Vacinas e Efeitos Adversos: O Que a Ciência Já Sabe
Vacinas são, desde o século XX, uma das
ferramentas mais eficazes da medicina preventiva. Elas atuam ensinando o
sistema imunológico a reconhecer e combater agentes infecciosos antes que
causem doenças graves. No entanto, como qualquer intervenção médica, vacinas
podem provocar efeitos adversos — geralmente leves e temporários, mas, em raros
casos, podem ocorrer reações moderadas ou graves.
Entre os efeitos leves mais comuns após a
vacinação (em qualquer idade e tipo), estão: dor no local da aplicação, febre
baixa, mal-estar e dor de cabeça. Eventos adversos moderados podem incluir
febre alta ou reações alérgicas, e os eventos graves são extremamente raros.
- Miocardite: já relatada após vacina contra influenza e, mais recentemente, após vacinas de RNA mensageiro (Pfizer e Moderna).
- Trombose com trombocitopenia (TTS): documentada em casos raros com vacinas de vetor viral, como a da AstraZeneca.
- Síndrome de Guillain-Barré: associada, com baixa frequência, a vacinas como a contra gripe e raiva.
Vacinas
contra a Covid-19: Tecnologias Diferentes, Finalidade Comum
- CoronaVac (Sinovac/Instituto Butantan) – baseada em vírus inativado.
- Oxford/AstraZeneca (Fiocruz) – vetor viral (adenovírus de chimpanzé).
- Pfizer/BioNTech – RNA mensageiro.
- Janssen (Johnson & Johnson) – vetor viral (adenovírus humano).
- A CoronaVac é baseada em uma tecnologia clássica, já usada há décadas. O vírus é cultivado, inativado e usado para induzir resposta imune.
- A AstraZeneca e a Janssen usam adenovírus modificados como vetor para introduzir o gene da proteína spike.
- A Pfizer utiliza o RNA mensageiro da proteína spike para que o corpo a produza temporariamente e gere resposta imune.
Estudos clínicos e dados de
farmacovigilância mostraram diferenças claras entre os perfis de segurança:
* Fonte: Anvisa, OMS, EMA, CDC, estudos
multicêntricos revisados por pares (2021–2023)
CoronaVac:
A Mais Segura e a Mais Injustiçada
Apesar de ter apresentado o melhor perfil
de segurança entre todas as vacinas aplicadas no Brasil, a CoronaVac foi, paradoxalmente,
a mais questionada e rejeitada por parte da população durante o início da
campanha de vacinação.
Muitos dos ataques vieram de discursos
políticos e teorias da conspiração, sem fundamento científico. A origem chinesa
da vacina, somada ao envolvimento do Instituto Butantan (governo paulista) em
sua produção nacional, fez com que a CoronaVac fosse alvo de resistência em um
cenário de polarização política intensa, ainda que seu uso fosse respaldado por
órgãos regulatórios sérios como a Anvisa, a Organização Mundial da Saúde e
agências internacionais.
- Foi a primeira vacina aplicada no Brasil, permitindo que profissionais de saúde e idosos fossem protegidos ainda no pico da pandemia.
- Demonstrou eficácia robusta contra hospitalizações e mortes, mesmo quando a eficácia contra infecção leve era menor em comparação com outras vacinas.
- Os estudos de efetividade, como os realizados em Serrana (SP), mostraram queda drástica de internações e mortes com a imunização em massa pela CoronaVac.
Considerações
Finais
Vacinas são uma conquista da ciência
moderna. Nenhuma vacina é isenta de riscos, mas os benefícios superam
imensamente os eventuais efeitos colaterais. Em pandemias, a velocidade com que
se oferece proteção segura à população é decisiva. A CoronaVac cumpriu esse
papel com eficácia e segurança, mesmo diante da desinformação.
- A ciência precisa ser ouvida acima da ideologia.
- A comunicação em saúde pública deve ser clara, ética e baseada em dados.
- Vacinas salvam vidas, todas elas.
Referências
- Ministério da Saúde (Brasil) – Informes
técnicos da Covid-19 (2020–2022)
- Organização Mundial da Saúde (WHO) –
Safety surveillance manual for Covid-19 vaccines
- CDC (EUA) – Adverse events following mRNA
Covid-19 vaccination
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) – Relatórios de farmacovigilância
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