Ontem, 25 de novembro de 2020, faleceu o jogador argentino Diego Maradona.
Maradona sempre foi considerado um talento, um gênio dentro das quatro linhas. Em toda a história do futebol, o único que rivalizou realmente com o Pelé. Realmente!
Penso que Don Diego não necessita de apresentações. Quem assistiu aos jogos do futebolista é testemunha. Fora de campo (e às vezes dentro também) uma série de problemas. Mas não estou aqui para julgá-lo. E é sobre isso que eu queria falar um pouco, mas pouco mesmo. Quanto julgamento nas redes sociais!
Muitas pessoas escreveram ou destilaram palavras duras contra o falecido. Palavras duras demais. Por causa de tudo o sujeito foi apedrejado. O caminho pedregoso vai dos vícios diversos ao gol de mão (o famoso "la mano de Dios") e ao doping por efedrina que o tirou de uma Copa do Mundo e por um tempo do futebol, chamado de trapaceiro por esses eventos em campo... e desaguando como um rio caudaloso em seus paradoxais alinhamentos políticos (esperem aí, queridos democratas, posicionamento político é um direito, ou não é mais?).
Fácil demais julgar um morto que sofreu de uma vida tão conhecida, verdadeiro telhado de vidro ambulante (ou seria um telhado de cristais?). Fácil demais escrever impropérios e mais impropérios em teclado frio. Ninguém esteve por dentro da cabeça dele (ninguém jamais esteve dentro da cabeça de outro alguém, pelo menos que eu saiba). Ninguém sabe o que ele pensou ou o que ele sofreu com os próprios erros.
Imagine ver-se na primeira pessoa e na terceira pessoa. Sentir-se em casa um "eu-Diego" e no campo o "ele-Maradona". Paga-se um preço... e, aparentemente, ele pagou com a vida. E ainda paga juros e correção monetária após a morte.
O episódio de tantos xingamentos que li e escutei é o que coloca aquela dúvida na minha cabeça sobre os caminhos da humanidade. Estamos prontos a perdoar erros? Não sei.. não sei... acho que ainda estamos longe.
Ramon L. O. Junior