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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Desmentindo FAKENEWS (MENTIRAS) sobre vacinas!!!

É, pessoal, precisamos ser diretos e usar a palavra certa: MENTIRAS!!!

Primeiramente, vamos falar das vacinas contra COVID-19

Desde o início da pandemia de COVID-19, diversas desinformações sobre as vacinas surgiram e se espalharam rapidamente. Essas fake news podem comprometer a confiança da população na imunização, colocando vidas em risco. A seguir, desmentimos algumas das principais informações falsas sobre as vacinas contra a COVID-19.

1. As vacinas alteram o DNA humano Mito! Nenhuma vacina contra a COVID-19 altera o material genético das pessoas. As vacinas de RNA mensageiro (como as da Pfizer e da Moderna) fornecem instruções temporárias para que as células do corpo produzam uma resposta imunológica contra o vírus. Esse material é rapidamente degradado e não se incorpora ao DNA humano, pois permanece no citoplasma da célula e não entra no núcleo, onde está o DNA.

2. As vacinas contêm microchips para rastreamento Falso! Essa teoria conspiratória não tem qualquer base científica. Nenhuma vacina possui microchips ou qualquer outro dispositivo de monitoramento. O mito surgiu a partir de uma interpretação errada de declarações sobre rastreamento de dados de vacinação e da digitalização dos registros de saúde. As vacinas contêm apenas componentes que estimulam o sistema imunológico e são rigorosamente testadas e aprovadas.

3. Quem toma a vacina continua transmitindo o vírus, então não adianta se vacinar Mito! As vacinas reduzem significativamente o risco de infecção, casos graves e mortes. Embora nenhuma vacina seja 100% eficaz, pessoas vacinadas têm menor probabilidade de transmitir o vírus do que aquelas não vacinadas, pois apresentam menor carga viral caso contraiam a doença. Além disso, a vacina impede complicações severas e ajuda a evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde.

4. As vacinas foram desenvolvidas muito rápido e não são seguras Falso! As vacinas contra a COVID-19 passaram por todas as etapas rigorosas de testes exigidas para qualquer imunizante. A rapidez no desenvolvimento se deu pelo investimento massivo de recursos, pela colaboração entre cientistas e pelo aproveitamento de tecnologias já estudadas, como a de RNA mensageiro, que vinha sendo pesquisada há anos. Além disso, os órgãos de saúde monitoram continuamente a segurança dessas vacinas para garantir que são eficazes e seguras. Interessante que, enquanto divulgam dados errôneos sobre a velocidade dos testes de vacina, os mesmo indivíduos se calam sobre a completa inexistência de protocolos científicos com as mesmas etapas rigorosas para a adoção de medicamentos como cloroquina e ivermectina em doses altas.

5. As vacinas causam infertilidade Mito! Não há evidências científicas de que as vacinas contra a COVID-19 causem infertilidade em homens ou mulheres. Essa desinformação surgiu de uma interpretação errada sobre uma proteína do vírus chamada spike, que não tem relação com a fertilidade humana. Estudos mostram que não há diferença na taxa de fertilidade entre vacinados e não vacinados.

6. Pessoas jovens e saudáveis não precisam se vacinar Errado! Mesmo jovens e saudáveis podem desenvolver formas graves da doença, sofrer complicações a longo prazo (como a COVID longa) e transmitir o vírus para grupos vulneráveis. Além disso, o número de casos graves em jovens não é negligenciável, e a vacinação é fundamental para reduzir a circulação do vírus e proteger toda a sociedade.

7. Quem já teve COVID-19 não precisa se vacinar Falso! A imunidade adquirida após a infecção é limitada e pode diminuir com o tempo. Estudos mostram que pessoas vacinadas têm uma proteção mais robusta e duradoura contra novas infecções e variantes do vírus. Além disso, pessoas que tiveram COVID-19 e se vacinaram posteriormente desenvolvem uma resposta imunológica ainda mais forte.

8. As vacinas fazem parte de um projeto para diminuir a população mundial Teoria da conspiração! Não há qualquer evidência de que as vacinas foram criadas com o objetivo de reduzir a população. Essa desinformação surgiu de interpretações erradas sobre discursos de especialistas em crescimento populacional. As vacinas são uma ferramenta de saúde pública que salva milhões de vidas e ajudam a prevenir pandemias.


Um pouquinho mais sobre mitos que sempre retornam:

AS VACINAS DE mRNA

As vacinas de mRNA representam uma tecnologia inovadora no combate a doenças infecciosas, e uma das principais dúvidas a respeito é se elas poderiam interferir no nosso material genético. Vamos explorar como essas vacinas funcionam e por que elas não afetam o nosso genoma.

Como Funcionam as Vacinas de mRNA? Essas vacinas utilizam uma molécula de mRNA que contém a informação genética necessária para que as nossas células produzam a proteína spike, uma proteína encontrada na superfície do vírus da COVID-19. Após a administração da vacina, as células absorvem o mRNA e, utilizando sua maquinaria celular, sintetizam a proteína. Essa proteína é então exibida na superfície celular, o que estimula o sistema imunológico a reconhecer e responder ao vírus, preparando o organismo para uma possível exposição futura.

Por Que o mRNA Não Afeta o Genoma? Existem dois pontos fundamentais que garantem que o mRNA da vacina não interfira no nosso DNA:

  1. Localização Celular:
    O mRNA atua no citoplasma das células, onde ocorre a síntese proteica. O DNA, por sua vez, está confinado ao núcleo. Como o mRNA não entra no núcleo, ele não tem acesso ao nosso material genético, impossibilitando qualquer interação direta com o DNA.

  2. Degradação Rápida:
    O mRNA é uma molécula instável que é rapidamente degradada após cumprir sua função. Esse processo natural garante que o mRNA não permaneça por tempo suficiente na célula para provocar qualquer efeito a longo prazo. Além disso, as vacinas não incluem nenhum mecanismo ou enzima, como a transcriptase reversa, que poderia converter o mRNA em DNA.


OS ADJUVANTES CONTENDO ALUMÍNIO OU GRAFENO

As notícias que afirmam que as vacinas contêm adjuvantes perigosos, como alumínio, ou que incorporam grafeno, não têm respaldo na evidência científica e são fruto de desinformação. Veja abaixo por que essas alegações são infundadas:

Adjuvantes com Alumínio

  • Função e Segurança:
    O alumínio é utilizado em diversas vacinas há mais de setenta anos como adjuvante, ou seja, um componente que potencializa a resposta imunológica do organismo à vacina. As quantidades de alumínio presentes são extremamente pequenas e cuidadosamente calculadas para serem seguras. Órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) monitoram e aprovam seu uso, garantindo que os níveis administrados não representem risco à saúde.

  • Eliminação pelo Organismo:
    Após a administração da vacina, o alumínio não se acumula no corpo. Ele é gradualmente eliminado pelo organismo, principalmente pelos rins, o que assegura que não cause efeitos tóxicos quando utilizado nas doses aprovadas.

  • Evidência Científica:
    Inúmeros estudos e a experiência prática em milhões de doses aplicadas ao longo dos anos confirmam que os adjuvantes contendo alumínio são seguros e eficazes para melhorar a resposta imunológica sem causar danos.

A Alegação do Grafeno

  • Ausência na Composição das Vacinas:
    Não existe qualquer evidência de que o grafeno seja utilizado na formulação de vacinas. As vacinas passam por rigorosos processos de desenvolvimento e aprovação, onde todos os componentes devem ser comprovadamente seguros e eficazes. Nenhum órgão regulador aprovou o uso de grafeno em vacinas.

  • Origem da Desinformação:
    As alegações envolvendo grafeno geralmente emergem de teorias conspiratórias que interpretam erroneamente pesquisas sobre materiais nanoscópicos ou sobre tecnologias emergentes. No contexto das vacinas, essas afirmações não possuem qualquer suporte em estudos científicos revisados por pares.

  • Fiscalização e Transparência:
    Todas as vacinas comercializadas passam por uma série de testes e avaliações de segurança antes de serem aprovadas para uso. A composição de cada vacina é divulgada e monitorada por autoridades de saúde, o que torna impossível a inclusão de ingredientes como o grafeno sem que haja ampla divulgação e comprovação dos seus efeitos.


NOTÍCIAS ALARMANTES SOBRE MORTES, MIOCARDITES E ATÉ ALTERAÇÕES DO LEITE MATERNO

A disseminação de notícias alarmantes sobre eventos adversos relacionados às vacinas muitas vezes baseia-se em dados isolados ou em interpretações distorcidas das evidências científicas. A seguir, explico por que as alegações sobre mortes, miocardites e alterações no leite materno precisam ser entendidas com cautela e dentro do contexto dos estudos realizados:

Mortes após a Vacinação: Eventos adversos, inclusive mortes, são rigorosamente investigados pelas autoridades de saúde. Quando uma morte ocorre após a vacinação, são avaliados diversos fatores, como condições pré-existentes e coincidências temporais. Estudos em larga escala e dados de vigilância demonstram que, para pessoas sem fatores de risco significativos, não há evidência de uma relação causal entre a vacina e o óbito. Os benefícios da vacinação na prevenção de casos graves de COVID-19 e na redução da mortalidade superam em muito os riscos potenciais.

Miocardite: Casos de miocardite, principalmente entre jovens do sexo masculino, foram relatados após a aplicação de vacinas de mRNA. Contudo, esses episódios são extremamente raros e, na maioria das vezes, apresentam evolução leve e com recuperação completa. É importante notar que a própria infecção por COVID-19 apresenta um risco consideravelmente maior de miocardite e outras complicações cardíacas. Assim, o risco-benefício das vacinas permanece amplamente favorável, com os eventos adversos sendo monitorados continuamente pelas agências de saúde.

Alterações no Leite Materno: Não há evidências científicas robustas que indiquem que a vacinação contra a COVID-19 cause alterações prejudiciais na composição ou na qualidade do leite materno. Pelo contrário, estudos sugerem que a imunização da mãe pode levar à transferência de anticorpos protetores para o bebê, oferecendo uma camada adicional de proteção. As principais instituições de saúde recomendam que mulheres lactantes se vacinem, considerando que a segurança e os benefícios da vacina são amplamente comprovados.


Agora vamos falar um pouco sobre MENTIRAS relacionadas a outras vacinas e que têm diminuido a procura da população por imunizantes.

Diversas mentiras e teorias da conspiração sobre vacinas, não só as contra a COVID-19, têm circulado e afetado a confiança do público em imunizantes de forma geral. Essas desinformações geram insegurança e podem levar à diminuição da cobertura vacinal, com riscos reais para a saúde coletiva. Confira alguns dos mitos mais comuns e o que a ciência diz sobre eles:

1. Vacina MMR (Sarampo, Caxumba e Rubéola) e o Mito do Autismo
Há alguns anos, surgiu uma teoria infundada de que a vacina MMR estaria ligada ao desenvolvimento do autismo. Essa alegação teve origem em um estudo que posteriormente foi desmascarado por sua má metodologia e fraudes, tendo o artigo sido totalmente retratado. Estudos realizados com milhares de crianças em diversos países não encontraram qualquer relação entre a vacina e o autismo, confirmando a segurança e a eficácia deste imunizante.

2. Vacina contra o HPV e Alegações Infundadas
Outras notícias falsas afirmam que a vacina contra o HPV causaria problemas reprodutivos, alterações comportamentais ou até infertilidade. No entanto, diversas pesquisas mostram que a vacina é segura e desempenha um papel crucial na prevenção de infecções pelo HPV, que podem levar a cânceres do colo do útero, ânus, boca e garganta. Não há evidências científicas de que a vacina interfira na fertilidade ou altere comportamentos.

3. Vacina Contra a Gripe e Mitos Diversos
Também é comum encontrar informações erradas sobre a vacina da gripe, como a ideia de que ela pode causar a própria gripe ou provocar reações graves. Na verdade, as vacinas contra a gripe são formuladas com vírus inativados ou fragmentos do vírus, impossibilitando que causem a doença. Os efeitos colaterais, quando ocorrem, costumam ser leves e de curta duração, como dor no local da aplicação e febrinho.

4. Falsas Alegações sobre Componentes Perigosos
Algumas teorias sugerem que vacinas contêm substâncias tóxicas em quantidades perigosas – como adjuvantes (alumínio em doses muito superiores às utilizadas) ou formaldeído –, ou até elementos inexistentes em sua composição, como o grafeno. Todos os componentes presentes nas vacinas passam por rigorosos testes de segurança e são aprovados por órgãos de saúde nacionais e internacionais. As doses empregadas são calculadas para estimular o sistema imunológico sem representar qualquer risco à saúde.

5. Impacto da Desinformação
A circulação dessas mentiras tem levado muitas pessoas a postergarem ou evitarem a vacinação, o que aumenta o risco de surtos de doenças preveníveis. A desinformação não só coloca a saúde individual em risco, mas também compromete a proteção de comunidades inteiras, especialmente daqueles que não podem se vacinar por razões médicas.


E finalmente, quem tem o interesse de divulgar MENTIRAS sobre vacinas? Com qual intenção? 

A disseminação de desinformação sobre vacinas não se restringe apenas a minar a confiança na ciência e nas instituições de saúde, mas também envolve interesses financeiros que se aproveitam do medo e da incerteza das pessoas. Diversos grupos e indivíduos, ao espalhar informações distorcidas, buscam lucrar de maneiras variadas, seja com a venda de produtos e "drogas milagrosas" que prometem benefícios infundados, seja com tratamentos que alegam “retirar as vacinas do corpo”. Essa prática não tem respaldo na evidência científica e pode representar riscos significativos à saúde pública.

Interesses Financeiros e Comerciais
Muitos dos envolvidos na disseminação de teorias conspiratórias e fake news sobre vacinas se beneficiam financeiramente por meio de:

  • Venda de Produtos Milagrosos:
    Esses grupos promovem medicamentos ou suplementos que, segundo eles, podem "curar" os supostos efeitos negativos das vacinas. Esses produtos, sem comprovação científica, se apresentam como soluções milagrosas para os problemas que nem existem ou são exagerados. Muitas pessoas acabam acreditando e aderindo a essas práticas, depois de bombardeadas por MENTIRAS nas redes sociais, ou seja, na sua própria "bolha informacional".

Mesmo sem ter ganhos financeiros, pessoas acabam apoiando estratégicas erradas que 
estão favorecendo financeiramente outros indivíduos. (Foto: Eduardo Matysiak)
  • Tratamentos para "Retirar as Vacinas do Corpo":
    Além dos chamados remédios milagrosos, há também a promoção de tratamentos que afirmam, de forma infundada, ser capazes de eliminar ou neutralizar os efeitos das vacinas no organismo. Essas propostas não possuem respaldo em pesquisas científicas e podem induzir as pessoas a adotarem medidas desnecessárias e potencialmente prejudiciais à saúde.

Motivações Ideológicas e Políticas
Além dos interesses financeiros, há uma componente ideológica na disseminação de desinformação:

  • Liberdade Individual, Desconfiança em Relação ao Estado e Compromisso Coletivo

    Embora a defesa da liberdade individual seja um valor importante, é fundamental reconhecer que vivemos em sociedade. As vacinas fazem parte de um pacto social pelo qual todos se comprometem a eliminar doenças e proteger a saúde coletiva. Vacinas e algumas outras recomendações (como isolamento social, uso de máscaras, higiene das mãos...) não são apenas uma ferramenta para a proteção do indivíduo, mas sim para a criação de uma imunidade de grupo que beneficia toda a comunidade. É uma medida de SAÚDE PÚBLICA e não de SAÚDE INDIVIDUAL. Isso significa que, mesmo que uma pessoa se sinta bem protegida por outras razões discutíveis ("minha saúde é de ferro", "nunca fico doente", "minha imunidade está no máximo"...), ela deve contribuir para diminuir a propagação da doença; e se faz isso ajudando a criar um percentual elevado de pessoas vacinadas.

    Algumas pessoas, por razões raras como condições médicas específicas, não podem se vacinar e dependem da imunidade coletiva para sua proteção. Quando um grande percentual da população é vacinado, o risco de transmissão diminui consideravelmente, rompendo a cadeia de contágio e assegurando que a doença não se espalhe. Assim, a defesa da liberdade individual deve ser equilibrada com a responsabilidade social, reconhecendo que a saúde de cada um está intrinsecamente ligada à saúde de todos.

  • Certos grupos defendem a ideia de liberdade individual e se opõem à interferência governamental em questões pessoais, usando a desinformação para mobilizar apoio e fomentar uma cultura de desconfiança em relação às políticas de saúde pública. 

  • Fragilização da Credibilidade das Instituições:
    Ao questionar a segurança e a eficácia dos imunizantes, esses grupos tentam enfraquecer a confiança nas instituições de saúde e na ciência, criando um ambiente propício para a adoção de tratamentos alternativos sem respaldo científico. Ao mesmo tempo se fragiliza a própria educação da população e a importância das carreiras acadêmicas de pesquisa, sem as quais o progresso e verdadeira independência do país não pode acontecer. Opiniões de "influenciadores" sem o menor embasamento científico e opiniões isoladas de médicos que não têm experiência e nem formação em trabalhar com pesquisa científica, debocham das informações que os desmentem e supervalorizam casos isolados que são tomados como "uma verdade que tentam esconder de você".

Consequências para a Saúde Pública
A propagação dessas mentiras tem um impacto negativo na cobertura vacinal e na proteção coletiva, pois:

  • Reduz a Adesão à Vacinação: Informações alarmantes e distorcidas podem levar pessoas a adiarem ou mesmo evitarem a vacinação, aumentando o risco de surtos de doenças que podem ser prevenidas por imunizações eficazes e seguras. Cria-se um volume de indivíduos que já estão predispostos a desacreditar em qualquer situação futura que guarde semelhança com as questões já passadas.

  • Risco de intoxicações e outros problemas: A utilização em doses altas e não corretamente estudadas de fármacos pode desencadear uma série de problemas no organismo, especialmente devido à toxicidade das drogas para alguns órgãos específicos como fígado e rins.

  • Promove o Uso de Tratamentos Inadequados: A busca por soluções alternativas, como os tratamentos para “retirar as vacinas do corpo”, pode expor indivíduos a intervenções desnecessárias e potencialmente perigosas, além de desviar o foco das medidas preventivas comprovadas.


Conclusões:

É fundamental que a população se informe por meio de fontes confiáveis e embasadas em evidências científicas para compreender os reais benefícios da vacinação. A desinformação, ao promover lucros através de produtos e tratamentos infundados, coloca em risco não só a saúde individual, mas também a saúde coletiva, dificultando o controle de doenças preveníveis e comprometendo a segurança da comunidade como um todo. Manter um olhar crítico e buscar sempre informações verificadas são passos essenciais para combater a desinformação e proteger a saúde pública.

As mentiras sobre vacinas não se sustentam diante do extenso corpo de evidências científicas acumuladas ao longo de décadas. A imunização é uma ferramenta fundamental na prevenção de doenças e na proteção da saúde pública. Buscar informações em fontes confiáveis — como órgãos oficiais de saúde, publicações científicas e instituições reconhecidas — é essencial para combater a desinformação e garantir a segurança e o bem-estar de todos.


Ramon Lamar de Oliveira Junior

com participação do CHATGPT para fazer o encadeamento do texto.



Alguma outra dúvida? Deixe sua pergunta nos comentários!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

OS SEIS SEXOS DE CADA INDIVÍDUO

Aprendi, na década de 1980, com meu professor e amigo José Mauro de Morais, que cada indivíduo tem seis sexos. Olha só a visão privilegiada desse meu mestre, no início da década de 1980... muito além de seu tempo. Tocar nesse assunto em sala de aula numa época muito nebulosa.

Recentemente abordei o tema em sala de aula, como faço todo ano. É parte do meu dever como biólogo e professor esclarecer os meus alunos sobre temas complexos, sempre dando total liberdade de discussão e argumentação.

Resolvi, então, produzir um pequeno texto para esse blog. Creio ser do interesse de todos. Dúvidas? Postem nos comentários!

A concepção de sexo vai além da visão binária tradicional, englobando múltiplos aspectos que influenciam a identidade e a experiência de cada indivíduo. Podemos classificar o sexo em seis dimensões distintas: anatômico, cromossômico, genético, legal, psicológico e social. Cada uma dessas categorias desempenha um papel ímpar na definição da identidade de uma pessoa e na sua devida aceitação pela comunidade a que pertence, e compreender suas diferenças é essencial para um entendimento mais inclusivo e preciso da diversidade humana.

1. Sexo Anatômico

O sexo anatômico é determinado pelas características físicas do corpo, como órgãos reprodutivos internos e externos, estrutura óssea e distribuição de gordura corporal. Esse aspecto do sexo é frequentemente utilizado para classificar os indivíduos ao nascimento, mas não é absoluto, pois existem condições intersexuais que desafiam a dicotomia entre masculino e feminino. São as chamadas características sexuais primárias (presentes ao nascimento) e, na maioria dos casos envolve também as características sexuais secundárias (adquiridas durante a puberdade sob efeito dos diversos hormônios sexuais).

2. Sexo Cromossômico

Definido pela presença dos cromossomos sexuais, o sexo cromossômico é tradicionalmente identificado como XX para mulheres e XY para homens. Para os menos versados no conceito, funciona assim: cada um de nós tem dois cromossomos sexuais, um proveniente do espermatozoide paterno e um do óvulo materno. As mães sempre nos dão um cromossomo maior chamado cromossomo X. Os pais podem nos dar um cromossomo X ou uma versão menor, que é chamada de cromossomo Y. A presença do cromossomo Y determina que o sexo cromossômico seja masculino, a ausência determina o sexo feminino. No entanto, existem variações, como XXY (Síndrome de Klinefelter), XYY (Duplo Y), XO (Síndrome de Turner) e outras combinações que demonstram que o sexo cromossômico pode ser mais diverso do que convencionalmente se imagina. Mas isso depende da presença de uma região do cromossomo Y chamada SRY. Essa região contém um conjunto de genes (unidades da informação genética) que determina a formação do aparelho reprodutor masculino. Na sua ausência (indivíduo sem o cromossomo Y, como as mulheres), forma-se o aparelho reprodutor feminino. Então percebemos que não são apenas os cromossomos, seus genes também interferem daí o próximo tipo de sexo.

3. Sexo Genético

Diferente do cromossômico, o sexo genético refere-se à ativação de genes específicos que influenciam o desenvolvimento sexual. O conjunto de genes SRY (região sexual do cromossomo Y), presente no cromossomo Y e que contém um gene famoso chamado TDF (Fator de Diferenciação dos Testículos), é o grande responsável pela diferenciação sexual masculina. No entanto, mutações (alterações na estrutura do gene), perda do gene (deleção genética) ou outras variações genéticas podem levar a condições em que a expressão sexual não segue um padrão típico, resultando em indivíduos que possuem características opostas ou intermediárias. Por exemplo, um indivíduo XY - que devido a problemas celulares precoces no desenvolvimento embrionário não tem ou perdeu os genes SRY - irá se desenvolver como indivíduo anatomicamente do sexo feminino. Outras situações são mais complexas. Pode acontecer uma condição que o indivíduo tem genitália externa feminina e internamente tem um testículo e um ovário. E os hormônios testiculares deste indivíduo vão interferir em questões do desenvolvimento, como aumento da massa muscular por exemplo. 

Cromossomos, genes e sexo!

4. Sexo Legal

O sexo legal é aquele registrado nos documentos oficiais, como certidões de nascimento, carteiras de identidade e passaportes. Em muitos países, essa categoria ainda segue uma visão binária, mas há nações que reconhecem identidades não binárias, permitindo a alteração do sexo legal para refletir melhor a identidade do indivíduo.

5. Sexo Psicológico

O sexo psicológico, frequentemente relacionado à identidade de gênero, é a percepção interna que a pessoa tem de si mesma em relação ao seu sexo. Esse aspecto é fundamental para o bem-estar e a autoafirmação do indivíduo. Diferente das outras categorias, o sexo psicológico não é determinado por características biológicas, mas sim pela consciência e pelo sentimento pessoal de pertencimento a um determinado gênero.

É importante ressaltar que o sexo psicológico não deve ser confundido com "opção sexual", como alguns erroneamente acreditam. A identidade de gênero não é uma escolha arbitrária ou uma questão de preferência, mas sim uma vivência profundamente enraizada na psique do indivíduo. Pessoas cuja identidade de gênero não corresponde ao seu sexo anatômico ou cromossômico podem enfrentar desafios como disforia de gênero, preconceito e falta de acesso a direitos básicos. O respeito à identidade de gênero é um passo essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

6. Sexo Social

O sexo social diz respeito à maneira como a sociedade percebe e classifica o indivíduo, influenciando expectativas culturais, papéis de gênero e normas sociais. Essa categoria está diretamente ligada ao contexto histórico e cultural, variando ao longo do tempo e entre diferentes sociedades. As normas de gênero impostas podem impactar profundamente a vida dos indivíduos, influenciando suas oportunidades e experiências.

É fundamental compreender que, embora diferentes sociedades possam ter diferentes percepções sobre o que significa ser homem, mulher ou qualquer outra identidade de gênero, isso não pode ser justificativa para a discriminação. O respeito aos indivíduos, independentemente da maneira como a sociedade os enxerga, é essencial para garantir direitos iguais e uma convivência harmoniosa. O preconceito baseado na identidade de gênero e na forma como cada um é socialmente percebido deve ser combatido, pois limita a liberdade e a dignidade das pessoas.

Conclusão

Compreender que o sexo não se limita a uma única dimensão permite uma visão mais abrangente da diversidade humana. O reconhecimento da importância do sexo psicológico, em especial, é essencial para garantir respeito, dignidade e equidade para todas as pessoas. Além disso, a consciência sobre o impacto do sexo social nos direitos e nas oportunidades dos indivíduos reforça a necessidade de combater preconceitos e promover a inclusão. Ao ampliar a discussão sobre os diferentes aspectos do sexo, damos um passo importante rumo a uma sociedade mais justa, respeitosa e consciente da pluralidade das experiências humanas.


A base do texto foi escrita pelo ChatGPT sobre minha orientação e intervenção. 

Várias modificações foram introduzidas por mim no texto final.


Ramon Lamar de Oliveira Junior 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Proibição de celulares na sala de aula. Vai funcionar???

Recentemente, foi sancionada a lei que proíbe o uso de celulares nas escolas, tanto durante as aulas quanto nos intervalos.

Quem é professor sabe que celulares, fones de ouvido, smartwatches e outras tecnologias podem prejudicar o aprendizado. No entanto, essa questão tem múltiplas facetas que merecem uma análise mais aprofundada. Aqui estão alguns pontos a considerar:

  1. A dificuldade de fiscalização
    De acordo com a lei, os alunos ainda poderão portar seus celulares (havia rumores de que os aparelhos seriam recolhidos na entrada e devolvidos na saída). Isso significa que os professores terão que dividir sua atenção entre ministrar aulas e fiscalizar o uso indevido dos dispositivos – algo que já acontece. Inclusive durante as provas! Há alunos que levam dois celulares: um para deixar sobre a mesa do professor e outro para usar escondido na hora da prova. E não é fake news – já presenciei e registrei casos assim.

  2. A ausência de penalidades claras
    Se há uma lei, deve haver punição para quem a descumpre. Mas qual será essa penalidade? O celular será recolhido e devolvido apenas aos responsáveis? O aluno vai perder pontos (risos)? Haverá multa? O estudante perderá o direito ao Pé-de-Meia? Prisão em flagrante (risos)? A maioria das escolas já possui regras que restringem o uso de celulares em sala de aula, mas sem uma forma clara de aplicação, a nova lei pode ter pouca eficácia. "Tomar" um celular de aluno não será também uma maneira de estimular casos de violência contra o professor ou funcionário da escola, no momento ou em outra situação?

  3. O impacto na saúde mental e no comportamento dos alunos
    As escolas e os professores estão preparados para lidar com a "síndrome de abstinência" que pode surgir? A família está preparada? A redução do uso do celular por cinco horas diárias pode levar a um consumo ainda mais exagerado em casa, estendendo-se pela madrugada. Muitos alunos que dormem em sala de aula ou apresentam extrema desatenção provavelmente passaram a noite interagindo no celular. O problema do vício digital precisa ser abordado de forma mais ampla, não apenas com a proibição no ambiente escolar.

  4. A polêmica sobre "doutrinação"
    Algumas pessoas defendem o uso do celular em sala de aula para que alunos gravem professores que supostamente fazem "doutrinação política". No entanto, esse argumento ignora a complexidade do ensino de temas históricos, científicos e sociais. Como um professor de História deve abordar o que aconteceu no Brasil em 1964 sem mencionar o AI-5 e as restrições às liberdades civis? Como um professor de Biologia pode explicar o funcionamento correto das vacinas contra a Covid-19 sem falar sobre avanços científicos e sem desmentir desinformações? Questões como sexo biológico, identidade de gênero e evolução também podem ser distorcidas fora de contexto para sustentar a narrativa de "doutrinação". Além disso, se há doutrinação de esquerda, há também de direita – basta observar escolas cívico-militares onde o 31 de março é "comemorado" e certas disciplinas são ensinadas sob uma ótica específica. A maioria dos professores, no entanto, só quer ensinar bem e ver o progresso dos alunos.

  5. A infraestrutura das escolas e o impacto pedagógico
    Nem todas as escolas oferecem alternativas adequadas ao uso do celular. Muitas carecem de laboratórios de informática e bibliotecas atualizadas. Além disso, algumas metodologias pedagógicas modernas utilizam a tecnologia para enriquecer o aprendizado. Como conciliar essa proibição com práticas educacionais que fazem uso de recursos digitais?

  6. O papel dos pais e responsáveis
    A restrição do uso de celulares na escola não significa que o problema do excesso de tela será resolvido. O que acontece em casa tem um peso ainda maior. Como garantir que a proibição escolar não leve a um consumo descontrolado fora dela? Como conscientizar as famílias sobre o uso equilibrado da tecnologia?

  7. A comunicação em casos de emergência
    Muitos pais se preocupam com a impossibilidade de contato direto com seus filhos durante o período escolar. Como será feita a comunicação em situações emergenciais? As escolas terão um canal eficiente para suprir essa necessidade? Não haverá um uso excessivo e mais interrupções durante as aulas?

  8. O celular como ferramenta de segurança
    Além de distrair, o celular também pode ser um instrumento de proteção. Em algumas regiões, alunos usam o aparelho para registrar casos de violência, bullying, assédio ou abuso dentro da escola. A lei permite o uso nesses casos, mas quais mecanismos práticos serão oferecidos para garantir que essas situações sejam denunciadas de forma segura?

Em resumo, a questão do uso de celulares nas escolas é complexa e exige uma abordagem que vá além da simples proibição. Para ser realmente eficaz, essa medida precisa vir acompanhada de soluções pedagógicas, apoio psicológico e infraestrutura adequada.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

domingo, 26 de janeiro de 2025

A importância da educação ambiental

A educação ambiental ocupa o primeiro lugar em termos da complexidade de se desenvolver a consciência ecológica e o incentivo à sustentabilidade em cada indivíduo. Ela busca formar cidadãos capazes de compreender e enfrentar os desafios ambientais globais e locais, promovendo a preservação dos recursos naturais e o equilíbrio entre as necessidades humanas e os limites do planeta. Mais do que uma prática pedagógica, a educação ambiental é um instrumento para a transformação social, pois promove valores e atitudes que favorecem a construção de uma sociedade mais sustentável e equitativa.

No Brasil, a relevância da educação ambiental está assegurada pela Constituição Federal de 1988, que estabelece princípios fundamentais para a proteção do meio ambiente. O artigo 225 da Constituição determina que "todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado", considerado essencial à qualidade de vida (o negrito anterior, colocado por mim, é para frisar que absolutamente todos os cidadãos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sem distinção alguma, sem privilégio algum). Nesse sentido, a Carta Magna atribui ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.

Defender e preservar o meio ambiente é atribuição do poder público e da coletividade, ou seja, de cada membro da sociedade. Não é um deixa-pra-lá-que-isso-não-é-problema-meu! Todos precisamos ter consciência da importância de se discutir as questões ambientais.

Entre os instrumentos previstos pela Constituição para a efetivação desse direito, destaca-se o incentivo à educação ambiental. O inciso VI do artigo 225 prevê que o Estado deve "promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente". Esse preceito constitucional reflete o entendimento de que o conhecimento e a conscientização são pilares fundamentais para a efetivação do desenvolvimento sustentável.

Além disso, o artigo 170, que trata dos princípios da ordem econômica, reforça a necessidade de um modelo de desenvolvimento que respeite o meio ambiente. Ao estabelecer que a ordem econômica deve observar o princípio da defesa do meio ambiente, o texto constitucional vincula as atividades econômicas à sustentabilidade, evidenciando a importância de uma população informada e engajada com práticas responsáveis.

A questão ambiental, por sua vez, é suprapartidária e supraideológica, pois transcende divisões presentes na sociedade. Trata-se de uma necessidade fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável da humanidade e a manutenção dos recursos naturais indispensáveis à vida. O compromisso com a preservação ambiental deve ser universal, envolvendo todos os setores da sociedade em uma ação coordenada para equilibrar as demandas do progresso com a capacidade de regeneração do meio ambiente.

Na cidade de Sete Lagoas, a educação ambiental é ainda mais essencial, dada a relação direta entre a preservação ambiental e a qualidade de vida da população. O município depende de suas lagoas, fundamentais para o microclima local e para a manutenção da umidade do ar, assim como da conservação dos lençóis de água superficiais que alimentam essas lagoas e pequenos cursos d'água. Além disso, cerca de 60% do abastecimento hídrico da cidade provém de lençóis subterrâneos profundos, cuja recarga pode ser comprometida pela impermeabilização da superfície em determinados locais específicos onde se dá a infiltração de água no solo em direção a esses lençóis. 

Ainda em relação a Sete Lagoas, vale destacar que essa problemática se agrava em áreas com arborização urbana precária, tanto em termos de calçadas onde faltam árvores implantadas corretamente, quanto de praças e outras áreas arborizáveis. O descaso com as boas práticas de arborização e gestão da arborização leva a menor infiltração de água no solo, menos equilíbrio térmico e maior volume de enxurradas que, ao final, podem ter consequências dramáticas. Diante desse cenário, a educação ambiental é indispensável para sensibilizar a comunidade sobre a necessidade de ações que mitiguem os impactos ambientais, como a proteção das áreas de recarga, a valorização das lagoas e a promoção de uma arborização urbana adequada, elementos que garantem o equilíbrio ecológico e a sustentabilidade do município.

A educação ambiental, ao dialogar com os princípios constitucionais, vai além da simples transmissão de conhecimentos. Ela busca transformar a relação do ser humano com o ambiente, fortalecendo a cidadania ativa e promovendo práticas que assegurem o equilíbrio ecológico. Nesse contexto, o ensino de ciências e biologia no ensino básico desempenha um papel central, pois é nesse nível que os fundamentos para a consciência ambiental são criados. A boa formação dos professores dessas áreas é essencial para que possam transmitir conhecimentos atualizados, compreensíveis e engajadores. Além disso, é imprescindível valorizar os profissionais de nível técnico e superior que atuam na área ambiental, como biólogos, engenheiros ambientais, urbanistas e paisagistas, tanto na esfera privada quanto no setor público. A maior participação desses profissionais em órgãos públicos e conselhos ambientais contribui para a formulação e implementação de políticas que promovam a sustentabilidade, reforçando a importância de um esforço conjunto para proteger o meio ambiente e assegurar um futuro equilibrado para as próximas gerações.

Ramon Lamar de Oliveira Junior

sábado, 25 de janeiro de 2025

PERMEABILIDADE DO SOLO URBANO E ARBORIZAÇÃO URBANA NA PROVA DO ENEM 2024

Imagino que todo professor passa pelo mesmo dilema: - Estou conduzindo minhas aulas, estou abordando realmente as temáticas que os alunos precisam compreender para a vida e para se dar bem nos concursos que por aí aparecem (ENEM, vestibulares e outros)?
Então, nada é mais gratificante que encontrar uma questão como a que exponho abaixo sobre dois temas importantíssimos: IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO e ARBORIZAÇÃO URBANA. Essa questão fez parte da Segunda Aplicação do ENEM 2024, mostrando que estou no caminho certo e que os temas que abordo constam (e não é só essa questão) do banco de questões das provas do ENEM.
São temas que, sempre que tenho a oportunidade, lanço uma sementinha de conhecimento sobre eles. É muito importante que o estudante perceba que várias alterações e situações que ocorrem em seu redor estão sendo explicadas ali na aula. 
E a tal questão foi em cima do assunto, de uma forma muito bem colocada. E aí? Você sabe resolver?


Nas últimas décadas, a população dos centros urbanos tem requerido a pavimentação das vias públicas, visando o aumento do conforto e a minimização do desgaste de veículos. No entanto, essa melhoria da qualidade de vida pode trazer implicações ao meio ambiente. A impermeabilização impede a infiltração de água no solo, sendo carreados, portanto, todos os dejetos e impurezas para os cursos de água.

Qual ação poderia mitigar os efeitos danosos da contaminação dos cursos de água em virtude da impermeabilização das vias públicas?

A) Reciclar o lixo doméstico seco.
B) Incentivar a construção de fossas sépticas.
C) Difundir o uso de vasos de plantas nas vias públicas.
D) Promover a construção de parques e espaços arborizados.
E) Propor políticas de expansão da canalização das redes fluviais.


PS.: Se você soube resolver, não é uma questão difícil, está na hora de cobrar essas ações por parte do poder público!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

TEMPOS SOMBRIOS NO PLANETA TERRA

É... meus queridos.

A importância de estudar História sempre foi falada por todos os nossos professores de história. "Conhecer os erros do passado para não repeti-los no presente!".

Taí... neonazifacismo comendo de colher com as velhas retóricas de "Ameaça Comunista" e vai por aí afora... Como sempre é uma questão de dinheiro e poder.

As camadas mais pobres ou invisíveis do planeta que se fumentem!

Vamos ver até onde vai chegar...


"Quase o mundo inteiro, por enquanto, né?"

Se cuida, México!!!

Xingar ou ofender os donos dessas plataformas, ou seus poderosos amigos, é liberdade de expressão?

Fakenews, racismo, homofobia e outras coisinhas ganham força agora!


Esta postagem é só para guardar essas informações!!!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

LEIS INÓCUAS SOBRE A ARBORIZAÇÃO DE SETE LAGOAS - UM VEXAME

Meus amigos,

como é possível que duas leis publicadas no intervalo de quatro meses ao longo de 2024 sejam solenemente esquecidas? Uma publicada em Julho e a outra publicada em Novembro, emanadas das propostas de dois vereadores, tratando do mesmo tema da Conscientização sobre Arborização Urbana.

Uma prevendo o primeiro domingo de dezembro para ações de plantio e outra prevendo a semana subsequente como semana de conscientização sobre a importância da arborização.

Pois é... o domingo passou, a semana passou e NADA FOI FEITO! VEXAME!!!

Com a palavra a prefeitura de Sete Lagoas, a Secretaria de Meio Ambiente (que assina em conjunto as duas leis), a Câmara Municipal e os dois vereadores autores dos projetos (Caio Valace e João Evangelista) que seguem abaixo (imagino que os vereadores devam estar bem desapontados):




Eu estava começando a idealizar e convidar pessoas para uma campanha pró-arborização de Sete Lagoas, mas como fazê-lo se o Poder Público é tão avesso aos próprios compromissos que assume com as esferas de governo. Quanto mais com uma iniciativa única de cidadão. Lamentável, lamentável e lamentável.
Hoje acabamos de ter a notícia que atingimos o aumento 1,5 graus Celsius que o Acordo de Paris esperava para o final do século XXI. E nem um quarto do século completamos. Com as cidades agindo desse jeito, com o suco do PURO NEGACIONISMO CLIMÁTICO, medidas demagógicas e tudo do gênero, nosso futuro não vai ser lá grande coisa.
A gente tenta fazer... mas como?

Ramon Lamar de Oliveira Junior
Professor e Biólogo

sábado, 7 de dezembro de 2024

Discurso Paraninfo - Terceiro Ano - Colégio Impulso - 2024

Prezados diretores, coordenadores, professores e funcionários do Colégio Impulso.

Prezados familiares e amigos dos formandos do Terceiro e do Nono Anos.

Queridos formandos do Terceiro Ano, meus afilhados.


Terceirão-Padrão Impulso 2024 - Foto: Prof. Luciano de Deus

Hoje celebramos não apenas a conclusão de um ciclo, mas também o início de uma nova jornada repleta de possibilidades. Cada um de vocês é uma peça essencial no mosaico desta turma tão querida e diversa. Desde os mais dedicados, que construíram sua trajetória com esforço exemplar, até aqueles que ainda estão descobrindo seu caminho e desenvolvendo a confiança em seu potencial, todos têm algo único a oferecer ao mundo.

Ao longo do ano, dediquei longas intervenções a uma série de estudantes da turma, geralmente movido pela intenção de fazê-los participar mais e por senti-los mais à vontade para se manifestarem. Não são, de forma alguma, preferências ou privilégios. É realmente impossível não cumprimentar o Nery, com seu sorriso diário, ou a Luísa-Prefeita, com seus olhares que vasculham o fundo da nossa alma. Impossível não notar os que fecham provas rapidamente, os que se preocupam com etimologias, os que dão umas pescadinhas e ainda estão me devendo uns desenhos, e os que são tímidos, como a Ana Cecília.

Eu não queria citar nomes, mas foi inevitável. Queria apenas escolher uma pessoa como referência, alguém que embarcou nessa canoa apenas no terceiro ano e, no meu entendimento — e no de vários colegas —, teve um brutal amadurecimento.

Eu ia falar apenas de Jônatas.

Mas, ao pesquisar a história bíblica de Jônatas, percebi que não poderia ser diferente: a Bíblia nos conduz até ele. Então, encontrei uma série de coincidências que não podem ser mera casualidade.

A história de Jônatas e Davi, narrada no livro de 1 Samuel, nos ensina valiosas lições para a vida. Jônatas enxergou em Davi um futuro promissor, oferecendo-lhe sua amizade leal e seu apoio incondicional. Esse gesto de generosidade nos lembra que a verdadeira força não está em enfrentar desafios sozinhos, mas em encontrar no outro inspiração, coragem e apoio.

Nesta turma, temos um Jônatas que, como o personagem bíblico, tem em si o potencial de ser um amigo leal e um líder que inspira confiança.

Temos também um Davi, que simboliza a coragem de superar desafios e a capacidade de acreditar em si mesmo, mesmo diante de adversidades que pareçam gigantescas. E, homenageando também o paraninfo Samuel, lembramos a figura do profeta que soube ouvir o chamado e orientar o povo com sabedoria e visão. Faltou só um Guilherme nessa passagem bíblica.

Esses nomes, hoje presentes entre vocês, são mais do que coincidências. Representam valores e lições que podemos levar para a vida: a lealdade de Jônatas, a coragem de Davi e a sabedoria de Samuel. Que essas inspirações os guiem em cada decisão, em cada passo, para que possam construir um futuro baseado em suas melhores virtudes.

Ao olhar para esta turma, vejo futuros advogados, professores, veterinários, médicos, biomédicos, artistas, cientistas e empreendedores. Mas, sobretudo, vejo cidadãos que levarão consigo o legado de uma convivência com suas calmarias, tensões e tempestades. Lembrem-se, queridos formandos, de que a vida é uma longa estrada, com curvas, subidas e descidas. E, mesmo que o caminho não seja sempre claro, vocês têm o que é necessário para percorrê-lo com determinação e graça.

É importante, também, que tenhamos respeito e admiração por aqueles que optam por caminhos que muitos consideram não convencionais. A coragem de escolher o inusitado é tão valiosa quanto a determinação de seguir os trilhos mais comuns. Afinal, quem de nós é 100% convencional? Cada um carrega suas singularidades, suas paixões, seus sonhos — e é isso que torna a vida fascinante. Que todos aqui se sintam encorajados a abraçar suas diferenças e transformá-las em forças.

Nunca subestimem o poder dos seus sonhos. Assim como Jônatas reconheceu o potencial em Davi, reconheçam o potencial em vocês mesmos e nos outros ao redor. Construam pontes, nutram amizades, enfrentem seus gigantes e sejam faróis de esperança em um mundo que precisa de luz.

Parabéns, formandos! Vocês já são vencedores, e o futuro os espera de braços abertos. Que venham novos desafios e conquistas. O mundo é de vocês.

 

Muito obrigado pela honra de ter sido professor e paraninfo de vocês!

 

Ramon Lamar de Oliveira Junior

domingo, 10 de novembro de 2024

ENTREVISTA COM A PROFESSORA MAIRY

Introdução: A Professora Mairy é uma grande referência para mim no aprendizado de Ecologia e em meu caminho como biólogo. Tive algumas disciplinas com ela, e sempre me encantaram sua facilidade em transmitir ideias, seu vasto conhecimento e sua preocupação com a formação integral de nós, futuros profissionais. Com suas aulas, adquiri o hábito de tratar meus professores especiais como Mestre ou Mestra — espero que eles nunca tenham visto isso como brincadeira, pois sempre usei esses termos com absoluto respeito e reverência. Sou muito grato a ela, e esta entrevista é uma forma de expressar essa gratidão e manter viva sua história.

Professora Mairy, conte-nos resumidamente:

  1. Sobre sua origem

    Sou mineira, do Triângulo. Gosto de pamonha, milho assado e farinha de mandioca. Nasci no Cerrado e amo mangaba, pequi e araçá. Vivo em Belo Horizonte, onde é muito difícil encontrar mangaba. O pequi vem do norte de Minas e costuma aparecer aqui no período de Natal. Já o araçá, tenho dois pés em casa e sempre deixo metade da produção para os passarinhos do bairro. Nasci em Uberlândia, em 1948. Passei boa parte da infância, até os sete anos, na fazenda com meus avós, onde aprendi muito sobre processos naturais, criação de porcos, galinhas, patos, produção de esterco e cultivo de horta. Penso que essa interação com a natureza pode ter influenciado minhas escolhas anos depois. Também não posso deixar de mencionar um professor chamado Kasuto, um japonês recém-formado pela USP, que me ensinou Ciências no ginásio e Biologia no ensino médio e foi decisivo para despertar meu interesse pelas Ciências, especialmente pela Biologia.

  2. Como ingressou na carreira de professora e pesquisadora?

    No ensino médio, formei-me como Normalista. Aos 17 anos, já em Belo Horizonte, comecei a trabalhar como professora alfabetizadora no Grupo Escolar Flávio dos Santos. Ao final do ano, abriram inscrições para o concurso de professoras na Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais (SEE/MG), e decidi participar para me tornar professora concursada. Aqui faço uma pausa para contar sobre meu primeiro ato de rebeldia: meu pai me levou até o local do concurso, onde havia uma fila enorme. Não desci do carro e, quando ele perguntou "Você não vai para a fila?", respondi: "Acha que devo trabalhar para um governo que trata as professoras com tanto descaso?" Voltamos para casa, e decidi fazer vestibular.

    Havia cursado o Científico no ensino médio e tinha uma boa formação em Biologia, Física e Química, o que me deu uma chance no vestibular. Em 1968, entrei na Faculdade de Filosofia para cursar História Natural, que foi extinto em 1970, transformando-se em Ciências Biológicas. O curso era em período integral, das 8h às 18h. À noite, dava aula de Biologia no ensino médio. Era corrido e, muitas vezes, eu estudava o conteúdo para ensinar coisas que ainda não tinha visto na faculdade. Nos intervalos, participava de projetos com meu professor de Ecologia, e, quando a pesquisa exigia técnicas especiais, eu recorria aos pesquisadores da Fiocruz, René Rachou, em Minas Gerais.

    Nessas atividades, tornei-me conhecida pelo conhecimento em sistemática do grupo de moluscos Biomphalaria. Além disso, mesmo com os compromissos profissionais, eu participava das políticas estudantis, aprendendo muito sobre o mundo e lutando pelos direitos de alunos e professores ao longo da minha carreira.

  3. Por quais instituições passou, como docente ou pesquisadora?

    Minha carreira começou como professora alfabetizadora. Essa experiência ampliou meu entendimento sobre o raciocínio das crianças e me aproximou das teorias de Piaget, Vygotsky, Maria Montessori e Paulo Freire. Como estudante na UFMG em 1968, passei a dar aulas de Ciências no ensino fundamental e de Biologia no ensino médio.

    Trabalhei em várias escolas, como Nossa Senhora das Dores, onde participei do programa "Meu Professor é o Mais Bacana" na TV Itacolomi, e no Colégio da Previdência/MG, Colégio Santa Marcelina e Colégio Imaculada.

    Quando me formei, lecionei Ciências em escolas polivalentes do programa PREMEN, mas logo pedi demissão ao receber uma bolsa para o Instituto de Ultramar de Medicina Tropical em Lisboa, Portugal, onde desenvolvi pesquisa com moluscos. De volta ao Brasil, continuei a pesquisa na UFMG e trabalhei como professora em diversas instituições, inclusive na PUC/MG e UFMG.

  4. Quais são suas maiores alegrias como educadora?

    Trabalhar com o que gosto sempre me trouxe felicidade. Estar com os estudantes, em sala de aula ou no laboratório, era sempre uma alegria. Discutíamos, ríamos e fiz muitos amigos. Acompanhei a carreira de muitos, e ver seus sucessos sempre foi uma grande satisfação. Fui homenageada diversas vezes, o que me fez muito feliz.

  5. Como educadora, o que considera mais importante transmitir aos estudantes?

    Após muito tempo refletindo com colegas, concluí que, em Biologia e Ciências, o mais importante é desenvolver o raciocínio, a criatividade e a capacidade de estabelecer relações. Infelizmente, tenho observado que muitos jovens argumentam com base no "achismo" em vez de informações e correlações bem fundamentadas. Também considero essencial construir valores éticos e de respeito nas relações interpessoais. A compreensão sobre a natureza da ciência, através da história, é outra questão importante para formar bons cidadãos e cientistas.

  6. Quais autores, pesquisadores ou livros mais a influenciaram como educadora ou pesquisadora?

    Foram muitos os autores e professores que me influenciaram. No ensino médio, o livro de Biologia de Frota Pessoa era um favorito, e depois, os textos dos livros BSCS. Na graduação, livros como o de Humberto de Carvalho, Genética Programada, o de Odum sobre Ecologia, entre outros, foram marcos na minha formação. Na pesquisa científica, tive a influência do professor José Rabelo de Freitas e, para desenvolver um pensamento crítico, o professor Nelson Vaz e os livros de Maturana e Varela.

  7. Deixe uma mensagem para seus alunos de todos os tempos e locais.

    Há quase oitenta anos observo o mundo ao nosso redor e suas mudanças. Refiro-me a "nosso redor" como as comunidades acadêmicas em todos os níveis. Essa afirmação que faço não é científica, mas um puro sentimento intuitivo. A principal mudança a que me refiro está relacionada à transição no comportamento humano de cooperação para competição. Apesar de essas duas formas de relacionamento sempre estarem presentes nas relações pessoais, ser competitivo era, no passado, considerado moralmente ruim. As pessoas competitivas ficavam, no mínimo, mimetizadas nas comunidades, pelo fato de ser uma característica negativa. Hoje em dia, no entanto, ser competitivo é frequentemente visto como uma qualidade imprescindível para o sucesso, cada vez mais valorizada nos ambientes de produção.

    Diante disso, seleciono dois pensamentos que considero verdadeiros em todos os sentidos para aqueles que desejam uma vida profissional saudável e feliz. O primeiro é um provérbio africano que diz: "Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo." O segundo, de origem desconhecida, afirma: "O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe vence campeonatos."

    Posso afirmar, pela experiência de ter pertencido a diferentes grupos, que pessoas gregárias realizam melhor seus trabalhos, crescem mais rapidamente e, principalmente, apresentam produtos mais relevantes e significativos. Talvez essa seja a característica de um bom professor: saber dialogar e construir laços de confiança dentro de sua comunidade escolar.




De acordo com ela, na época que lecionou para mim. 
E com o reitor da UFMG Thomaz Aroldo em um evento.

E uma fotinha atual!!!


Revisão do texto: ChatGPT

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

ENTREVISTA COM O PROFESSOR MÁRIO DE MARIA

Introdução: Quem estudou Biologia em qualquer nível e não se encantou com esse ser humano? Uma pessoa de conhecimento ímpar, com uma vontade genuína e quase ansiosa de compartilhar tudo o que sabe, sem guardar sequer uma vírgula para si, transmitindo seu saber com generosidade aos alunos. Conhecido como “o Cara dos Artrópodes,” de piolhos a aranhas, escorpiões e até Limulus, ele reuniu uma coleção didática que impressiona até hoje e enche os olhos de quem visita a mostra de Biologia da UFMG. Sei disso porque meus alunos me enviam fotos do evento, e reconheço ali aqueles espécimes mais interessantes... e as famosas pegadinhas, como a inesquecível Lepas. É impossível não tê-lo como referência. Que fique registrado para a posteridade, quando eu e ele já formos apenas saudade, que existiu um professor maravilhoso e maravilhosamente comprometido com o ensino de Biologia.

Entrevista com o Professor Mário De Maria

1. Professor Mário De Maria, conte para nós, resumidamente, sobre suas origens.

Sou cidadão brasileiro, nascido em Belo Horizonte, em 1938, tendo como avós paternos imigrantes italianos e, maternos, imigrantes portugueses. Formei-me no antigo Curso de História Natural da UFMG, hoje Curso de Ciências Biológicas.

2. Como ingressou na carreira de professor e pesquisador?

Ainda como estudante, fui estagiário no Laboratório de Malacologia do Instituto de Endemias Rurais, sob a orientação do brilhante pesquisador Lobato Paraense. Também estagiei no mesmo instituto, no Laboratório de Ecologia, com o Roberto Milward. O estágio na Malacologia abriu portas para eu trabalhar como pesquisador no Laboratório de Esquistossomose, do Departamento de Biologia da UFMG, sob a orientação do brilhante pesquisador José Pellegrino, que me ofereceu uma bolsa financiada pelo Exército Americano. Os americanos estavam preocupados com o grande número de soldados mortos por esquistossomose japonesa durante a guerra.

Algum tempo depois, a UFMG abriu concurso para Professor Assistente do Departamento de Zoologia, onde comecei minha carreira de professor universitário. Como era professor em tempo parcial, trabalhei paralelamente nos colégios Tiradentes da PMMG, Dom Silvério e Santo Agostinho. Com a criação do Colégio Universitário da UFMG, prestei concurso e entrei para a equipe de Biologia, onde aprendi muito com colegas que vieram de Brasília e utilizavam a metodologia BSCS (Biological Science Curriculum Study), uma nova abordagem no ensino de Biologia. Trabalhei com professores como Edmar Chartone, Dulce R. Niffinegger, Isa Brant Starlig, Pedro Marcos Linardi, Ney Carnavalli e José Luiz Pedersoli. Nesse emprego, realmente me desenvolvi como professor. Com o fechamento dessa brilhante instituição, voltei para o Departamento de Zoologia, no ICB.

3. Por quais instituições passou, como docente ou pesquisador?

Além da UFMG, onde desenvolvi a maior parte da minha carreira acadêmica, trabalhei nos colégios Tiradentes da PMMG, Dom Silvério e Santo Agostinho, e no Colégio Universitário da UFMG, onde tive a oportunidade de trabalhar com uma equipe altamente capacitada e inovadora.

4. Como educador, o que considera mais importante transmitir para os estudantes?

"Mestre é aquele que caminha com o tempo, procurando paz, fazendo comunhão, despertando sabedoria. Mestre é aquele que estende a mão, inicia o diálogo e encaminha para a aventura da vida. Não é o que apenas ensina fórmulas, regras, raciocínios, mas aquele que desperta o aluno para a realidade, ao seu modo. Mestre não é aquele que dá de seu saber, mas aquele que faz germinar o saber do seu aluno."

5. Qual ou quais considera as suas maiores alegrias como educador?

Acompanhar o sucesso profissional dos meus alunos. Você, Ramon, é um deles!

6. Quais autores, pesquisadores ou livros mais o influenciaram como educador ou pesquisador?

  • Silent Spring (Rachel Carson)
  • Biologia dos Invertebrados (Jan A. Pechenik)
  • Biologia Celular e Molecular (De Robertis)
  • Biologie Animale (M. Acontece et P. Grassé)
  • Acúleos que Matam (Wolfgang Burcherel)
  • Parasitologia Médica (Samuel Pessoa)

Pessoas: sou grato ao Prof. Dr. José Pellegrino, que me deu a oportunidade de iniciar minha carreira de pesquisador, e ao grande colega e amigo Pedro Marcos Linardi, que sempre me apoiou.

7. Deixe uma mensagem para todos que foram seus alunos, em todos os tempos, em todos os locais.

Que sigam os passos que citei sobre o verdadeiro papel de um mestre.

Informações adicionais

Na minha carreira, fiz o mestrado em Parasitologia no Departamento de Parasitologia do ICB - UFMG. Por questões financeiras, não fiz o doutorado. Paralelamente ao curso de História Natural, cursei Engenharia Sanitária na Escola de Engenharia da UFMG, pois sempre levei a sério minha profissionalização, o que não me deixava tempo para diversão. Sou casado há 57 anos com Celsa Maria, médica, amiga, companheira e também minha ex-aluna nos cursos secundário e superior. Ela sempre me apoiou, principalmente no exercício da minha profissão. Temos três filhos, sete netos e um bisneto.





Revisão do texto: ChatGPT

sábado, 24 de agosto de 2024

Para quem confunde AQUECIMENTO GLOBAL com BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO

O buraco na camada de ozônio, por si só, não é uma causa direta do aquecimento global. A maior entrada de radiação ultravioleta (UV) causada pelo esgotamento da camada de ozônio não contribui significativamente para o aquecimento global, que é principalmente resultado do aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera.

Ilustração de Buraco na Camada de Ozônio

Ilustração de Aquecimento Global

Aqui está uma explicação mais detalhada:

Radiação UV e Aquecimento Global: A radiação UV que aumenta devido ao buraco na camada de ozônio é uma forma de energia solar de alta frequência. Ela é absorvida pela superfície da Terra e pode causar aquecimento localizado em áreas específicas, mas sua contribuição para o aquecimento global é mínima. A maior parte da energia que causa o aquecimento global vem da radiação infravermelha, que é retida na atmosfera pelos gases de efeito estufa.

Gases de Efeito Estufa vs. Radiação UV: O aquecimento global ocorre porque gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO₂) e o metano (CH₄), aprisionam o calor na atmosfera. A radiação UV não é significativamente retida por esses gases, mas sim a radiação infravermelha emitida pela Terra após ser aquecida pelo Sol.

Impactos do Buraco de Ozônio no Clima: Embora o buraco na camada de ozônio não seja uma causa direta do aquecimento global, ele pode influenciar padrões climáticos em algumas regiões. Por exemplo, mudanças na circulação atmosférica devido ao buraco de ozônio sobre a Antártida podem afetar os ventos e padrões de precipitação no hemisfério sul. Mas essas mudanças são mais relacionadas ao clima regional do que ao aquecimento global como um todo. Ou seja, é importante diferenciar aquecimento local de aquecimento global.

Portanto, o buraco na camada de ozônio não é uma causa direta do aquecimento global, e é improvável que se torne uma causa significativa no futuro, considerando os processos físicos envolvidos. A principal preocupação com o buraco na camada de ozônio continua sendo o aumento da radiação UV e seus efeitos na saúde humana e nos ecossistemas.

Ramon Lamar + ChatGPT

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Esclarecimentos e nova proposta sobre a Eutrofização da Lagoa Paulino

Seguem algumas respostas a comentários feitos nas redes sociais sobre minhas propostas em relação à Lagoa Paulino. Duas coisas chamam a atenção: (1) o pessoal realmente acredita que tem tubulação jogando esgoto na Lagoa Paulino (mas em todos os esvaziamentos parciais depois da construção do anel de captação em volta da lagoa, nada disso foi visto e se existisse seria bem evidente, seria gritante e (2) o pessoal acha que a Lagoa Paulino foi TOTALMENTE esvaziada quando da retirada do boto ou na última obra feita na mesma, quando isso não aconteceu. Foram esvaziamentos parciais que não devolveram a fauna nativa de peixes.
Amigos, a questão é complexa e há vários fatores envolvidos. O último grande esvaziamento da lagoa, com remoção de sedimentos, foi feito na década de 80. Depois a situação não foi estabilizada porque várias intervenções colaboraram para o aumento dos nutrientes no sedimento. Entre eles a introdução de carpas que revolvem o fundo e levantam os nutrientes minerais que alimentam as algas. Não adianta esvaziar e continuar com práticas que aumentam os nutrientes na água. Mas não existe lançamento de esgoto. Lembrando que a coisa não é simples para explicar em 1 minuto de vídeo. Mas basta visitar a Lagoa da Boa Vista que é similar e comparar a qualidade das águas. Lá foi feito e mantido o que é a proposta minha para a Lagoa Paulino. Mas é claro que outros especialistas podem ter outras opiniões a respeito. Mas conhecendo a história da Lagoa Paulino desde a década de 1970, não creio que outras soluções sejam eficazes. Sigo sempre às ordens para debater o tema em alto nível. Abraços!
No último esvaziamento, feito há cerca de 7 anos, não houve remoção de sedimentos em grande volume porque a prefeitura não tinha autorização estadual para o esvaziamento completo da lagoa. Então a ictiofauna não foi modificada e ainda temos carpas enormes lá, da época do boto! E só não tivemos ainda uma mortandade de toneladas de peixes porque as carpas são muito resistentes à diminuição do oxigênio dissolvido. Ah, em tempo: cada centímetro de sedimento removido na área do fundo da lagoa gera um volume para encher uns 60 a 80 caminhões de material.
Para uma internauta: Deixe eu te explicar essa questão (de lançamento de esgoto na Lagoa Paulino). A lagoa é cercada por uma galeria de concreto embaixo da calçada. Essa galeria tem mais ou menos 1,8m de largura e 1,3m de altura e foi construída na década de 1980 para interceptar todo esgoto clandestino que caia na lagoa e para recolher a água pluvial (para evitar o assoreamento). Existem dois canos que chegam na lagoa jogando água limpa proveniente de lençóis superficiais. Existe também o lançamento de água da Lagoa do Mucury (que tem um minadouro poderoso) próximo ao Lago Palace. A galeria pluvial tem "ladrões" no caso de excesso de enxurrada que transbordam para a Lagoa Paulino. Essa galeria nunca foi limpa de 1980 até 2014 e estava assoreada. Então, qualquer vazamento de esgotos caia nela, atravessava e saia pelos ladrões. Mas foi desobstruída em 2014 depois que flagrei uma grande quantidade de esgoto que estava vazando próximo à Fiorenza, atravessando a galeria assoreada e caindo na lagoa. Talvez você tenha visto algum evento desse tipo. No mais fico ao seu dispor para até fazer alguma visita ao local que vc visualizou e identificar o que se passa. Abraços.

Por outro lado, sugiro que leiam a publicação desse blog sobre o experimento feito no Lago Wingra (EUA) e os resultados das ações para eliminar as carpas. Há algumas diferenças importantes como o tamanho do lago e a ocorrência de temperaturas congelantes no inverno. A solução lá foi remover as carpas por pesca com redes e introdução de peixes que se alimentam de ovos e filhotes das carpas remanescentes. Deu muito certo e em um prazo de 5 anos desde o primeiro experimento, com a expansão do processo para todo o lago, as águas tornaram-se muito claras. Link: http://ramonlamar.blogspot.com/2013/10/carpas-e-turbidez-da-agua-enfim-uma-boa.html

É uma opção que pode ser feita aqui de forma muito mais barata que o esvaziamento total. O problema é que nossas carpas não devem ter destinação comercial uma vez que temos outros problemas na lagoa Paulino como a presença de grande quantidades de coliformes, o que não garante a qualidade das carpas como potenciais alimentos. Mas seria uma tentativa válida, especialmente se associada com a colocação de predadores (traíras) e uma alteração no "ladrão" da lagoa, de forma a facilitar a saída da água do fundo em épocas de chuvas (e não a água superficial, mais limpa). Veja proposta abaixo:

Uma nova parede, antes do ladrão da lagoa, com janelas inferiores, permitiria transformar gradualmente a lagoa para uma condição com menos nutrientes. Dependeria de um esvaziamento parcial. Junto com o esvaziamento parcial poderia haver a remoção de parte dos sedimentos e expulsão ou pesca das carpas. A revitalização dos minadouros também poderia ser feita, isso já foi conseguido na Lagoa do Cercadinho. Temos o Lairson Couto e o Toninho Macarrão para orientarem a execução de uma obra desse tipo.

Dessa forma graças a muitas manifestações no sentido de diminuir os custos, tenho duas propostas para a questão, resumidas a seguir:

1) Esvaziamento completo da lagoa (com a consequente eliminação dos peixes atualmente existentes), retirada de sedimentos e impermeabilização, colocação de espécies nativas (lambaris = piabas), recuperação de minadouros, manutenção da limpeza do anel de captação e exclusão de fontes de nutrientes (detergentes dos lavadores de carro do entorno da lagoa).

2) Esvaziamento parcial da lagoa, retirada de parte dos sedimentos e impermeabilização, construção  da "parede com janelas" na região do ladrão/comporta da lagoa, retirada do máximo possível dos peixes atualmente existentes (expulsão ou pesca com redes), colocação de espécies nativas (traíras primeiramente para dar cabo de peixes remanescentes e lambaris para manter a cadeia alimentar), recuperação de minadouros, manutenção da limpeza do anel de captação e exclusão de fontes de nutrientes (detergentes dos lavadores de carro do entorno da lagoa).

Ramon Lamar de Oliveira Junior

PUBLICADO ORIGINALMENTE EM AGOSTO DE 2021