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sábado, 8 de janeiro de 2011

Parque da Cascata: um retrocesso?

Já escrevi várias vezes sobre o Parque da Cascata. "Parque da Cascata: um recomeço?" (aqui) e "Parque da Cascata: julho de 2010" (aqui) são dois exemplos.
Em dezembro de 2009, fui surpreendido pelas sucessão de boas mudanças que o Schell da Seltur estava ali implementando. Seis meses depois, fui informado que o Schell não estava mais no comando do Parque. Alguns problemas já estavam bem visíveis. Hoje, pude constatar que o Parque da Cascata está novamente jogado às traças.
Estamos em pleno período de férias escolares e a "cidade turística" não se preparou para receber turistas ali. Parece que a menina dos olhos agora é a Gruta Rei do Mato (aliás, preciso voltar lá para conferir como ficou). Mas será que não dá para manter mais de um ponto turístico???
Alguns turistas estavam no Parque da Cascata hoje, totalmente perdidos... sem nem ao menos uma plaquinha indicando para que lado fica a cascata. Claro que ainda existem atrativos, principalmente para nós biólogos e para os que são capazes de ver ali um pouco de paz e tranquilidade. Mas em termos turísticos está no negativo.
Vamos ver algumas imagens. Primeiro as boas, quase todas por bênção única e exclusiva da natureza. Depois, os estragos e defeitos onde se percebe com clareza a mão do homem, incluindo o acesso à Serra e ao Parque.

Pontos positivos:
Lago do Parque da Cascata.
Flor de uma zingiberácea (lírio-do-brejo): Hedychium coronarium
Borboleta numerada. Diaethria (?)
Cascata.
Vinhático centenário.
Caracol da mata ou  aruá-do-mato: Strophocheilus
Borboleta do gênero Morpho

Pontos negativos:
Falta capina e sobram buracos na subida da Serra.
Falta capina ao chegar no Parque da Cascata.
Falta capina dentro do Parque da Cascata. Vamos ver se ela não virá apenas no último dia das férias, como ocorreu nas férias de julho, né?
Construções abandonadas e tomadas pelo mato.
Construções abandonadas.
Lixeira acumulando água: os mosquitos aprovam!!!
Como o projeto está caminhando? O quê já foi executado? A ADESA é uma esperança para a boa conservação do Parque da Cascata.
Falta capina nas margens da represa.
Essa lixeira moderna não acumula água: não tem fundo. Será o famoso "fundo perdido"?
Resto de faixa. E nem uma plaquinha para orientar melhor os turistas.
Capina boa, não?
Monjolo completamente destruído. [Clique para ampliar]
Hummm... falta capina.
Mais um criadouro de Aedes aegypti e outros mosquitos.

Os vinháticos continuam afastados dos humanos. Contato proibido.
Carramanchão (?) e parquinho já estiveram bem melhor.
Primeira visão que o turista tem do prédio do restaurante: um "baita" vazamento na parede.
O QUÊ SE PASSA NA SELTUR PARA ABANDONAR O PARQUE DESSE JEITO? 
PELA VOLTA DO SCHELL, COM AUTONOMIA PARA RESSUSCITAR O PARQUE DA CASCATA!

 Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Será que é possível usar metade da vultuosa verba que foi destinada no orçamento para o Fundo Municipal do Turismo para arrumar o Parque da Cascata? 

Parabéns ao Celso Martinelli e ao Jornal Sete Dias

Seguindo uma linha que demonstra independência, o Jornal Sete Dias - em especial o Celso Martinelli - tem mostrado que não se pode ficar esperando a notícia aparecer. Infelizmente, durante muitos anos, os jornais setelagoanos eram simplesmente locais onde se publicava a notícia que chegava pronta. O press release da prefeitura e das empresas substituia a pauta dos jornais. Correr atrás da notícia, antecipar os fatos e ouvir verdadeiramente a população estavam em segundo ou terceiro plano.
De uns tempos para cá, tenho visto uma tendência  do nosso jornalismo em descolar-se da função "chapa branca". Acredito que o jornal (e o jornalista) devem ter postura crítica: mostrar o erro e elogiar os acertos, sempre sabendo distinguir os limites. Claro que a "chapa branca" e a "oposição por oposição" não desapareceram, mas perdem acentuadamente a confiança do leitor/ouvinte/telespectador que começa a perceber que existem posturas mais dignas no jornalismo.
Entre as diversas matérias que podem ser lidas no jornal impresso e no Sete Dias online, destaco estas duas - clique aqui e aqui - que mostram as consequências da chuva em Sete Lagoas e um vazamento de água sem controle. Já não somos mais imunes às tragédias que se abatem sobre outras cidades. Apesar de não sofrermos com as enchentes provocadas por rios descontrolados, temos nossas próprias tragédias particulares.

Rua Sulfumiro de Freitas, no Bairro Progresso: moradores ironizam situação. Foto e legenda que ilustra uma das matérias do Jornal Sete Dias.
Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ambiguidades

Você já ouviu falar que um rio, depois de transbordar, veio a falecer?
E que uma pessoa foi até a sede do Twitter devolver o passaporte diplomático?

Pois estes dois títulos de matérias, publicados na Folha de S.Paulo online (folha.com), podem muito bem ser interpretados dessa maneira. Coisa para provocar arrepios no Valdemar, meu mestre.

Imagem obtida por cópia da tela (print screen).

Mais patos mortos: virou epidemia!!!

Patos, fujam para as colinas. (Clique aqui para ver o post sobre a morte do primeiro pato.)

Agora, falando sério, já está na hora de quem tem a concessão desse serviço (é assim mesmo?) tomar providências para evitar esse tipo de imagem que traduz desleixo. Os patos estão assim desde o início da semana, pelo menos.
Foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Teoria das janelas quebradas (3)

A teoria das Janelas Quebradas (clique aqui) ainda está ativa... bem ativa, aliás.

Fotos tiradas hoje na Lagoa Paulino:



A guarda municipal nada viu? Quem é o responsável pelo conserto? Os lavadores de carro / flanelinhas da orla da lagoa, tão defendidos pelos órgãos de defesa social, não podem colaborar evitando essa depredação? [Clique nas imagens para ampliar]

Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Errinho providencial, não?

Acabo de ler no www.setelagoas.com.br que a Caixa cometeu um errinho ao creditar, indevidamente, uma média de R$ 135,00 para mais de 80.000 famílias beneficiárias do Bolsa Família entre os meses de setembro e outubro de 2010. Agora, vai cobrar a diferença. Um fragmento do texto publicado:
A Caixa Econômica Federal admitiu que realizou o pagamento a mais no valor de R$ 11,153 milhões, transferida indevidamente para a conta de 82.595 famílias beneficiárias do Bolsa Família. A informação foi divulgada hoje pelo Agência Estado e confirmada pelo banco. De acordo com a Caixa, o pagamento foi realizado na passagem de setembro para outubro de 2010 e foi provocado por um erro do sistema do banco.
Não que eu queira insinuar alguma coisa. Longe de mim tal ideia. Mas um erro desses em plena campanha eleitoral dá assunto para um bom tempo, não é? Será que foi só esse erro?

PS.: Só para não perder o tom, um comentariozinho sobre o Palocci. O homem teve problema com o violação do sigilo do caseiro Francenildo. E agora foi para a Casa Civil que também estava cheia de problemas. Caseiro, Casa Civil, violações... parece até enredo do Dan Brown. Será que tem alguma mensagem oculta nisso tudo?

[Clique para ampliar]

2011 já chegou: alguma novidade para nós moradores da Professor Abeylard?

Num dos vários tópicos sobre o problema envolvendo o "rio de esgoto" que corre aqui na Professor Abeylard, recebi o comentário abaixo, bastante simpático, emitido pelo SAAE.  [Clique aqui para ver o tópico completo.]
Pois bem, 2011 já chegou. Já temos alguma novidade para nós?

Prezado Sr. Prof. Ramon Lamar,

informamos que seu questionamento é de vital importância e chegou em hora oportuna.
O SAAE já está executando o levantamento planialtimétrico da Rua Prof. Abeylard para elaboração do projeto e em seguida execução da obra de substituição da rede coletora de esgotos em toda a sua extensão.
Estamos nos esforçando ao máximo para que tudo se complete até o final de 2010.
Agradecemos sua preocupação, que também é nossa, e reafirmamos nosso compromisso de, dentro de nossa capacidade orçamentária, aos poucos ir solucionando todos os problemas dessa natureza.

Eng. Gilberto Cunha - SAAE

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Barro na Feirinha

E aí, gente? De onde vem esse barro que se acumula nas margens da Lagoa do Mucury, na praça Dom Carmelo Mota (da "feirinha")? Será que é possível removê-lo? Com umas enxadas, talvez...
 
Além da remoção do barro, seria bom também resolver o problema dessas armadilhas no chão. [Clique nas imagens para ampliar]
Secretaria de Turismo, de Meio Ambiente e Seltur: vamos olhar os nossos pontos turísticos mais de perto...

Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mudanças na Tabela Periódica

Em primeiro lugar, é importante entender que a química não sofreu mudança alguma. A IUPAC, União Internacional de Química Pura e Aplicada, resolveu fazer uma "maquiagem" na Tabela Periódica.
Quando localizamos um elemento na tabela periódica, três informações são mostradas com mais ênfase: o símbolo do elemento, seu número atômico e sua massa atômica. O elemento Boro, por exemplo, tem símbolo B, número atômico 5 e massa atômica igual a 10,811 unidades. O nome e o símbolo do elemento é decidido pela IUPAC em longos processos de consenso entre os membros da comissão responsável (elementos descobertos na última década estão ainda sem nome definitivo). O número atômico é igual ao número de prótons que o átomo possui em seu núcleo, portanto trata-se de um valor exato, inteiro e indiscutível (uma vez determinado corretamente). A mudança proposta diz respeito à massa atômica.

Fragmento de uma tabela periódica do tipo geralmente usado pelos estudantes do ensino médio. Observe o número atômico, o símbolo químico e a massa atômica.
Não existe um único tipo de átomo de boro na natureza. Existem "boros" que possuem 5 prótons e 5 nêutrons em seu núcleo; e existem os que apresentam 5 prótons e 6 nêutrons em seu núcleo. Simplificadamente, assumimos que a massa dos prótons e nêutrons seja rigorosamente idêntica. Sendo assim, existem átomos de boro de número de massa 10 (5+5) e de número de massa 11 (5+6). O número de massa, então, também tem um valor exato, inteiro e indiscutível. 

Representação simplicada de um átomo de boro-10.
A questão em pauta diz respeito à diferença entre número de massa e massa atômica. Enquanto o número de massa refere-se a um átomo isolado, a massa atômica se refere a uma amostra de átomos. Se você pudesse isolar e examinar um átomo de boro, iria perceber que ele ou tem número de massa 10 ou número de massa 11. Acontece que nós não manuseamos átomos isolados. Se você vai fazer reagir o elemento boro com algum outro elemento, a sua amostra de átomos de boro terá átomos dos dois tipos, ou seja boro-10 e boro-11, chamados de isótopos do boro. Daí surgiu a necessidade de se estabelecer uma “massa média” para o boro. É mais ou menos a mesma coisa que assumir que a “massa média de uma pessoa é igual a 70 kg”, como vemos em muitos elevadores: “capacidade 6 pessoas ou 420 kg”. Imagino que esse valor de 70 kg deva ter sido calculado a partir de uma média das massas dos usuários de elevador.
A massa atômica é calculada a partir da média dos números de massa dos elementos, levando-se em consideração a proporção existente na natureza entre os seus diversos isótopos. O boro-10 e o boro-11, por exemplo, correspondem respectivamente e aproximadamente a 20% e 80% dos tipos de átomos de boro presentes na natureza. O cálculo da massa atômica é a média aritmética ponderada entre esses dois valores, ou seja: [(10x20) + (11x80)] / 100. O valor encontrado será 10,8 unidades e é definido como sua massa atômica.
Não precisa ser gênio para perceber que o problema é a determinação da composição isotópica do elemento, ou seja, “quantos porcento de boro-10 e quantos porcento de boro-11 existem na natureza”. A composição isotópica varia conforme a amostra obtida na natureza. O que se está tentando fazer é tornar claro que a massa atômica do boro obtido no Brasil pode ser diferente da massa atômica do boro obtido no Japão, ou seja, os percentuais de cada isótopo do boro podem ser diferentes conforme a sua origem. A coisa vai mais adiante, é claro. A composição isotópica ou abundância relativa do boro no planeta Terra não deve ser a mesma da existente no planeta Marte. Isso já sabemos faz tempo! Aliás, a confirmação da origem extraterrestre de meteoritos é feita exatamente pela determinação da composição isotópica dos mesmos, diferente da composição encontrada aqui na Terra. Em outras palavras: uma tabela periódica terrestre e uma tabela periódica marciana teriam massas atômicas diferentes para os mesmos elementos.
A IUPAC agora quer oficializar essa diversidade na Tabela Periódica. Tudo bem! Só não concordo que se trate isso como uma grande descoberta e principalmente como uma inovação.
As notícias divulgadas pela instituição (clique aqui) dão conta dos elementos hidrogênio, lítio, boro, carbono, nitrogênio, oxigênio, silício, cloro, enxofre e tálio. Tais elementos passarão a ter suas massas atômicas grafadas como intervalos (e os outros? serão notícia no futuro?). O boro, por exemplo, terá sua massa indicada como o intervalo entre 10,806 e 10,821. Como a gigantesca maioria dos estudantes de química trabalha com tabelas simplificadas, onde o valor da massa atômica é dado como 10,8, a mudança não tem a menor relevância para eles. O enxofre (S) mudará de 32,065 para o intervalo entre 32,059 e 32,076. Apenas os químicos que trabalham com as tabelas técnicas, usadas para cálculos de precisão em laboratórios de análises ultraquantitativas é que serão afetados pela mudança... e continuarão sem saber qual massa usar (essa é a parte incrível da “novidade”), a não ser que a IUPAC publique uma outra tabela indicando qual massa atômica usar para uma determinada amostra que se conheça a procedência.
"Por mais de um século e meio, muitos foram ensinados a usar massas atômicas padronizadas - um valor único - encontrado nas capas dos livros didáticos de química e na tabela periódica dos elementos", disse Ty Coplen, diretor do Reston Stable Isotope Laboratory. "Embora essa mudança ofereça benefícios significativos na compreensão da química, pode-se imaginar o desafio, agora, aos educadores e estudantes que terão que selecionar um único valor de um intervalo ao fazer cálculos de química."* 
"Nós esperamos que os químicos e os educadores tomem este desafio como uma oportunidade única para incentivar o interesse dos jovens em química e gerar entusiasmo para o futuro criativo da química," afirma a doutora Fabienne Meyers, diretora adjunta da IUPAC.*
Grifos anteriores, por minha conta. Desafio? Oportunidade única? Incentivar o interesse? Entusiasmo? Futuro criativo? Calma aí, né gente. Menos... menos... Bons professores, bons laboratórios farão isso de maneira muito mais eficiente.
2011 é o Ano Internacional da Química. A mudança na Tabela Periódica tem sido vista como uma tentativa de aproximar as pessoas ainda mais da química. Sinceramente, não vejo como isso muda alguma coisa. A tabela periódica é uma das descobertas mais interessantes da química em todos os tempos, mas “de uso exclusivo das forças químicas”, ou seja, não tem muito sentido fora das salas de aula e dos laboratórios. Para chegar até a compreensão dessas mudanças e enxergar alguma beleza nelas, é preciso primeiro ingressar nas salas de aula e nos laboratórios, coisa ainda proibitiva para uma enorme parcela da população mundial. 

Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

* As citações em alguns sites têm sido referidas a Ty Coplen (site da IUPAC), a Fabienne Meyers ou a Michael Wieser. Acho que ficaremos sem saber exatamente quem fez a afirmativa primeiro.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cogumelos e musgos

[Clique na imagem para ampliar]
Foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Aberta a temporada de pesca aos bagres!!!

Boa notícia para os pescadores setelagoanos. Aqui, no Rio Professor Abeylard (também conhecido como Rio de Esgoto), a água está bastante turva e propícia para a pescaria de bagres. Uma dica infalível é colocar bastante minhoca no anzol. Entretanto, tenha cuidado para não perder seu equipamento devido ao grande número de garranchos que descem com as cheias. Procure, ao longo do rio, os poços que se se formam nessa época. Aqui está facinho de achar. Aliás, poços desse tipo estão espalhados pela cidade inteira.

Época propícia para a pesca de bagres. Clique nas imagens para melhor visualizar os pesqueiros.
Boa pesca!!! E não se esqueça de mandar as fotos para publicarmos aqui no blog! Já recebi uma foto de um bagre tão grande que só o arquivo pesava um quilo e duzentas gramas.

Texto e fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior

O tempo em Sete Lagoas

Tempo fechado. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. A cidade está sendo varrida por fortes ventos. Máxima: 45 oC na Praça Barão do Rio Branco. Mínima: 13 oC na Serra de Santa Helena.

Fonte: Jornal do Brasil

Se você não entendeu nadica desse post - aparentemente insano - clique na imagem acima e pesquise um pouco sobre essa famosa "primeira página". O objetivo foi construir uma ponte entre o momento atual setelagoano (um certo silêncio pesando sobre coisas já feitas e outras que estão por fazer) e o passado. Não temos mais o Jornal do Brasil, mas temos os blogs. Como as notícias são todas EM OFF, fica difícil ou mesmo impossível repassá-las. Mas não há segredo que perdure. Logo fará sol, então...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Lagoa Paulino e o anel de captação de águas pluviais

Peguei uma boa parte da chuva forte que caiu hoje à tarde. Mas valeu a pena. Consegui, logo após a pancada, as imagens que mostram - para quem não quer acreditar - que o anel de captação de águas pluviais do entorno da Lagoa Paulino está completamento entupido, ou seja, não é mais funcional.

 
O anel de captação foi construído na década de 1980 numa obra conjunta realizada com os recursos da Prefeitura Municipal e do SAAE (é gente, o SAAE e a prefeitura conseguiam fazer obras com recursos próprios naquela época). O anel circunda completamente a Lagoa Paulino e possui vários "postos de visitação" para manutenção e limpeza, que nunca foi feita. Acontece que, na margem oeste da lagoa a quantidade de sedimentos que vem junto com a enxurrada é muito grande e aos poucos foi assoreando a galeria e a própria lagoa. O resultado se traduz no lançamento de toneladas de sedimentos no interior da lagoa a cada estação de chuva. E junto com o sedimento também é lançado um bocado do esgoto que escorre pelas ruas da cidade (muitas vezes já mostrado aqui no blog). E é por causa desse esgoto que os peixes não podem ser pescados, viu? Mas ninguém faz nada para resolver o problema. As placas de proibido pescar estão lá. Cadê as placas de "permitido limpar"?

Se o vídeo demorar a abrir, você pode conferir a enxurrada nessa foto.
Agora é aguardar (sentados ou deitados, para cansar menos) as providências para a limpeza do anel de captação. Espero que o Dalton Andrade - leitor assíduo do blog - peça esclarecimentos lá na Câmara Municipal. Quem sabe o pessoal do SAAE, que lê frequentemente o blog, também se posicione. Vamos lá, gente. Nós podemos fazer!!!
Também tive a oportunidade de registrar a quantidade de lixo que obstrui os poucos e mal planejados bueiros. Poucos porque só algumas ruas possuem (como esse na Paulo Frontin); mal planejados porque não há declividade na pavimentação que dirija o fluxo de água para os bueiros. Apesar de ter vários bueiros, qualquer pessoa sabe que a Paulo Frontin vira uma piscina evitada por todos os motoristas no momento de chuvas fortes. Não deveria ser assim, mas...

Até saco cheio de lixo ajuda a obstruir o bueiro. Pensei que os "resíduos sólidos" estivessem sendo eficientemente coletados. [Clique na imagem para ampliar]
Mais uma vez deixo aqui o apelo à população para não jogar lixo nas ruas. As pessoas podem usar as numerosas lixeiras que existem em toda a cidade. Como é? Não tem? Desculpem, estão avisando aqui que só tem lixeira no centro da cidade. Então guardem o lixo em casa ou tragam para que ele seja jogado nas lixeiras do centro, ok?

Texto e imagens: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Árvores-problema (deu na Folha S.Paulo, online)

Árvore-problema terá remoção rápida na cidade de São Paulo

Figueiras, eucaliptos e pinus, árvores que fazem parte da lista de espécies-problema da prefeitura, poderão ser removidas mesmo que não estejam causando qualquer problema e até sem o aval da Secretaria do Verde e Meio Ambiente.
Segundo reportagem de Vanessa Correa publicada na edição desta segunda-feira da Folha, bastará a avaliação de um agrônomo da subprefeitura local, atestando que o exemplar pode vir a causar danos, para que a árvore possa ser removida.
A medida, que acelera o processo de remoção dessas espécies, foi determinada por decreto do prefeito Gilberto Kassab (DEM), publicado no "Diário Oficial". As "espécies vegetais exóticas invasoras do município de São Paulo" são plantas que se disseminam com facilidade, a maioria de grande porte e crescimento rápido.  (link)
Já faz algum tempo que defendemos a criação de uma lista de espécies-problema para o paisagismo urbano de Sete Lagoas. Contudo, tal lista tem que ser criada por uma comissão que realmente entenda do assunto e tenha o conhecimento necessário para sugerir medidas e dialogar em busca de um consenso. Diversas espécies de figueiras, por exemplo Ficus benjamina, precisam ser extirpadas das calçadas. Acredito que apenas praças têm condição de abrigar essa espécie, com especial atenção para suas condições de fitossanidade. Espécies de frutíferas, como mangueiras, nas calçadas também devem ser alvo de ação semelhante. Mais dia ou menos dia, as frutíferas tornar-se-ão problemáticas sob vários aspectos. Determinadas espécies precisam ser terminantemente proibidas e gradativamente substituídas nas calçadas que se encontram sob fiação aérea. As "podas técnicas" realizadas pela CEMIG, como sabemos, são de péssimo gosto e apenas para resolver um problema de forma paliativa. Até a falsa-murta (Murraya) preferida pelo corpo técnico da CEMIG - por não atingir a rede elétrica - está no caminho de ser totalmente proibida pela possibilidade de abrigar um parasita dos laranjais.

Raízes de Ficus benjamina na Ilha do Milito. Verifique que o passeio encontra-se danificado e as construções em alvenaria na base da árvore também. É possível ter essa árvore em praças, mas de forma planejada. O paisagista tem que pensar o crescimento da árvore, não adianta escolher aquela que está mais barata ou disponível. Numa calçada, Ficus benjamina é inviável.
Acredito que tudo isso seja possível de ser realizado a partir do esclarecimento da população. Só assim a comunidade se engajaria no projeto, dando efetiva colaboração. Mas contar com a população só é possível na medida em que os anseios da mesma sejam levados em consideração. "Para o povo", da boca para fora, não funciona.

Texto e foto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

Logo da Olimpíada 2016

A criação de uma logomarca não é uma tarefa fácil. Quanto mais se se pretende colocar diversos elementos universais na mesma. Em um mundo digitalizado, como temos agora, a coisa fica mais difícil ainda. Uma rápida olhada numa marca ou figura interessante pode permanecer em nosso inconsciente e se infiltra no futuro em um processo criativo. Aí o limite entre criação e plágio fica nebuloso. Com as músicas se dá o mesmo efeito. Um compositor tem que filtrar durante seu trabalho todas aquelas sequências de acordes que, por um motivo ou outro, estão gravadas em sua memória musical. Difícil demais.
A polêmica recente está relacionada à logomarca da Olimpíada 2016 do Rio de Janeiro, marca que deverá angariar 3 bilhões de dólares com sua comercialização entre os patrocinadores oficiais do evento. 
Eu pensei que a bonita logomarca criada para a "Cidade Candidata" seria mantida, no máximo sofreria algumas alterações de textura ou volume.

Logomarca da "Cidade Candidata"
Que nada! Uma nova logomarca foi criada. E bem bonita, diga-se de passagem. Em relação a ela só tenho uma ressalva, como também na anterior: a "tradição" brasileira de só criar logomarcas de visibilidade nacional ou mundial com as cores da nossa bandeira. Tal tradição é, certamente, é uma barreira restritiva à criatividade. A logomarca da Copa 2014, por exemplo, é até certo ponto hostil: "a taça é nossa e pronto!".

Logomarca da Copa 2014
As acusações de plágio ou "inspiração não comunicada" seguem um longo caminho. O ponto inicial parece ser a pintura "A Dança", de Matisse.

La Danse (A Dança) de Henri Matisse.
Matisse inspirou várias outras obras. Uma das mais conhecidas, por todos aqueles que já visitaram o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é o conjunto mostrado abaixo.

La Danse - Homenagem à Matisse, de Alice Pittaluga. Foto: Ramon L. O. Junior
Por caminhos e inspirações que não sabemos de onde veio, surge a marca da Telluride Foundation, ONG americana com o propósito de arrecadar recursos para ações filantrópicas na comunidade de Telluride. Pelas informações do site da ONG, a mesma tem cerca de 10 anos. Acabo de passar um e-mail, perguntando da criação de sua logomarca... duvido um pouco que receberei resposta.

Logomarca da Telluride Foundation
Até aí, tudo bem. Inspiração nítida e clara com motivos universais. A discussão ganha corpo com a logomarca do Carnaval 2004 de Salvador: idêntica à logomarca da Telluride, apenas com a mudança da cor dos bonecos.
Logomarca do Carnaval 2004 de Salvador
Finalmente chegamos à logomarca oficial da Olimpíada Rio 2016, criado pela Agência Tátil Design. Do texto (que pode ser lido clicando no link anterior) eu destaco a parte: "Fugir dos clichês e ser, ao mesmo tempo, uma síntese que traduzisse o Rio de Janeiro como o endereço do maior evento esportivo do planeta em todos os lugares – entre cariocas, atletas e gente do mundo todo." Bem, acho que o pessoal não conseguiu fugir muito dos clichês: está ali a palavra "Rio", o Corcovado, as cores brasileiras e até o Cristo Redentor. Repito, ficou muito bonita e bem resolvida a união das referências. Eu diria que "a fonte inspiradora foi trabalhada de forma muito criativa e inovadora".
Logomarca Oficial da Olimpíada Rio 2016
Fica a cargo do julgamento de cada um, mas é impossível que numa equipe de 40 cocriadores nenhum deles conheça a obra de Matisse ou sua referência no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Não acredito na ideia de plágio, mas o episódio deve servir de lição para uma maior transparência ao se expor um processo criativo. Não seria demérito algum que se citasse a inspiração inicial na obra de um gênio da pintura.

Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

sábado, 1 de janeiro de 2011

Saldo positivo de 2010

Comentei em outra postagem, 2010 trouxe alguns presentes para mim. Correndo o risco de esquecer de alguns, fiz uma pequena listinha:
  • O ano começou muitíssimo bem com a aprovação recorde de 54 alunos do Núcleo De Aprendizagem no vestibular UFMG-2010, dentre eles sete novos futuros colegas biólogos.
  • No meio do ano, finalmente consegui participar do Curso de Manejo de Áreas Verdes em Holambra, com o mestre Gustaaf Winters, em companhia das queridas colegas Regina Márcia, Adriana Drummond e Rosimayre Gontijo.
  • Em julho foi a oportunidade de retornar a Caxambu, depois de 15 anos de ausência.
  • Muito marcante foi a descoberta dos blogs setelagoanos com especial referência ao No Prelo, Flávio de Castro, cCelle e Poems? Fusiles? Sûr. Uma oportunidade excelente criar novos ou ativar antigos contatos com pessoas especiais.
  • Ao longo do ano foram várias visitas à Serra do Cipó, com ênfase especial às caminhadas no Parque Nacional. Muitas imagens foram capturadas e compartilhadas com os seguidores do blog.
  • O reencontro com o amigo de infância, Rogério Campolina, desta vez em Interlagos para acompanhar o GP de Fórmula I. Eu e Rogério éramos crianças fissuradas com a Fórmula I desde o início da década de 1970, quando não perdíamos a transmissão de um GP pela TV ou pelo rádio. Claro, lá em Interlagos, o reencontro com os amigos Woody e Carlão.

Bom, tem a listinha de coisas não muito boas, como a dengue que me pegou de jeito. Mas é melhor deixar isso de lado. O melhor é torcer para a cada ano a lista de coisas muito boas ser sempre a mais extensa.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

Reveillon 2011 - Fogos na Lagoa Paulino

2011 chegou com uma fina garoa. Milhares de pessoas nas margens da Lagoa Paulino deram adeus ao ano de 2010 e receberam o Ano Novo com muita alegria. No coração de todos, a esperança de tempos cada vez melhores para nossa cidade e para todos os cidadãos.

[Clique nas imagens para ampliar]
 Fotos: Ramon Lamar de Oliveira Junior