"Busu,
já fiz parte de uma brigada criada pelo Corpo de Bombeiros na década de 90 para combater incêndios na Serra de Santa Helena. A situação era muito precária e, pelo visto, assim permanece até hoje. Combatemos várias vezes apenas com galhos de árvores, em locais de difícil acesso e, às vezes, com equipamentos melhores do que o do Corpo de Bombeiros (lanternas e facões, por exemplo). Recebemos apoio apenas dos bombeiros, mais nada. Todo o equipamento era por nossa conta, até cordas para acessar os locais. Nem soro antiofídico tínhamos à disposição no Pronto Socorro, caso precisássemos.
Li no Sete Dias, há coisa de dois anos, que havia sido criada uma nova brigada voluntária ("a primeira de Sete Lagoas"). Espero que ainda estejam na ativa, mas sei que é difícil trabalhar em situações de risco sem auxílio. Parabenizo a você, aos amigos que foram, o Corpo de Bombeiros e o pessoal da ADESA. Urge descobrir o responsável pelo crime. Não basta taxá-lo de "infeliz". Ele é um criminoso, um doente. Só quem já participou do combate a incêndio sabe o perigo que é um indivíduo desses à solta. Espero que a polícia não poupe esforços para encontrá-lo.
Abraços.
PS.: É necessário melhorar a vigilância em nossos parques e APAs, principalmente em épocas de seca como essa. Tivéssemos ali um ou dois vigilantes assalariados, à cavalo ou moto e o problema não existiria. Não basta colocar uma placa: "Parque da Cascata". Um "balneário industrial" com um PIB de 4.000.000.000 de reais tem que saber gastar melhor o seu dinheiro."
já fiz parte de uma brigada criada pelo Corpo de Bombeiros na década de 90 para combater incêndios na Serra de Santa Helena. A situação era muito precária e, pelo visto, assim permanece até hoje. Combatemos várias vezes apenas com galhos de árvores, em locais de difícil acesso e, às vezes, com equipamentos melhores do que o do Corpo de Bombeiros (lanternas e facões, por exemplo). Recebemos apoio apenas dos bombeiros, mais nada. Todo o equipamento era por nossa conta, até cordas para acessar os locais. Nem soro antiofídico tínhamos à disposição no Pronto Socorro, caso precisássemos.
Li no Sete Dias, há coisa de dois anos, que havia sido criada uma nova brigada voluntária ("a primeira de Sete Lagoas"). Espero que ainda estejam na ativa, mas sei que é difícil trabalhar em situações de risco sem auxílio. Parabenizo a você, aos amigos que foram, o Corpo de Bombeiros e o pessoal da ADESA. Urge descobrir o responsável pelo crime. Não basta taxá-lo de "infeliz". Ele é um criminoso, um doente. Só quem já participou do combate a incêndio sabe o perigo que é um indivíduo desses à solta. Espero que a polícia não poupe esforços para encontrá-lo.
Abraços.
PS.: É necessário melhorar a vigilância em nossos parques e APAs, principalmente em épocas de seca como essa. Tivéssemos ali um ou dois vigilantes assalariados, à cavalo ou moto e o problema não existiria. Não basta colocar uma placa: "Parque da Cascata". Um "balneário industrial" com um PIB de 4.000.000.000 de reais tem que saber gastar melhor o seu dinheiro."
Abaixo, algumas imagens que obtive caprichando no zoom, enquanto explicava para minha filha o significado de um incêndio desses, principalmente para os animais que não têm como escapar do fogo porque fazem seus ninhos no chão ou nos arbustos. Morte certa para os filhotes. Mesmo os animais maiores podem ficar cercados pelas chamas, visto que ventava muito no momento. A pequena repetia a todo momento que só podia ser obra de alguém que tivesse ateado fogo. Pelo relato do Busu, ela estava certíssima.
Os animais são, verdadeiramente, os que mais sofrem com queimadas. A maioria das plantas desse tipo de ambiente possui adaptações contra o fogo e, se acontecer uma chuva em breve elas brotarão com intensidade, procurando apagar as marcas do incêndio. Animais não têm essa sorte. Com o fogo, diversos animais migram da área e, como já discutido nesse blog, acabam sendo atropelados nas estradas que margeiam a região. É morrer ou morrer.
[...] [Continuação do post.]
Acabo de retornar da Serra de Santa Helena. Fui até lá para ver se alguma ajuda, como biólogo e ex-brigadista, era necessária. Fui informado pela funcionária da portaria que o Parque da Cascata estava interditado. Conversei com o pessoal da ADESA que autorizou a minha entrada, assumindo as responsabilidades pelos "estragos" que eu lá faria e que o registro das imagens era importante. Em seguida a direção do parque não permitiu a entrada, alegando ordens expressas do Corpo de Bombeiros de que ninguém estaria autorizado a entrar na área. Resolvemos contornar o incêndio pela estradinha que vai até as grandes antenas. Quando demos meia-volta, um rapaz, não sei se funcionário do parque, sugeriu esse mesmo caminho. Algumas imagens estão aí. O incêndio perdura e agora dentro da mata que contorna o lago da represa. Já se passaram 24 horas do início do fogo. Combater fogo dentro de mata fechada é quase impossível. Normalmente o trabalho dos bombeiros ou brigadistas nessa hora é fazer um rescaldo e evitar o aparecimento de mais focos, pouco há para ser feito além disso.
Ficou patente a pouca organização da Seltur para cuidar do problema. Nem um cartaz ou faixa explicando que o parque estava fechado (desses que se imprime até no computador). A funcionária dava a mesma explicação para dezenas de carros dos visitantes desinformados que chegavam à portaria. Ela também nos informou que o incêndio teve três focos iniciais, ou seja, incêndio criminoso, sendo um deles, pasmem, próximo à portaria do parque. Talvez o delinquente tenha tentado até iniciar novos focos, sem sucesso. Volto na mesma tecla: existisse algum tipo de ronda no parque, principalmente nessa época de sequidão, e não teria ocorrido o problema. Deve ser muito oneroso para a prefeitura e para a Seltur a contratação de rondantes, imagino. Fiquemos agora com o prejuízo ambiental.
[...] [Continuação do post.]
Acabo de retornar da Serra de Santa Helena. Fui até lá para ver se alguma ajuda, como biólogo e ex-brigadista, era necessária. Fui informado pela funcionária da portaria que o Parque da Cascata estava interditado. Conversei com o pessoal da ADESA que autorizou a minha entrada, assumindo as responsabilidades pelos "estragos" que eu lá faria e que o registro das imagens era importante. Em seguida a direção do parque não permitiu a entrada, alegando ordens expressas do Corpo de Bombeiros de que ninguém estaria autorizado a entrar na área. Resolvemos contornar o incêndio pela estradinha que vai até as grandes antenas. Quando demos meia-volta, um rapaz, não sei se funcionário do parque, sugeriu esse mesmo caminho. Algumas imagens estão aí. O incêndio perdura e agora dentro da mata que contorna o lago da represa. Já se passaram 24 horas do início do fogo. Combater fogo dentro de mata fechada é quase impossível. Normalmente o trabalho dos bombeiros ou brigadistas nessa hora é fazer um rescaldo e evitar o aparecimento de mais focos, pouco há para ser feito além disso.
Ficou patente a pouca organização da Seltur para cuidar do problema. Nem um cartaz ou faixa explicando que o parque estava fechado (desses que se imprime até no computador). A funcionária dava a mesma explicação para dezenas de carros dos visitantes desinformados que chegavam à portaria. Ela também nos informou que o incêndio teve três focos iniciais, ou seja, incêndio criminoso, sendo um deles, pasmem, próximo à portaria do parque. Talvez o delinquente tenha tentado até iniciar novos focos, sem sucesso. Volto na mesma tecla: existisse algum tipo de ronda no parque, principalmente nessa época de sequidão, e não teria ocorrido o problema. Deve ser muito oneroso para a prefeitura e para a Seltur a contratação de rondantes, imagino. Fiquemos agora com o prejuízo ambiental.
Fogo ainda alto na mata próxima ao lago da represa.
Impossível combater esse tipo de incêndio com os recursos que temos.
Extensão da área queimada na face oeste da serra,
na trilha de acesso ao Parque da Cascata.
Um picapau do campo (Colaptes campestris) observa desanimado por entre
os galhos de uma árvore chamuscada pelo incêndio. Acho que eu e ele
estávamos com a mesma sensação triste de não poder fazer nada.
Texto e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior
nao podemos acusar a um delinquente,o delinquente pode ser um de nos ao jogar na mata um pedaco de papel metalizado que espelhe e o mesmo inicia uma ignicao conforme vc sabe bem,pode ser um caco de vidro uqe pode iniciar,ou existem arvores secas que se auto ignificam os gazes e oleos contentes na massa da celulose e iniciam a queima
ResponderExcluiro que resta e comecarmos a prevencao com equipamentos e voluntarios
parece que a prefeitura doou um carro pra adesa mas ja tem uns 3 meses que o mesmo se encontra encostado em uma oficina da cidade,pelo que consta a aadesa nao tem um carro pipa ou algum socorro pois pode se detectar um inicio de incendio e ser combatido com rapides mas se chamar os bombeiros a situacao se torna de grande monta
onde e o ponto de observacao de inicio de incendio?
a adesa tem plantao em uma sala de observacao com radio ou telefonia?
sera que isto custa muito dinheiro?
no meu entender isto e obrigacao municipal assim como a limpeza dos acessos turisticos e em suma de toda a cidade mas o jargao em tudo que se cobra da municipalidade e de que nao se tem dinheiro
paremos para elencar as empresas e conglomerados empresariais existentes em nossa cidade,sera que precisamos passar por carro da brigada quebrado a meses,brigadistas de plantaque certamnete nao existem
e ja ouvi pseudo funcionarios municipais vangloriando a materia da revista
apesar de tudo acredito em mudancas
jc
José Carlos,
ResponderExcluiro início do incêndio parece ter sido criminoso, em mais de um foco. Aliás, a maioria dos incêndios na serra é intencional, desde aqueles que apenas querem ver as chamas até os caçadores de minhocuçu.
Acho que está chegando o momento de cobrarmos mais dos nossos "líderes".
Grande abraço e obrigado pela visita.