Três bombeiros e três voluntários (Sílvio da ADESA, Alessandra Casarim da Secretaria de Meio Ambiente e eu). Fomos lá tentar controlar um fogo que começou na mata entre a capela da Santa Helena e as antenas lá do fundo. Ali fica a mata do entorno da nascente do Ribeirão Paiol. E ali também fica um condomínio, onde o incêndio começou "acidentalmente" em uma das casas. Disseram aos bombeiros que foi um churrasco feito durante a noite que se alastrou por volta das 7 da manhão. Caramba, isso é que é churrasco. A churrasqueira foi montada onde? No meio da braquiária? Essa versão não me convenceu nem um pouco.
Estão aí as imagens do que vimos e do que era possível combater. Sílvio trabalhou por um batalhão, entrando em todos os locais. Quando eu e a Alessandra chegamos, ela ficou no apoio com a água e a comunicação. Eu fui combater pequenos focos que ameaçavam se espalhar pelo capim seco. O capim queima como se houvesse gasolina em vez de seiva. E renascem as chamas a cada brisa.
Recebemos, no local, a visita do Busu, novo secretário de meio ambiente, que havia oferecido anteriormente por telefone todo apoio que precisássemos, mas o controle do fogo já estava bem encaminhado. No final saímos de lá por volta das 14 horas deixando o incêndio controlado mas ainda restrito a alguns pontos inacessíveis para as nossas condições.
Precisamos organizar uma Brigada de Voluntários. Mais umas cinco pessoas e o trabalho teria sido muito mais tranquilo. E entre os voluntários, nem sempre é necessário entrar no combate direto. Basta oferecer o transporte para os outros e cuidar da retaguarda: transporte, água, comunicação... tudo é importante.
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O "comitê de boas vindas". A primeira imagem que tivemos. |
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Por nós, nada a fazer, apenas observar atentamente em busca de qualquer folha em chamas que cruzasse a estradinha e incendiasse o outro lado. |
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Os bombeiros no combate junto à margem das estradas da Serra. |
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Seriema busca abrigo sob um dos arbustos e olha na direção da mata que queima. Dá pena! A gente fica imaginando se ela perdeu ninho ou filhotes. |
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Sílvio, da ADESA, valente no combate a todos os focos. Usou de sua experiência para entrar nos locais mais difíceis. Cara, você merece um caminhão de medalhas. Mas eu sei que o que mais deixaria você feliz é não precisar de ser herói de novo. |
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O cerrado comido pelo fogo. Incêndio após incêndio o solo vai enfraquecendo. Cada vez a flora e a fauna ficam em estado mais crítico. |
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O fogo dentro da mata da nascente do Ribeirão Paiol. Momento tenso pela dificuldade de acesso e pela possibilidade do fogo escapar pelas bordas e queimar mais uma grande área de cerrado. |
Texto e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior
Triste estas imagens....E os ninhos??? Os tiús??? As árvores??? Cheguei em casa com uma sensação de impotência... Não em combater o fogo mas em relação as ações criminosas do homem.
ResponderExcluirEnquanto o braço da lei não pegar um dos responsáveis e colocá-lo atrás das grades por crime ambiental, essa coisa não para.
ResponderExcluirAliás, o que foi feito dos dois que foram pegos ateando fogo na Serra?
É muito difícil militar na área de meio ambiente viu, cada vez me sinto mais impotente frente a estas questões. Até quando?
ResponderExcluir"Quando a última árvore tiver caído,
quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado,
vocês vão entender que dinheiro não se come"
Obrigado Ramon , pelas palavras. E você disse tudo. O importante é fazermos uma brigada eficiente e não precisa de mais de 6 homens com conhecimento e atitude para combater os incêndios. Posso citar até mais pessoas que seriam importantes para trabalharmos numa brigadas: Max Tadeu (Aldeia Interativa), Luiz Otávio (LIK), Rogério Carvalho (Primo), Natan (Bombeiro Civil), Marcelo França, Gustavo Mahé (ADESA), Magno (paraglider), eu e o apoio como Você, Alessandra Casarim, Francisco e todo o pessoal já trinado pela ADESA e IEF (somam uns 50). Enfim, gente até tem, o que não tem é: Transporte, equipamentos, EPI's, comunicação, seguro para todos os brigadistas. Acredito que o serviço de inteligência (planejamento) seja um dos pontos que mais temos que trabalhar, juntamente com a prevenção. Estive na gruta na quinta, combatendo, e pude perceber claramente a falta de organização nos combates. Se tivéssemos trabalhando com inteligência teríamos controlado o fogo ainda na quinta feira. Para se combater incêndios temos que primeiro analisar a situação, o terreno, vento, pessoal disponível, acessos, ponto de fuga (importantíssimo), ferramentas a serem utilizados, retaguarda (rescaldo)... entre outras coisas importantes para o sucesso. Falo por experiência própria, adquirida em mais de 10 anos como brigadista e mais de 200 (pode por duzentos nisso) combates diretos.
ResponderExcluirObservações:
ResponderExcluirPessoas: precisamos de gente disponível para ir no primeiro ataque ao fogo e para os revezamentos e suporte. Não acho que temos tanta gente assim. Alguns trabalhos são bem simples (observação de novos focos, deslocamento de equipamentos/água/lanche) e não dependem de grande treinamento.
Transporte: precisamos de pessoas que possam levar/buscar o pessoal e/ou equipamentos a partir de um ponto de encontro bem central.
Equipamentos e EPI: precisamos elaborar uma lista mínima de equipamentos para cada brigadista. Cada um por si.
Comunicação: celular (com crédito!), apito, rojão/sinalizador, megafone, walkie talkie.
Seguro para todos os brigadistas: esse item eu acho dificílimo, até porque o seguro para esse tipo de atividade não é nem um pouco barato.
Ah, um mapa das áreas com coordenadas simples. Tal mapa poderia ser impresso para cada participante mais ativo da brigada e disponibilizado online (pode ser uma foto aérea ou satélite).
ResponderExcluirE cada membro com o telefone de outros dois para fazer a corrente de comunicação.
Falta-nos também a lista de telefones:
ResponderExcluirSecretaria de Meio Ambiente
Seltur
Parque da Cascata
Adesa
Receptivo da Gruta Rei do Mato
E empresas ou residências próximas a locais estratégicos.
Silvinho, vamos levantar a lista de EPI's necessários???
ResponderExcluirQuanto aos telefones, sem problema... menos claro, o das residências próximas... em compensação, das duas maiores empresas próximas a gruta, tenho de quase todo o administrativo... Inclusive, já temos mais uma empresa a nosso favor, com mais um pipa a disposição.
Alessandra, os telefones residenciais seriam a partir da concordância dos moradores e respeitados horários não abusivos (digamos de 9 da manhã às 9 da noite). Tenho certeza que muitos se sentem incomodados com a fuligem (no mínimo) e ligam direto para os bombeiros. Ficarão felizes de poder colaborar. (Espero que a cidadania ainda exista... sou otimista...)
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