Parabéns, Ítalo Ferreira!!!
Parabéns não só pela sua vitória e trajetória. Mas especialmente por escancarar a necessidade de inclusão dos brasileiros. Não podemos nos concentrar em apenas reverenciar a ascensão do garoto de família humilde, do garoto que surfava em tampas de caixa de isopor do pai - vendedor de peixes. Temos que ir mais a fundo, mostrar que essa história maravilhosa também mostra a dificuldade de visibilidade de um grande número de crianças, jovens e adultos.
São necessárias mais ações para garantir o acesso seguro aos esportes. Não é só o futebol que merece os holofotes. Isso, depois do 7x1, já ficou muito claro. Claro que o futebol ainda é a vitrine e a esperança para milhares de garotos (e agora, felizmente, para as garotas também). Mas muitos almejam mais é a fama e a fortuna no futebol. Às vezes, quando craques já feitos, até se enveredam por caminhos equivocados. É preciso valorizar o esporte como meio de vida, mas também como filosofia de vida. Boa filosofia de vida.
E isso se constrói com propostas sérias, não demagogias ou projetos destinados ao fracasso (quer por seu pouco alcance, ou por seus erros de desenvolvimento e planejamento). É preciso ouvir e preparar um caminho... para os iniciantes... para os iniciados... e para os que já estão avançados! Pensar em todos, pensar em pavimentar essa estrada.
Quando vejo, por tanto tempo, o Ginásio Coberto da nossa cidade praticamente fechado, sem poder acolher os jovens talentos do voleibol, do futsal, do basquete, do tênis de mesa, do judô, do karatê... e tantas outras possibilidades, eu fico triste. Sei que não é o melhor dos espaços, por suas dimensões inadequadas para novas regras de alguns esportes. Mas é central e o deslocamento para ele é mais fácil. Vamos ver se decola depois dessa pandemia, merecedor que está de uma pintura (pois está parecendo uma penitenciária)... um belo grafite em homenagem a esses esportes (já sugeri isso uma dezena de vezes).
Mas voltando ao Ítalo, e à sua lição: menos tampas de isopor e mais pranchas para essas crianças. Mais tênis e chuteiras adequados. Cadê as pistas de atletismo? Cadê as caixas de areia para salto em distância? Cadê os colchões para salto em altura? Os profissionais de educação física estão satisfeitos com essa situação? (Felizmente conheço vários trabalhando suados para essa inclusão!) Que tal sair um pouco do ambiente às vezes glamoroso de algumas academias e ir em busca de novos caminhos, de novas potencialidades? Que tal dar oportunidade a quem quer e sonha com poder homenagear a família no degrau mais alto de um pódium?
Esporte é atividade essencial. Mas é atividade essencial o tempo todo, em ambiente aberto, nas algumas vezes monótonas aulas de educação física (futebol, futebol, futebol). Esporte não é atividade essencial apenas como bandeira durante uma pandemia.
Ramon Lamar de Oliveira Junior
PS.: É quase impossível não fazer um paralelo com as condições da educação em muitas escolas públicas. Essenciais de se melhorar, também fora da pandemia!!!
Parabéns pelo texto. Aqui em Sete Lagoas precisa muito de investimento nos esportes. Tempos atrás, Sete Lagoas se destacava em várias modalidades de esportes. Lembro-me perfeitamente da Praça de Esportes com o Ginásio Coberto que acolhia vários tipos de esportes, tempo do Huracan Atlético Clube que, atualmente encontra-se fechado e em eminência de uma falência. Em nossa cidade havia as Olimpíadas Estudantis que movimentavam toda a juventude (tempos saudáveis)! Hoje, vejo uma cidade onde o esporte mais praticado é "alterocopismo" e o manuseio de celulares. Infelizmente é essa a realidade de nossa linda Sete Lagoas!!
ResponderExcluirObrigado, Elza!!!
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