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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A ganância atropelando a natureza: compare as duas notícias.

MATAS SECAS SÃO EXTENSÕES DA FLORESTA ATLÂNTICA, AFIRMA PESQUISADOR DA UFMG (in www.ufmg.br, 2 de agosto de 2010)

"Coordenador do mais recente e completo inventário sobre as espécies vegetais da floresta atlântica brasileira, o pesquisador João Renato Stehmann não vê justificativa para o projeto de lei, recentemente aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas, que, em linhas gerais, permite a derrubada de grandes porções das matas secas no norte do estado, em favor da exploração de atividades como a agropecuária.
Professor do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, João Renato Stehmann explica que as matas secas são extensões da floresta atlântica, com espécies que toleram a sazonalidade climática das regiões mais interiores - com estação seca pronunciada.
Segundo ele, vários artigos que comparam a flora da mata seca com a de outras formações florestais sulamericanas comprovam essa relação florística. “A tentativa de retirá-la da Mata Atlântica só pode ser interpretada como uma manobra para justificar a destruição dos poucos remanescentes ainda existentes dessa tipologia (Floresta Estacional Decidual)”, afirma, ao acrescentar que, no ano da biodiversidade, “aprovar essa medida não faz o menor sentido, pois seria um retrocesso, uma irresponsabilidade em termos ambientais”."


FUTURO DAS MATAS SECAS É ALVO DE DISCUSSÕES EM WORKSHOP INTERNACIONAL (in www.ufmg.br, 24 de janeiro de 2007) O futuro das matas secas brasileiras guiou os debates promovidos, nesta quarta-feira, 24, pelo workshop Florestas Estacionais Deciduais Brasileiras: Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável. Uma iniciativa da UFMG, da Rede Internacional de Pesquisas Tropi-Dry e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o evento reuniu em Belo Horizonte diversas autoridades e especialistas brasileiros e internacionais para discutir medidas de preservação dessa vegetação.
Caracterizadas por plantas que perdem todas as suas folhas em determinados períodos do ano, as florestas estacionais deciduais, popularmente conhecidas como "matas secas", são típicas de ambientes áridos, como as regiões Nordeste e o Norte de Minas Gerais. Apesar de sua importância para o ecossistema brasileiro, essa vegetação vêm sofrendo vários tipos de impacto, desde o pisoteio do gado até queimadas e retiradas de áreas extensas para fabricação de carvão e pastagem.
Devastação: “Muitas áreas de florestas do Brasil pertencem à mata seca, mas por falta de estudos elas são catalogadas como de outros tipos, o que permite maior grau de desmatamento”, informa o professor Geraldo Wilson Fernandes, do departamento de Biologia Geral do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Durante o workshop, ele defendeu a implementação de um fórum para debater questões relativas a preservação das matas e um maior incentivo a pesquisas nessa área.
Para Fernandes, outra medida que pode contribuir na preservação do bioma é o aumento da fiscalização, desde que as autoridades disponham de infraestrutura adequada para realizá-la. Segundo o professor, “é preciso rever a legislação vigente e preencher as lacunas da legislação brasileira que permitem a devastação destas regiões”. Ele acredita que as autoridades estão conscientes dos impactos sofridos pela mata, mesmo que ela ocorra em regiões mais afastadas, longe dos olhos das pessoas.
Pioneirismo: Em convênio firmado em 2006, a UFMG, a Unimontes e o Instituto Estadual de Florestas se comprometeram a implementar ações de análise e recuperação das florestas estacionais. Desde então, foi iniciada a implantação da rede de pesquisadores de mata secas das Américas, a Rede Tropi-Dry, que promove, em mais de cinco países, estudos dos processo ecológicos que mantém as matas secas funcionando, com sua biodiversidade.
No encerramento do workshop, Geraldo Wilson Fernandes destacou o pioneirismo e a importância desses estudos. De acordo com o pesquisador, o objetivo é reunir os resultados obtidos com uma avaliação das características socioecônomicas e ecológicas das regiões de matas secas, formando uma base de dados concretos para seu monitoramento por satélite, que vai facilitar o processo de preservação.

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