As opiniões emitidas neste blog, salvo aquelas que correspondem a citações, são de responsabilidade do autor do blog, em nada refletindo a opinião de instituições a que o autor do blog eventualmente pertença. Nossos links são verificados permanentemente e são considerados isentos de vírus. As imagens deste blog podem ser usadas livremente, desde que a fonte seja citada: http://ramonlamar.blogspot.com. Este blog faz parte do Multiverso de Ramon Lamar

sexta-feira, 14 de junho de 2019

ÁGUA EM SETE LAGOAS: AVANÇOS E RETROCESSOS

  • A construção da ETA para captação de água no Rio das Velhas foi, sem dúvida alguma, um avanço. Só quem acompanhou os dados sobre o Estudo Hidrogeológico sabe o risco do colapso do solo em vários pontos da área central da cidade por causa da extensa utilização dos lençóis subterrâneos. Pode-se ler a TESE do Paulo Galvão na internet, disponível no site da USP (Clique AQUI). O resumo é o que se segue:

Modelo hidrogeológico conceitual de Sete Lagoas (MG) e implicações associadas ao desenvolvimento urbano em regiões cársticas
Esta pesquisa integrou estudos geológicos, hidrogeológicos, geoquímicos e de isótopos estáveis no município de Sete Lagoas (MG), Brasil, com o objetivo de entender a circulação da água em terreno cárstico e propor alternativas para o seu melhor uso, a fim de se evitar problemas geotécnicos. A área é constituída por calcários neoproterozoicos da Formação Sete Lagoas, onde se desenvolveram condutos cársticos, dando origem ao aquífero homônimo, o qual está coberto por sedimentos cenozoicos inconsolidados e, ocasionalmente, por rochas metasedimentares neoproterozoicas da Formação Serra de Santa Helena. Foi observado que neste aquífero a porosidade primária é muito baixa e a secundária (micro-fraturas) é igualmente reduzida, devido ao preenchimento por calcita. O grande volume de água subterrânea migra através da porosidade terciária caracterizada dominantemente por dois planos de acamamentos carstificados e, em menor grau, por fraturas sub-verticais carstificadas. A recarga, relacionada às chuvas que ocorrem no período de outubro a dezembro, se dá através de sumidouros, entradas de cavernas e onde o calcário está sob os sedimentos cenozoicos. Um detalhado estudo avaliando os efeitos de escala permitiu também o estabelecimento da distribuição das permeabilidades do Aquífero Sete Lagoas. Outros resultados obtidos também estabeleceram que as extrações de águas subterrâneas estão associadas aos eventos geotécnicos cársticos localizados na área urbana do município. A elevada extração das águas subterrâneas faz com que o plano de acamamento carstificado mais raso, em algumas áreas, esteja inteiramente na zona não saturada, provocando os eventos geotécnicos. Um mapa de risco geotécnico identifica, a partir da litologia e do nível de água subterrânea, cinco níveis. Este tipo de mapeamento deveria orientar as extrações e os cuidados na ocupação do terreno urbano em Sete Lagoas, prevenindo ou retardando a ocorrência de novas subsidências ou colapsos.
  • Por outro lado vemos a AMBEV com uma outorga de retirada de águas do subsolo equivalente à metade de toda a água que é retirada pelo SAAE para os fins de abastecimento público... haja aquífero...
  • E para piorar as mudanças do Plano Diretor reduziram basicamente em toda a cidade, de 30 para 25%, a exigência de área permeável nos imóveis novos a ser construídos... sem contar a vexaminosa anistia dada no final de 2012 para os imóveis que não cumpriam a lei sobre a área de permeabilidade.
  • Iniciativas de plantio de árvores ainda são modestas e concentradas em áreas centrais, mais como "embelezamento" do que com as finalidades práticas de melhorar a qualidade do ar, conforto térmico e aumento da absorção de água pelo solo.


Ramon L. O. Junior 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Clique em "Participar deste site" e siga o blog para sempre receber informações sobre atualizações. O seu comentário será publicado após ser lido pelo administrador do blog.