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quarta-feira, 28 de março de 2012

Jogar desse jeito fica difícil: sai Chico, sai Millôr... cadê os reservas?

A perda do Chico Anysio já foi um problemão. Agora, perdemos também o Millôr Fernandes. Assim é brincadeira, ou melhor, acaba com toda a brincadeira.
Da referência ao Chico ainda guardo o LP do Coalhada, que ganhei num aniversário por volta dos 14 ou 15 anos do amigo Rogério. Piadas boas, algumas hoje recicladas fracamente pelos "novos humoristas"... e uma crítica social por trás do tema. Mas hein!!!
Do Millôr, guardo as leituras de suas páginas na revista Veja, em pleno período da Ditadura Militar (aquela que alguns agora insistem em afirmar que nunca existiu). Piadas, ou relatos, às vezes complexos, difíceis. Para entender a linguagem do mestre, eu tive que começar a entender de política nacional (e por tabela de política local). E como era difícil entender de política naqueles tempos plúmbeos. Achei o máximo quando o Millôr revelou que ele já havia nascido com pseudônimo. Era para se chamar Milton, mas o escrivão fez uma avacalhação e o cortado do "t" foi parar em cima do "o", com um "n" feio no final. Pronto, estava ali uma espécie de predestinação. Jamais vou esquecer de um texto que ele escreveu sobre um anúncio da Petrobras (texto publicado na Veja... veja lá se a Veja faz isso hoje) em que ele desmonta, linha após linha tudo o que o próprio anúncio dizia. Inclusive a fala do primeiro parágrafo, de que a Petrobras não visava lucro, com outra fala no meio do texto em que o lucro é exaltado. (Vou tentar garimpar esse texto no site da Veja... acho que vale a pena.)
Recentemente, crítico de tudo... foi parar na prova do Enem 2009. Será que os elaboradores do sistema do Enem entenderam a crítica? [Bastaria olhar para dentro do MEC e dos ministérios em volta... que solidão!]

Charge do Millôr no ENEM-2009.
Ramon Lamar de Oliveira Junior

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