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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

NOTA OFICIAL DO COLÉGIO CHRISTUS - FORTALEZA (CE) - FRAUDE NO ENEM 2011?


O COLÉGIO CHRISTUS, considerando as notícias correntes a respeito das questões do último ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, vem apresentar publicamente os seguintes esclarecimentos:
1. Nos anos 2010 e 2011, o COLÉGIO CHRISTUS não foi responsável pela aplicação do ENEM, sendo, assim, impossível que mantivesse qualquer tipo de contato prévio com o exame;
2. Como é do conhecimento de todos, a metodologia utilizada pelo ENEM é baseada na TRI – Teoria de Resposta ao Item, necessitando, assim, do pré-teste das questões, realizado em diversas escolas de ensino médio do Brasil; 
3. Como há o pré-teste de questões utilizadas no ENEM, existe a possibilidade de que essas questões caiam no domínio público antes da realização oficial do exame, as quais eventualmente podem compor o banco de dados de professores e de outros profissionais da área de educação;
4. O COLÉGIO CHRISTUS mantém vasto banco de questões, construído a partir da colaboração de professores e das sugestões de alunos ou ex-alunos, tendo como única exigência que as questões estejam no estilo próprio do ENEM;
5. O banco de questões do COLÉGIO CHRISTUS pode ser integrado também por questões provenientes de sugestões dos alunos que realizaram o pré-teste, sem o conhecimento da escola no que diz respeito à origem desses dados;
6. O COLÉGIO CHRISTUS verificou que há evidências de que as questões em discussão foram objeto de pré-testes efetivados para o ENEM entre os anos 2009 e 2011;
7. As questões da base de dados do COLÉGIO CHRISTUS provêm de diversas outras fontes, inclusive da própria rede mundial de computadores (internet) – mensagens de e-mail, simulados, fóruns de discussão e mídias sociais –, assim como da conversão de questões clássicas em questões “estilo ENEM”, dentre outras origens;
8. Uma instituição de ensino que tenha profundo conhecimento da TRI – Teoria de Resposta ao Item –  e possua vasto banco de questões originadas das mais diversas fontes, poderá ter boa margem de acertos nas avaliações do ENEM e de outros vestibulares;
9. No que se refere à redação, por exemplo, foi abordado o lógico no exame: o tema das redes sociais. No eixo temático do COLÉGIO CHRISTUS, durante a preparação dos alunos para o ENEM, focou-se a capacidade das redes na mobilização popular, considerando os últimos acontecimentos no Oriente Médio. O ENEM, por sua vez, focou as redes sociais considerando os limites entre o público e o privado nas relações inter-pessoais. A abordagem do tema “redes sociais” pelo COLÉGIO CHRISTUS, na preparação dos alunos, decorreu de uma avaliação contextual, mediante pesquisas e consultas a diversas fontes;
10. De resto, desafia a lógica e agride o bom senso alguém imaginar que, tendo de alguma forma conseguido previamente questões que seriam aplicadas no ENEM, fosse o COLÉGIO CHRISTUS torná-las públicas, entre os seus alunos, dez dias antes do exame.
11. O COLÉGIO CHRISTUS afirma, por fim, que agiu em estrita conformidade com os princípios da ética e da licitude que vêm pautando sua conduta ao longo de 60 anos de história. 
 
COLÉGIO CHRISTUS
A Direção. 


COMENTÁRIO e QUESTIONAMENTO: Se assim aconteceu, se o banco de questões do Colégio Christus está contaminado com questões pré-testadas do ENEM, então o banco todo do ENEM está exposto. 

Restam os questionamentos:

1) Por que a direção da escola, sabendo da "coincidência" das questões (impossível não saber!) não se antecipou e divulgou que havia um problema após o primeiro dia de provas? Só agora, na quarta-feira, vem a público se manifestar e depois de denúncias aparecerem na "rede social", tema da redação tão debatido na escola. Faltou responsabilidade social aí, não?
2) Como fica a estatística sobre a probabilidade de 11 questões do banco de dados (deve ser grande, com tantas fontes...) terem aparecido no simulado e na prova do ENEM?
3) Por que os simulados não contavam com a logomarca do Colégio Christus (afirmado inicialmente como presente em todos os materiais)? Isso também desafia a lógica?
4) O banco de dados foi ou será aberto para a Polícia Federal comparar as questões com as constantes do banco de dados do INEP?
5) Como o TRI e seus pré-testes sobreviverá a esse problema de falta de ética de quem participou e divulgou as questões? 
6) Como as questões pré-testadas saem por aí com a mesma e idêntica formatação, desenhos e alternativas na mesma ordem? 
7) Como as questões pré-testadas caíram no domínio público só do Colégio Christus? Estavam presentes em algum site? Qual?
8) E aí ministro? A logística da empresa responsável pelo panamericano do Rio de Janeiro ou o Inmetro haviam previsto tal possibilidade? (Leiam a primeira consideração ao final de uma antiga postagem do blog AQUI.)

MPF e PF, podem procurar que tem mais coelho nesse mato.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

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