O5.
Ambos os ácidos possuem quatro carbonos, mas diferem em relação aos outros átomos presentes em suas estruturas químicas.

Ramon: Então como se forma o ácido oxalacético por descarboxilação do ácido málico se o número de carbonos é o mesmo?
ChatGPT: Peço desculpas pelo equívoco anterior. Houve um erro na minha resposta anterior. O ácido málico possui quatro carbonos, mas o ácido oxalacético possui apenas dois carbonos em sua estrutura.
A transformação do ácido málico em ácido oxalacético ocorre através de uma série de reações que envolvem a descarboxilação do ácido málico e a rearranjo dos átomos para formar o ácido oxalacético.
A reação pode ser resumida da seguinte forma:
Ácido málico -> Ácido oxalacético + CO2
Durante essa reação, um grupo carboxila (-COOH) é removido do ácido málico, liberando dióxido de carbono (CO2) como subproduto. O resultado é a formação do ácido oxalacético.
Peço desculpas novamente pela confusão na resposta anterior e agradeço por apontar o erro.

Ramon: O ácido oxalacético possui certamente 4 carbonos.
ChatGPT: Peço desculpas pelo erro anterior. Você está correto. O ácido oxalacético possui quatro carbonos em sua estrutura.
A fórmula química do ácido oxalacético é C4H4O5, o que indica a presença de quatro átomos de carbono em sua estrutura molecular. O ácido oxalacético é um composto importante no metabolismo intermediário e desempenha um papel fundamental no ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) como um intermediário chave. Novamente, peço desculpas pelo equívoco anterior e agradeço por apontar o erro.

Ramon: Então como ocorre descarboxilação do ácido málico para transformar-se em ácido oxalacético?
ChatGPT: Peço desculpas pela confusão anterior. Na verdade, não há uma reação direta de descarboxilação do ácido málico para a formação do ácido oxalacético.
O ácido málico (C4H6O5) é convertido em ácido oxalacético (C4H4O5) por meio de uma série de reações bioquímicas, conhecida como ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs.
O ácido málico entra no ciclo do ácido cítrico como intermediário, sendo convertido em ácido oxalacético por meio de uma reação de desidrogenação, onde ocorre a remoção de hidrogênios.
A reação de conversão do ácido málico em ácido oxalacético pode ser resumida da seguinte forma:
Ácido málico + NAD+ -> Ácido oxalacético + NADH + H+ + CO2
Nessa reação, ocorre a remoção de um grupo hidroxila (OH) do ácido málico, resultando na formação de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e na conversão do ácido málico em ácido oxalacético.
Peço desculpas novamente pelo equívoco anterior e agradeço por apontar o erro.

Ramon: A equação que você apresentou mostra uma descarboxilação impossível.
ChatGPT: Peço desculpas novamente pela resposta incorreta. Houve um equívoco na minha explicação anterior. A descarboxilação direta do ácido málico para formar o ácido oxalacético não ocorre.
A conversão do ácido málico em ácido oxalacético ocorre por meio de reações bioquímicas complexas envolvendo várias etapas intermediárias. O ácido málico é oxidado e descarboxilado para formar o ácido oxalacético como parte do ciclo do ácido cítrico (ou ciclo de Krebs).
Durante o ciclo do ácido cítrico, o ácido málico é convertido em ácido oxalacético por meio de uma série de reações envolvendo a oxidação e a descarboxilação gradual dos grupos funcionais presentes na molécula.
Peço desculpas novamente pelos equívocos anteriores e por qualquer confusão causada. Agradeço por sua compreensão.

Ramon: Qual deve ser então a equação representativa do processo?
ChatGPT: A conversão do ácido málico em ácido oxalacético ocorre através de uma série de reações no ciclo do ácido cítrico, também conhecido como ciclo de Krebs. O ciclo do ácido cítrico é uma via metabólica complexa que ocorre nas mitocôndrias das células e envolve várias etapas intermediárias.
No ciclo do ácido cítrico, o ácido málico é oxidado e descarboxilado para formar o ácido oxalacético. A equação que representa essa conversão é a seguinte:
Ácido málico + NAD+ + Coenzima A -> Ácido oxalacético + NADH + H+ + CO2 + CoA
Essa reação envolve a oxidação do ácido málico, a remoção de um grupo carboxila (-COOH) na forma de dióxido de carbono (CO2) e a formação do ácido oxalacético. Além disso, o NAD+ é reduzido a NADH, e a coenzima A (CoA) também está envolvida na reação.
Mais uma vez, peço desculpas pelos equívocos anteriores e agradeço por sua paciência.

Ramon: Novamente você apresentou uma equação envolvendo descarboxilação. Já sabemos que ela é impossível pois os dois compostos têm quatro carbonos e a conversão é direta, sem intermediários.
ChatGPT: Peço desculpas novamente pelo equívoco. Agradeço por sua paciência. De fato, foi um erro mencionar descarboxilação na conversão direta do ácido málico em ácido oxalacético.
A conversão direta do ácido málico em ácido oxalacético ocorre por uma rearranjo intramolecular. A reação pode ser representada da seguinte forma:
Ácido málico ⇌ Ácido oxalacético
Essa conversão envolve uma rearranjo dos átomos na molécula, mas não ocorre a remoção direta de um grupo carboxila (-COOH) como na descarboxilação.
Peço desculpas novamente pelos erros anteriores e agradeço por sua correção.

Ramon: Não há perda de hidrogênios (oxidação) nesta reação?
ChatGPT: Peço desculpas pela informação equivocada novamente. Na conversão do ácido málico em ácido oxalacético, ocorre, de fato, uma perda de hidrogênios (oxidação).
A reação correta de conversão do ácido málico em ácido oxalacético pode ser representada da seguinte forma:
Ácido málico + NAD+ -> Ácido oxalacético + NADH + H+
Nessa reação, o ácido málico é oxidado, resultando na formação de ácido oxalacético. Durante o processo, ocorre a remoção de hidrogênios (H) do ácido málico, que são transferidos para o NAD+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo), resultando na formação de NADH.
Peço desculpas novamente pelos equívocos anteriores e agradeço por sua correção.
OpenAI. (2023). [Conversa com um modelo de linguagem sobre a transformação do ácido málico em ácido oxalacético]. ChatGPT. Recuperado de [URL da conversa] em 20/05/2023.
Como se observa acima, numa questão não muito complexa de bioquímica, o ChatGPT errou bastante em conceitos básicos exibindo incoerência entre os textos e as fórmulas e equações apresentadas.
Sendo assim, sugiro muito cuidado com o uso dessa "inteligência artificial". Se você não tiver uma boa base de conhecimentos, irá ser induzido a cometer sérios erros conceituais.
Estarei atento a outros erros dessa natureza e os reproduzirei aqui sempre que achar interessante.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Boa resposta do ChatGPT sobre Aquecimento Global e Camada de Ozônio.

Química Ambiental é um conteúdo presente na zona limítrofe entre a Química e a Biologia no Ensino Médio. Como leciono as duas matérias, acho o assunto fascinante e uma ótima oportunidade de explorar as interações entre os dois conteúdos, além de ser extremamente importante para a compreensão do meio ambiente, do "funcionamento da ciência" e pela frequência que aparece nos vestibulares e ENEM. 
Insisto em explicar detalhadamente sobre o Aquecimento Global, Efeito Estufa, Gases de Efeito Estufa, dúvidas e certezas da comunidade científica sobre o tema. Entretanto, mesmo com repetidos avisos, quando os estudantes são questionados em prova sobre as causas do Aquecimento Global, um percentual muito grande de respostas (algo entre 30 e 40%, pelo menos) cita como causa principal os "buracos da camada de ozônio" que é outro tema debatido dentro da Química Ambiental.
A impressão que tenho é que "alguém" previamente lhes ofereceu uma explicação errada. E esse erro entranhou nos neurônios dos estudantes. E deslocar esse erro para fora da cabeça deles é extremamente difícil. 
Gostei muito da resposta do ChatGPT sobre essa questão e compartilho com vocês.
Ramon: Qual a relação entre o aquecimento global e os buracos da camada de ozônio?
ChatGPT: O aquecimento global e os buracos na camada de ozônio são dois fenômenos ambientais distintos, mas estão relacionados indiretamente por meio de suas interações com a atmosfera terrestre.
O aquecimento global refere-se ao aumento gradual da temperatura média da Terra devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Esses gases, como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), retêm o calor solar na atmosfera, causando o chamado efeito estufa e contribuindo para o aumento da temperatura.
Os buracos na camada de ozônio, por outro lado, estão relacionados à depleção da camada de ozônio estratosférico. A camada de ozônio está localizada a uma altitude de aproximadamente 10 a 50 quilômetros acima da superfície da Terra e desempenha um papel vital na proteção contra a radiação ultravioleta (UV) prejudicial do sol. A destruição da camada de ozônio é causada principalmente pela liberação de substâncias químicas conhecidas como clorofluorocarbonos (CFCs), que eram amplamente utilizados em aerossóis, refrigeradores e sistemas de ar condicionado.
Embora o aquecimento global e os buracos na camada de ozônio sejam processos distintos, eles estão indiretamente relacionados devido à influência do aquecimento global no comportamento atmosférico. Acredita-se que o aumento da temperatura global possa afetar a circulação atmosférica, o que pode ter consequências sobre a dinâmica da camada de ozônio.
Além disso, é importante observar que as substâncias químicas destruidoras de ozônio, como os CFCs, também são gases de efeito estufa. Embora as ações internacionais tenham sido tomadas para reduzir a produção e o uso dessas substâncias, a sua liberação passada continua a ter impactos tanto na camada de ozônio quanto no aquecimento global.
Em resumo, embora o aquecimento global e os buracos na camada de ozônio sejam fenômenos distintos, eles estão conectados por meio de interações atmosféricas e pela influência das atividades humanas no clima e na composição química da atmosfera."

Ramon Lamar de Oliveira Junior e ChatGPT