A internet aproximou muito as pessoas dos meios de comunicação. Exemplo disse é a reclamação no setelagoas.com.br de mais um morador em relação às praças de Sete Lagoas (clique aqui para ler a matéria). Como já expliquei anteriormente, o surgimento deste blog ocorreu por causa da Praça do Canaã e sua maquiagem que eu não engoli.
As reclamações que antes eram apenas entre os vizinhos, no máximo no boteco e no barbeiro ou no cabelereiro, agora ganham os blogs, as redes sociais e os jornais online. Ganham todo um repertório de ouvintes e leitores até então impossíveis. Prova disso foi a articulação do movimento "Fora Maroca" e a repercussão de diversos protestos na cidade, dos mais simples bonecos pescando em buracos até os fechamentos de rua com intervenção da polícia. Violência nunca deve estar presente (de ambas as partes), mas o direito de manifestação precisa ser garantido.
Voltando à praça fria, sou dessa turma de indignados com as condições de nossas praças, canteiros centrais e arborização. Não é necessária muita pirotecnia para se criar uma cidade mais bonita. Criar nem é bem o termo, afinal de contas nossa cidade dá provas de possuir muitas belezas.
É lamentável ver um espaço tão extenso como o da citada Praça Cristina Leão França (no Interlagos) estar abandonado, sem absolutamente uma árvore plantada para amenizar nosso clima. Tão deprimente quanto é ver o estado de muitas de nossas árvores tomadas por parasitas como o cipó-chumbo e a erva-de-passarinho. A verdade, em relação a Sete Lagoas é muito simples: FALTA UM DEPARTAMENTO DE PARQUES E JARDINS. Maquiagem de praças é diferente de paisagismo. Estamos ainda longe, bem longe de uma gestão profissional em relação ao tema. Aliás, quando a própria UNIFEMM fecha o curso de Administração Pública, vemos que estamos cada vez mais distantes da gestão profissional em muitas (ou quase todas) as áreas.
Quanto à resposta da Secretaria de Meio Ambiente, na citada matéria, de que "tanto a Iniciativa Privada quanto os cidadãos podem adotar o espaço público", desculpem-me, mas soou muito mal. Quase como um atestado de "não sabemos fazer", ou coisa pior. O poder público não pode se esquivar de suas obrigações dessa maneira. Principalmente pelo tamanho da praça (350 metros de perímetro) e sua posição central em relação a 30 quadras. E ainda por cima é um terreno plano, com caminhamentos já definidos pelos passantes. Basta fazer a calçada, colocar piso nos caminhamentos com bancos recuados dentro dos canteiros, definir uma área central para convivência e plantar uma grande quantidade de árvores nativas (ipês, sapucaias, eritrinas, cássias etc). Depois é trabalhar o subbosque formado com espécies adequadas e voilá!!! Deixa o povo usar a praça que lhe pertence e lhe é de direito!!!
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Se no centro da cidade, temos praças com esse tratamento, imagine só nos bairros mais afastados. |
Foto e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior