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quinta-feira, 19 de junho de 2025

Situação atual sobre Acidentes com Aranhas no Brasil

Aranhas no Brasil: espécies, acidentes e riscos à saúde

O Brasil abriga uma grande diversidade de aranhas, com destaque para algumas espécies que têm importância médica, ou seja, que podem causar acidentes com humanos. Entre os gêneros mais relevantes estão Loxosceles (aranha-marrom), Phoneutria (armadeira) e Latrodectus (viúvas-marrom e negra). Também é importante conhecer as caranguejeiras (família Theraphosidae) e as tarântulas brasileiras do gênero Lycosa, que apesar de não representarem risco grave, podem causar desconforto e reações locais.

Acidentes com aranhas no Brasil

De acordo com dados do Ministério da Saúde, ocorrem em média 15.000 acidentes por ano envolvendo aranhas no país. A distribuição estimada por gênero é:

  • Loxosceles (aranha-marrom): 6.000 a 9.000 casos/ano

  • Phoneutria (armadeira): 3.000 a 5.000 casos/ano

  • Latrodectus geometricus (viúva-marrom): 100 a 300 casos/ano

  • Latrodectus mactans (viúva-negra): menos de 5 casos confirmados/ano

  • Theraphosidae (caranguejeiras): casos isolados, não sistematizados

  • Lycosa (tarântulas brasileiras): casos isolados, sem risco sistêmico

A maioria dos acidentes ocorre em áreas urbanas e domiciliares, especialmente com Phoneutria, que se esconde em sapatos, roupas ou plantas. Já a Loxosceles é comum em regiões urbanas do Sul e Sudeste e pode se alojar em entulhos, atrás de móveis ou quadros.

Espécies mais preocupantes

As três espécies de maior relevância médica no Brasil são:

  1. Loxosceles (aranha-marrom): seu veneno tem ação necrosante e hemolítica, podendo causar lesões graves na pele e, em raros casos, falência renal ou morte. Crianças e idosos são os mais vulneráveis.

  2. Phoneutria (armadeira): possui um veneno neurotóxico potente, que causa dor intensa, suor, taquicardia e, em casos graves, dificuldades respiratórias. É a espécie com maior risco em ambientes urbanos.

  3. Latrodectus geometricus (viúva-marrom): possui um veneno neurotóxico mais leve. Os acidentes geralmente são leves, mas podem causar desconforto muscular e sudorese.

Apesar de rara, a Latrodectus mactans (viúva-negra) também está presente no Brasil. Ela é nativa da América do Sul, e seu veneno é extremamente potente. No entanto, os acidentes confirmados são raríssimos (menos de 10 com confirmação por identificação direta da espécie), e nenhum caso fatal foi documentado até hoje no Brasil. O quadro clínico de envenenamento é chamado latrodectismo e pode envolver dor irradiada, câimbras, suor excessivo e agitação.

Acidentes não relacionados ao veneno

As caranguejeiras (família Theraphosidae) não oferecem risco relevante pelo veneno, mas podem causar reações alérgicas por meio de pelos urticantes. Esses pelos são lançados como defesa e, ao entrarem em contato com a pele ou olhos, causam coceira, vermelhidão e até conjuntivite. Inalação acidental desses pelos também pode causar irritações respiratórias.

As tarântulas brasileiras do gênero Lycosa (tarântulas) também são consideradas de baixa importância médica. Suas picadas podem causar dor local, leve inchaço e vermelhidão, mas não evoluem para quadros graves.

Gravidade por faixa etária

Crianças e idosos são mais suscetíveis a complicações graves decorrentes de acidentes com aranhas devido à menor reserva fisiológica e ao metabolismo. Em crianças pequenas, a proporção do veneno por massa corporal é maior, o que pode intensificar os efeitos sistêmicos. Já nos idosos, há maior risco de descompensações clínicas, como insuficiência renal ou cardiovascular.

Nomes comuns populares de aranhas

É sempre importante lembrar que a nomenclatura científica é exata em relação à descrição de espécies. O uso de nomes comuns ou populares pode trazer confusão. Um exemplo clássico são aranhas caranguejeiras que comumente são chamadas de tarântulas, especialmente pelos estadunidenses. Isso se tornou comum em vídeos de divulgação como do canal Discovery ou National Geographic.

Conclusão

Embora o Brasil registre milhares de acidentes com aranhas todos os anos, a maioria tem boa evolução clínica quando o atendimento médico é realizado rapidamente. As espécies que exigem maior atenção são a aranha-marrom (Loxosceles), a armadeira (Phoneutria) e, em menor grau, a viúva-marrom (Latrodectus geometricus). Acidentes com a viúva-negra (Latrodectus mactans) são possíveis, mas extremamente raros. As caranguejeiras e tarântulas do gênero Lycosa não representam perigo grave, mas podem provocar reações alérgicas ou inflamatórias locais.

A prevenção continua sendo a melhor estratégia: manter calçados e roupas fechados, evitar acúmulo de entulhos e ficar atento ao manuseio de objetos guardados por longos períodos.

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