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sábado, 31 de julho de 2010

Gruta Rei do Mato: Julho de 2010

Um patrimônio natural, com profundas alterações feitas pelo homem antes, durante e depois da "urbanização" da gruta, mas que ainda encanta, e muito, aos turistas e demais visitantes.
Agora "Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato", o local ainda aguarda as derradeiras ações do Governo Estadual que devem melhorar a ação receptiva no local (atualmente é muito acanhada, incapaz de sustentar uma visitação mais consistente.
Os turistas não têm muito o que reclamar da atração. Acompanhei um grupo de turistas hoje e todos se sentem maravilhados dentro da gruta (não é para menos). (Clique nas fotos para ampliar.)

Contudo, vamos a algumas observações.

(1) A construção da passarela de metal, a destruição de muitos espeleotemas antes e durante a "urbanização", a primeira iluminação inadequada (provocou o crescimento de algas e fungos em vários espeleotemas) e a instituição de um "poço dos desejos" onde os visitantes jogavam moedas (alterando a composição química da água que circula na gruta pelo acréscimo de metais estranhos ao ambiente) são extremamente lamentáveis. Esperamos que não se repitam mais ações desse tipo, apesar da irreversibilidade das que já aconteceram.

(2) A explicação dos guias é muito superficial e às vezes com alguns erros importantes. É claro que não esperamos uma explicação exata e 100% acadêmica mas a afirmação de que a água que goteja das estalactites tem muito ácido é uma heresia. Realmente, no início, a água que penetra as microfissuras da rocha é ligeiramente ácida (por causa do gás carbônico que nela se dissolve). Mas ao atravessar todo o calcário (que todos sabemos que é alcalino) a água adquire características alcalinas. Até mesmo uma perfuração na passarela, provocada pela oxidação do metal sempre úmido pela água rica em sais, foi exemplificada pela grande acidez da água. Também as explicações sobre o porquê não devemos passar a mão pelos espeleotemas foram muito estranhas. Não devemos passar as mãos pois temos gorduras e outras substâncias nas mãos, que alteram a frágil química da superfície dos materiais em questão. Falar que "temos um ácido nas mãos que ataca o material" parece não ser a melhor abordagem (afinal a água dos espeleotemas não era ácida???).

(3) Os mais idosos e as crianças reclamaram bastante do acesso com piso tipo "pé-de-moleque" (talvez uma ligeira modificação numa faixa lateral de um metro já seria suficiente para evitar esse desconforto). Ficou bonito, mas não ficou prático. Precisamos de sensibilidade e humildade para reconhecer esses pequenos erros.

O tal pé-de-moleque.

(4) Que seja construído no futuro receptivo uma exposição com as fotos do interior da gruta, vídeos e explicações de interesse geral para todos os visitantes e também as explicações mais técnicas para os estudantes que visitam a gruta. Banheiros, lanchonete e afins, claro, precisam ser melhorados.

No somatório geral, a visitação vale a pena. Certamente o turista vai levar boas lembranças do local. Seguimos aguardando a conclusão das obras e palpitando muito, sempre no sentido de desejar o melhor para nossa cidade.

Fotos e texto: Ramon Lamar de Oliveira Junior

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