As opiniões emitidas neste blog, salvo aquelas que correspondem a citações, são de responsabilidade do autor do blog, em nada refletindo a opinião de instituições a que o autor do blog eventualmente pertença. Nossos links são verificados permanentemente e são considerados isentos de vírus. As imagens deste blog podem ser usadas livremente, desde que a fonte seja citada: http://ramonlamar.blogspot.com. Este blog faz parte do Multiverso de Ramon Lamar

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

PARA LER, GUARDAR, COBRAR E ANALISAR: DISCURSOS DE LULA NA POSSE 2023 - ÍNTEGRA DOS DISCURSOS NO CONGRESSO E NO PARLATÓRIO

NO CONGRESSO

Se estamos aqui é graças à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos. Foi a democracia a grande vitoriosa, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu; as mais violentas ameaças à liberdade do voto.

Ao retornar a este plenário da Câmara dos Deputados, onde participei da Assembleia Constituinte de 1988, recordo com emoção os embates que travamos aqui, democraticamente, para inscrever na Constituição o mais amplo conjunto de direitos sociais, individuais e coletivos.

Quando fui eleito presidente pela 1ª vez, ao lado do José Alencar, iniciei o discurso de posse com a palavra “mudança”. A mudança que pretendíamos era simplesmente concretizar os preceitos constitucionais. O direito à vida digna, sem fome, com acesso ao emprego, saúde e educação.

Disse, naquela ocasião, que a missão de minha vida estaria cumprida quando cada brasileiro e brasileira pudesse fazer 3 refeições por dia. Ter de repetir este compromisso no dia de hoje é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao país nos anos recentes.

Nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que esta Nação levantou vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer este edifício que vamos dirigir todos os nossos esforços.

Em 2002, dizíamos que a esperança tinha vencido o medo, no sentido de superar os temores diante da inédita eleição de um representante da classe trabalhadora. Em oito anos de governo deixamos claro que os temores eram infundados. Do contrário, não estaríamos aqui novamente.

Ficou demonstrado que um representante da classe trabalhadora podia, sim, dialogar com a sociedade para promover o crescimento econômico de forma sustentável e em benefício de todos, especialmente dos mais necessitados.

Ficou demonstrado que era possível, sim, governar este país com a mais ampla participação social, incluindo os trabalhadores e os mais pobres no orçamento e nas decisões de governo.

Ao longo desta campanha eleitoral vi a esperança brilhar nos olhos de um povo sofrido, em decorrência da destruição de políticas públicas que promoviam a cidadania, os direitos essenciais, a saúde e a educação.

O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública.

É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos.

Diante do desastre orçamentário que recebemos, apresentei ao Congresso Nacional propostas que nos permitam apoiar a imensa camada da população que necessita do estado para sobreviver. Agradeço à Câmara e ao Senado pela sensibilidade frente às urgências do povo brasileiro.

Nenhuma nação se ergueu nem poderá se erguer sobre a miséria de seu povo. Este compromisso começa pela garantia de um Programa Bolsa Família renovado, mais forte e mais justo, para atender a quem mais necessita.

Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros, que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra.

A liberdade que sempre defendemos é a de viver com dignidade, com pleno direito de expressão, manifestação e organização. A liberdade que eles pregam é a de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente e impor a lei do mais forte acima das leis. O nome disso é barbárie.

A partir de hoje, a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público.

Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a Nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros, com direito amplo de defesa, dentro do devido processo legal.

O mandato que recebemos, frente a adversários inspirados no fascismo, será defendido com os poderes que a Constituição confere à democracia. Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com verdade. Ao terror e à violência, responderemos com a Lei e suas mais duras consequências.

Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre!

Em diálogo com os 27 governadores, vamos definir prioridades para retomar obras irresponsavelmente paralisadas, que são mais de 14 mil no país. Vamos retomar o Minha Casa Minha Vida e estruturar um novo PAC para gerar empregos na velocidade que o Brasil requer.

Vamos impulsionar as pequenas e médias empresas, potencialmente as maiores geradoras de emprego e renda, o empreendedorismo, o cooperativismo e a economia criativa. A roda da economia vai voltar a girar e o consumo popular terá papel central neste processo.

O Brasil pode e deve figurar na primeira linha da economia global. Caberá ao estado articular a transição digital e trazer a indústria brasileira para o Século XXI, com uma política industrial que apoie a inovação, estimule a cooperação público-privada e fortaleça a ciência.

Nenhum outro país tem as condições do Brasil para se tornar uma grande potência ambiental. Vamos iniciar a transição energética e ecológica para uma agropecuária e uma mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte, uma indústria mais verde.

Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola.

Incentivaremos, sim, a prosperidade na terra. Liberdade e oportunidade de criar, plantar e colher continuará sendo nosso objetivo. O que não podemos admitir é que seja uma terra sem lei. Não vamos tolerar a violência contra os pequenos, o desmatamento e a degradação do ambiente.

Esta é uma das razões, não a única, da criação do Ministério dos Povos Indígenas. Ninguém conhece melhor nossas florestas nem é mais eficaz de defendê-las do que os que estavam aqui desde tempos imemoriais. Vamos revogar todas as injustiças cometidas contra os povos indígenas.

Não é admissível que negros e pardos continuem sendo a maioria pobre e oprimida. Criamos o Ministério da Promoção da Igualdade Racial para ampliar a política de cotas, além de retomar as políticas voltadas para o povo negro e pardo na saúde, educação e cultura.

Estamos refundando o Ministério da Cultura, com a ambição de retomar mais intensamente as políticas de incentivo e de acesso aos bens culturais, interrompidas pelo obscurantismo nos últimos anos. Uma política cultural democrática não pode temer a crítica nem eleger favoritos.

Que brotem todas as flores e sejam colhidos todos os frutos da nossa criatividade, Que todos possam dela usufruir, sem censura nem discriminações.

É inadmissível que as mulheres recebam menos que os homens, realizando a mesma função. Que não sejam reconhecidas em um mundo político machista. Que sejam assediadas impunemente nas ruas e no trabalho. Que sejam vítimas da violência dentro e fora de casa.Estamos refundando também o Ministério das Mulheres para demolir este castelo secular de desigualdade e preconceito.

Sob a proteção de Deus, inauguro este mandato reafirmando que no Brasil a fé pode estar presente em todas as moradas, nos diversos templos, igrejas e cultos. Neste país todos poderão exercer livremente sua religiosidade.

O período que se encerra foi marcado por uma das maiores tragédias: a Covid-19. Em nenhum outro país a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar emergências sanitárias, graças ao SUS.

O Ministério da Justiça e da Segurança Pública atuará para harmonizar os Poderes e entes federados no objetivo de promover a paz onde ela é mais urgente: nas comunidades pobres, no seio das famílias vulneráveis ao crime organizado, às milícias e à violência, venha de onde vier.

Este paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes. O que nos cabe, no momento, é prestar solidariedade aos familiares de quase 700 mil vítimas.

Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo.

O modelo que propomos, aprovado nas urnas, exige, sim, compromisso com a responsabilidade, a credibilidade e a previsibilidade. Não podemos fazer diferente. Teremos de fazer melhor.

Os olhos do mundo estiveram voltados para o Brasil nestas eleições. O mundo espera que o Brasil volte a ser um líder no enfrentamento à crise climática e um exemplo de país social e ambientalmente responsável, capaz de promover o crescimento econômico com distribuição de renda.

O Brasil tem de ser dono de si mesmo, dono de seu destino. Tem de voltar a ser um país soberano. Com soberania e responsabilidade seremos respeitados para compartilhar essa grandeza com a humanidade – solidariamente, jamais com subordinação.

A relevância da eleição no Brasil refere-se, por fim, às ameaças que o modelo democrático vem enfrentando. Ao redor do planeta, articula-se uma onda de extremismo autoritário que dissemina o ódio e a mentira por meios tecnológicos que não se submetem a controles transparentes.

Reafirmo, para o Brasil e para o mundo, a convicção de que a Política, em seu mais elevado sentido – e apesar de todas as suas limitações – é o melhor caminho para o diálogo entre interesses divergentes. Negar a política, desvalorizá-la e criminalizá-la é o caminho das tiranias.

Minha mais importante missão será honrar a confiança recebida e corresponder às esperanças de um povo sofrido, que jamais perdeu a fé no futuro nem em sua capacidade de superar os desafios. Com a força do povo e as bênçãos de Deus, haveremos der reconstruir este país.


NO PARLATÓRIO

Quero começar fazendo uma saudação especial a cada um e a cada uma de vocês. Uma forma de lembrar e retribuir o carinho e a força que recebia todos os dias do povo brasileiro —representado pela Vigília Lula Livre—, num dos momentos mais difíceis da minha vida.

Hoje, neste que é um dos dias mais felizes da minha vida, a saudação que eu faço a vocês não poderia ser outra, tão singela e ao mesmo tempo tão cheia de significado:

Boa tarde, povo brasileiro!

Minha gratidão a vocês, que enfrentaram a violência política antes, durante e depois da campanha eleitoral. Que ocuparam as redes sociais, e que tomaram as ruas, debaixo de sol e chuva, nem que fosse para conquistar um único e precioso voto.

Que tiveram a coragem de vestir a nossa camisa e, ao mesmo tempo, agitar a bandeira do Brasil —quando uma minoria violenta e antidemocrática tentava censurar nossas cores e se apropriar do verde e amarelo, que pertence a todo o povo brasileiro.

A vocês, que vieram de todos os cantos deste país —de perto ou de muito longe, de avião, de ônibus, de carro ou na boleia de caminhão. De moto, bicicleta e até mesmo a pé, numa verdadeira caravana da esperança, para esta festa da democracia.

Mas quero me dirigir também aos que optaram por outros candidatos. Vou governar para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim.

Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerância.

A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra, ou uma família vivendo em desarmonia. É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras.

O povo brasileiro rejeita a violência de uma pequena minoria radicalizada que se recusa a viver num regime democrático.

Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz.

A disputa eleitoral acabou. Repito o que disse no meu pronunciamento após a vitória em 30 de outubro, sobre a necessidade de unir o nosso país.

"Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação."

Somos todos brasileiros e brasileiras, e compartilhamos uma mesma virtude: nós não desistimos nunca.

Ainda que nos arranquem todas as flores, uma por uma, pétala por pétala, nós sabemos que é sempre tempo de replantio, e que a primavera há de chegar. E a primavera chegou.

Hoje, a alegria toma posse do Brasil, de braços dados com a esperança.

Minhas queridas amigas e meus amigos.

Recentemente, reli o discurso da minha primeira posse na Presidência, em 2003. E o que li tornou ainda mais evidente o quanto o Brasil andou para trás.

Naquele 1º de janeiro de 2003, aqui nesta mesma praça, eu e meu querido vice José Alencar assumimos o compromisso de recuperar a dignidade e a autoestima do povo brasileiro —e recuperamos. De investir para melhorar as condições de vida de quem mais necessita —e investimos. De cuidar com muito carinho da saúde e da educação —e cuidamos.

Mas o principal compromisso que assumimos em 2003 foi o de lutar contra a desigualdade e a extrema pobreza, e garantir a cada pessoa deste país o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar todo santo dia —e nós cumprimos esse compromisso: acabamos com a fome e a miséria, e reduzimos fortemente a desigualdade.

Infelizmente hoje, 20 anos depois, voltamos a um passado que julgávamos enterrado. Muito do que fizemos foi desfeito de forma irresponsável e criminosa.

A desigualdade e a extrema pobreza voltaram a crescer. A fome está de volta —e não por força do destino, não por obra da natureza, nem por vontade divina.

A volta da fome é um crime, o mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro.

A fome é filha da desigualdade, que é mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil. A desigualdade apequena este nosso país de dimensões continentais, ao dividi-lo em partes que não se reconhecem.

De um lado, uma pequena parcela da população que tudo tem. Do outro lado, uma multidão a quem tudo falta, e uma classe média que vem empobrecendo ano após ano.

Juntos, somos fortes. Divididos, seremos sempre o país do futuro que nunca chega, e que vive em dívida permanente com o seu povo.

Se queremos construir hoje o nosso futuro, se queremos viver num país plenamente desenvolvido para todos e todas, não pode haver lugar para tanta desigualdade.

O Brasil é grande, mas a real grandeza de um país reside na felicidade de seu povo. E ninguém é feliz de fato em meio a tanta desigualdade.

Minhas amigas e meus amigos,

Quando digo "governar", eu quero dizer "cuidar". Mais do que governar, vou cuidar com muito carinho deste país e do povo brasileiro.

Nestes últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas.

Mães garimpando lixo, em busca do alimento para seus filhos.

Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo.

Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola, vivendo plenamente a infância a que têm direito.

Trabalhadoras e trabalhadores desempregados exibindo, nos semáforos, cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: "Por favor, me ajuda".

Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de automóveis importados e jatinhos particulares.

Tamanho abismo social é um obstáculo à construção de uma sociedade verdadeiramente justa e democrática, e de uma economia próspera e moderna.

Por isso, eu e meu vice Geraldo Alckmin assumimos hoje, diante de vocês e de todo o povo brasileiro, o compromisso de combater dia e noite todas as formas de desigualdade.

Desigualdade de renda, de gênero e de raça. Desigualdade no mercado de trabalho, na representação política, nas carreiras do Estado. Desigualdade no acesso a saúde, educação e demais serviços públicos.

Desigualdade entre a criança que frequenta a melhor escola particular, e a criança que engraxa sapato na rodoviária, sem escola e sem futuro. Entre a criança feliz com o brinquedo que acabou de ganhar de presente, e a criança que chora de fome na noite de Natal.

Desigualdade entre quem joga comida fora, e quem só se alimenta das sobras.

É inadmissível que os 5% mais ricos deste país detenham a mesma fatia de renda que os demais 95%.

Que seis bilionários brasileiros tenham uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões mais pobres do país.

Que um trabalhador ou trabalhadora que ganha um salário mínimo mensal leve 19 anos para receber o equivalente ao que um super-rico recebe em um único mês.

E não adianta subir o vidro do automóvel de luxo, para não ver nossos irmãos que se amontoam debaixo dos viadutos, carentes de tudo —a realidade salta aos olhos em cada esquina.

Minhas amigas e meus amigos.

É inaceitável que continuemos a conviver com o preconceito, a discriminação e o racismo. Somos um povo de muitas cores, e todas devem ter os mesmos direitos e oportunidades.

Ninguém será cidadão ou cidadã de segunda classe, ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais ou menos obstáculos apenas pela cor de sua pele.

Por isso estamos recriando o Ministério da Igualdade Racial, para enterrar a trágica herança do nosso passado escravista.

Os povos indígenas precisam ter suas terras demarcadas e livres das ameaças das atividades econômicas ilegais e predatórias. Precisam ter sua cultura preservada, sua dignidade respeitada e sua sustentabilidade garantida.

Eles não são obstáculos ao desenvolvimento —são guardiões de nossos rios e florestas, e parte fundamental da nossa grandeza enquanto nação. Por isso estamos criando o Ministério dos Povos Indígenas, para combater 500 anos de desigualdade.

Não podemos continuar a conviver com a odiosa opressão imposta às mulheres, submetidas diariamente à violência nas ruas e dentro de suas próprias casas.

É inadmissível que continuem a receber salários inferiores ao dos homens, quando no exercício de uma mesma função. Elas precisam conquistar cada vez mais espaço nas instâncias decisórias deste país —na política, na economia, em todas as áreas estratégicas.

As mulheres devem ser o que elas quiserem ser, devem estar onde quiserem estar. Por isso, estamos trazendo de volta o Ministério das Mulheres.

Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. E esta será a grande marca do nosso governo.

Dessa luta fundamental surgirá um país transformado. Um país grande, próspero, forte e justo. Um país de todos, por todos e para todos. Um país generoso e solidário, que não deixará ninguém para trás.

Minhas queridas companheiras e meus queridos companheiros.

Reassumo o compromisso de cuidar de todos os brasileiros e brasileiras, sobretudo daqueles que mais necessitam. De acabar outra vez com a fome neste país. De tirar o pobre da fila do osso para colocá-lo novamente no Orçamento.

Temos um imenso legado, ainda vivo na memória de cada brasileiro e cada brasileira, beneficiário ou não das políticas públicas que fizeram uma revolução neste país.

Mas não nos interessa viver do passado. Por isso, longe de qualquer saudosismo, nosso legado será sempre o espelho do futuro que vamos construir para este país.

Em nossos governos, o Brasil conciliou crescimento econômico recorde com a maior inclusão social da história. E se tornou a sexta maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que 36 milhões de brasileiras e brasileiros saíram da extrema pobreza.

Geramos mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada e todos os direitos assegurados. Reajustamos o salário mínimo sempre acima de inflação.

Batemos recorde de investimentos em educação —da creche à universidade—, para fazer do Brasil um exportador também de inteligência e conhecimento, e não apenas de commodities e matéria-prima.

Nós mais que dobramos o número de estudantes no ensino superior, e abrimos as portas das universidades para a juventude pobre deste país. Jovens brancos, negros e indígenas, para quem o diploma universitário era um sonho inalcançável, tornaram-se doutores.

Combatemos um dos grandes focos de desigualdade —o acesso à saúde. Porque o direito à vida não pode ser refém da quantidade de dinheiro que se tem no banco.

Fizermos o Farmácia Popular, que forneceu medicamentos a quem mais precisava, e o Mais Médicos, que levou atendimento a cerca de 60 milhões de brasileiros e brasileiras, nas periferias das grandes cidades e nos pontos mais remotos do Brasil.

Criamos o Brasil Sorridente, para cuidar da saúde bucal de todos os brasileiros e brasileiras.

Fortalecemos o nosso Sistema Único de Saúde. E quero aproveitar para fazer um agradecimento especial aos profissionais do SUS, pela grandiosidade do trabalho durante a pandemia. Enfrentaram bravamente, ao mesmo tempo, um vírus letal e um governo irresponsável e desumano.

Nos nossos governos, investimos na agricultura familiar e nos pequenos e médios agricultores, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa. E fizemos isso sem descuidar do agronegócio, que obteve investimentos e safras recordes, ano após ano.

Tomamos medidas concretas para conter as mudanças climáticas, e reduzimos o desmatamento da Amazônia em mais de 80%.

O Brasil consolidou-se como referência mundial no combate à desigualdade e à fome, e passou a ser internacionalmente respeitado, pela sua política externa ativa e altiva.

Fomos capazes de realizar tudo isso cuidando com total responsabilidade das finanças do país. Nunca fomos irresponsáveis com o dinheiro público.

Fizemos superávit fiscal todos os anos, eliminamos a dívida externa, acumulamos reservas de cerca de 370 bilhões de dólares e reduzimos a dívida interna a quase metade do que era anteriormente.

Nos nossos governos, nunca houve nem haverá gastança alguma. Sempre investimos, e voltaremos a investir, em nosso bem mais precioso: o povo brasileiro.

Infelizmente, muito do que construímos em 13 anos foi destruído em menos da metade desse tempo. Primeiro, pelo golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. E na sequência, pelos quatro anos de um governo de destruição nacional cujo legado a História jamais perdoará:

700 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid.

125 milhões sofrendo algum grau de insegurança alimentar, de moderada a muito grave. 33 milhões passando fome.

Estes são apenas alguns números. Que na verdade não são apenas números, estatísticas, indicadores —são pessoas. Homens, mulheres e crianças, vítimas de um desgoverno afinal derrotado pelo povo, no histórico 30 de outubro de 2022.

Os grupos técnicos do Gabinete de Transição, que por dois meses mergulharam nas entranhas do governo anterior, trouxeram a público a real dimensão da tragédia.

O que o povo brasileiro sofreu nestes últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio.

Quero citar, a título de exemplo, um pequeno trecho das 100 páginas desse verdadeiro relatório do caos produzido pelo Gabinete de Transição. Diz o relatório:

"O Brasil bateu recordes de feminicídios, as políticas de igualdade racial sofreram severos retrocessos, produziu-se um desmonte das políticas de juventude, e os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados na história recente do país.

Os livros didáticos que deverão ser usados no ano letivo de 2023 ainda não começaram a ser editados; faltam remédios no Farmácia Popular; não há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da Covid-19.

Faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro".

Meus amigos e minhas amigas.

Nesses últimos anos, vivemos, sem dúvida, um dos piores períodos da nossa história. Uma era de sombras, de incertezas e de muito sofrimento. Mas esse pesadelo chegou ao fim, pelo voto soberano, na eleição mais importante desde a redemocratização do país.

Uma eleição que demonstrou o compromisso do povo brasileiro com a democracia e suas instituições.

Essa extraordinária vitória da democracia nos obriga a olhar para a frente e a esquecer nossas diferenças, que são muito menores que aquilo que nos une para sempre: o amor pelo Brasil e a fé inquebrantável em nosso povo.

Agora, é hora de reacendermos a chama da esperança, da solidariedade e do amor ao próximo.

Agora é hora de voltar a cuidar do Brasil e do povo brasileiro. Gerar empregos, reajustar o salário mínimo acima da inflação, baratear o preço dos alimentos.

Criar ainda mais vagas nas universidades, investir fortemente na saúde, na educação, na ciência e na cultura.

Retomar as obras de infraestrutura e do Minha Casa, Minha Vida, abandonadas pelo descaso do governo que se foi.

É hora de trazer investimentos e reindustrializar o Brasil. Combater outra vez as mudanças climáticas e acabar de uma vez por todas com a devastação de nossos biomas, sobretudo a Amazônia.

Romper com o isolamento internacional e voltar a se relacionar com todos os países do mundo.

Não é hora para ressentimentos estéreis. Agora é hora de o Brasil olhar para a frente e voltar a sorrir.

Vamos virar essa página e escrever, em conjunto, um novo e decisivo capítulo da nossa história.

Nosso desafio comum é o da criação de um país justo, inclusivo, sustentável, criativo, democrático e soberano, para todos os brasileiros e brasileiras.

Fiz questão de dizer ao longo de toda a campanha: o Brasil tem jeito. E volto a dizer com toda convicção, mesmo diante do quadro de destruição revelado pelo Gabinete de Transição: o Brasil tem jeito. Depende de nós, de todos nós.

Em meus quatro anos de mandato, vamos trabalhar todos os dias para o Brasil vencer o atraso de mais de 350 anos de escravidão. Para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas nesses últimos anos. Para reconquistar seu lugar de destaque no mundo. E para que cada brasileiro e cada brasileira tenha o direito de voltar a sonhar, e as oportunidades para realizar aquilo que sonha.

Precisamos, todos juntos, reconstruir e transformar o Brasil. Mas só reconstruiremos e transformaremos de fato este país se lutarmos com todas as forças contra tudo aquilo que o torna tão desigual.

Essa tarefa não pode ser de apenas um presidente ou mesmo de um governo. É urgente e necessária a formação de uma frente ampla contra a desigualdade, que envolva a sociedade como um todo: trabalhadores, empresários, artistas, intelectuais, governadores, prefeitos, deputados, senadores, sindicatos, movimentos sociais, associações de classe, servidores públicos, profissionais liberais, líderes religiosos, cidadãos e cidadãs comuns.

É tempo de união e reconstrução.

Por isso, faço este chamamento a todos os brasileiros e brasileiras que desejam um Brasil mais justo, solidário e democrático: juntem-se a nós num grande mutirão contra a desigualdade.

Quero terminar pedindo a cada um e a cada uma de vocês: que a alegria de hoje seja a matéria-prima da luta de amanhã e de todos os dias que virão. Que a esperança de hoje fermente o pão que há de ser repartido entre todos.

E que estejamos sempre prontos a reagir, em paz e em ordem, a quaisquer ataques de extremistas que queiram sabotar e destruir a nossa democracia.

Na luta pelo bem do Brasil, usaremos as armas que nossos adversários mais temem: a verdade, que se sobrepôs à mentira; a esperança, que venceu o medo; e o amor, que derrotou o ódio.

Viva o Brasil. E viva o povo brasileiro.

domingo, 1 de janeiro de 2023

Pronunciamento do Vice-Presidente General Humberto Mourão em 30 de janeiro de 2022

Brasileiras e brasileiros, boa noite!
No momento em que concluímos mais um ano pleno de atividades e de intensos engajamentos de toda a ordem, na condição de Presidente da República em exercício, julgo relevante trazer uma palavra de esperança, de estímulo e de apreço ao povo brasileiro, especialmente na ocasião em que o nosso governo conclui o período constitucional de gestão pública do País, iniciado em 1º de janeiro de 2019.
Vislumbro que os acontecimentos políticos, econômicos e sociais que têm marcado a presente quadra da nossa História seguirão impactando a vida da gente brasileira nos próximos anos, tornando a caminhada ainda mais desafiadora, visto que o mundo ainda se ressente da pandemia da Covid-19 e a economia mundial sofre as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
O Governo que ora termina, ao longo de quatro anos, fez entregas significativas na Economia, no avanço da digitalização da gestão pública, na regulamentação da tecnologia da informação, na privatização de estatais, tendo promovido uma eficaz e silenciosa reforma administrativa, não recompletando vagas disponibilizadas por aposentadoria, além da renovação de nosso modelo previdenciário e ainda potencializou o agronegócio e vários campos do conhecimento humano.
Juntos, trabalhamos duramente contra a pandemia, auxiliando os mais necessitados, apoiando as empresas na manutenção dos salários de empregados e desonerando suas folhas de pagamento.
Apoiamos governos estaduais e municipais com recursos, médicos e medicamentos, independentemente da posição política ou ideológica dos chefes do Executivo, permitindo que seus governos os direcionassem para as áreas onde aquela administração achasse conveniente.
Trabalhamos e entregaremos ao próximo governo um país equilibrado, livre de práticas sistemáticas de corrupção, em ascensão econômica e com as contas públicas equilibradas, projetando o Brasil como uma das economias mais prósperas e com resultados mais significativos pós-pandemia, no concerto das nações.
Tais iniciativas permitiram pleitear o ingresso do País na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, o que possibilitará a melhoria ao acesso a mercados e a novas parcerias. Cabe destacar que o OCDE tem como princípios básicos a Democracia e o Livre Mercado. Nem todas as empreitadas obtiveram o sucesso que almejávamos.
Na área ambiental, por exemplo, tivemos percalços, embora tenhamos alcançado reduções importantes no desmatamento da Amazônia, a região ainda necessita de muito trabalho e de cuidados específicos, engajando as elites e as comunidades locais, cortejadas permanentemente pela sanha predatória oriunda dos tempos coloniais. Dirijo-me agora aos apoiadores de nosso governo, aqueles que credibilizaram nosso trabalho por meio do voto consignado às nossas propostas, sobretudo nas últimas eleições. Muito obrigado por seu voto!
Desejo concitá-los a lutar pela preservação da democracia, dos nossos valores, do estado de direito e pela consolidação de uma economia liberal, forte, autônoma e pragmática e que nos últimos tempos foi tão vilipendiada e sabotada por representantes dos três poderes da República, pouco identificados com o desafio da promoção do bem comum.
A falta de confiança de parcela significativa da sociedade nas principais instituições públicas decorre da abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso.
Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe. A alternância do poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada.
Aos eleitos, cumpre o dever de dar continuidade aos projetos iniciados e direcionar seus esforços para que, à luz de suas propostas, o País tenha assegurada uma democracia pujante e plural, em um ambiente seguro e socialmente justo. Aos que farão oposição ao governo que entra, cumprirá a missão de opor-se a desmandos, desvios de conduta e a toda e qualquer tentativa de abandono do perfil democrático e plural, duramente conquistado por todos os cidadãos. Buscando-se a redução das desigualdades por meio da educação isenta e eficaz, criando oportunidades iguais a todos os brasileiros.
Destaco que a partir do dia 1º de janeiro de 2023 mudaremos de governo, mas não de regime! Manteremos nosso caráter democrático, com Poderes equilibrados e harmônicos, alternância política pelo sufrágio universal, pessoal, intransferível, secreto, buscando sempre maior transparência e confiabilidade. Tranquilizemo-nos! Retornemos à normalidade da vida, aos nossos afazeres e ao concerto de nossos lares, com fé e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao projeto progressista do governo de turno, sem, contudo, promover oposição ao Brasil. Estaremos atentos!
Na condição de Presidente da República em exercício, finalizo estas palavras apresentando-lhes os meus melhores votos de um ano de 2023 pleno de saúde, felicidades e muitas realizações. Que o nosso amado Brasil continue sua caminhada na direção de seu destino-manifesto, tornando-se a mais próspera e bem-sucedida democracia liberal ao Sul do equador. Feliz ano novo, êxito pessoal e prosperidade para cada um de nós que formamos esta grande nação!
Muito obrigado! Boa noite!”

domingo, 27 de novembro de 2022

Queda de Árvores em Sete Lagoas II

(REPOSTANDO FRENTE A ACONTECIMENTOS ATUAIS) (ORIGINALMENTE POSTADO EM 03/12/2020)

Após a última postagem (AQUI) duas pessoas me perguntaram se não seria a hora de começar a fazer podas preventivas para deixar o vento passar e não derrubar a árvore.

Bom, vamos por partes.

Primeiramente eu acho que esse momento até já passou. Podas deveriam ser uma constante num CALENDÁRIO organizado pelo setor. O ideal é que já tivessem sido feitas. Mas aí vem junto uma outra questão: a QUALIDADE DA PODA. O que mais me assusta é que tem gente boa na Secretaria do Meio Ambiente que sabe fazer ou orientar uma poda correta. Mas simplesmente essas boas práticas quase nunca acontecem (não faço a menor ideia do motivo). O que vemos com constância é a poda de DESTOPO que é a remoção pura e simples do topo da árvore. Prática amplamente condenada e que pode, inclusive, ser tipificada como crime ambiental (veja AQUI). 

Poda de destopo em pau-ferro
da Av. Vila Lobos

Em segundo lugar, a questão dos paus-ferro da Vila Lobos é SUPRESSÃO E SUBSTITUIÇÃO! Não há razão para continuar com essa lenga-lenga que aponta para algum acontecimento trágico.

Ramon L. O. Junior

Queda de Árvores: Sete Lagoas segue aguardando uma tragédia

(REPOSTANDO FRENTE A ACONTECIMENTOS ATUAIS) (ORIGINALMENTE POSTADO EM 02/12/2020)

Sem um programa efetivo de controle e monitoramento das árvores usadas em nossa arborização pública, Sete Lagoas insiste em cometer os mesmos erros de sempre. Aliás, Sete Lagoas nem enxerga que está no caminho errado.

Enquanto tratamos, no plano teórico e acadêmico, a arborização urbana como "floresta urbana" cheia de benefícios para a comunidade e para o ecossistema urbano, seguimos na prática com um grande percentual das cidades brasileiras simplesmente nem tomando conhecimento desses estudos e avanços.

Gestão da floresta urbana é possível. Nem precisa de coisa muito avançada, mas a Arborização 4.0 (para apropriar de um termo usado na agricultura, prima rica muito mais respeitada) também existe e pode ser feita com softwares específicos, georreferenciamento, drones, câmeras térmicas, equipamentos de ultrassom para diagnóstico e tudo o mais. Tudo para permitir o manejo adequado. Mas...

Mas enquanto isso existe e se desenvolve cada vez mais, afastamo-nos no sentido oposto em velocidade vertiginosa. O negacionismo existe nessa área também.

Ressalvadas as poucas e, às vezes inglórias, lutas para o plantio e cuidado com as árvores, vemos na maioria das vezes o descaso e o abandono. Podas só existem para liberar fiação elétrica ou outro cabeamento, na balbúrdia de cabos aéreos que proliferam. 

A escolha de plantas, na maioria das vezes regida pelo "custo", é para "embelezar"... esquecendo-se de todos demais os atributos. Copiando modelos de cidades que têm clima completamente diferente. Paisagismo sem pensar em irrigação e cuidados. E assim vão diminuindo as árvores nas calçadas. E assim algumas praças seguem cada vez mais feias. Algumas foram abençoadas por adoção. Mas muitas vezes padecem com propostas paisagísticas desgastadas, quase primitivas.

Mas essa postagem é para falar de uma tragédia que é anunciada ano após ano. Faz pouco mais de um ano que várias árvores da espécie Pau-Ferro caíram aqui na Avenida Vila Lobos (Sete Lagoas, MG).  Estive lá com uma turma de alunos e mostrei in loco os problemas. Caíram porque estavam podres. Estavam podres por causa de podas mau executadas. Cansei de documentar e mostrar isso. E mostro para quem quiser ver. Podas mau feitas, parasitas, podridão, formigas, cupins e fungos caule adentro. Resultado: queda! Especialmente em tempos de chuvas e ventos fortes.



Pau-ferro com raiz e caule apodrecidos que caiu
em Outubro de 2019 na Avenida Vila Lobos.
Não foi acidente. Não era uma árvore sadia.

E é isso que se avizinha. Deus queira que não ocorra. Mas Deus queira também que tenhamos juízo para evitar tragédias. A substituição dessas árvores no canteiro central da referida avenida já foi pedida por vários abaixo-assinados, alguns até coordenados por órgãos públicos. Ou trocam por magnólias-amarelas ou trocam por quaresmeiras. Isso já foi pedido. Algumas quaresmeiras foram plantadas, mas não como substituição. Precisamos dessa ação, urgente!

Só rezar para não acontecer o pior não adianta. Façamos a nossa parte!

Ramon L. O. Junior


PS.: Não nos esqueçamos que um dos Buritis na margem da Lagoa Paulino está com tremenda podridão em seu caule. Com um buraco que o atravessa de um lado a outro. Já foi falado e refalado aqui no blog. Até agora, nada! E é uma árvore protegida por lei municipal. E se não fosse, hein? (Veja a matéria de 2013, clicando AQUI.) E sabe-se lá quantas árvores estão aqui com problemas similares... só esperando... só espreitando!

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Precisamos de bons profissionais, só não queremos pagar por eles!

 

Quando não se reconhece o valor de um enfermeiro/enfermeira, não se reconhece também o valor do serviço que prestam. Não podem ter um piso mínimo digno por tantas horas de estudo e tantas horas de dedicação???

Aí vem uma associação de prefeitos falar em 32.500 demissões sumárias! Quê isso!!!

Nem quero comentar muito pois sou suspeito para falar. Tenho uma irmã enfermeira que luta e lutou arduamente durante sua vida profissional, construindo um nome, salvando vidas, ajudando famílias.

Só sei que, com essa decisão, caso mantida, teremos uma pá de cal sobre os cursos de Enfermagem e uma decadência do Sistema de Saúde, público e privado.

Pensem bem! Dinheiro pra orçamento secreto sempre tem, né?

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Algumas fotinhas de coisinhas da Biologia!

 

Flor de Pimenta-de-Macaco (Uma anonácea típica dos nossos Cerrados)

Líquen e musgos em tronco de árvore.

Líquen e musgos em tronco de árvore.

Líquens em rocha nua. (Início de uma sucessão ecológica.)

Líquens em rocha nua. (Início de uma sucessão ecológica.)

Folha de avenca (um tipo de pteridófita) encontrada no Cerrado em local com maior umidade.

Fotos: Ramon L. O. Junior

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Aranhas: Phoneutria (Armadeira)

(Esta postagem foi feita em 25.01.2011, mas pela atualidade e pelo surgimento recentes de casos de acidentes no período, foi elevada momentaneamente para as primeiras posições do blog para facilitar acesso.)

A Phoneutria (família Ctenidae) é a aranha conhecida como armadeira. Os gringos também a chamam de "banana spider", uma vez que costumam chegar nos portos americanos no meio dos cachos de banana. Acidentes com os estivadores dos portos são comuns. Aliás, touceiras de bananeiras são um dos locais preferidos pela Phoneutria.
A armadeira é grande, cerca de 3 cm de corpo. Contando com as pernas esticadas ela pode chegar a 10 cm. Não é uma aranha que se caracteriza pela construção de teias e vive principalmente no chão. É muito ativa durante a noite. De dia fica escondida em entulhos, montes de lenha, troncos... e nas touceiras de bananeiras. Quando ameaçada, assume a posição de defesa (veja na foto abaixo) e "se arma". Dessa posição ela pode saltar na direção das pessoas.

Foto: Ubirajara de Oliveira (ICB/UFMG).

Os efeitos da picada, obviamente, dependem da quantidade de veneno injetado. O local fica vermelho, inchado e dói muito pois uma das toxinas é neurotóxica. Quem já foi picado relata que a dor é terrível. Um conhecido nosso lá da UFMG, experiente na coleta de toxinas de aranhas, escorpiões e cobras, contou que distraiu-se durante uma extração de veneno e foi picado pela armadeira. Ele considerou a picada como a mais dolorosa que ele já recebeu (e ele já recebeu várias... ô emprego ingrato!). Muito suor, vômitos, agitação, hipertensão, taquicardia, aumento da frequencia respiratória (taquipneia) e priaprismo (ereção) podem acompanhar os sintomas da picada. Em casos graves pode ocorrer choque neurogênico (redução do tônus da parede das artérias com forte queda da pressão arterial). Lembre-se sempre que acidentes são muito mais graves em crianças em idosos.


Em caso de picada, procure o pronto-socorro para a aplicação de anestésicos e do soro específico. Caso não encontre em Sete Lagoas, vá direto para o HPS João XXIII.
Em 2005 (clique aqui), um chef de cozinha britânico foi picado por uma armadeira - que provavelmente chegou ao seu pub em uma caixa de bananas proveniente do Brasil. Foi salvo por ter fotografado a danada com o celular e mostrado aos médicos que puderam realizar o tratamento correto.


Texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

quarta-feira, 6 de julho de 2022

PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE NÃO É MERO "ROMANTISMO"

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

CAPÍTULO VI (Do Meio Ambiente)

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Assim começa o Capítulo VI da nossa Constituição. Trata-se de um artigo com 7 parágrafos que norteiam as questões relativas ao meio ambiente em nosso país. Com especial atenção para o primeiro parágrafo que traz 7 incisos de extrema relevância.
Mas sem dúvida, o mais importante, é interpretar o caput do artigo 225, exposto acima. Aí está a falha de muitos que não conseguem entender que a conservação do meio ambiente é muito mais do que "romantismo" ou "mimimi". Pessoas que se queixam da existência da necessidade de uma regulação e que acham que tudo pode ser feito em qualquer lugar.

Então, vejamos uma breve dissecação do texto acima:

1) "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado": Por "todos" devemos entender que são todas as pessoas, sem distinção de tipo algum: classe social, cor da pele, tipo de cabelo, crença religiosa, idade, gênero e vai por aí afora (em outra palavra: INCLUSÃO). O meio ambiente não é para ser desfrutado por alguns poucos. A beleza cênica não é para ser contemplada apenas por meia dúzia. Por "direito" devemos entender que não é preciso fazer nada para poder desfrutar de forma sadia do meio ambiente. Evidentemente que quem cuida de uma área e tem gastos para mantê-la tem o direito de cobrar um preço justo pelo acesso a ela, e que esse acesso deve ser gratuito ou próximo da gratuidade em unidades de conservação. Por "ecologicamente equilibrado" devemos entender que o meio ambiente tem que ser preservado em seus processos ecológicos e que não pode ser reduzido a apenas um fantasma de meio ambiente natural. Uma floresta de eucaliptos ou de pinheiros (Pinus), aqui no Brasil, não é um exemplo a ser mostrado como "cuidamos de florestas" (e eu já vi isso em alguns comerciais "politicamente corretos" de instituições "ecologicamente incorretas" na TV. Há um Vale entre a realidade e essa fantasia.).

2) "Bem de uso comum do povo": É uma reafirmação do "todos", uma reafirmação de que o meio ambiente ecologicamente equilibrado não deve ser um privilégio, mas a normalidade para cada um de nós.

3) "Essencial à sadia qualidade de vida": Um alerta importante para todos nós sobre qualidade de vida. Se considerarmos a definição dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, de que saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade, esse trecho torna-se ainda mais importante. Uma sadia qualidade de vida passa pela possibilidade de limpar os olhos, os ouvidos, e os pulmões no contato com a natureza. A contemplação da natureza nos acalma, em contraposição à poluição visual e sonora que estamos expostos nas cidades. Quem ainda não entendeu isso, e acho que são muitos, um dia irá entender. Só espero que não seja tarde!

4) "Impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações": Muito rico, esse trecho! A Constituição Federal aqui nos impõe um dever. Para quem reclama que a Carta Magna só dá direitos, aqui está um dever de todos. Dever do Poder Público que não pode fechar os olhos sobre o tema. E dever da coletividade, ou seja, de todos nós que também não podemos nos esconder dessa função. Poder Público e coletividade devem trabalhar juntos, em harmonia, para defender e preservar o meio ambiente. E essa preservação não é só para nós. Não adianta chegar com aquele papinho de que "eu não estou nem aí pra floresta, pro macaco ou pro veado campeiro". Ou o famoso "que falta faz a jaguatirica?". Deixe um pouco a ignorância de lado para entender, talvez nunca lhe ensinaram, que todos os seres vivos têm seu papel na natureza. Acredito que se a jaguatirica pudesse se manifestar, com certeza diria: "Pra que serve esse tal de bicho homem?". E então, como responderíamos à jaguatirica? Para que servimos? Temos "inteligência superior" é para arrebentar com nossa "casa", nossas florestas, rios, mares, atmosfera? Acho que não, né? E se você não se importa, como ficam as futuras gerações? Como seus filhos, netos ou bisnetos vão entender sua forma de agir? Não podemos decidir por eles, podemos é deixar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, para que eles possam crescer numa sociedade sadia.



Antes de classificar a necessidade de conservação/preservação do meio ambiente como um "romantismo cercado de regrinhas que atrapalham a economia", pense um pouco nisso. Dê uma chance para seus neurônios que estão oprimidos se manifestarem. Visite uma unidade de conservação, de preferência acompanhado por um guia que entenda do meio ambiente e não apenas da trilha a ser seguida. Você terá uma chance de mudar, para muito melhor.

Ramon Lamar de Oliveira Junior
Biólogo

sábado, 23 de abril de 2022

Se dizem que nossas ruas são ruins...

O que dizer das nossas calçadas.

Recolhi algumas imagens do Google Earth, e nem escolhi as piores, e nem escolhi as mais distantes do centro da cidade. É simplesmente um assombro. A cidade está feia, mal cuidada, com aspecto de abandonada. E dizem ser um belíssimo polo turístico com projetos baseados em Florianópolis, Gramado, Pomerode.... kkkkkkkkkkkk.

É para matar. Seria cômico se não fosse trágico. E a responsabilidade dessa feiúra toda é de quem? Porque como sabemos, "filho feio não tem pai". 

Precisamos de uma agenda pública para resgatar a auto-estima do setelagoano também neste aspecto. Não nos dá orgulho algum ver a cidade assim...




Isso sem falar da mais completa falta de acessibilidade!!!
Mas todo mundo só fala de buraco no asfalto. O pedestre, a pessoa com deficiência visual, o cadeirante, a grávida, a criança e o idoso... que se fumentem.
E ainda a péssima arborização pública, fruto de uma incompetência de plantar e cuidar.

Ramon Lamar de Oliveira Junior


domingo, 10 de abril de 2022

SUPERPROMOÇÃO DO MÓDULO II DE BIOLOGIA E QUÍMICA

 Salinhas de Biologia e Química: as aulas serão online, nas quartas-feiras à noite.

  • As duas salinhas ocorrerão nas noites de quarta-feira: Química (19h00 às 20h30) e Biologia (20h45 às 22h15).
  • Período das aulas: de 04 de maio de 2022 a 6 de julho de 2022. Total de 10 aulas de 1h30min de cada disciplina.
  • Conteúdo do Módulo I de Biologia: Fisiologia Humana (Sistemas) e Genética.
  • Conteúdo do Módulo I de Química: Ligações e Interações Químicas, Estequiometria + Soluções, Termoquímica e Eletroquímica.
  • O aluno pode fazer só uma das salinhas ou as duas. No entanto, para melhor desempenho no ENEM e Vestibulares, sempre aconselhamos que se faça as duas disciplinas.
  • Preço do Módulo II (completo = 10 aulas): Biologia (R$ 160,00), Química (R$ 160,00) ou Biologia + Química (R$ 270,00). O valor pode ser dividido em 2 vezes. Reservas Abertas.
  • PROMOÇÃO PARA MATRÍCULAS ANTECIPADAS: Para pagamentos feitos até 14 de abril, o valor total para Biologia e Química será de R$ 170,00.
  • No segundo semestre haverá mais dois módulos de Biologia e Química, sendo um com abordagem teórica de outros temas e um módulo de exercícios (resolução e comentários de questões para o ENEM e Vestibulares).
  • Estão previstos dois cursos gratuitos de férias em julho para os alunos das Salinhas 2022: Ecologia e o Resumão de Química Orgânica.

Por que a opção pelas aulas online?

  • Permite que seja oferecido o curso a um menor custo para os alunos.
  • Opção de ter as aulas gravadas para relembrá-las a qualquer momento, até o dia do ENEM.
  • Evita-se o deslocamentos de alunos, que já terão muitos deslocamentos durante o dia, e outros custos relativos a deslocamento.
  • Permitir a gravação e/ou disponibilização de mais temas além dos acordado, ou aprofundamento dos temas.

quarta-feira, 30 de março de 2022

As mentiras do INEP/MEC em relação ao ENEM

As mentiras do INEP/MEC em relação ao ENEM.

Quando, de sopetão, lançaram a proposta do NOVO ENEM em 2009 eles prometeram:

- Não vai haver questão de pegadinha. (rsrsrsrs)

- Não vão ser cobradas picuinhas do programa. (rsrsrsrs)

- Vão ser cobradas apenas questões que avaliam o raciocínio do aluno. (rsrsrsrs)

- As questões do ENEM serão bem diferentes de questões de um vestibular tradicional. (rsrsrsrsrsrs)

- A nota que você vai tirar no ENEM vai valer por duas ou três edições. (rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs)

- Temos um banco de questões (que preferimos chamar de itens) com 5000 questões de cada área. (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)

Quanto a essa última "mentirinha", olhem a realidade clicando AQUI. O trecho mais importante é: 



PS.: Se eles vão usar questões repetidas de anos anteriores, então você encontra todas, absolutamente todas aqui no blog!!!



segunda-feira, 1 de novembro de 2021

PÍLULAS DE BIOLOGIA E QUÍMICA PARA ENEM E VESTIBULARES

Faltando pouco tempo para as provas, né?

Não deixe de assistir as Pílulas de Biologia e Química... conteúdos importantes explicados rapidamente em menos de 10 minutos. Inscreva-se no Canal e divulgue. Nos comentários, peça as gravações que você precisa para aprender aquele conteúdo que tem muita dificuldade de compreender. Estou às ordens!

CANAL BIOLOGIA E QUÍMICA COM RAMON LAMAR:

https://www.youtube.com/biologiaequimicacomramonlamar




domingo, 31 de outubro de 2021

MINHAS APOSTILAS GRATUITAS: TEORIA DE BIOLOGIA E QUÍMICA

Para ENEM e Vestibulares. É uma adaptação do material anteriormente escrito, mas contendo apenas a parte teórica para leitura e impressão mais fácil. Alguns detalhes na parte de Química Orgânica não estão completos pois foram planejados para outro uso, mas farei adaptações para melhorar esse ponto no futuro.

Totalmente GRÁTIS e sem amolações em:

BIOLOGIA: Clique AQUI.

QUÍMICA: Clique AQUI.

Seguem os links do Scridb (tenho que postar lá para evitar que outros postem em meu nome. Há vários materiais meus disponibilizados indevidamente por lá... e é uma amolação para remover).

https://pt.scribd.com/document/520204564/Teoria-Biologia-Total-2021

https://pt.scribd.com/document/520204554/Teoria-Quimica-Total-2021

Material Gratuito. Pode ser impresso e utilizado por alunos, professores e escolas (só peço para manter meu nome como autor). Também pode ser adaptado e recortado (mas solicito a citação do nome como co-autor). Gostaria muito que fosse utilizado por pré-vestibulares para pessoas carentes.

Visite e inscreva-se no meu Canal do Youtube: http://youtube.com/biologiaequimicacomramonlamar

Visite nosso blog de aulas de Biologia, Química e Matemática: http://salinhadna.blogspot.com

Ramon Lamar de Oliveira Junior

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

SETE LAGOAS PRECISA DE ÁRVORES... E LEIS QUE AS GARANTAM!

A situação da arborização urbana de Sete Lagoas é lamentável. São diversos quarteirões da cidade em que não encontramos no máximo uma árvore nas calçadas, experimente observar. Muitas vezes, nem arbustos. A cidade, hoje, respira principalmente às custas das árvores que alguns mantêm nos quintais e jardins. E os quintais e jardins estão acabando. 

Pululam aqui e ali argumentos para um verdadeiro combate às árvores: (1) está atrapalhando a fachada da minha loja, (2) cai muita folha, flor e fruto no chão, (3) passarinho fica na árvore e faz cocô no meu carro, (4) essa árvore é feia, (5) a árvore tá na minha calçada, é minha, e faço com ela o que eu quiser, (6) fulano de tal pediu para cortar e fulano de tal é poderoso, não podemos decepcioná-lo, (7) precisamos criar mais um loteamento (em vez de regularizar as dezenas de loteamentos irregulares), (8) a lenha dessa árvore vai ser boa, principalmente agora que o gás tá caro e (9) deu vontade de cortar uma árvore hoje. Lembrando que existem argumentos técnicos para a supressão e substituição de árvores. Supressão e substituição!!!

Estamos numa cidade quente, onde as árvores auxiliam muito para um melhor microclima, com temperaturas mais amenas e umidade mais alta. Sem contar o trabalho de melhorar a absorção da água  das chuvas pelo solo e consequente alimentação dos nossos importantíssimos lençóis subterrâneos.

Agora, imagine só se nossa cidade resolvesse legitimar o ataque às árvores na forma de legislações que permitam aumentar a área impermeável das construções urbanas, não vinculem compensações ambientais a uma exata fiscalização pelos órgãos competentes, diminuam a quantidade de árvores plantadas a cada árvore suprimida, ou que privilegiem a compensação ambiental na forma de praças e outros espaços sem arborização.

Argumentos técnico-científicos existem, e são inúmeros, para procurar aumentar a área verde de um município. Para isso temos a possibilidade de nos assessorarmos na SBAU - Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e em outros grupos de profissionais que atuam de forma semelhante. Mas quando os argumentos técnico-científicos perdem para argumentos econômicos e políticos que, ainda por cima , subvertem a construção do arcabouço legal, então a coisa fica feia.

Dia da Árvore, Semana da Árvore, Mês da Árvore... tudo isso perde o sentido quando não compreendemos a importância das árvores todos os dias. Tudo isso perde o sentido quando não é a árvore o verdadeiro objeto a ser preservado pelas legislações ambientais, inclusive as urbanas.

Ramon L. O. Junior

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Pontas de esperança...

Aqui e ali, timidamente, brotam pontinhas de esperança. 

Como no recente caso da Jiboia na perimetral, em que a maioria dos que comentaram a notícia se preocuparam com o adequado resgate do animal e soltura em local propício.

Postagem feita no Instagram sobre o assunto

Algumas ações e opiniões mostram até onde a educação ambiental e a divulgação científica chegaram. Muito bom! É pouco ainda, muito pouco, mas é bom. 
Agora é ficar atento nas próximas eleições e escolher bem os representantes do Executivo e Legislativo, dos níveis Estadual e Federal, para que aquela "onda verde" que começou lá atrás e morreu na praia, possa ressurgir.
E, quase sempre, o candidato que apoia o Meio Ambiente é o mesmo que apoia a Saúde, os Direitos Humanos, a Ciência e a Educação. 
Então, basta identificá-los! Com certeza estarão lá, disputando desigualmente o espaço com os que lutam pelo enriquecimento próprio, pelo poder, pelo controle da população, pela censura da imprensa, pelo combate aos demais poderes e pela manutenção de toda uma cadeia que os empurra contra o que verdadeiramente a população precisa.
Não é uma questão apenas de ser de direita, centro ou esquerda, pensem nisso.

Ramon Lamar de Oliveira Junior


quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Quase chutando o balde! (Meio Ambiente)

Como diria Rui, o Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades..."

Hoje acordo mais indignado do que nunca. Ontem recebi um pedido de apoio a uma causa contra a Vale (sempre a Vale) a respeito da proteção de cursos d'água em Nova Lima (MG). Agora recebo outra sobre a Reserva Extrativista Chico Mendes e extinguir o Parque Nacional da Serra do Divisor. Assinei ambas, claro.

Estou achando que o máximo que conseguimos fazer é colocar nosso nome e cpf numa lista de petição, moção ou apoio a uma causa. Enquanto isso, penso na risada das hienas que frequentam certos jantares. Hienas felizes por saberem que aquela assinatura nem faz cócegas em seus planos.

Nem mesmo aqui no nosso quintal conseguimos trazer quem tem poder real de decisão para a causa ambiental. Puxa vida, estamos numa crise climática e hídrica... e está aí Sete Lagoas que não cuida das suas águas subterrâneas e de superfície. Que depende de jovens idealistas para colaborar para a melhoria da arborização urbana. 

Nascentes estão secando, lagoas já secaram (inclusive que dão nome para cidade como a Lagoa do Vapubuçu e a Lagoa da Chácara) e matas estão virando carvão (em vários sentidos). Sete Lagoas, em vez de aumentar a proteção do solo com o aumento dos percentuais de permeabilidade dos lotes, vem agindo no sentido de diminuir esse percentual. Tiro no pé!

Estou a um milímetro de chutar o pau da barraca. Já estou deveras cansado de tentar fazer alguma coisa e só ver a boiada passando: gorda, feliz e satisfeita. Vamos deixar essa causa para os mais novos... 

Talvez um dia que não sei qual mas pode estar próximo, quando não tiver mais jeito, vão se lembrar que um velho professor, um tal de Raimundo, Raymond, Ramon ou algo assim havia alertado sobre um monte de problemas que precisavam ser enfrentados. Quando não tiver mais jeito, ou quando for muito mais caro e complexo do que foi ontem e que é hoje... talvez lembrem.

Estou realmente a um milímetro... e olhar pela minha janela como agora e ver o céu cinza, ou o belo pôr do sol como o de ontem que esconde em sua beleza a quantidade de cinzas no ar, me deixa ainda mais próximo de jogar a toalha. Hienas, podem comprar os fogos de artifício...



Ramon Lamar de Oliveira Junior

PS.: Respostas aos amigos no Facebook

"Amigos, acabo de renunciar a minha cadeira nos Conselhos Gestores das Apas Serra Santa Helena e Paiol. Três meses sem reuniões em plena crise ambiental, climática e hídrica. E vídeos, relatos e fotos pipocam em minhas redes mostrando fogo na Serra Santa Helena e outros desastres.
Uma andorinha só não faz verão. Precisamos de mais andorinhas e assim, vou me dedicar a outros projetos. A defesa do meio ambiente e a educação ambiental sempre estarão nas minhas ações, esteja dentro ou fora de conselhos. Mas não posso apenas ser número e indicador de uma pseudo-representatividade. Afastar, dar dois passos para trás, é importante para recuperar a visão do todo.
Abraços!"
"Vou podar a árvore. Tirar os ramos mortos, aqueles que a gente sabe que não adianta cuidar mais. Tentar concentrar em uma ou duas batalhas só."
"Não parei! Só vou me concentrar nos meus canais onde posso ter mais eco. Certas ações só estavam contribuindo para desgaste."

terça-feira, 14 de setembro de 2021

DIVULGAÇÃO DE PROVAS DE VESTIBULARES E CONCURSOS

Trabalho orientando alunos para prestarem vestibulares desde o primeiro dia que pisei numa sala de aula para lecionar, na verdade até antes, quando era monitor de Química e Biologia no Colégio Promove da Quintino Bocaiuva. Contando esse tempo, são mais de 40 anos.

Para fazer isso com maestria (não sei se consigo, mas venho tentando... rsrsrs), é necessário ter acesso às provas dos vestibulares. No passado, era uma loucura... tínhamos até que estar presentes na "sala de imprensa" da UFMG e PUCMG para conseguirmos as provas. Agora, com internet e o famoso .pdf, ficou tudo mais fácil.

Já "briguei" muito, até com o INEP/MEC, para liberarem algumas de suas terceiras ou quartas aplicações (é... já ocorreu). Deu um trabalhão, mas com um bocado de e-mails enviados e com a ajuda de alguns colegas, consegui. (Estão aqui no blog, na postagem mais visitada, inclusive com os devidos agradecimentos aos colegas.)

Contudo, algumas faculdades insistem no erro de não permitir que o candidato saia com a prova e não liberar a prova para amplo conhecimento na internet. Sinceramente não sei o motivo, mas posso tentar adivinhar alguns: (1) a Faculdade não tem a menor ideia de que isso é importante para os candidatos, (2) as provas são mal elaboradas e a Faculdade prefere que ninguém as veja ou (3) para dificultar os pedidos de revisão de provas. Será que tem outros motivos?

Muito bem... vamos analisar essas possibilidades.

(1) A Faculdade não tem a menor ideia de que isso é importante para os candidatos. Pensem dois segundos... então os Coordenadores dessa Faculdade não buscam as provas do ENADE para poderem garantir uma boa preparação de seus alunos? Ou no caso das Faculdades de Direito, não correm atrás da Prova da OAB? Bom... se o conhecimento das provas a que seu alunado irá se submeter é importante para elas, porque o conhecimento das provas do vestibular não seria importante para quem deseja ingressar ou para quem deseja preparar o candidato que deseja ingressar? Conclusão: justificativa indefensável.

(2) As provas são mal elaboradas e a Faculdade prefere que ninguém as veja. Nem quero pensar nisso, mas não duvido nem um pouco. Afinal de contas, já fui Coordenador de Vestibular e sei o quanto é cansativo chegar numa prova perfeita. Sempre tem um defeitinho. Mas aí é questão de saber se é defeitinho ou defeitão. Uma ou outra questão anulada ocorre por uma série de razões (acredite, o Coordenador do Vestibular nem dorme), inclusive a falta de uma vírgula. Agora, se a prova tem um terço das questões anuladas ou anuláveis (que não resistem a um pedido de revisão) aí a coisa tá feia. Em vez de esconder a prova, é melhor trocar a coordenação e a equipe elaboradora e dar uma boa satisfação aos candidatos de que a faculdade está tentando melhorar. Conclusão: justificativa indefensável, se bem que acho que faculdade alguma assumiria explicitamente essa justificativa! Mas devem pensar seriamente em mudar toda a equipe!

(3) Para dificultar os pedidos de revisão de provas. Aí é coisa até mais grave. Concursos (e vestibular é um concurso) devem primar pela transparência, moralidade e publicidade. E deve ser assim não só para concursos da Administração Pública. Então nem precisa falar muito. Conclusão: justificativa indefensável, também que acho que faculdade alguma assumiria explicitamente essa justificativa!

Em tempos de vestibulares agendados, também fica complicado ter o acesso às provas. E isso até se justifica porque, caso contrário, a faculdade precisaria elaborar uma prova por semana (pelo menos). Mas acho que até aí é possível ajuntar algumas questões que já foram cobradas e ou mesmo criar uma prova só para o pessoal conhecer o modelo (até o MEC/INEP fez isso quando o NOVO ENEM foi inventado em 2009... claro que me lembro... e neste blog tem até o Simulado que fizeram).

O importante é que a faculdade e sua coordenação de vestibulares esteja ciente que essas coisas são importantes para o candidato a aluno da instituição. Sem contar que a prova deve ser bem elaborada, estar dentro do conteúdo do Ensino Médio, ser capaz de fazer uma boa avaliação da situação escolar do candidato (porque às vezes é aí que se detecta a necessidade de dar alguma disciplina de reforço ou nivelamento para os calouros).

A prova do Vestibular é um cartão de visitas da faculdade. Questões quando são divulgadas vão parar nas apostilas, sites da internet, provas dos alunos, simulados, com um famoso (FACULDADE TAL) antes da questão. Propaganda boa!!! O professor selecionou aquela questão porque achou que ela foi bem elaborada... ah, vem da Faculdade Tal... olha, eles se preocupam em fazer uma prova bem feita.

O mais engraçado é que existe faculdade que dá conselho para os candidatos: "- Conheçam as provas anteriores para se preparar bem para o nosso Vestibular!". E não divulgam as provas anteriores!

Bom, é isso aí!!! Um abraço para vocês! Se cuidem!

Ramon Lamar de Oliveira Junior 


PS.: Existem provas mal elaboradas de propósito. O Coordenador de Vestibular de uma Universidade Pública Federal declarou, há mais de 20 anos, num grupo de estudos do qual participavam os Coordenadores das Instituições de Ensino Superior de Minas Gerais, encontros esses promovidos pela antiga "Delegacia do MEC" em BH, que: "Nossas provas abertas de Física, Química e Matemática têm questões difíceis mesmo, para que o candidato deixe em branco e facilite a correção". As feições dos outros coordenadores (inclusive a minha, pois também era coordenador de vestibular e estava presente) foi de absoluta incredulidade!!!

PS2: Para quem interessar: tenho uma pasta, no Dropbox, com compartilho com quem deseja ter provas dos vestibulares de Minas Gerais. O que eu consigo, eu coloco lá! É só pedir aqui nos comentários.

sábado, 11 de setembro de 2021

Carta ao amigo Tião.

Tião, meu querido amigo e colega (cujo único defeito é não torcer para o Corinthians),

recentemente vi algumas de suas publicações sobre a dificuldade que é trabalhar as questões práticas da nossa profissão de Biólogos, especialmente no que diz respeito ao Meio Ambiente. Realmente, colega, em alguns momentos a ideia de desistir, de "chutar o pau da barraca", aparece com força! É muito complicado estudar, estudar, estudar e ter que explicar, explicar, explicar e o pessoal não ouvir! E ainda aparecem aqueles "tapinhas nas costas" que logo em seguida viram "punhaladas nas costas".

Todo mundo que já teve uma aula de Biologia (às vezes nem assistiu direito) já acha que é Biólogo. É praticamente um "exercício ilegal da profissão" em cada esquina. Chegam cheios de teorias que não resistem à análise sequer de um estudante de primeiro período de Ciências Biológicas. Quanta "abobrinha" já escutei e tive que ficar calado... pois não adianta tentar convencer uma porta com argumentos científicos. É é cada porta de aroeira que não entende nada!!! Nem param para pensar e rever seus conceitos. Muitos não conseguem diferenciar uma Lei Científica de uma mera opinião.

Fonte: Redes Sociais do Biólogo/Professor Tião

E a questão do Meio Ambiente talvez seja a pior (se bem que agora temos que explicar e reexplicar vacinas, material genético, mutações, seleção natural e as coisas mais óbvias, frente ao negacionismo científico). O Google agora é a fonte de pesquisas! Ou melhor, a Alexa... pois nem precisam cansar os dedinhos digitando uma pergunta (aliás, mudando um pouco de assunto, você viu que nem digitar uma URL do tipo www.cienciahoje.org.br as pessoas fazem mais... a preguiça tomou conta... o grupo do Whatsapp é mais rápido!!!). Abrir um livro daqueles grossos e com poucas figuras... nem se fala!

Tá difícil, sujeito! E o pior é que muita gente (acho que a gigantesca maioria) duvida das nossas intenções: "- Aquele cara deve estar ganhando pra falar aquilo!" "- Aquele cara tá querendo um cargo na prefeitura!" "- Aquele cara quer é ser vereador e ficar na mamata!" "- Esses biólogos é (sic) tudo um bando de maconheiro desocupado... deviam cuidar da vida deles!". Mal sabem que a nossa intenção é simplesmente honrar nosso diploma, devolver para a sociedade um pouco do que devemos a ela (afinal, eu e você somos crias de duas grandes universidades, a UFMG e a UFV... universidades públicas e gratuitas).

Aguenta firme, amigão. 

Precisando estamos aí na área. 

Conte sempre comigo nessas lutas, que sei que são extremamente importantes. Especialmente numa cidade que tem problemas microclimáticos sérios, que tem uma grande dependência das águas subterrâneas, que tem carência de ambientes naturais bem cuidados para um lazer sadio, que precisa compreender que a contemplação da natureza "limpa" nosso cérebro de tantos problemas do dia a dia.

E sigamos educando os jovens, sem partidarismos, sem lavagem cerebral, mas mostrando o caminho da Ciência, da Educação e da Solidariedade!

Antes de encerrar, deixo dois trechos para refletirmos juntos:

O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos – e o homem branco poderá vir a descobrir um dia; nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. (Trecho da carta do Cacique Seattle ao presidente dos Estados Unidos, em 1855) 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Capítulo VI da Constituição da República Federativa do Brasil)

Abraços,

Ramon Lamar de Oliveira Junior


PS.: Tião, se um dia você resolver se candidatar a  um cargo eletivo, conte comigo! Sei que vai sair coisa boa para nossa cidade. Mesmo sendo uma andorinha ou um bando de poucas. 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

ENEM E VESTIBULAR: O QUE É UMA SALINHA?

 Retomando uma postagem antiga, para explicar o que é uma Salinha!


Salinha é uma coisa e Pré-Vestibular é outra coisa, não confunda:
(1) Escolha um Pré-Vestibular se o seu problema é fundamentalmente de base, você não teve uma boa formação no ensino médio, que te deixou muitas lacunas. Lá, dê a mesma importância a todas as disciplinas. Aprenda a teoria e faça exercícios. Será como fazer um "Ensino Médio" em um semestre ou em um ano.
(2) Escolha uma ou mais Salinhas (Salinhas são oferecidas "por disciplina") para fortalecer aquelas matérias que você sabe que precisará mais na faculdade e na prova do ENEM ou Vestibular. Pode ser aquela que você terá que ampliar sua base para fazer um bom curso superior ou pode ser aquela que você sente que tem fragilidades pontuais, seja em teoria ou na habilidade de resolver questões. Como as Salinhas trabalham com menos alunos (em geral menos de 20) você se sentirá mais à vontade para expor suas dúvidas (no presencial ou no online) para os professores. Também os professores tratarão você de forma mais eficiente... você não será apenas um número numa sala de 50 alunos (ou mais).

Ao escolher uma Salinha pense nessas duas possibilidades:
(1) Vou fazer essa salinha porque tenho dificuldades com essa matéria e preciso superar as dificuldades para conseguir mais pontos e atingir meu objetivo no vestibular/ENEM ou
(2) Vou fazer essa salinha porque essa matéria é importante para o meu vestibular/ENEM porque tem peso maior e além do mais vou precisar de uma base muito boa quando estiver na faculdade.

Só não vale escolher fazer salinha ou cursinho por modismo, para socialização ou para ficar conversando e atrapalhando quem realmente precisa!!! 
Escolha de forma consciente. 
Estamos aqui para ajudar você a alcançar os seus objetivos!

Ramon L. O. Junior