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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Vamos desempatar esse jogo?

Clique nas imagens para ampliá-las.

Gol a favor (10 min do primeiro tempo, "o valor de jogar em casa"):
Paisagem das lagoas.


Gol contra (12 min do primeiro tempo, "frango do nosso goleiro"):
Poluição das lagoas. (É com essa água limpinha que carros
são lavados no entorno da Lagoa Paulino.)


Gol a favor (43 min do primeiro tempo, "gol chorado, bateu na trave e entrou"):
Patrimônio histórico.


Gol contra (7 min do segundo tempo, "gol de bola parada não pode"):
Patrimônio ameaçado pela lentidão. Dezenas de acordos assinados... e nada.


Gol a favor (32 min do segundo tempo, "belo gol de voleio"):
O céu é o limite. Sem poeira seria melhor ainda.


Gol contra (40 min do segundo tempo, "bola mal recuada, desatenção da defesa"):
Imagine se os comerciantes fizessem isso!
(Essas "peças publicitárias" têm qual retorno?)


Ainda temos alguns minutos e os acréscimos. Reação, Sete Lagoas, reação!!!

Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sete Lagoas: O Balneário Industrial (segundo a Veja).

Para quem não teve o "prazer" de ler a matéria da última Veja.



Em seguida, 11 trechos comentados:

(1) cenário bucólico: retrata as belezas da vida do campo, o dia a dia dos pastores e ovelhinhas, os costumes ingênuos, a tranquilidade do contato com a natureza, o rio de esgoto que passa em frente ao meu prédio, as nuvens de pó de carvão, o som bovinomotivo nas madrugadas...
(2) casas de veraneio dos ricos de Belo Horizonte: Sete Lagoas só tem pobres. As fazendas ou haciendas em torno dos nossos lagos são propriedades dos ricaços de Belo Horizonte, que, inclusive, voam para cá de helicóptero (já que a roça não tem sequer um campo de pouso).
(3) às margens dos seus lagos: lagos são resultantes da transformação em grande escala da superfície terrestre, ou seja, são muito maiores do que as lagoas. Exatamente o que temos aqui. O que está errado então é o nome da cidade, precisamos mudar para Sete Lagos, é mais grandioso e os ricaços vão se sentir mais valorizados!
(4) região balneária: região onde podemos realizar banhos. Aliás, a natação em nossas lagoas (ou lagos) é altamente recomendável e o sol em nossas praias é o melhor do país.
(5) frenesi do anel industrial: é grande a movimentação de veículos, principalmente grandes caminhões, carretas e bitrens ao redor de nossas siderúrgicas, da IVECO e da AMBEV. Tão grande que já se pensa em aumentar de 6 para 12 pistas de alta velocidade.
(6) Durante a última crise financeira internacional, essas empresas não só mantiveram viva a economia de Sete Lagoas como também ajudaram a absorver os 4000 desempregados da siderurgia: A última crise deve ser aquela dos Estados Unidos, né? Depois já teve a da Grécia e também dos tachos de cobre e alambiques. Na tal crise americana, a IVECO e suas associadas cortaram turnos de serviço, deixaram muita gente na mão-de-calango, deram férias coletivas, demitiram os mais novos de casa sumariamente. Foi um Deus-nos-acuda! Agora retomaram os turnos de trabalho e estão em pleno vapor. Não acredito que tenham empregado nem 100 dos alegados 4000 defenestrados da siderurgia. E se as siderurgias estão demitindo, não é por causa de crise nova. Isso é história antiga (sem minério, sem carvão e dolar em queda, o quê as siderúrgicas vão fazer aqui?).
(7) uma série de fornecedores que se instalaram nas imediações de suas plantas: bom, existem séries pequenas, né? E que plantas seriam essas? Coitados dos pequizeiros, cagaiteiras, paus-santos, paus-terras e paus-terrinhas!!!
(8) classe média com novas necessidades - e disposta a gastar com prazeres mais refinados: prazeres são necessidades? Até certo ponto eu diria que sim, mas alguns são apenas supérfluos e necessidade de autoafirmação. A maioria desses prazeres refinados resume-se à luta para comprar um carro em 72 vezes, regozijando-se em mostrá-lo em volta do Lago Paulino. É o glamour do carro, já identificado na década de 80 por um amigo nosso, infelizmente já falecido. O prazer de uma boa leitura, por exemplo, é coisa que poucos conhecem. Só temos duas livrarias para 220.000 habitantes. Em breve teremos uma no Shopping (vem aí o glamour do Shopping!), onde poderemos comprar livros de autoajuda e guias turísticos de New York e Paris.
(9) agência de babás que atende uma clientela de mães com agenda lotada de dia e ávida por desfrutar a noite: ficar com os filhos, curti-los, vê-los crescer... isso é uma parte fundamental do desfrutar a vida. Esse prazer não volta. Lamentável essa parte da matéria. Até entendo que babás são necessárias, mas não apenas para motivos fúteis. E se as mães setelagoanas estão com essas ideias, temo mais ainda pela ideia dos pais. É a igualdade de direitos, né? "Se ele pode ir pro boteco e exibir carro, eu também posso... cadê a babá que não chega?"
(10) uma enoteca: sem comentários, aliás, apenas um. O negócio agora é saber saborear um vinho mesmo que detestável. Vinho bom é aquele que cada um gosta. Eu gosto de vinho tinto suave (doce mesmo). Se não tiver, prefiro um refrigerante.
(11) elite nascente é ávida, naturalmente, por condomínios luxuosos. Construídos por empresários locais, eles exibem a riqueza de seus compradores e ajudam a aquecer a economia de Sete Lagoas: ué, os ricaços não eram os belorizontinos? Está aí aberta a possibilidade de transformar a Lagoa da Chácara em um megapluscondominioluxuoso. Dane-se o resto. O negócio é se exibir. (O Ministério da Saúde adverte: Esse trecho está com forte cheiro de matéria paga.) No fim das contas, estamos procurando é apenas isso? Ter e mostrar que tem? Não seria melhor Ser, apenas?

Ah, e tem o título da figura que ilustra a linha de produção da AMBEV: DINHEIRO ATÉ A TAMPA. Socorro, reforcem a polícia setelagoana!!!


Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Arborização sob fiação elétrica

Na foto seguinte temos as espirradeiras floridas (Nerium oleander) e, mais abaixo, a falsa-murta (Murraya sp). Observe que não é tão difícil conseguir espécies vegetais adequadas para locais sob fiação.


Infelizmente, as calçadas são muito estreitas (como acontece em quase todas as cidades), mas como é uma rua de menor trânsito, não chega a causar transtornos. Parabéns aos moradores que escolheram uma arborização adequada, dentre as que temos disponíveis.
Ambas, evidentemente, apresentam também seus problemas. A espirradeira é uma planta tóxica, ou seja, a ingestão de partes da planta pode causar problemas, especialmente para as crianças. Mas cabe a todos nós alertarmos as crianças sobre isso. Afinal de contas, são raras as plantas que não são tóxicas. A quase totalidade delas está nas hortas! A falsa-murta está proibida no estado de São Paulo pois acredita-se que ela pode hospedar um parasita dos laranjais.

Texto e Foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Cruzeiro ajudando o Corinthians

O Cruzeiro enfrenta o Corinthians hoje, em Uberlândia. Uberlândia é quase São Paulo. É a mesma coisa que enfrentar o Flamengo em Juiz de Fora. Não sei se o Timão vai aproveitar e faturar uns pontinhos, mas o episódio serve para mostrar o cabeçafraquismo dos dirigentes cruzeirenses. Trocar a Arena do Jacaré ou mesmo o Ipatingão por um estádio numa região lotada de corintianos. A sorte do Cruzeiro é que meu Corinthians é totalmente irregular. Vamos ver.
Ah, torço muito pelo Cruzeiro, pelo Atlético, pelo América e pelo Democrata. Mas não quando eles jogam contra o Corinthians!!!

Corintianos comemorando vitória sobre o Cruzeiro no Pacaembu em 2006.

Foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dilma não foi ao debate na Canção Nova

A candidata do PT, líder nas pesquisas eleitorais, faltou ao debate das TVs católicas, transmitido pela Canção Nova alegando "problemas de agenda". Entretanto, a candidata publicou em seu Twitter, antes e durante o debate, as seguintes mensagens.

O Twitter da candidata Dilma.

Tremenda "bola fora" da candidata. Falou em dormir cedo porque tinha panfletagem no outro dia. Indicou vídeo do Pato Fu. Contou as aventuras do dia. Nem ao menos para justificar sua ausência ao debate. Lamentável.
Claro que há a hipótese de um assessor(a) ser a verdadeira Dilma que posta no Twitter e, num lapso temporal, postou as abobrinhas em hora imprópria. Não posso acreditar que a própria Dilma não estivesse assistindo ao debate pela TV ou internet. Pelo visto, cabeças vão rolar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Vinháticos do Parque da Cascata

Copa de um dos vinháticos do Parque da Cascata. (Plathymenia sp)
O turista quer tirar fotos. Agora então, com o advento das câmeras digitais e celulares que fotografam e filmam, virou mania mundial. Daí os "pontos turísticos" devem apresentar locais que os simbolizam, que as pessoas possam fotografar e depois mostrar aos amigos dizendo: "Eu estive lá!"

Sequoia e turistas: Parque Nacional das Sequoias (Califórnia, USA). Fonte: http://jalopnik.com
Em Sete Lagoas não temos sequoias, mas temos outras árvores bem bonitas e interessantes. Três delas encontram-se no Parque da Cascata. São três vinháticos centenários com cerca de 20 metros de altura. Trilhas foram construídas exatamente para levar o turista até elas. Duas pessoas seriam suficientes para abraçar o tronco e sair na foto. Mas não tem como tirar essa foto. Os vinháticos estão cercados por arame farpado, provavelmente para impedir que sua casca seja arrancada para ser usada em chás ou "garrafadas".

Vinhático (Plathymenia sp) cercado por arame farpado.
Melhor do que o arame farpado seria um aviso da proibição de remover a casca e punições cabíveis. Os turistas apenas podem ver uma placa no pé de cada árvore com o nome da espécie (cortesia do CDL), nenhuma informação sobre as mesmas. Aí está um bom serviço para a SELTUR, SEMMA e ADESA. Que tal olhar a situação dos vinháticos e providenciar a identificação e informações sobre outras árvores do parque. Os visitantes certamente irão apreciar.

Fotos dos vinháticos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Será que leram o blog???

dEm 30 de julho, publiquei a foto abaixo que mostra o capinzal no acesso para o Parque da Cascata. Mais adiante até que a estrada estava mais bem cuidada.

30/julho/2010

Qual não é a minha surpresa, ao voltar ontem ao parque, ver que o trecho já estava capinado e com os meio-fios pintados, como se vê na foto seguinte. Pena que só ficou bonito após as férias, né?
E o importante não é só a beleza e organização. O mato alto nas margens da estrada pode receber, por exemplo, uma bituca de cigarro e iniciar uma queimada daquelas assustadoras, quanto mais nessa época do ano.

22/agosto/2010

Não sei se alguém da Seltur leu o blog e deu o toque lá. Por via das dúvidas, no próximo ano eu aviso em maio, para eles terem tempo de se organizarem e cuidarem da estradinha antes das férias, para que os turistas e até mesmo nós setelagoanos que frequentamos o parque, possamos sentir que o mesmo não se encontra abandonado. Vários trechos da trilha foram consertados e cimentados. Parabéns, continuem assim. É o caminho certo.

Foto e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Lixeiras no papel e o papel das lixeiras

- Jogue o lixo na lixeira.
- Mas cadê a lixeira?

(A) - Ah, até que tinha lixeira aqui, mas foi depredada.
(B) - Lixeira só tem no centro da cidade, aqui é bairro, não precisa. (???)

(C) - Estamos fazendo uma licitação para ver qual empresa venderá publicidade nas lixeiras. (???)

(D) - O gato comeu!!!

(E) - Lixeira? O que é isso?

Quando vejo iniciativas de colocação de lixeiras nas calçadas, já tenho, admito, um preconceito: serão lixeiras de péssima qualidade, de manuseio complicado para esvaziamento, frágeis, com o único objetivo de colocar uma publicidade. Ou então serão lixeiras para lixo reciclável, coloridas e bonitinhas... aí o caminhão do lixo vem e junta tudo na caçamba.
Recentemente, li sobre um projeto de lei em discussão ou aprovação na Câmara Municipal sobre lixeiras para lixo reciclável. Aliás, dois projetos, um vinculando a panfletagem nas ruas à instalação das tais lixeiras. Só temo que, no final das contas, fiquem como as da foto abaixo.

Lixeiras no centro da cidade (final da Monsenhor Messias).
Eram coloridas e para lixo reciclável.
Como não há uma coleta seletiva
eficiente, estão todas verdes.
Será que um dia a ideia amadurece?

Por que não tentamos coisas diferentes, mais inteligentes? Veja na foto abaixo uma lixeira, colocada pelo próprio lojista, em sua calçada. Onde? Holambra, SP.

Lixeira em Holambra, SP.

Quem sabe não estamos precisando de iniciativas como essa? Na próxima semana, colocarei uma dessas na frente da minha escola (Núcleo de Aprendizagem) na Rua Monsenhor Messias. Orientarei o porteiro para só deixá-la na calçada quando ele estiver efetivamente na portaria. Ao fim do dia, transfere-se o lixo para um saco plástico para recolhimento. Vamos tentar. Depois eu conto os resultados.

Texto e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: A lixeira foi colocada na frente do Núcleo De Aprendizagem e está sempre disponível quando o porteiro se encontra na frente do prédio. O resultado foi excelente. Outros comerciantes da região central também adotaram o mesmo esquema, como a Loja Beco, também na Monsenhor Messias. (26/03/2013)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Campo Rupestre da Serra do Cipó: Flores

Os campos rupestres, também conhecidos como campos de altitude, são formações que ocorrem exclusivamente no alto de algumas serras brasileiras, situadas numa altitude média acima de 900 m. São em geral, campos abertos e atravessados por inúmeros riachos e rios permanentes; as temperaturas neste ecossistema são extremas no inverno, às vezes abaixo de 0°C. A maior parte dos campos rupestres está localizado em Minas Gerais (Parque Nacional da Serra do Cipó e no Parque Natural do Caraça), na Bahia (Serra de Jacobina, na Chapada da Diamantina) e em Goiás (Chapada dos Veadeiros e Serra do Pirineus).

O solo é pedregoso, possui baixa capacidade de retenção de água e as formações rochosas são muito comuns, crescendo a maior parte das plantas nas pequenas frestas erodidas. Como após as chuvas as águas escoam rapidamente por sobre as rochas, não há formação de lençol freático. O ambiente portanto é seco, e as plantas desenvolveram adaptações diversas para resolver o problema da falta de água. A biodiversidade deste ecossistema é grande, variando inclusive de uma região para outra. As plantas são quase todas rasteiras, encontrando-se, arbustos baixos.

As raras árvores não passam dos 2 m de altura. Diversos tipos de Líquens, Orquídeas e Sempre-vivas são encontradas na região, além de inúmeras outras plantas de grande valor ornamental, como o Paepalanthus, por exemplo. A fauna dos campos rupestres é rica em espécies de anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos, além de uma infinidade de insetos.

Fonte: Atlas Climatológico do Brasil - Ministério da Agricultura, Era Verde? - Ecossistemas brasileiros ameaçados - Zysman Neiman - 18ª edição - Atual Editora


Cliquem nas fotos para ampliá-las e apreciá-las melhor.

Inflorescência de Coccoloba cereifera, planta só encontrada na Serra do Cipó.


Quaresminha (Microlicia)



Rosa-do-campo (Kielmeyera rubriflora)


Arnica-da-serra (Lychnophora ericoides)

Uma espécie de sempre-viva.

Microlicia ?

Eriocaulon sp

Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

domingo, 15 de agosto de 2010

Som automotivo e outras perturbações sonoras

Já liguei várias vezes para o 190 para reclamar de som alto na vizinhança depois da meia-noite. Da última vez, a PM demorou 2 horas para passar pela rua onde o som era insuportável. 2 horas, isso mesmo, fiquei conferindo a ação (ou melhor, a falta dela) pela janela do prédio. Aí o som já havia sido desligado. De outras vezes ouvi: "não podemos fazer nada a respeito de veículos que estão em movimento".
A tal da "perturbação do sossego" é prevista na Lei das Contravenções Penais (de 1941) de forma bem clara e inequívoca:

Perturbação do trabalho ou do sossego alheios
Art. 42 – Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda:
Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.

Muito melhor do que nas resoluções do CONTRAM que falam sobre a medição dos ruídos e aferição de instrumentos e bla bla bla. No fundo, uma maneira de ver a perturbação do sossego ser estimulada. PM tem decibelímetro??? O fiscal da Secretaria de Meio Ambiente vai ao local às 3 da madrugada com o decibelímetro??? Ah, para!!! Olha só que coisa ridícula:

"A partir de 10/11/06, data em que passou a vigorar a Res. nº 204/06, somente é permitida a utilização de equipamento que produza som, em veículos de qualquer espécie, em nível de pressão sonora não superior a 80 decibéis, medido a sete metros de distância do veículo." Bom senso ficou de lado, na letra dessa resolução.

O cidadão-comum está sem saída. A não ser que o cidadão-não-seja-comum: já ouviu barulheira na porta da casa de juiz, delegado, prefeito? "Todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais do que os outros!"

Lendo sobre o assunto, achei um texto bem interessante na internet, postado por uma policial da PM de Goiás (Karen Carrijo, CB):

"Como o elemento subjetivo da conduta é o dolo, o infrator precisa ter a vontade consciente de perturbar o sossego alheio para que se considere uma infração penal. E não é isso que normalmente acontece com um motorista, por exemplo, que aumenta o som de seu carro para beber num bar. Mas ele assume o risco, então teve dolo eventual. Ao homem médio, é natural se concluir que aquele volume de som pode causar incômodo a alguém. Portanto a guarnição realmente determinará ao dono do veículo que cesse o ruído, informando-lhe sobre o incômodo que o som está provocando. Havendo insistência do condutor, há o cometimento da contravenção (art. 42 da LCP) e agora do crime de desobediência, Art. 330 do Código Penal, já que a ordem do servidor foi legal.
Na prática, é apenas solicitado ao dono que abaixe ou desligue o som. Não é a medida esperada pela lei. Cessado o ruído perturbador, não cessam seus efeitos. O PM não deve mensurar a ofensividade do bem, concluindo que se refere a uma infração de menor potencial ofensivo, pois já fez isso o legislador, que até o momento não revogou o dispositivo que ainda vige. Então a condução à delegacia é a medida que se espera do policial para que se previna a infração, que se responsabilize o seu autor e que o bem jurídico tutelado, o sossego alheio, recupere a lesão sofrida. E o solicitante, aquele mesmo que chamou a guarnição, tem o direito de exigir o cumprimento da lei.
Pouco importa se a Prefeitura Municipal concedeu ou não alvará para a prática de algum evento ou funcionamento de algum bar ou casa noturna. O âmbito aqui é penal. Cabe aos proprietários de seus bares e de suas casas noturnas impedir a saída do som para a parte externa de seus estabelecimentos. Pouco importa também a existência de prova técnica que ateste a quantidade de decibéis."


Importante lembrar que poluição sonora é diferente de perturbação do sossego. Uma coisa é avaliar quanto tempo é necessário para que ocorra lesão auditiva pela exposição ao som alto. Outra coisa é você ter seu sossego interrompido, sono por exemplo, e não conseguir ou tiver dificuldade em retornar ao repouso. O argumento de
"barulhinho passando pela rua não pode ser considerado poluição" é usado pelas empresas de publicidade sonora e pelos instaladores do som automotivo.
Ainda resta-nos o consolo da punição natural, na forma de surdez progressiva, aos admiradores de um som alto. Acho que a natureza ou a fisiologia humana não vão revogar essa lei!

Texto (exceto as citações): Ramon Lamar de Oliveira Junior

sábado, 14 de agosto de 2010

Manotaço da Folha de S.Paulo

Com a matéria on line Chuva de meteoros dá espetáculo no hemisfério norte (13/08/2010), a Folha cometeu uma gafe mais espetacular do que a a tal chuva. 6 imagens foram postadas, mas nenhuma delas mostrava uma "chuva" de meteoros. 4 realmente mostravam meteoros, mas um só em cada foto. Mas o pior é que as outras duas fotos nem mostravam meteoros, e sim o "risco" feito pelas estrelas no céu quando se usa uma exposição fotográfica prolongada. Muitos leitores perceberam e fizeram comentários, mas a tal matéria veio sem a possibilidade de "comunicar erros à redação". O link é: clique aqui. Mas suponho que alguém vai perceber e mudar as fotos. Por via das dúvidas, salvei duas. Uma com um meteoro sobre Stonehenge e a outra, só com as estrelas. Coisas de sexta-feira 13!

Um meteoro (bem acima, o traço maior) sobre Stonehenge. Os outros traços
são estrelas capturadas em exposição prolongada.

Estrelas em exposição prolongada e não meteoros. Que bola fora, hein?

Aliás, fotografar uma chuva de meteoros está nos meus planos. Só esperando acontecer uma por aqui. Fotografar estrelas com exposição prolongada é moleza, basta a máquina ter o recurso. A foto abaixo, tirada por mim, mostra a constelação de Escorpião em exposição de 15 segundos.

Clique na foto para ampliar, a "cabeça" do escorpião está embaixo e a cauda,
enrolada, está na parte de cima, à esquerda.

Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Manota na pesquisa do Vox Populi

O institudo de pesquisas Vox Populi (Vox Opinião Pesquisa e Projetos Ltda) realizou uma pesquisa sobre eleição presidencial mas não poderá divulgar os resultados. A suspensão da divulgação foi determinada pela ministra Nancy Andrighi do TSE. O motivo é bastante elementar e de difícil defesa pelo instituto: na pesquisa estimulada, o questionário não apresentava o nome do candidado do PSOL, o Plínio de Arruda Sampaio. Justamente o Plínio, que provocou grande celeuma no primeiro debate. Em seu parecer, a ministra afirma que "o nome de todos aqueles que tenham solicitado registro de candidatura deverá constar das pesquisas realizadas mediante a apresentação da relação de candidatos ao entrevistado". O Vox Populi tem 48 horas para apresentar a sua defesa.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dia bravo esse de hoje: SEXTA-FEIRA, 13 DE AGOSTO! Ainda por cima, agosto, popularmente o mês do desgosto.

Jason Voorhees, da saga "Sexta-Feira 13".

Pesquisei algumas coisas na internet:

AGOSTO:
Não passa de uma crença popular que circula o mundo, mas muitas pessoas sejam por superstição ou qualquer outro motivo preferem não arriscar.
O nome Agosto foi dado pelos romanos como uma homenagem ao imperador Augusto, dada a sua boa fase, entre eles a sua ascensão à compostura de Cônsul e a conquista do Egito. Mas o mistério ainda continua; não se sabe onde, quando e porque Agosto se tornou o mês do azar. Podemos citar alguns acontecimentos desagradáveis que aconteceram no mundo neste mês:
- 24 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro, o então Presidente da República Getúlio Vargas, suicidou-se.
- O presidente Jânio Quadros renunciou à presidência da República no dia 25 de agosto de 1961.
- Juscelino Kubitscheck, vítima de um desastre automobilístico, faleceu no dia 22 de agosto de 1976.
- No dia 13 de agosto de 1961 foi dado o início a construção do muro de Berlim.
- Dias 6 e 9 de agosto de 1945 Hiroshima e Nagazaki foram “varridas” pela bomba atômica, mais de duzentas mil pessoas morreram nestes dias.
- 1º de agosto de 1914 começou a 1ª Grande Guerra Mundial e em agosto de 1939 inicia a II Grande Guerra Mundial.
- Agosto também é chamado como o mês do cachorro louco, isso devido ao calor intenso nessa época do ano (não sei onde), aumenta-se a proliferação do vírus da raiva canina e aí muitos casos eram registrados nesse mês, com a intensificação da vacinação esse dito foi para o saco.
(http://diegoxavier.com/porque-agosto-o-ms-do-desgosto/)
SEXTA-FEIRA, 13:
A superstição do número 13 foi relatada em diversas culturas remontadas muito antes de cristo. Para se ter uma idéia, o Código de Hamurabi, criado 1700 a.C. vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por superstições.
Existem histórias remontadas também pela mitologia nórdica. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça. Há também quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar é uma desgraça, simplesmente porque os conjuntos de mesa são constituidos, regra geral, por 12 copos, 12 talheres e 12 pratos.
Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio, os 13 ficavam rogando pragas aos humanos. Da Escandinava a superstição espalhou-se pela Europa.
Com relação ao dia sexta-feira, diversas culturas consideram como dia de mau agouro:
  1. Alguns pesquisadores relatam que o grande dilúvio aconteceu na sexta-feira.
  2. A morte de Cristo aconteceu na sexta-feira quando é celebrado a Paixão de Cristo.
  3. Marinheiros ingleses não gostam de zarpar seus navios em um dia de sexta-feira.
No cristianismo, é relatado um evento de má sorte em 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França. Os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.


Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio.
Note-se também que, no Tarô, a carta de número 13 representa a Morte.
Alguns incidentes ocorridos em sextas-feiras, 13:
  • 13 de Dezembro de 1968: O governo militar do Brasil decreta o AI-5, que, entre outras coisas, suspendeu direitos e garantias políticas, decretou estado de sítio no Brasil e dava poderes aos militares de fechar o Congresso.
  • O pior incêndio de florestas na história da Austrália ocorreu em uma sexta-feira 13 de 1939, onde aproximadamente 20 mil quilômetros de terra foram queimados e 71 pessoas morreram.
  • A queda do avião que levava a equipe uruguaia de rugbi nos Andes foi em uma sexta-feira 13 de 1972. Os acontecimentos neste acidente deram origem ao filme Alive (Vivos) de 1993 com direção de Frank Marshall (Resgate Abaixo de Zero).
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Sexta-Feira_13 com modificações)
Ah, para quem gosta de Fórmula 1, sabem qual é o carro de número 13? Não, não é o do Rubinho!!! Não tem nenhum. A superstição é brava por lá também.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Povos antigos, deuses e astronomia.

Na minha juventude, li avidamente o livro "Eram os Deuses Astronautas", de Erich von Däniken. Também li, em seguida, o "De volta às estrelas", do mesmo autor. Acho que esse assunto fascinou todos os nerds daquela época. Exemplos malucos, relações matemáticas forçadas, situações espantosas, muitas curiosidades... somando tudo a teoria dos "deuses astronautas" fazia um sentido extraordinário.
Muitos anos depois, com o advento do Google Earth, bateu em mim um saudosismo daqueles tempos e resolvi marcar no programa alguns pontos citados por Däniken: Stonehenge, Ilha da Páscoa, Planície de Nazca, Pirâmides... Qual não foi minha surpresa ao perceber que os três últimos estavam em alinhamento perfeito na superfície do planeta. Pirei. Nunca tinha lido nada sobre aquilo. Depois descobri em um site (clique aqui) e muitos outros que confirmavam que o alinhamento era real e bem mais importante do que eu pensava. Afinal de contas, o Templo de Angkor (no Camboja) também se alinhava com esses pontos e, ligando todos, temos um círculo máximo quase perfeito (como se fosse um outro equador) dividindo o planeta em duas metades praticamente idênticas, com 40.000 km de extensão. Chamam-no de "Grande Círculo".

Alinhamento da Ilha de Páscoa, Nazca, Pirâmides do Egito, Templo de Angkor
e outros sítios de povos antigos. Se quiser, marque e confira no Google Earth.

Li várias explicações nos sites sobre a orientação dada pelos antigos em suas construções, que poderiam ter feito isso de maneira independente, mas não me convenceram. Fiquei com a certeza que eles sabiam muito mais sobre astronomia do que, com os mesmos recursos, saberíamos hoje. Claro que eles não tinham telescópios, satélites e Google Sky!
Por que tanto interesse e, mais ainda, por que tanto conhecimento acumulado? Estariam esperando os deuses, aprenderam com eles? Ou só pensavam em nos deixar malucos 5000 anos depois?
Intrigante, muito intrigante.

Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Lagoa da Chácara: por que preservar?

Três razões técnicas, sem levar em consideração os aspectos paisagísticos, culturais, de lazer e de turismo que a região pode alavancar.


Passeata pela criação do Parque Natural Lagoa da Chácara
passando em frente à
Câmara Municipal.

1) Para preservar a umidade do ar.


A área que se intenta transformar em "Parque Natural da Lagoa da Chácara" tem em torno de 800.000 metros quadrados. Essa área, completamente arborizada, produz por metro quadrado de 1 a 3 litros de vapor d'água por dia por evapotranspiração a partir da cobertura vegetal (dependendo do porte e das espécies vegetais). Fazendo o cálculo por baixo, são 800.000 litros de água por dia que são lançados na atmosfera na forma de vapor, colaborando e muito, para a umidade do ar. A área é superior a do espelho d'água formado pelas lagoas urbanas da cidade. Só a Lagoa Grande teria condições de rivalizar, em área, com a área pretendida pelo parque, mas não gera a mesma umidade pois é local apenas de evaporação.
Um aparelho climatizador portátil (do tipo usado em residências como opção de resfriamento ao ar condicionado) produz, se ligado ininterruptamente, 70 litros de vapor d'água por dia. Ou seja, na comparação a área equivale a quase 12.000 desses aparelhos funcionando sem gastar 1 quilowatt de energia elétrica, aumentando a umidade do ar e tornando o clima mais ameno.

2) Para manter os lençóis freáticos e controlar a vazão do córrego do Diogo.

É de concordância geral que a área da Lagoa da Chácara é uma das principais áreas da cidade em termos de recarga de lençóis, senão os artesianos, ao menos os freáticos. Numa única chuva de 10 mm (1 cm), que pode despencar sobre a região no espaço de uma hora, são 8.000 metros cúbicos de água recebidas no local (8.000.000 de litros). Se assumirmos que 1/3 dessa água é absorvida pelo solo, 1/3 evapora e 1/3 escorre pela superfície (indo alimentar o córrego do Diogo), percebe-se que a impermeabilização lançaria no córrego cerca de 1.000.000 de litros de água a mais durante uma chuva desse porte. E mantendo-se a taxa de impermeabilização do solo da cidade as consequências de uma simples chuva dessas seriam desastrosas para tudo que se encontra às margens do córrego, incluindo aí o ridículo Boulevard. Uma chuva de 30 mm, então, seria o caos.

3) Para preservar a fauna que transita pela região em um corredor de continuidade com o Parque da Cascata.

Atropelamento de animais silvestres já aconteceram no trecho da Perimetral que corta a área da Lagoa da Chácara, dentre estes uma jaguatirica. Esses animais obviamente não entendem que não podem atravessar a perimetral sem o risco de morte. Por um lado temos um "minizoológico para preservação" (puxa, o minizoológico é um tema bastante espinhoso) e do outro, um matadouro de animais silvestres. Não pode continuar assim.

Texto e foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Rios Voadores revelam importância da Amazônia

Depois de percorrerem por um ano e meio a trajetória dos vapores de água que saem da bacia amazônica e distribuem umidade para o sul e o sudeste do Brasil, o casal Gérard e Margi Moss e a equipe científica que os acompanhou comprovam: preservar a floresta é uma questão de sobrevivência para o país.
Texto de: Thays Prado - Planeta Sustentável - 20/03/2009 - link
De onde vem a nossa água?” Essa foi a pergunta que motivou o casal Gérard e Margi Moss a começar a terceira fase do projeto Brasil das Águas - depois de terem realizado um estudo completo sobre a qualidade das águas brasileiras na primeira etapa e feito um trabalho de conscientização com a população ribeirinha sobre a importância da preservação dos rios.
De agosto de 2007 a março de 2009, eles percorreram, em seu avião monomotor, juntamente com uma equipe de especialistas do CENA – Centro de Energia Nuclear e do CPTEC/INPE – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a trajetória dos vapores de água que saem do Oceano Atlântico, chegam à Amazônia, são “reciclados” e distribuídos para o restante do território brasileiro e da América Latina, até o limite da cordilheira dos Andes. Batizadas de Rios Voadores, essas correntes de vapor d’água também deram nome ao projeto.
A bordo, nas doze expedições realizadas, ia também um equipamento com tecnologia inovadora, desenvolvido pelo CENA, que coletava amostras de vapor d’água, transformando-as em gotículas, que eram posteriormente analisadas por uma equipe de cientistas e acabaram por responder à pergunta inicial.
O trabalho é pioneiro no mundo e ajudam a aumentar o entendimento sobre os processos meteorológicos, assunto ainda pouco estudado no Brasil. Com a quantidade de dados coletados nas mais de 1000 amostras de gotículas de água durante um ano e meio de trabalho, ainda é possível se chegar a muitas conclusões daqui em diante. De todo modo, os primeiros resultados são claros ao revelar os impactos que a existência da floresta amazônica exerce sobre o clima e a quantidade de chuvas no restante do país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, assim como em outros países da América do Sul.
O CAMINHO DOS RIOS VOADORES
Engana-se quem pensa que as chuvas que ocorrem no Brasil são provenientes apenas da umidade que vem do oceano Atlântico e se condensa no continente. Boa parte delas se origina da evaporação e da transpiração da floresta amazônica, que formam uma quantidade enorme de vapor de água que se desloca da região Norte até o Sul do país.
Funciona assim (clique aqui para ver a animação): os ventos alísios empurram a umidade vinda do Atlântico para a Amazônia e provocam chuvas na região. Do total de chuvas, 25% alimentam os igarapés, 25% são retidos pelas folhas e 50% são absorvidos pelas árvores – esses últimos 75% voltam para a atmosfera em forma de vapor d’água, por meio da evaporação e da transpiração.
Esses vapores são transportados pelos ventos até a cordilheira andina, que funciona como uma barreira natural e redireciona o percurso da umidade para o Norte da Argentina, o Uruguai, o Sul e o Sudeste do Brasil.
O volume de vapor d’água produzido pela floresta é imenso – cada árvore de grande porte “evapotranspira” até 300 litros de água por dia! No total, são cerca de 20 bilhões de litros de água lançados na atmosfera todos os dias pela Amazônia, mais do que a vazão do Rio Amazonas – o maior rio do planeta!
Em uma das expedições, Gérard e sua equipe conseguiram acompanhar o percurso de um rio voador desde Belém até a cidade de São Paulo. Desta vez, 3.200 m³ de água eram transportados por segundo da Amazônia até a capital paulista. Em um dia, esse rio voador levou a São Paulo um volume de vapor igual ao consumo de água dos paulistanos por 115 dias ou a 27 vezes a vazão do Rio Tietê.
Os estudos ainda não determinaram quantas vezes por ano um rio voador passa pelas cidades brasileiras, de todo modo, sempre que esses rios voadores estão na atmosfera, o volume de vapor d’água e o potencial para a ocorrência de chuvas ficam bem superiores à média dos dias em que eles não estão presentes e a umidade resulta apenas das correntes que vêm do oceano.

O MAL DO DESMATAMENTO
O projeto também constatou que a Amazônia, cujo território corresponde a 56% das florestas tropicais da Terra, ameniza o aquecimento do ar, já que 40% dos raios solares que incidem sobre ela são utilizados para a evaporação da água. Quanto menor a quantidade de árvores, mais raios solares servirão para esquentar o ar.
A existência da floresta ainda é o que proporciona uma melhor distribuição da umidade do ar ao longo do ano. Isso porque, em dias em que pouca quantidade de vapor d’água entra no continente, as raízes das árvores amazônicas buscam água subterrânea e mantêm seu nível de transpiração, garantindo que os rios voadores continuem a cumprir sua trajetória. Esse fenômeno não acontece com as árvores das regiões de pasto, que tem raízes menos profundas e sofrem com a estiagem.
Os Rios Voadores constataram que o Pantanal também é uma região que recicla os vapores de água, já que 85% das chuvas que caem ali retornam para a atmosfera por meio da “evapotranspiração” – os outros 15% alimentam o rio Paraná. Essa umidade chega a São Paulo em cerca de 24 horas e pode fazer chover na cidade.
Ainda não é possível prever exatamente o que aconteceria com o Sul e o Sudeste brasileiros com a degradação das florestas – nos últimos 30 anos, cerca de 600 mil quilômetros foram desmatados na Amazônia – , mas é certo que isso aumentará a incidência de eventos extremos, como grandes tempestades e fortes secas.


PS.: Seguindo solicitação e informação do MZ, que postou nos comentários, a descoberta deve ser creditada ao Professor Eneas Salati, um brasileiro, há mais de 30 anos.

Triste aniversário: 65 anos do bombardeio de Hiroshima e Nagasaki

Hiroshima caiu primeiro, em 6 de agosto de 1945. Nagasaki agonizou 3 dias depois, há exatos 65 anos, no 9 de agosto de 1945.


Escombros de Nagasaki, logo após o bombardeio americano.

Definitivamente, o mundo e a história das guerras mudava ali. Foi-se o tempo de Leônidas nas Termópilas (300 gregos bloqueando a invasão de dezenas de milhares de persas), foi-se o tempo das batalhas aéreas com mil aviões de cada lado, como aconteceu várias vezes na Segunda Guerra. Bastava um avião, agora. Uma única bomba. Milhares de vidas literalmente volatizadas. As estimativas contam em torno de 220.000 mortes em consequência direta das explosões, somadas as duas cidades. Mesmo os líderes japoneses, que viram Tóquio ser praticamente destruída nos bombardeios convencionais de 1944 e 1945 (que provocaram cerca de 150.000 mortes), não poderiam insistir mais naquela campanha. Quantas bombas atômicas ainda poderiam ser lançadas sobre o Japão?


Nuvem em forma de cogumelo produzida pela explosão nuclear sobre Hiroshima.

Discussões acaloradas ainda ocorrem sob essas cinzas. O Japão se renderia mesmo sem as bombas? O número de vidas perdidas teria sido menor sem o uso das bombas? A União Soviética estava pronta para invadir o Japão, terminar a guerra e fincar ali a bandeira do socialismo? Os americanos tiveram sua desforra de Pearl Harbor? Ou os americanos queriam apenas testar, num teatro real de guerra, o efeito devastador da nova arma que possuiam e assim mandar um recado a todas as outras nações?
Para nós restou um pesadelo e um libelo a favor da não-proliferação nuclear na forma da música "Rosa de Hiroshima", brilhantemente interpretada pelo Ney Matogrosso, em sua banda Secos e Molhados. Poucos sabem quem é o autor do poema: o grande Vinícius de Moraes.




ROSA DE HIROSHIMA

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada...

Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

domingo, 8 de agosto de 2010

Mais uma tragédia no Córrego do Diogo

No post de 22 de junho último, comentando sobre o IMMAC (clique aqui), escrevi sobre as tragédias que ainda ocorreriam no Córrego do Diogo, uma vez que a construção das necessárias muretas que evitariam a queda de veículos foi preterida pelo ridículo Boulevard.
Acho que está na hora das famílias de Marco Antônio Andreata, Kelly Cristina Coelho Fernandino e Priscila Luciane Estevam cobrarem uma explicação dos responsáveis pela construção do Boulevard. Por que gastaram R$ 900.000,00 (é esse mesmo o valor que informaram ter sido gasto no Boulevard, né?) do dinheiro que dizem escasso e é proveniente dos abusivos impostos cobrados de todos nós naquela obra estúpida, em vez de construírem as muretas que salvariam essas três vidas?
Marco Antônio, Kelly e Priscila faleceram na madrugada do último dia 31 quando o motorista perdeu o controle do carro e o veículo caiu dentro do córrego, próximo à garagem da Turi.
Envio meus sentimentos às famílias. Sentimentos de um professor que num famoso acidente viu a vida de um jovem ex-aluno, o Jomar do Carmo, ser finalizada de forma trágica, devendo ter servido de exemplo. Mas as nossas autoridades são insensíveis, preferem as obras faraônicas e imbecis às obras simples e necessárias. E ainda tiveram a falta de respeito de batizar o Boulevard com o nome do Jomar, mesmo sabendo que as mortes ainda continuariam naquele córrego. Resta-nos o pranto, mas resta-nos também a indignação, a memória e a obrigação de exigir que essas mortes tenham fim.


Recuperar o Córrego do Diogo e construr as muretas protetoras.
É pedir muito?

Espero ainda que as mortes não sirvam como desculpa para num ato ainda mais mirabolante cobrirem todo o córrego com cimento. Matar um córrego, como já mataram o Boqueirão, é mostra de total incompetência em tempos de luta por um ambiente saudável. Cubram os córregos, assoreiem as lagoas e depois soframos todos com o ar isento de umidade. Matem-nos um pouco a cada dia.

Foto e Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Passeata Ecológica: Parque da Lagoa da Chácara

O IMMAC - Instituto Municipal de Meio Ambiente e Cultura está organizando com o apoio do Bloco Boi da Manta a "Passeata Ecológica Parque da Lagoa da Chácara" objetivando mobilizar e conscientizar a população sobre a necessidade de preservação da ultima área verde na região central da cidade, onde estão localizadas a Lagoa da Chácara e as nascentes do Córrego do Diogo.

O movimento continua, no intuito de sensibilizar o Poder Público e garantir a participação da sociedade nas decisões sobre as questões ambientais do município.
Sua participação é muito importante neste momento, em que é preciso mobilizar as pessoas para atuarem na defesa da qualidade de vida, preservando a natureza e garantindo espaços públicos destinados ao lazer de toda a comunidade. O Meio Ambiente sadio é essencial para que tenhamos saúde.
Ajude a divulgar esta passeata e venha participar você também!!!
Podemos doar um pouco do nosso tempo em benefício de toda a coletividade, da natureza, da cidade, do planeta.
Você tem um compromisso: Terça-feira, 10/08/10 às 8 horas na Praça Dom Carmelo Mota (Praça da Feirinha na orla da lagoa Paulino).

O Movimento Arte e Ambiente: Ação Urbana apoia essa causa. Apoie você também!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A ganância atropelando a natureza: compare as duas notícias.

MATAS SECAS SÃO EXTENSÕES DA FLORESTA ATLÂNTICA, AFIRMA PESQUISADOR DA UFMG (in www.ufmg.br, 2 de agosto de 2010)

"Coordenador do mais recente e completo inventário sobre as espécies vegetais da floresta atlântica brasileira, o pesquisador João Renato Stehmann não vê justificativa para o projeto de lei, recentemente aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas, que, em linhas gerais, permite a derrubada de grandes porções das matas secas no norte do estado, em favor da exploração de atividades como a agropecuária.
Professor do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, João Renato Stehmann explica que as matas secas são extensões da floresta atlântica, com espécies que toleram a sazonalidade climática das regiões mais interiores - com estação seca pronunciada.
Segundo ele, vários artigos que comparam a flora da mata seca com a de outras formações florestais sulamericanas comprovam essa relação florística. “A tentativa de retirá-la da Mata Atlântica só pode ser interpretada como uma manobra para justificar a destruição dos poucos remanescentes ainda existentes dessa tipologia (Floresta Estacional Decidual)”, afirma, ao acrescentar que, no ano da biodiversidade, “aprovar essa medida não faz o menor sentido, pois seria um retrocesso, uma irresponsabilidade em termos ambientais”."


FUTURO DAS MATAS SECAS É ALVO DE DISCUSSÕES EM WORKSHOP INTERNACIONAL (in www.ufmg.br, 24 de janeiro de 2007) O futuro das matas secas brasileiras guiou os debates promovidos, nesta quarta-feira, 24, pelo workshop Florestas Estacionais Deciduais Brasileiras: Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável. Uma iniciativa da UFMG, da Rede Internacional de Pesquisas Tropi-Dry e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o evento reuniu em Belo Horizonte diversas autoridades e especialistas brasileiros e internacionais para discutir medidas de preservação dessa vegetação.
Caracterizadas por plantas que perdem todas as suas folhas em determinados períodos do ano, as florestas estacionais deciduais, popularmente conhecidas como "matas secas", são típicas de ambientes áridos, como as regiões Nordeste e o Norte de Minas Gerais. Apesar de sua importância para o ecossistema brasileiro, essa vegetação vêm sofrendo vários tipos de impacto, desde o pisoteio do gado até queimadas e retiradas de áreas extensas para fabricação de carvão e pastagem.
Devastação: “Muitas áreas de florestas do Brasil pertencem à mata seca, mas por falta de estudos elas são catalogadas como de outros tipos, o que permite maior grau de desmatamento”, informa o professor Geraldo Wilson Fernandes, do departamento de Biologia Geral do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Durante o workshop, ele defendeu a implementação de um fórum para debater questões relativas a preservação das matas e um maior incentivo a pesquisas nessa área.
Para Fernandes, outra medida que pode contribuir na preservação do bioma é o aumento da fiscalização, desde que as autoridades disponham de infraestrutura adequada para realizá-la. Segundo o professor, “é preciso rever a legislação vigente e preencher as lacunas da legislação brasileira que permitem a devastação destas regiões”. Ele acredita que as autoridades estão conscientes dos impactos sofridos pela mata, mesmo que ela ocorra em regiões mais afastadas, longe dos olhos das pessoas.
Pioneirismo: Em convênio firmado em 2006, a UFMG, a Unimontes e o Instituto Estadual de Florestas se comprometeram a implementar ações de análise e recuperação das florestas estacionais. Desde então, foi iniciada a implantação da rede de pesquisadores de mata secas das Américas, a Rede Tropi-Dry, que promove, em mais de cinco países, estudos dos processo ecológicos que mantém as matas secas funcionando, com sua biodiversidade.
No encerramento do workshop, Geraldo Wilson Fernandes destacou o pioneirismo e a importância desses estudos. De acordo com o pesquisador, o objetivo é reunir os resultados obtidos com uma avaliação das características socioecônomicas e ecológicas das regiões de matas secas, formando uma base de dados concretos para seu monitoramento por satélite, que vai facilitar o processo de preservação.

"Não precisa explicar, eu só queria entender!"

Para os jovens que não sabem, o título é o bordão do macaco Sócrates no antigo humorístico "Planeta dos Homens", da Rede Globo. De antes mesmo do "Planeta", passando por todos os outros humorísticos até o Zorra Total hoje, o que vemos são as versões televisivas do "Turma da Maré Mansa" da Rádio Globo do RJ, que fazia o Brasil inteiro rir nas ondas médias e curtas dos rádios. Até as piadas são as mesmas. Ô nostalgia!!!

"Não precisa explicar, eu só queria entender!"
Macaco Sócrates - Programa de Humor Planeta do Homens

Mas o que eu queria entender é o seguinte: SETE LAGOAS CIDADE TURÍSTICA!!!
Aí o mato cresce e floresce na Praça Dom Carmelo Mota durante o mês de Julho (Julho = férias = turistas) e, no dia SEGUNDO DIA DE AGOSTO a VIA SOLO manda uma turma capinar e tratar a referida praça. Dá para entender uma coisa dessas?

Praça Dom Carmelo Mota com a grama aparada para o turista das férias de julho.
Obra em progresso nesse primeiro dia DEPOIS das férias.
(02/08/2010)

Não existe calendário.
Não existe preparação.
Não existe conhecimento técnico.
Não existe bom senso.
Existe vocação turística em Sete Lagoas? Sim, existe, acredito seriamente nisso. O que nos falta é gestão (Digo gestão para usar um nome mais moderninho. No passado, eu usaria o termo competência. Gestão é mais bonitinho, né? Não vai ferir muitas suscetibilidades.).

PS1.: Ontem o dia inteiro e hoje pela manhã, na cabeceira da mesma praça, o "Rio de Esgoto" estava lindo e pujante. As gotas impregnadas sendo espalhadas pelos educados motoristas em alta velocidade. Que beleza!!! Para quem estava com saudades de imagens do "Rio de Esgoto" da Rua Professor Abeylard, olha aí a nascente dele em atividade no domingo (01/08/2010). Nascente esta que parece ser um refluxo do esgoto no passeio de um cidadão que deve estar desesperado ligando para o SAAE (o rio ficou ativo por mais de 24 horas, imaginem!).

Esgoto minando bem próximo ao centro da cidade (qualidade do asfalto e da vegetação também são notáveis).

A foto seguinte mostra o rio à montante do meu prédio no dia 01/08/2010.


Rio de Esgoto da Rua Professor Abeylard (esquina com Villa Lobos), CENTRO.

PS2: A meu ver, gestão de condições para o turismo é função da Secretaria de Turismo. Não adianta querer empurrar esse peixe para a Secretaria de Meio Ambiente ou outra instância. No meu entendimento, funciona assim: a Seltur observa, registra, interpreta e decide; em seguida solicita o imediato atendimento de suas necessidades pela Secretaria de Meio Ambiente (e Via Solo), pela Secretaria de Obras ou pelo SAAE (um ponto turístico com esgoto em suas margens precisa ser atendido pelo SAAE com urgência).

PS3: Turismo gera receita, gera empregos, gera melhorias para TODOS os bairros da cidade. Pensemos assim.

Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior