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domingo, 29 de junho de 2014

Os riscos da mudança de voz com o uso de gases

Já se tornou tradicional no Programa da Eliana (SBT) a inalação de gases para afinar a voz (gás hélio - He) e para engrossar a voz (gás hexafluoreto de enxofre - SF6). A mudança ocorre porque esses gases são respectivamente pouco denso e muito denso em relação ao ar atmosférico, mudando portanto a vibração das cordas vocais (pregas vocais) e, consequentemente, o som produzido. Pronto, termina aí a parte "científica" da coisa.
Resta a tremenda agressão ambiental que é o uso do hexafluoreto de enxofre. Não sei quanto já usaram desse gás, no referido programa, para fazer a mudança vocal. O que os "cientistas" do programa não explicam é que 1 quilo do dito gás tem o mesmo efeito de 23 toneladas de gás carbônico em termos de aquecimento da atmosfera! Isso mesmo, o hexafluoreto de enxofre é 23.000 vezes mais poluente do que o gás carbônico, ao menos nesse importante quesito.
Não bastassem os riscos ambientais há também os riscos à saúde decorrentes de se inalar o SF6. A folha de segurança do gás afirma que o gás "hexafluoreto de enxofre é definido como um asfixiante simples". Chama-se a atenção para os efeitos do gás em nosso organismo: "Efeitos da exposição a altas concentrações que desloquem o oxigênio necessário à vida podem ser: perda de coordenação ou tontura, pressão na parte frontal da cabeça, formigamento na língua e na ponta dos dedos, enfraquecimento da fala levando à incapacidade de emitir sons, rápida redução dos movimentos, consciência reduzida e perda do tato."
O gás hélio também tem efeitos semelhantes, mas a elevada densidade do hexafluoreto de enxofre dificulta a sua remoção do sistema respiratório. Donde se conclui duas coisas importantes: respirar os dois para "sentir" os efeitos é algo muito perigoso e o gás hélio tem o risco ampliado por estar presente em balões de gás que as crianças manuseiam... e podem querer fazer como os "artistas" fazem na televisão. 
No mínimo, uma advertência deveria ser veiculada em relação a esses gases e essas "brincadeiras científicas".

Ramon Lamar de Oliveira Junior

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