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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Esclarecimentos e nova proposta sobre a Eutrofização da Lagoa Paulino

Seguem algumas respostas a comentários feitos nas redes sociais sobre minhas propostas em relação à Lagoa Paulino. Duas coisas chamam a atenção: (1) o pessoal realmente acredita que tem tubulação jogando esgoto na Lagoa Paulino (mas em todos os esvaziamentos parciais depois da construção do anel de captação em volta da lagoa, nada disso foi visto e se existisse seria bem evidente, seria gritante e (2) o pessoal acha que a Lagoa Paulino foi TOTALMENTE esvaziada quando da retirada do boto ou na última obra feita na mesma, quando isso não aconteceu. Foram esvaziamentos parciais que não devolveram a fauna nativa de peixes.
Amigos, a questão é complexa e há vários fatores envolvidos. O último grande esvaziamento da lagoa, com remoção de sedimentos, foi feito na década de 80. Depois a situação não foi estabilizada porque várias intervenções colaboraram para o aumento dos nutrientes no sedimento. Entre eles a introdução de carpas que revolvem o fundo e levantam os nutrientes minerais que alimentam as algas. Não adianta esvaziar e continuar com práticas que aumentam os nutrientes na água. Mas não existe lançamento de esgoto. Lembrando que a coisa não é simples para explicar em 1 minuto de vídeo. Mas basta visitar a Lagoa da Boa Vista que é similar e comparar a qualidade das águas. Lá foi feito e mantido o que é a proposta minha para a Lagoa Paulino. Mas é claro que outros especialistas podem ter outras opiniões a respeito. Mas conhecendo a história da Lagoa Paulino desde a década de 1970, não creio que outras soluções sejam eficazes. Sigo sempre às ordens para debater o tema em alto nível. Abraços!
No último esvaziamento, feito há cerca de 7 anos, não houve remoção de sedimentos em grande volume porque a prefeitura não tinha autorização estadual para o esvaziamento completo da lagoa. Então a ictiofauna não foi modificada e ainda temos carpas enormes lá, da época do boto! E só não tivemos ainda uma mortandade de toneladas de peixes porque as carpas são muito resistentes à diminuição do oxigênio dissolvido. Ah, em tempo: cada centímetro de sedimento removido na área do fundo da lagoa gera um volume para encher uns 60 a 80 caminhões de material.
Para uma internauta: Deixe eu te explicar essa questão (de lançamento de esgoto na Lagoa Paulino). A lagoa é cercada por uma galeria de concreto embaixo da calçada. Essa galeria tem mais ou menos 1,8m de largura e 1,3m de altura e foi construída na década de 1980 para interceptar todo esgoto clandestino que caia na lagoa e para recolher a água pluvial (para evitar o assoreamento). Existem dois canos que chegam na lagoa jogando água limpa proveniente de lençóis superficiais. Existe também o lançamento de água da Lagoa do Mucury (que tem um minadouro poderoso) próximo ao Lago Palace. A galeria pluvial tem "ladrões" no caso de excesso de enxurrada que transbordam para a Lagoa Paulino. Essa galeria nunca foi limpa de 1980 até 2014 e estava assoreada. Então, qualquer vazamento de esgotos caia nela, atravessava e saia pelos ladrões. Mas foi desobstruída em 2014 depois que flagrei uma grande quantidade de esgoto que estava vazando próximo à Fiorenza, atravessando a galeria assoreada e caindo na lagoa. Talvez você tenha visto algum evento desse tipo. No mais fico ao seu dispor para até fazer alguma visita ao local que vc visualizou e identificar o que se passa. Abraços.

Por outro lado, sugiro que leiam a publicação desse blog sobre o experimento feito no Lago Wingra (EUA) e os resultados das ações para eliminar as carpas. Há algumas diferenças importantes como o tamanho do lago e a ocorrência de temperaturas congelantes no inverno. A solução lá foi remover as carpas por pesca com redes e introdução de peixes que se alimentam de ovos e filhotes das carpas remanescentes. Deu muito certo e em um prazo de 5 anos desde o primeiro experimento, com a expansão do processo para todo o lago, as águas tornaram-se muito claras. Link: http://ramonlamar.blogspot.com/2013/10/carpas-e-turbidez-da-agua-enfim-uma-boa.html

É uma opção que pode ser feita aqui de forma muito mais barata que o esvaziamento total. O problema é que nossas carpas não devem ter destinação comercial uma vez que temos outros problemas na lagoa Paulino como a presença de grande quantidades de coliformes, o que não garante a qualidade das carpas como potenciais alimentos. Mas seria uma tentativa válida, especialmente se associada com a colocação de predadores (traíras) e uma alteração no "ladrão" da lagoa, de forma a facilitar a saída da água do fundo em épocas de chuvas (e não a água superficial, mais limpa). Veja proposta abaixo:

Uma nova parede, antes do ladrão da lagoa, com janelas inferiores, permitiria transformar gradualmente a lagoa para uma condição com menos nutrientes. Dependeria de um esvaziamento parcial. Junto com o esvaziamento parcial poderia haver a remoção de parte dos sedimentos e expulsão ou pesca das carpas. A revitalização dos minadouros também poderia ser feita, isso já foi conseguido na Lagoa do Cercadinho. Temos o Lairson Couto e o Toninho Macarrão para orientarem a execução de uma obra desse tipo.

Dessa forma graças a muitas manifestações no sentido de diminuir os custos, tenho duas propostas para a questão, resumidas a seguir:

1) Esvaziamento completo da lagoa (com a consequente eliminação dos peixes atualmente existentes), retirada de sedimentos e impermeabilização, colocação de espécies nativas (lambaris = piabas), recuperação de minadouros, manutenção da limpeza do anel de captação e exclusão de fontes de nutrientes (detergentes dos lavadores de carro do entorno da lagoa).

2) Esvaziamento parcial da lagoa, retirada de parte dos sedimentos e impermeabilização, construção  da "parede com janelas" na região do ladrão/comporta da lagoa, retirada do máximo possível dos peixes atualmente existentes (expulsão ou pesca com redes), colocação de espécies nativas (traíras primeiramente para dar cabo de peixes remanescentes e lambaris para manter a cadeia alimentar), recuperação de minadouros, manutenção da limpeza do anel de captação e exclusão de fontes de nutrientes (detergentes dos lavadores de carro do entorno da lagoa).

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PUBLICADO ORIGINALMENTE EM AGOSTO DE 2021

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

RESUMINDO A QUESTÃO DE EUTROFIZAÇÃO DA LAGOA PAULINO

Eutrofização é causada pela presença de nutrientes minerais em grande quantidade na água. Esses nutrientes são principalmente o nitrato e o fosfato.

  • Os nutrientes podem vir de várias fontes, mas como na Lagoa Paulino não há lançamento direto de esgotos podemos admitir: enxurradas durante chuvas muito fortes (tem que ser em grande volume para ultrapassar a capacidade do anel de captação pluvial que existe em volta da lagoa), fezes dos animais da lagoa e entorno (peixes e aves como garças e biguás), detergentes provenientes da lavação de carros na orla (contêm fosfatos), revolvimento do fundo da lagoa pela fauna de peixes que não é nativa (carpas e outros peixes introduzidos), falta da vegetação de fundo da lagoa (algas que seguram o sedimento no fundo, mas foram comidas pelas carpas e outros peixes introduzidos), produção de nitratos por algumas algas (cianobactérias com heterocistos), morte de organismos aquáticos (liberam nutrientes minerais em sua decomposição) e restos da capina da orla da lagoa (que em grande parte são jogados dentro d'água, aumentando a disponibilidade de nutrientes minerais).
  • A eutrofização consiste na proliferação exagerada de certas algas que acabam morrendo e se decompondo. As algas vivas até produzem oxigênio na fotossíntese, mas só as da superfície, pois 10 centímetros abaixo da flor d'água já não chega luz suficiente para as demais algas. Durante a noite, as algas consomem oxigênio da água, algas em decomposição consomem oxigênio da água. O nível de oxigênio dissolvido (OD) cai abaixo de 4-5mg/L e começa a morte de peixes. Morte de organismos implica em mais nutrientes minerais liberados na água (e sustenta a eutrofização... é um ciclo vicioso).

Como resolver? Fazendo o que foi feito na Lagoa da Boa Vista:

  • Esvaziamento completo da lagoa (precisa de autorização da Sec. Estadual de Meio Ambiente).
  • Remoção de parte do sedimento e sua destinação adequada.
  • Impermeabilização do fundo (menos nas regiões de minadouros, que existem na Lagoa Paulino).
  • Introdução de espécies nativas (na Lagoa da Boa Vista houve urgência em se introduzir peixes pelo risco de dengue e foram introduzidas tilápias... se a população delas for controlada, não dá problema. Como controlar? Torneios de pesca a ser realizados no futuro, quando necessário.)

Outras soluções como aeradores e introdução de peixes que se alimentam das microalgas são PALIATIVOS. Não resolvem o problema porque não atuam na causa do problema!!!

Ramon Lamar de Oliveira Junior

Foto de 8 de julho de 2016 - Eutrofização na Lagoa Paulino

PS.: Pergunta que sempre recebo: "- Ramon, você dá essa e outras consultorias de graça e não te escutam. Por que?"

Bem, eu dou minhas consultorias sobre esse e vários outros temas de graça porque é uma forma de reverter para a população a ajuda que me deram. Pois fiz um curso de Graduação e Mestrado numa Universidade Pública (UFMG), paga com o dinheiro dos cidadãos. E vejo aí uma forma de retribuir. Sobre porque não me escutam, acho que essa pergunta não deve ser feita para mim. Tentem perguntar para eles... talvez escutem a vocês! Ah... tem um detalhe... e é muito difícil o poder público contratar técnicos na forma de assessoria para "palpitar no assunto que entendem"... e quando contratam, a própria população vê como "cabide de empregos", "dinheiro jogado fora", "apadrinhamento político" e bla bla bla. Desse jeito a coisa não anda!! Já estive na prefeitura como assessor em 2014... deu para fazer alguma coisa e sou muito grato pela oportunidade... mas senti na pele a desvalorização que paira sobre esse tipo de assessoramento!

PS2: Nova sugestão de ação. Leia no final de:

 https://ramonlamar.blogspot.com/2021/08/esclarecimentos-e-nova-proposta-sobre.html


PUBLICADO ORIGINALMENTE EM JULHO DE 2021

segunda-feira, 1 de julho de 2024

PARA RELEMBRAR: Imagens da recuperação das lagoas Boa Vista (esvaziamento completo) e Paulino (esvaziamento parcial).

A obra na Lagoa da Boa Vista foi conduzida pela equipe da prefeitura e foi muito bem feita. A obra na Lagoa Paulino começou com uma empreiteira que depois abandonou a obra, e teve que ser terminada às pressas, antes do período de chuvas. Então não houve o esvaziamento completo e troca do peixamento da Lagoa Paulino. Muitos desinformados que não acompanharam a obra de perto dizem que houve esvaziamento completo, mas nunca houve. As fotos estão aí para mostrar. Tanto que as carpas e pirarucus ainda estão lá.

Grande parte dessas "bacias" no fundo das lagoas são feitas pelo movimento das carpas, e em muito menor grau das tilápias. Essa é uma das causas da cor marrom da água da Lagoa Paulino e também do processo de eutrofização, pois esse revolvimento do fundo levanta nutrientes para a proliferação das algas.

Já dei a receita de solução várias vezes. Basta fazer o que foi muito bem feito na Lagoa da Boa Vista. Capacidade técnica para isso temos e se chama Antônio Maciel ("Toninho Macarrão").



Slides utilizados em aulas e palestras sobre o tema.
Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Parece que "descobriram a roda" sobre o aspecto da Lagoa Paulino (atualizado)

Puxa vida, já cansei de escrever aqui no blog sobre a situação da Lagoa Paulino, aqui em Sete Lagoas. Mas agora parece que "descobriram" o motivo de seu aspecto lastimável, especialmente pela manhã e em alguns dias mais que outros. 

A Lagoa Paulino sofre de um problema crônico de EUTROFIZAÇÃO. 


Eutrofização começa com uma chegada de matéria orgânica no corpo d'água. Não, na Lagoa Paulino não há mais lançamentos de esgoto como acontecia até a década de 1970. Contudo, muita matéria orgânica existe acumulada em seu fundo e de diversas origens. Principalmente podemos citar: águas pluviais que carreavam grande quantidade de matéria orgânica (esse problema foi muito minimizado por volta de 2014/2015 quando a prefeitura - depois de muita insistência minha - realizar a limpeza do anel de captação pluvial em sua volta), dejetos provenientes dos próprios habitantes da lagoa (especialmente carpas e outros peixes que foram colocados para alimentar os botos) e a morte das próprias algas que costumam dar cor esverdeada à lagoa.

Na eutrofização, as algas absorvem muitos nutrientes liberados das fontes citadas acima (especialmente nitratos e fosfatos, mas não descarto alguma influência de ferro carreado a partir das chaminés de nossas siderúrgicas). Com tantos nutrientes as algas microscópicas proliferam e criam um tapete verde. Oras, mas isso deveria ser bom! Fotossíntese produz oxigênio para os peixes! Mas não é. Não é porque esse tapete verde não deixa a luz chegar nas outras algas microscópicas que estão na massa de água (e aí essas não podem fazer fotossíntese). E some-se a isso um outro problema: à noite as algas não fazem fotossíntese, mas consomem o oxigênio dissolvido na água. Aí começa a morte de algas e sua decomposição liberando mais nutrientes e consumindo oxigênio. A diminuição do nível de oxigênio dissolvido na água provoca morte de peixes... que liberam mais nutrientes na água.

Tudo isso leva a alteração da cor das águas que depende de vários fatores, inclusive qual tipo de alga está proliferando em qual época do ano. Mas também há o trabalho dos peixes que foram colocados para alimentar os botos (os peixes estão lá até hoje) que revolvem o fundo da lagoa levantando o sedimento, sujando a água de marrom e liberando mais nutrientes. E esses peixes - ao contrário do que disseram os "especialistas" que os colocaram - comeram toda a vegetação enraizada no fundo da lagoa. Sem vegetação enraizada a liberação dos sedimentos para turvar a água é maior ainda. Isso já foi claramente demonstrado em um experimento feito nos Estados Unidos e descrito aqui no blog.

Ou seja, é um conjunto, uma "tempestade perfeita" como se diz. Lagoa rasa (muito rasa), muito sol, muitos nutrientes no fundo, uma fauna não-nativa que "detonou" o ambiente mais ou menos conservado que havia. Proliferação de algas, baixo nível de oxigênio, morte de organismos... mau cheiro... alterações da paisagem.

Como resolver???

A resposta é simples. O mesmo que o prefeito Márcio Reinaldo mandou fazer na Lagoa da Boa Vista (mesmo não recebendo licença do Estado, cuja Secretaria de Meio Ambiente do ex-governador Pimentel disse precisar de dois anos para analisar e dar a licença). Tirar toda a água, remover parte do sedimento, impermeabilizar novamente a lagoa e colocar nova fauna de peixes (ictiofauna). Eu particularmente acho que deveríamos colocar apenas lambaris nativos (piabas) na Lagoa Paulino para evitar outros problemas, mas há algumas outras possibilidades que devem ser feitas e pensadas por quem realmente é especialista no assunto (ou conhece bem o problema, em vez de criar outros). 

Hoje vocês podem ver a Lagoa da Boa Vista com águas transparentes e algas (Chara) no fundo, segurando os sedimentos. Mas a Lagoa da Boa Vista ainda precisa de uma fonte artificial de água para manter seu espelho d'água o ano inteiro (ao contrário da Lagoa Paulino que ainda tem minadouros a ela relacionados). Algumas de nossas lagoas só vão se manter artificialmente, com aporte de água (especialmente Boa Vista e Catarina). A lagoa do Cercadinho teve suas nascentes em parte "reabilitadas" pelo trabalho do Dr. Lairson Couto quando Secretário de Meio-Ambiente.

Algas Chara no fundo da Lagoa da Boa Vista após a reforma feita no mandato do prefeito Márcio Reinaldo. Observe a água límpida e a presença das algas no fundo que ajudam a manter o sedimento no lugar, não deixando-o turvar a água.

Carpas e alguns outros peixes se alimentam do lodo do fundo da lagoa, criando essas bacias onde também se reproduzem. Ficam circulando ali para se alimentar de lodo e levantando os sedimentos o que torna a água turva. E comem toda a vegetação de fundo.


Basicamente é isso... tudo está aqui no blog e em outros periódicos que me pediram explicações sobre o problema... abaixo alguns links daqui mesmo:

https://setelagoas.com.br/noticias/cidade/21658-eutrofizacao-da-agua-da-lagoa-paulino-aumenta-e-preocupa-professor

http://ramonlamar.blogspot.com/2015/07/eutrofizacao-volta-com-forca-na-lagoa.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2011/06/eutrofizacao-nas-lagoas-e-nivel-da-agua.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2012/05/eutrofizacao-na-lagoa-paulino.html

http://ramonlamar.blogspot.com/2013/10/carpas-e-turbidez-da-agua-enfim-uma-boa.html


Ramon Lamar de Oliveira Junior - Biólogo - Professor

Mestre em Morfologia (UFMG) na área de Reprodução de Peixes


PS.: Alguns slides usados em aulas.




PS2.: O Jornal Sete Dias publicou reportagem hoje (11/06/2021) sobre o tema, com vários erros de biologia de lagoas, erros históricos e erros conceituais. O link da reportagem é: http://setedias.com.br/noticia/manchete/53/lagoa-paulino-pede-socorro-material-organico-mata-lentamente-um-dos-cartoes-postais-da-cidade/25648

Em comentário publiquei algumas ressalvas:
Primeiramente convém lembrar QUE NÃO HÁ LANÇAMENTO DE ESGOTO CLANDESTINO NA LAGOA PAULINO. Os entrevistados devem ou deveriam saber que  há um anel de captação de águas pluviais (uma galeria de aproximadamente 1,5m de largura e 1,3m de altura) em volta de toda a Lagoa Paulino e que a mesma já foi esvaziada algumas vezes não se detectando mais os lançamentos de esgotos clandestinos. Quando o anel de captação foi feito pelo SAAE na década de 1980, todas as emissões clandestinas foram eliminadas. Inclusive, por insistência minha, foi feita uma limpeza desse anel de captação em 2014 quando transbordava continuamente para a lagoa, causando a piora na DBO da lagoa.
Realmente não descarto que enxurradas ainda possam levar matéria orgânica para dentro da lagoa, inclusive já pedi várias vezes que fosse fiscalizado e autuado o lançamento de óleo de fritura nas tubulações de coleta pluvial que passam pela "feirinha" da praça Dom Carmelo Mota.
Já foram feitas tentativas infrutíferas de usar filtração para remoção de algas microscópicas (fitoplancton). Simplesmente o volume é tão grande que é impossível proceder a uma filtração. Podem consultar a Secretaria de Meio Ambiente, isso foi tentado em 2014, se não me engano.
A lavação de carros lança sim detergentes no interior do corpo d'água. Basta observar o "cuidado" com que a lavação é feita. Esponjas lotadas de detergentes são lavadas dentro da lagoa. Detergentes são fontes de fosfato, que contribui para a eutrofização.
Colocar CARPAS SABIDAMENTE É UM DESASTRE e só piora a eutrofização. Bom consultar trabalhos científicos sobre o tema. Aliás a colocação de carpas que foi feita para alimentar os botos é uma das principais causas do problema.
E finalmente, lodo não é resultado da decomposição de matéria orgânica. Lodo são algas, no caso algas que morreram e formam esse tapete na superfície.
Sugiro ler diversas postagens minhas sobre o tema em meu blog.
Acompanho essa questão da Lagoa Paulino desde a década de 1980, quando ainda estava cursando Biologia na UFMG.
Seria importante conhecer um pouco mais sobre a história da lagoa e as obras que foram feitas no passado, as intervenções que eram potencialmente importantes para resolver o problema e as que já foram feitas e resultaram em catástrofe (COMO A INTRODUÇÃO DE CARPAS).
Solução para o problema é fazer o mesmo que foi feito na Lagoa da Boa Vista, mas aconselho que sejam introduzidas apenas espécies nativas, preferencialmente lambaris (piabas), para que o problema não se repita e não surjam outros problemas.

Ramon Lamar de Oliveira Junior - Sete-lagoano - Mestre em Biologia pela UFMG


Aqui, uma de minhas cobranças para a limpeza da galeria ou anel de captação: http://ramonlamar.blogspot.com/2011/01/lagoa-paulino-e-o-anel-de-captacao-de.html

FOTOS:
Limpeza parcial da Lagoa Paulino em 2013 (não poderia ser feito o esvaziamento completo por falta de autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente) mostrou que não há lançamento clandestino de esgoto sanitário na Lagoa Paulino.

Galeria pluvial ou anel de captação em volta de toda a Lagoa Paulino.
A foto foi feita de uma das aberturas para entrada e manutenção, como as da foto seguinte.



PS3.: A Lagoa Paulino apresenta contaminação por cianobactérias que, sabidamente podem produzir cianotoxinas. Essas cianotoxinas em contato com a pele podem provocar reações alérgicas com vermelhidão e, dependendo da sensibilidade da pessoa, problemas mais graves. Portanto LIGAR A GRANDE FONTE DA LAGOA PAULINO NÃO É UMA ALTERNATIVA PARA AUMENTAR O NÍVEL DE OXIGÊNIO NA LAGOA. O spray produzido pela fonte atinge os passantes do entorno da lagoa, dependendo da direção e velocidade do vento. Assim, estaríamos expondo os passantes ao contato com as cianotoxinas. 
Aliás, a proibição de uso das águas da Lagoa Paulino se deu exatamente por exames que constataram a presença de cianobactérias na mesma em grande quantidade. Certamente, algum pedestre que está lendo esta postagem já foi atingido por esse spray da fonte da Lagoa.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Mortandade de peixes na Lagoa Paulino assusta.

Caminhando na orla da Lagoa Paulino nos últimos dias não pude deixar de perceber a grande ocorrência de morte de peixes, notadamente tilápias (nem sei se ainda há outras espécies na lagoa além de tilápias e carpas).
Até cheguei a pensar que se tratava de peixes abandonados por algum pescador incomodado pela polícia. Mas não! Nesta manhã, flagrei um peixe debatendo-se na superfície da água em aparente falta de oxigenação.
A cor fortemente amarronzada da água indica grande turbidez com pequena penetração de luz. Provavelmente as microalgas estão em declínio populacional, diminuindo assim a taxa de fotossíntese e produção de oxigênio.
Algo precisa ser feito urgentemente antes que o assunto vire manchete de jornais por mais um descuido com a questão ambiental. Ligar os aeradores e até mesmo a fonte (sugiro ligar a fonte somente durante chuvas ou nas madrugadas, para evitar o spray sobre a população... uma vez que a água pode estar contaminada com cianotoxinas).
Já foram dadas diversas sugestões aqui no blog... é só pesquisar. Desde comportas para realizar a troca efetiva da água (obra de baixo custo) até o esvaziamento total, retirada de sedimentos orgânicos e recomposição do leito, bem como um novo peixamento com espécies nativas. Talvez um dia isso seja uma prioridade. 
E convém lembrar que essa é a situação na lagoa central da cidade, no maior atrativo turístico que temos, que gera impostos a partir de numerosos comércios ali localizados em sua orla. Imagine só a situação caótica de bairros mais distantes e sem essa visibilidade.
Por enquanto o discurso oficial não é condizente com uma cidade que oficialmente é a nona economia do Estado de Minas Gerais. 

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Convém lembrar que não sou candidato a nada. Que esse blog existe já faz muito tempo e não tem o objetivo de fazer política partidária. Retratamos a realidade quando cabem elogios e quando cabem críticas. Gestão profissional e não simples ações amadorísticas. É disso que a cidade precisa com urgência.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

ÁGUA EM SETE LAGOAS: AVANÇOS E RETROCESSOS

  • A construção da ETA para captação de água no Rio das Velhas foi, sem dúvida alguma, um avanço. Só quem acompanhou os dados sobre o Estudo Hidrogeológico sabe o risco do colapso do solo em vários pontos da área central da cidade por causa da extensa utilização dos lençóis subterrâneos. Pode-se ler a TESE do Paulo Galvão na internet, disponível no site da USP (Clique AQUI). O resumo é o que se segue:

Modelo hidrogeológico conceitual de Sete Lagoas (MG) e implicações associadas ao desenvolvimento urbano em regiões cársticas
Esta pesquisa integrou estudos geológicos, hidrogeológicos, geoquímicos e de isótopos estáveis no município de Sete Lagoas (MG), Brasil, com o objetivo de entender a circulação da água em terreno cárstico e propor alternativas para o seu melhor uso, a fim de se evitar problemas geotécnicos. A área é constituída por calcários neoproterozoicos da Formação Sete Lagoas, onde se desenvolveram condutos cársticos, dando origem ao aquífero homônimo, o qual está coberto por sedimentos cenozoicos inconsolidados e, ocasionalmente, por rochas metasedimentares neoproterozoicas da Formação Serra de Santa Helena. Foi observado que neste aquífero a porosidade primária é muito baixa e a secundária (micro-fraturas) é igualmente reduzida, devido ao preenchimento por calcita. O grande volume de água subterrânea migra através da porosidade terciária caracterizada dominantemente por dois planos de acamamentos carstificados e, em menor grau, por fraturas sub-verticais carstificadas. A recarga, relacionada às chuvas que ocorrem no período de outubro a dezembro, se dá através de sumidouros, entradas de cavernas e onde o calcário está sob os sedimentos cenozoicos. Um detalhado estudo avaliando os efeitos de escala permitiu também o estabelecimento da distribuição das permeabilidades do Aquífero Sete Lagoas. Outros resultados obtidos também estabeleceram que as extrações de águas subterrâneas estão associadas aos eventos geotécnicos cársticos localizados na área urbana do município. A elevada extração das águas subterrâneas faz com que o plano de acamamento carstificado mais raso, em algumas áreas, esteja inteiramente na zona não saturada, provocando os eventos geotécnicos. Um mapa de risco geotécnico identifica, a partir da litologia e do nível de água subterrânea, cinco níveis. Este tipo de mapeamento deveria orientar as extrações e os cuidados na ocupação do terreno urbano em Sete Lagoas, prevenindo ou retardando a ocorrência de novas subsidências ou colapsos.
  • Por outro lado vemos a AMBEV com uma outorga de retirada de águas do subsolo equivalente à metade de toda a água que é retirada pelo SAAE para os fins de abastecimento público... haja aquífero...
  • E para piorar as mudanças do Plano Diretor reduziram basicamente em toda a cidade, de 30 para 25%, a exigência de área permeável nos imóveis novos a ser construídos... sem contar a vexaminosa anistia dada no final de 2012 para os imóveis que não cumpriam a lei sobre a área de permeabilidade.
  • Iniciativas de plantio de árvores ainda são modestas e concentradas em áreas centrais, mais como "embelezamento" do que com as finalidades práticas de melhorar a qualidade do ar, conforto térmico e aumento da absorção de água pelo solo.


Ramon L. O. Junior 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Reformas nas lagoas de Sete Lagoas

Recebemos no CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA da FACULDADE SANTO AGOSTINHO DE SETE LAGOAS, o Sr. Antônio Maciel (conhecido carinhosamente como Toninho Macarrão), funcionário de carreira da Prefeitura Municipal de Sete Lagoas, que em uma palestra acompanhada com grande atenção pelos alunos da disciplina BIOLOGIA E RECUPERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS LACUSTRES explanou sobre as reformas sofridas pelas lagoas de nossa cidade em tempos recentes.

Sobre a Lagoa Paulino, contou-nos que a mesma passou por várias reformas, sendo a última conduzida em 2013, com esvaziamento parcial, retirada de parte do assoreamento, eliminação de pontos onde ocorriam vazamentos de esgoto e recuperação do seu talude que se encontrava com vários pontos de erosão. A obra teve contratempos pois a empresa vencedora da licitação abandonou a obra na metade de sua execução, sendo que a Prefeitura Municipal teve que realizar a finalização, correndo contra o tempo pela proximidade do período de chuvas.

Início do esvaziamento da Lagoa Paulino. Notem o estado do talude.
Com o esvaziamento observam-se as "bacias" formadas pelos peixes que se alimentam do lodo do fundo da lagoa (especialmente as carpas e tilápias). A movimentação constante do lodo contribui para a eutrofização da lagoa.

Talude recuperado com recolocação das pedras.
Fotos: Ramon L.O. Junior
Maciel esclareceu aos estudantes que a Lagoa da Boa Vista também já passou por várias reformas importantes. A última, e de grande expressão, ocorreu em 2013 com esvaziamento total, retirada de praticamente todo o assoreamento depositado nos últimos anos, eliminação de pontos onde ocorriam vazamentos de esgoto e recuperação do seu talude com um novo enrocamento de pedras em forma de gabião e com o uso de manta sob esses pontos. A falta de licença da Secretaria Estadual de Meio Ambiente para o esvaziamento total da lagoa acabou gerando uma multa ao município. Contudo, justificou-se a ação pela demora incomum em se conceder ou não a referida licença por parte do órgão estadual. Com isso, no início de 2013 foram realizadas obras, com o intuito de melhorar o aspecto físico-ambiental da lagoa. Algumas das ações realizadas pela Secretaria de Obras, Infraestrutura e Políticas Urbanas da Prefeitura de Sete Lagoas, foram: desassoreamento por meio da inclusão de mantas para impermeabilização do fundo da Lagoa, colocação de bancos, rampas de mobilidade urbana e lixeiras ao redor do ambiente lacustre.

O esvaziamento da Lagoa da Boa Vista teve que ser feito com auxílio de bomba devido ao posicionamento incorreto da comporta construída anteriormente.

Recuperação do talude com a construção de gabião.

Parte recuperada do talude com enrocamento de pedras sobre lona e amarração com tela.
Fotos: Ramon L. O. Junior
Já a lagoa do Cercadinho sofreu, a partir do ano de 2004, uma revitalização, após o decreto nº 2.917 de 2003. Em sua revitalização foi removida parte do material que a assoreava e foram revitalizados os minadouros. As ações não puderam ser concretizadas pois pretendia-se usar uma manta impermeável no fundo da lagoa, entretanto a chegada das chuvas precipitou o encerramento da mesma. Contudo, as ações realizadas foram efetivas e a lagoa tem mantido o espelho d'água com certa estabilidade.

Construção de barragem subterrânea (com lona plástica) no sentido longitudinal da Lagoa do Cercadinho.

Afloramento de água no leito da Lagoa do Cercadinho como resultado da revitalização dos minadouros.
Fotos: Secretaria Municipal de Obras de Sete Lagoas
Mais informações sobre as obras realizadas encontram-se no trabalho produzido pelos alunos da disciplina com base nas informações repassadas oralmente e por meio de documentos, que pode ser acessado AQUI.

domingo, 10 de julho de 2016

ESTUDO PRELIMINAR DE PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO NA LAGOA DO VAPABUÇU E NA LAGOA DAS PIRANHAS.

PERÍMETRO COMPARATIVO DAS LAGOAS

Lagoa da Boa Vista: 1300m
Lagoa do Vapabuçu: 1400m
Lagoa das Piranhas: 2200m

Projeta-se, nitidamente, um elevado custo para a urbanização das Lagoas do Vapabuçu e Piranhas nos mesmos moldes que foi feito na Boa Vista. Devemos ainda levar em consideração o estado do leito das duas lagoas que demandaria supressão extrema de vegetação palustre e destinação do sedimento.


PROPOSTA PARA A LAGOA DO VAPABUÇU

- Determinação da área da lagoa e respectiva APP.
- Arruamento da orla da lagoa com pavimentação com bloquetes.
- Demarcação de áreas no interior e margem da lagoa que serão preservadas ecologicamente como locais cercados para alimentação e reprodução da avifauna e ictiofauna.
- Aprofundamento do leito e remoção de sedimento em partes da Lagoa. Uso dos sedimentos para construção de ilhas ou ampliação de penínsulas.
- Construção dos taludes
   - Em parte com o enrocamento de rochas compactadas.
   - Em parte com estacas de madeira.
   - Em parte com a manutenção de margens naturais.
- Construção de comporta.
- Verificação da necessidade de aporte de água para manutenção do espelho d’água.



PROPOSTA PARA A LAGOA DAS PIRANHAS

- Determinação da área da lagoa e respectiva APP.
- Retirada de todas as fontes de lançamento de esgoto sanitário.
- Demarcação do perímetro da Lagoa e sua APP por meio de cercamento.
- Desassoreamento de parte do leito da lagoa que esteja impactado pela ação antrópica.
- Criação de um Parque Municipal na forma de uma ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico) justificada pela preservação da flora e fauna local, dos processos naturais de sucessão ecológica e possibilidade de pesquisas científicas na área.
- Construção de instalações para observação dos processos naturais, estação meteorológica, “laboratório” para separação de amostras e suporte a pesquisadores, píer e torre de observação.
- Verificação da necessidade de aporte de água para manutenção dos trechos de espelho d’água.
- “A Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) é uma região que possui características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, preferencialmente declarada - pela União, Estados e Municípios - quando tiver extensão inferior a cinco mil hectares. Fazem parte da categoria III da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), "conservação das características naturais".
- As ARIE têm pouca ou nenhuma ocupação humana, constituída por terras públicas ou privadas. Sua finalidade é a manutenção dos ecossistemas naturais de importância regional ou local. Seu uso deve regular, a cada caso, atividades que possam pôr em risco a conservação dos ecossistemas, a proteção especial das espécies endêmicas ou raras, ou a harmonia da paisagem.”


Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Lagoa Paulino: como resolver seus problemas ambientais e de qualidade da água.


Para resolver em definitivo os problemas da Lagoa Paulino precisamos:

1) Esvaziar totalmente a lagoa para que se possa:
- Remover o excesso de nutrientes depositados no sedimento.
- Aprofundar um pouco o leito da mesma.
- Desobstruir os minadouros que se encontram na orla oeste da lagoa (Av. Getúlio Vargas).
- Compactar o leito para impedir perda de água por infiltração após a remoção do sedimento (uso de argila).
- Construir nova comporta que permita que se troque a água do fundo da lagoa durante fortes chuvas e não a água da superfície.
- Mudar o peixamento para um que seja feito com espécies nativas, especialmente lambaris e traíras, e forma a remover as carpas que revolvem o fundo e ainda não deixam desenvolver as algas de fundo que seguram e estabilizam o sedimento.
2) Desobstrução a cada dois anos da galeria de águas pluviais do entorno da lagoa de forma a evitar a entrada de sedimentos durante fortes chuvas.
3) Troca da rede coletora de esgotos da Av. Getúlio Vargas no trecho entre R. Nestor Fóscolo e R. Monsenhor Messias onde ocorre um estreitamento da mesma (conforme informações do SAAE), evitando assim eventos que possam provocar transbordamento de matéria orgânica para a lagoa.
4) Proibição da lavação de carros na orla, pois os detergentes usados contêm fosfatos que pioram a qualidade da água por aumentarem a disponibilidade de nutrientes para proliferação de algas (eutrofização).
5) Reconstrução do talude pois a última reforma feita deixou muitas irregularidades (a construtora que ganhou a licitação desistiu da obra na metade e a prefeitura estava tocando simultaneamente a reforma da Lagoa da Boa Vista... e o tempo de chuvas não espera).
6) Revisão da dimensão da faixa de vegetação da orla da lagoa de forma a permitir um melhor trato daquilo que é plantado e um melhor controle de pragas que lá se estabeleceram (especialmente tiririca e erva-de-touro).
7) Análises periódicas da água para estarmos alertas a qualquer alteração potencialmente preocupante.

Com isso espera-se:

1) Resolver o problema da eutrofização (água verde, morte de peixes por falta de oxigenação, mau cheiro da água).
2) Ter um peixamento com espécies nativas que não provocam alterações adversas na lagoa.
3) Reestabelecer a presença de "vegetação enraizada", notadamente algas carófitas que ajudam a estabilizar o sedimento, mantendo a água limpa.
4) Prevenir novos problemas futuros.
5) Facilitar as ações de paisagismo da orla de forma a torná-lo mais limpo e de fácil manejo.

Situação das águas da Lagoa Paulino na manhã de 11 de julho de 2016. Observem os grandes blocos de algas no primeiro plano.
Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Finalmente a limpeza da galeria pluvial do entorno da Lagoa Paulino

Já perdi a conta de quantas vezes solicitei a tal limpeza. Uma das vezes foi AQUI, quando flagrei após uma chuvinha rápida que toda a água da enxurrada (e também esgoto acumulado nas galerias) estava atravessando a galeria e caindo na Lagoa Paulino. 
Hoje, passando pelo local das obras - próximo à Ilha do Milito - tive a oportunidade de conversar com funcionários da CODESEL que estavam fazendo a limpeza. Conforme os mesmos, a quantidade de entulho (um tipo de areia grosseira, com resíduos de cimento) chega a formar uma camada de uns 50-60 centímetros no fundo da galeria. No momento, eles estavam removendo o entulho de um trecho de menos de 100 metros e já haviam recolhido 3 caçambas cheias do material. O trabalho é lento pois os funcionários precisam trabalhar dentro da galeria e o entulho é trazido para fora por baldes.
Mas é uma boa notícia! Depois que outras pessoas haviam me garantido que não havia entulho na galeria (eu estaria tendo uma alucinação, quem sabe), agora está aí a prova do assoreamento. As fotos mostram o trabalho de limpeza usando enxadas e dá para perceber o desnível nos pontos em que o material foi removido.
Trata-se de um passo importante para a manutenção de uma qualidade melhor da água da Lagoa Paulino. Espero que tal limpeza seja feita de 4 em 4 anos, pelo menos.




Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

terça-feira, 30 de julho de 2013

Eutrofização da Lagoa Paulino e Regressão da Lagoa Grande

Eutrofização da Lagoa Paulino é vista em nova foto do Google Earth: seta branca (observem o trecho mais esverdeado). Se você tem o Google Earth, habilite o "Imagens Históricas" em Visualizar, e tire suas conclusões...

Imagem identificada como Abril de 2013
A nova imagem pegou um trecho da Lagoa Grande (metade). Comparando as imagens antigas, no trecho registrado, a redução do nível da água é patente... mesmo a nova imagem sendo em abril (pós-chuvas) e a antiga em agosto (plena seca).

Imagens: Google Earth