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quinta-feira, 22 de março de 2012

DIA MUNDIAL DA ÁGUA: A água do mundo vai acabar?

A água do mundo não vai acabar. Pelo menos não por conta dos processos que ocorrem atualmente. Pode ser que algum ET tresloucado venha aqui roubar a nossa água, mas isso é outra história (deixemo-la no campo da ficção!). A água se recicla: evapora, forma nuvens, precipita-se de volta ao solo, às matas, lagoas, rios e mares. A preocupação não é essa. Eu poderia dizer, com uma razoável margem de segurança, que os problemas fundamentais são dois:

   1) A água pode acabar em alguns lugares. Isso pode mesmo.  O desmatamento das regiões do entorno de nascentes (ai ai ai... lá vem o Novo Código Florestal), a impermeabilização do solo, o aumento da taxa de evaporação decorrente das transposições abusivas e das barragens, a explotação (exploração excessiva) dos lençóis subterrâneos ou mesmo das águas superficiais (pesquise aí o que aconteceu na região do Mar de Aral)... isso pode provocar o desaparecimento da água de alguns locais. Nossa Lagoa da Chácara, por exemplo, pode não ter morrido sozinha. A Lagoa do Cercadinho precisou ter seus minadouros liberados para conseguir manter-se viva. A Lagoa da Catarina provavelmente vai precisar de um aporte adicional de água para manter-se cheia no período da seca.

   2) O lançamento de todo tipo de efluente, sem tratamento e sem controle, nos cursos d'água dificulta a sua utilização pelo homem. E também pelos seres vivos que habitam a água... muitos simplesmente deixam de ser vivos! A água dos rios, para ser usada por nós habitantes das cidades, tem que passar por um processo de descontaminação. Trilhões de dólares são gastos com isso no mundo todo. E cada vez serão necessários mais trilhões. E não é uma questão de simples economia. Esses trilhões vão fazer falta em algum lugar. Enquanto os países ainda podem gastar esse dinheiro, parece estar tudo bem. Parece, porque em alguns países a coisa está feia. Sem contar outros efeitos que a poluição das águas provoca que vão desde o aumento da concentração salina dos terrenos irrigados com essas águas até a alteração da fisiologia dos organismos aquáticos, muitas vezes gerando a extinção de populações ou espécies, com mais impactos na economia (perda de pescado e de áreas agricultáveis é perda de muito dinheiro).

Cuidar da água é necessário. E não é tarefa só do usuário doméstico, mas de todos aqueles que a utilizam. Indústrias e o setor agropecuário consomem quase 70% desse recurso. E o cidadão, coitado, é bombardeado com cálculos mirabolantes sobre quantos litros de água são perdidos por uma torneira que pinga uma gota a cada 30 segundos! Claro que devemos todos colaborar, mas as indústrias precisam reutilizar suas águas (vão até a Cedro Cachoeira e confiram como uma empresa pode trabalhar nesse sentido), e as plantações precisam ser irrigadas com formas menos perdulárias (gotejamento, em vez de pivô central e autopropelido, que tal? Em alguns casos é plenamente possível!). Prefeituras também têm que se preocupar em aumentar a capacidade de absorção de água pelos pavimentos das ruas, já existem alternativas ao asfalto (não, não estou falando de criar milhões de buracos nas ruas das cidades para a água se infiltrar no solo!).
É isso... ou mais ou menos isso. Alguns tópicos podem ser adicionados à discussão, sem dúvida. Sempre há espaço para um pouco mais de debate, pontos de vista e tal. Mas o importante é que entendamos, o quanto antes, que o assunto é sério. Não é ecochatismo, não é terrorismo. Leiam mais sobre o Mar de Aral (de novo!), leiam sobre os efeitos danosos da Represa de Assuã, no Egito.
Alternativas existem. Podem consumir dinheiro agora, mas economizarão muito mais dinheiro e qualidade de vida no futuro.
Feliz Dia Mundial da Água.

Cascata da Serra de Santa Helena (Parque da Cascata, Sete Lagoas, MG)
Foto e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

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