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domingo, 18 de junho de 2017

Incêndios em florestas de Pinus e Eucalyptus

Estamos recebendo as informações sobre o grave incêndio florestal ocorrido em Portugal com mais de 50 vítimas, o que nos abala bastante. Principalmente por saber que muitos morreram dentro dos carros, sem a menor condição de escapar do inferno que se formou em volta.
Incêndios em florestas de Pinus e Eucalyptus são particularmente muito perigosos. As folhas das duas árvores possuem muitos óleos essenciais em sua composição e por isso mesmo permanecem muito tempo no solo, onde a decomposição é lenta (a maioria das substâncias são praticamente desinfetantes!). Sendo assim, as folhas ficam secas e pela sua conformação têm grande superfície de contato para pegar e propagar o fogo. 
As altas temperaturas geradas no solo coberto pelas folhas provoca evaporação da água das folhas verdes e volatização dos óleos ali presentes, aumentando o poder combustível da floresta viva! Some-se a isso a ocorrência de ventos e esses incêndios propagam-se a velocidades muito grandes.
Estou vendo muita gente criticar os sistemas de "Defesa Civil" em Portugal mas creio que esse tipo de combate é particularmente muito difícil. A Califórnia (EUA) sofre muito com esses incêndios em suas matas de pinheiros, quase todo ano. São dificílimos de controlar, quem já combateu algum incêndio florestal sabe como é complicado e, nesse caso específico, é muito pior! Aliás, quando o incêndio a copa das árvores (e é o que estamos vendo nas imagens) pouca coisa há para se fazer.
A foto abaixo é só para ter uma pequena ideia da velocidade de propagação do fogo. O trecho mostrado ficou completamente tomado pelas chamas em menos de 15 segundos.

Foto de um incêndio na Serra de Santa Helena em Outubro de 2011. Na oportunidade, cheguei ao local de carona com a Alessandra Casarim, que teve que dar ré rapidamente no carro. Eu, já do lado de fora, tive que dar uns 10 passos para trás para poder avaliar a situação. A gente sabia que dificilmente o fogo ultrapassaria essa barreira formada pela estrada, mas nosso objetivo era combatê-lo rapidamente para evitar os danos ambientais. Lá encontramos Silvinho, da ADESA, já combatendo as chamas em outro ponto. E os bombeiros, praticamente apenas acompanhando para ver se as chamas iriam cruzar a estrada.
Foto e texto: Ramon L. O. Junior


PS.: A matéria que reproduzo abaixo mostra como outras espécies de árvores formam agrupamentos que resistem à dispersão do fogo (www.bbc.com/portuguese/salasocial-40389515)

Por que carvalhos e castanheiras salvaram pequeno sítio do megaincêndio em Portugal

  • 23 junho 2017

Na última semana, um incêndio de grandes proporções matou 64 pessoas e deixou mais de 200 feridos em Portugal. Mas um sítio em Figueiró dos Vinhos, na região onde ocorreu a tragédia, ficou surpreendentemente ileso.
Uma foto publicada no Facebook nesta semana mostra como o sítio se tornou uma pequena ilha verde em meio às cinzas deixadas pelas chamas.
A imagem foi compartilhada mais de 2 milhões de vezes no Facebook e recebeu mais de 1,5 milhão de reações.
O que mais chama a atenção na foto é o fato de dezenas de árvores e uma casa se manterem intactas em meio ao cenário de devastação.
É como se uma barreira formada por carvalhos, castanheiras, oliveiras e sabugueiros tivesse impedido o avanço do fogo.
Postagem no Facebook motivou quase 2 milhões de reações

"Apesar de não ser a minha propriedade, achei importante partilhar a imagem para demonstrar que as árvores nativas podem ser muito efetivas no combate ao fogo", explicou a mulher que tirou a foto, Tania Sullivan, ao jornal português "Jornal de Notícias".
O botânico Ricardo Cardim explicou à BBC Brasil que as árvores formaram um bolsão de umidade, que inibiu a destruição do sítio. Árvores formaram uma barreira que impediu o avanço das chamas em Portugal
"Essas espécies com certeza impediram a destruição do sítio. Isso ocorreu porque elas são muito folhosas e densas. Quando estão com folhas, no verão, apresentam uma copa volumosa, o que causa uma diminuição significativa da temperatura, além de armazenar água no solo", afirmou o especialista brasileiro.
Cardim explicou ainda que é muito raro uma floresta com essas características ser atingida por um incêndio.
"Nas áreas preservadas da floresta amazônica, por exemplo, é quase impossível pegar fogo, mesmo nas estações secas", disse.
Para o botânico, que avalia a foto como chocante, o dono do sítio deve, inclusive, plantar mais árvores para proteger ainda mais sua propriedade.
"Ele tem que dar um beijo e um abraço em cada uma das árvores e cuidar muito bem delas."


IMAGEM E COMENTÁRIO NO FACEBOOK DE TANIA SULLIVAN:

Please note !!...this is not my house...I stated that my house is surrounded by native trees with eucalyptus 800 metres away...not as close as the picture shown !!....I was just making an observation and used a picture which I stated was of a Portuguese farm...but have given another good example of another property similarly affected this past weekend with bad fires at Figueiró dos Vinhos. Most people understood this and I have been contacted by journalists who were very interested on the angle of the story ~ I have passed them onto the people who have had this happen in the past few days

Original Post ~ Our house is surrounded by native oak with the nearest eucalyptus about 800 m away...on our land we have olive, oak and fruit trees....all native to Portugal unlike the eucalyptus...it would seem according to studies that this would make us safer as these trees act as natural fire breaks, especially due to the Oak...A photo illustrating how Portuguese farms with indigenous trees are far more fire resistant than the eucalyptus plantations


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